venerdì 29 marzo 2024

E ELE VIU E ACREDITOU: A PÁSCOA DO SENHOR!

 




DOMINGO DE PÁSCOA/B

(Atos 10, 34a. 37-43; Col 3,1-4; Jo 20,1-9)

Paulo Cugini

 

A Semana Santa, com as suas liturgias repletas de memórias significativas dos últimos momentos cruciais da vida de Jesus, deve ter aberto os nossos corações e as nossas mentes à novidade que o Senhor traz com a sua ressurreição. Na verdade, passamos do nível da história ao nível da fé. Não é por acaso que na primeira leitura Pedro nos adverte que Jesus apareceu depois da sua ressurreição apenas “a nós que comemos e bebemos com ele depois da sua ressurreição dentre os mortos ” (Atos 10, 41). É, portanto, aos discípulos e às discípulas que Jesus aparece depois da sua ressurreição e não a todas as pessoas, como fez quando estava vivo. É uma indicação, a meu ver, importante, porque revela que para entrar no mistério da ressurreição de Jesus precisamos sair de um caminho, movidos pelo desejo de conhecer o Senhor, que nos ajuda a fazer escolhas, que nos orientam decididamente para Ele. É como se Jesus, num certo sentido, quisesse separar-nos, isolar-nos, encontrar-nos. Esta nova presença de Jesus na história exige um novo tipo de conhecimento, que nos permita perceber a sua presença captando pistas, interpretando ausências, que falam de uma passagem, de uma presença, de um estilo, de um modo de ser.

Neste caminho de percepção de Cristo ressuscitado, o Evangelho de hoje oferece-nos algumas reflexões significativas. Qual é o significado daquela corrida de Maria Madalena, de Pedro e do discípulo que Jesus amava? A primeira cena da ressurreição narrada por João é caracterizada por uma busca num lugar onde Jesus não pode estar e que, posteriormente, gera uma série de movimentos rápidos e corridos. Há uma busca e um movimento rápido, que revela um profundo sentimento de amor por parte dos discípulos para com Jesus, revelando a profundidade dos vínculos que em pouco tempo Jesus conseguiu estabelecer com aqueles que o seguiam. A de Jesus foi uma presença preenchedora, que deu sentido às coisas, aos gestos, às escolhas. A experiência do grupo de discípulos é caracterizada pelo contato diário com Jesus, pelos gestos diários, pela partilha de tudo com Ele todos os dias. Isto diz muito sobre o significado da comunidade cristã, que não pode ser relegada a algum ritual semanal ou a algum evento durante o ano. Há uma humanidade que deve ser envolvida, há contatos humanos diários, que falam da verdade de um caminho de fé. A falta de Jesus gera naqueles que conviveram com ele um profundo sentimento de perplexidade, desespero e por isso o procuram e a percepção de que seu corpo não está onde um olhar humano imaginava que estivesse, gera pânico, um anúncio: “Eles tiraram o Senhor do túmulo ” (Jo 20, 2), que traduzido significa: “quem está vivo não pode ser procurado entre os mortos ” (ver Lucas 24,5). A partir de agora, a procura de Jesus, o estar com Ele, deverá ser abordada de forma diferente e deverá basear-se numa nova forma de relacionamento.

Na segunda parte do Evangelho de hoje, chama a atenção que Pedro e João vejam as mesmas coisas, mas só de João se diz que: “viu e acreditou” (Jo 20,8). Há, portanto, um ver que não provoca a fé em Cristo ressuscitado e um ver que, ao contrário, abre os olhos para a presença nova de Jesus. A partir das narrativas dos Evangelhos percebemos traços das personalidades e intenções dos discípulos. Assim, se Pedro provavelmente seguiu Jesus pelo que ele poderia representar no processo de libertação do povo de Israel da presença dos romanos, João, por sua vez, ficou fascinado pela personalidade de Jesus e sentiu um carinho fraterno por ele, a ponto de estar atento aos mínimos detalhes. Por isso, ao entrar no sepulcro vazio e ver “os panos ali postos e o sudário – que estava sobre a sua cabeça – não colocados ali com os panos, mas embrulhados num lugar separado” (Jo 20, 6-7), Pedro não “vê” nada em particular, enquanto João entende que aquela forma de colocar os panos e o sudário era típica de Jesus e, por isso, reconhece os sinais da sua presença, da sua passagem.

A Páscoa de Jesus nos diz que o conhecimento Dele vem através de detalhes, pistas que só podem ser reconhecidas por quem se dedica a Ele, que está voluntariamente com o Senhor, que gosta de ouvir a Sua Palavra porque está aí mesmo o primeiro indício de a sua presença misteriosa: “ ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário que ele ressuscitasse dentre os mortos ” (Jo 20,9). Queremos encontrar o Ressuscitado? Vamos começar a ler as Escrituras!

 

Nessun commento:

Posta un commento