giovedì 20 giugno 2024

XII DOMINGO B

 




Jó 38, 1. 8-11; 2Cor 5,14-17; Mc 4,35-41

Paulo Cugini

 

    Os acontecimentos narrados nos Evangelhos relativos à vida de Jesus têm um valor metafórico e simbólico que vai além dos puros dados imediatos e históricos. Sem dúvida, para conhecer Jesus, a pesquisa histórica é importante, pois nos oferece o material mais objetivo possível sobre sua vida. Em todo caso, nunca devemos esquecer que a chave para compreender o Evangelho é antes de tudo a fé no Senhor da Vida, naquele que está na origem de todas as coisas porque, como nos lembra São Paulo: “tudo foi feito por Ele”. e para Ele” (Colossenses 1:16). É com esta sensibilidade evangélica que ouvimos o texto de hoje para captar aquelas indicações espirituais e existenciais úteis para a nossa vida quotidiana.

“Jesus disse aos seus discípulos: passemos para o outro lado” (Mc 4,35). Aprender com Jesus a não permanecer fechados nas nossas seguranças, mas a experimentar a grandeza da nossa humanidade arriscando a novidade, olhando para outro lado. Para Jesus, ir para a outra margem significa ir para a terra dos pagãos e, portanto, um terreno cheio de perigos, mas, ao mesmo tempo, de novos desafios. Seguir Jesus significa ter a coragem de mergulhar nas coisas novas da vida, de abandonar as certezas, de deixar-nos guiar pela presença do Senhor.

“Eles o acolheram em sua casa tal como estava” (Mc 4, 36). Este versículo, tão simples e aparentemente inofensivo, é portador de uma importante revelação. Com efeito, ele diz-nos que para passar para a outra margem, para abandonar as nossas seguranças e deixar-nos guiar pelo Senhor, devemos aprender a aceitá-lo como Ele é. Somos acompanhados pela tentação de deixar de lado aqueles versículos do Evangelho que parecem distantes da nossa sensibilidade ou que nos colocam em crise e, consequentemente, os excluímos. Assim, pelo caminho encontramos cristãos espíritas e outros voltados apenas para o social, pois cada um tirou de Jesus o que era melhor para si, negligenciando tudo. O Evangelho de hoje alerta-nos para esta tentação de manipular o Evangelho ao nosso gosto. Quem se põe no caminho do Senhor deve estar disponível para mudar, para se deixar transformar pela sua Palavra.

“Houve um forte vendaval e as ondas arrebentaram o barco, tanto que já estava cheio. Deitou-se na popa, no travesseiro, e dormiu” (Mc 4,38). Por que Jesus estava dormindo no barco no meio da tempestade? O que esse evento significa para nossas vidas? Se quisermos entender para que servem a vida espiritual e a oração, devemos prestar atenção a este versículo. Quem vive tentando todos os dias deixar-se moldar pela Palavra do Senhor, meditando-a, interiorizando-a e depois procurando vivê-la, não se deixará perturbar pelas tempestades da vida. Este é o problema central da existência humana: não se deixar dominar pelos acontecimentos da vida, mas manter a calma. A tranquilidade em meio às tempestades do mundo é fruto da percepção espiritual de que tudo está nas mãos de Deus; esta serenidade é o dom que obtemos na vida espiritual, cultivando a relação pessoal com o Senhor.

  “E eles ficaram cheios de grande medo e disseram uns aos outros: “Quem é então este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc 4, 41). Quem tem calma por dentro consegue transmitir serenidade às pessoas que conhece e mudar os modos agressivos de relacionamento diário, que muitas vezes causam decepções e transtornos nas pessoas. Trabalhar a interioridade, assimilar todos os dias a Palavra do Senhor, esforçar-se por vivê-la, repercute na realidade em que vivemos. A Igreja deve ajudar os fiéis, nos diversos níveis da vida, a aprender a rezar, a enriquecer a vida espiritual, a descobrir a beleza e a profundidade do Evangelho. Os cristãos devem ser, antes de tudo, mestres de vida espiritual, para se tornarem mestres de humanidade.

 

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