giovedì 8 marzo 2018

SALMO 27 0 SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO: DE QUEM TEREI MEDO?




Paolo Cugini

Crer significa ter confiança no Senhor mais de quanto se tem medo do mundo o da vida dos outros ou de nós mesmos. A fé não somente algo que se refere ao conhecimento, mas é uma atitude que envolve toda a nossa pessoa, a nossa existência. O salmo que acabamos de ler descreve a luta entre o medo e a esperança.
O protagonista deste salmo parece uma pessoa ameaçada, com um grande medo no profundo do coração: é rodeado de adversários; é acuado por falsos testemunhos; é oprimido da violência e enxerga os seus adversários como fera ferozes. Porém parece um homem de grande fé e reage perante estas ameaças com uma fé inquebrantável(cf. v.1). Começa assim e depois procura o templo para rezar. Somente ao fim da suplico tudo parece voltar a tranqüilidade.

Primeira parte do salmo
Quando uma pessoa tem fé não pode acontecer nada que possa perturbar a própria caminhada[1]. Ninguém pode destruir a vida de quem está protegido por Deus. Se tivesse que me confrontar com as forças do mundo seria tomado imediatamente do medo. Sendo, porém, que Deus é o meu Deus, para mim é luz, salvação e defensa: por isso que todas as ameaças não são capazes de afetar a minha confiança.
O relacionamento entre Deus e a luz é tradicional em todas as religiões e se encontra muitas vezes na Bíblia[2]. Do ponto de vista a vida pode ser rodeada de trevas. Não percebemos muito onde estamos, aonde estamos indo e o sentido das experiências que vivemos... Porém “O Senhor é minha luz”. As vezes parece que a vida foge do nosso controle, que a tristeza tomem conta da nossa vida, mas “ O Senhor é a minha luz”. Se os inimigos me rodeiam de todos os lados e eu não tenho defensas que possam proteger, porem “O Senhor é a minha fortaleza”, uma fortaleza construída em lugar inalcançável, aonde os inimigos não podem chegar.

vv. 2-3: existe claramente uma realidade interior de medo contra a qual estamos combatendo e da qual procuramos nos defender através do Senhor. Aqui percebe-se bem que no contraste o Senhor nos oferece a possibilidade de aprofundar e amadurecer o dialogo com Ele.
Esta defensa é algo de concreto. Quando o salmista fala de fortaleza talvez a referencia seja Jerusalém, pois ele é construído sobre um morro. Por definição o templo tem o direito de asilo, quem entra é protegido, é um lugar defeso pelo Senhor. Por isso o templo se torna a imagem da proteção de Deus
v. 4:“Pedi uma só coisa ao Senhor”: então devo pedir aquilo que é mais essencial. O salmo 16 do Levita fala que quando a terra foi dividida entre as tribos de Israel a ele tocou AP arte melhor, pois não recebeu nenhuma terra, pois a parte melhor é ser sem terra e ter em seu lugar Deus. A tribo de Levi é sem terra porque a sua herança é o Senhor, tem somente o Senhor como segurança e proteção para viver. O nosso salmista pede somente uma coisa: não a força militar nem as riquezas econômicas, mas a comunhão com o Senhor, o templo como plenitude de vida e de experiência, onde é possível contemplar a beleza de Deus. Isso quer dizer eu a experiência do templo é como fazer a experiência de uma teofania. O salmista por isso deseja morar na casa do Senhor todos os dias da sua vida. Se o Senhor nos aceita então nós faremos a experiência da liberdade e da alegria. O Senhor se torna o amparo, a rocha sobre a qual edificar a própria segurança. Somos radicalmente fracos e por isso precisamos nos agarrar á alguém para podermos viver com confiança.
vv. 5-6: Minha cabeça se ergue: isso quer dizer que não vivo mais no medo; a segurança que recebo de deus me oferece dignidade e liberdade. Os inimigos aparecem agora sem força sem a capacidade de ameaçar.
Sacrifícios de louvor: são os sacrifícios do ter’uah, que era o grito de guerra[3]; quando se ataca o adversário se começa com um grande grito que serve a tomar coragem e, ao mesmo tempo, a espantar os inimigos. Este grito se torna uma oração, uma expressão litúrgica. Temos medo, mas temos fé em Deus, como salvação, luz e defesa, proclamamos a segurança e a fé sem ambigüidade.

Segunda parte do salmo
vv. 7-8. Chegamos ao templo e deixamos expressar o medo que aperta o nosso coração. O nosso grito é uma oração que dirigimos ao Senhor, é dirigido por alguém que sabemos que escuta. Reconhecemos de sermos numa condição de pobreza, de fraqueza e precisamos que o Senhor intervenha e assuma a minha condição de pobreza, a derrote, a transforme com a força e a energia que somente ele possui: “tende piedade de mim”. 

Buscamos no nosso coração uma saída e encontramos a resposta: “Procura sua face”. Esta é uma imagem extremamente freqüente na Bíblia: o rosto de Deus. Deus, na Bíblia tem um rosto. Isso que dizer que o Deus da Bíblia tem uma identidade, que é bem especifica. O Deus da Bíblia não é um Deus qualquer, mas tem traços específicos. Se quisermos entender quem é Deus, o seu rosto, a sua identidade devemos escutar os eventos que marcaram a historia de Israel, na vida na morte de Jesus e deixar que estes eventos imprimem o marco na nossa alma, no nosso coação. O rosto de Deus é aquilo que encontramos na libertação do povo de Israel do inimigo no Egito, e depois que se manifestou nas palavras, nas ações de Cristo, na sua Cruz, na sua paixão. Este é o rosto de Deus, a sua identidade que deve deixar um marco dentro de nós, para produzir o desejo de segui-lo. A vida religiosa não é outra coisa que isso: buscar o rosto do Senhor. Aprender a ver o rosto do Senhor não do jeito que a gene quer, mas assim como Ele é na realidade, ou seja, naquela realidade que se manifestou na historia, na vida, nos atos de Cristo.
v.10: não esconda a tua face. Se Deus esconde a sua face nós somos como pessoas que descem no tumulo. Não é possível viver se Deus afasta de nós a sua face. Também se o pai e a mãe abandonam o uma criança, Deus nos acolhe com amor[4].
vv. 11-13. O salmista tem como referencia esta terra, onde a gente vive, trabalha, se relaciona com os outros. O salmista deseja, aliás ele tem certeza, que nesta vida cotidiana poderá viver e e encontrar Deus, poderá experimentar a sua aproximação nas pequenas coisas da vida cotidiana: “eu creio que verei a bondade de JHWH na terra dos vivos”.

v. 14. “Espera em JHWH, sê firme”. É um versículo que é uma espécie de recomendação do salmista por si mesmo. De certa forma relendo a salmo percebe-se que o salmista passou através de uma situação de ameaça que o amedrontou. Ele sempre sabia que Deus é um amparo, que a fé se manifesta na confiança nele. O salmista aprendeu tudo isso nas orações de Israel, freqüentando o templo. É na experiência concreta que ele teve que entender na sua mesma pele, e assim interiorizar aquelas palavras aprendidas na infância.

Crer quer dizer ter confiança em Deus mais de que temos medo do mundo, da vida, de nós mesmos. Nem sempre conseguimos vencer o medo, precisamos medir a nossa realidade humana e podemos fazer isso contemplando o rosto de Deus, que conhecemos na revelação do Senhor Jesus.


[1] Cf. Rom 8
[2] Cf. Sal 104; Gen 1, 3-5; Is 60, 1.
[3] Cf. Num 10,5.
[4] Cf. Is 49,15-16.

Nessun commento:

Posta un commento