mercoledì 8 luglio 2015

SALMO 85 (84)





RETIRO ESPIRITUAL DE ADVENTO-ADULTOS
JEQUIIBÁ-12/12/2010
SALMO 85 (84)
 Paolo Cugini

No tempo de Advento somos convidados a aprender a esperança. Disso precisamos muito. As esperanças que enchem a vida do dia a dia têm o fôlego curto e acabam logo. Sobretudo põem, são as nossas decepções, as decepções sobre nós mesmos, sobre aquilo que teríamos gostado conseguir, mas que por tantos motivos não conseguimos: é isso que tira devagarzinho a esperança do nosso coração, deixando sentimentos de amargura e de insatisfação. Por isso precisamos aprender a esperança.
Os salmos que a liturgia nos propõe neste tempo de Advento nos ajudam neste sentido. O salmo 85 (84) é um salmo de confiança que anuncia a salvação de Deus que se aproxima. É o canto de uma volta à vida. O pecado nos colocou numa condição de morte e por isso nos dirigimos a Deus para que nos torne a doar a vida. Tornar é o verbo da conversão. Pedimos não apenas de nos converter, mas também a Deus de voltar a mostrar o seu rosto misericordioso para nós. É a paz que nós pedimos depois de períodos de sofrimentos e angustias por causa da nossa incapacidade de seguir o Senhor.
O Salmo 85 é dividido em três momentos:
1.     Agradecimento
2.     Pedido
3.     Oráculo (proclamação da Palavra por parte de alguém).
Nos salmos muitas vezes a lembrança daquilo que Deus fez no passado se torna o fundamento da esperança. “O Senhor nós te agradecemos porque nos libertou dos inimigos, nos perdoou dos pecados...”. A situação é de um povo que experimentou a salvação, mas ainda precisa dela. É esta a condição normal do povo. Quando o povo saiu da escravidão do Egito agradeceu a Deus, mas precisava ainda da sua ajuda. Isso quer dizer que sempre precisamos da misericórdia, pois a vida é uma continua caminhada.
Os exegetas colocam o salmo 85 na época da volta do exílio, que sem duvida foi uma experiência feliz, ma que teve que deparar com varias decepções. Antes de mais nada com o numero exíguo das pessoas que voltaram e depois a grande dificuldade de reconstruir o templo que nunca ficou como o antigo.
Fizestes voltar os cativos de Jacó”: voltaram em casa, mas ainda não conseguiram aquela paz almejada; experimentaram ainda a decepção, o sofrimento, a impossibilidade de viver aquilo que o povo sonhava no exílio.
O tempo de advento é este tempo de espera, ou seja, desejar algo de diferente daquilo que vivemos, pois tudo parece ser mesquinho. Desejamos aquela fraternidade, aquele amor e comunhão que ainda não alcançamos. Cf. sal 126: o salmista pede para Deus de transformar a sorte do povo de uma condição de aridez por uma de vida plena como as torrentes do Negheb, que por 11 meses no ano são secos, mas depois chega a chuva e se enchem de água. É também o sentido da segunda parte do nosso salmo, que apresenta um clima geral mais calmo e sereno, um clima de paz. Interessante os versículos finais aonde as virtude são apresentadas com a maiúscula, come se fossem personificações.
Amor e Verdade se encontrarão, Justiça e Paz se abraçarão;
Da terra germinará a Verdade e a Justiça se inclinará do céu”.
É como um mundo personificado que leva a paz e a alegria nos relacionamentos entre as pessoas.
Favoreceste JHWH a tua terra...”.
É o inicio do salmo que dá o tom o todo o resto; e um inicio cheio de gratidão pela percepção que o Senhor é bom. O povo é consciente da própria miséria e do seu pecado. Neste contexto é bom lembrar Adão que depois de ter aprontado se escondeu de Deus (Gen 3,10). No nosso salmo o povo lembrando a experiência do passado lembra do sorriso de Deus (cf. Jó 8,21). Deus sorriu olhando o seu povo. Na luz do rosto de Deus tem um mundo cheio de paz (cf. Pr 16,15ª).
Jacó é o símbolo do povo Israel. A lembrança e a narração daquilo que JHWH fez para o povo se torna uma confissão. É claro que não precisamos lembrar a Deus aquilo que Ele fez para nós. O problema é que somos nós que precisamos lembrar, recordar aquilo que Deus fez para nós, e a lembrança se torna confissão e, ao mesmo tempo, agradecimento.

vv.5-6: fazei-nos voltar. É um pedido. Aqui aparece um tema difícil, o tema da ira de Deus (cf. Mt 3,7). Porque este tema tão desagradável? Porque a ira de Deus expressa a sua reação perante o pecado e a injustiça. Nós somos acostumados a dar um jeitinho, a fazer de tudo para esconder, disfarçar. Este não é o jeito de Deus, pelo menos o Deus da Bíblia que se manifestou em Jesus. Perante o pecado do homem Deus não fica indiferente, como se nada tivesse acontecido, e não deixa passar a mentira como se fosso algo de pouca conta. O Deus da Bíblia é o Deus ético: ama o bem e odeia o mal e toda vez que depara com o mal Deus toma posição contra. O Deus da Escritura sustenta a Vida e combate a morte e sendo que o pecado é uma potência de morte, Deus não a deixa passar sem reagir. Na Bíblia esta reação dura tem um valor terapêutico: quer curar o homem, que tome consciência do seu pecado e da sua condição de morte. Porque o pecado, que o homem acredite ou não, destrói; o ódio mata. Deus quer suscitar no homem o horror ao pecado: a ira quer obter isso. A ira de Deus, sendo terapêutica, é limitada no tempo (cf. Sal 30,6). A vida de Deus é misericórdia; a sua ira é apenas uma reação ao pecado, mas não é a sua mesma vida. A misericórdia é eterna, a ira é do momento. Sendo que a ira é do momento nós pedimos ao Senhor que seja breve.
Às vezes nos salmos encontramos a queixa de uma ira excessiva de Deus, longa demais: Sal 74,1.
Mostra-nos, Senhor a Tua misericórdia...: em hebraico misericórdia é a Hesed, ou seja, a fidelidade do amor de quem assumiu um compromisso. É uma expressão que faz referencia a ligação de aliança
. Deus estabeleceu uma relação de aliança e de pertença recíproca. Deus não tem dividas conosco, só que ele se comprometeu, por isso ele quer mostrar a sua fidelidade. Rezar desta forma nos dá muita segurança, pois se a gente tivesse que se apelar aos seus méritos então estaríamos ferrados! Por isso pedimos que Deus mostre a sua fidelidade consigo mesmo.
Última parte do salmo. Oráculo. Paz quer dizer o amor e o perdão de Deus, a comunhão com os outros e a alegria. Deus pede ao homem a conversão. Quando a paz de Deus se espalha no mundo então podemos admirar o mundo regenerado.
Verdade, Justiça, Paz são dons de Deus. Esta realidade que Deus possui, a entrega para o homem, assim o homem se torna justo pela Justiça de Deus.
A presença da Gloria de Deus se torna a transformação de Jerusalém na cidade aonde o Senhor é presente (cf. Jo 1,14).
Leitura cristã do salmo
Cf. 1 Cor 1,30; Lc 2,30; Ef 2,14;
Sobre o tema da misericórdia cf. Tt 3,4-7
O versículo 12 inspirou os padres da Igreja que vislumbraram nele o mistério da Encarnação.
Leitura escatológica: cf. Heb 12,22







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