venerdì 3 luglio 2015

OVLEHAS SEM PASTOR




XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM
(Jer 23,1-6; Sal 23; Ef 2,13-18; Mc 6,30-34)

Paolo Cugini
1. Qualquer pagina do Evangelho é para a nossa vida motivo de alegria, pós traz para nós muitos ensinamentos, aliás, o ensinamento que dá sentido a nossa vida. Além do mais, é o Evangelho que ilumina os atos e os eventos que acontecem ao nosso redor. 
É com essa intenção que hoje escutamos a Palavra de Deus, não apenas com algo escrito muitos séculos atrás, mas como algo que o Espírito ilumina continuamente para dar sentido aos nossos dias.
Nestes dias, por exemplo, o mundo está vivendo em grande tensão pela guerra que está envolvendo a região do médio Oriente e, de uma maneira especial, Israel e o Líbano. O que, então, a Palavra de Deus, que acabamos de ouvir, tem a dizer para nós hoje neste contexto histórico particular?

2. Uma guerra que estoura numa parte do mundo não é somente um problema político ou econômico, mas um sinal, um sintoma daquilo que o homem é, ou seja, um  egoísta e orgulhoso, que quer somente ser, aparecer e, então submeter os outros. A guerra do Oriente Médio não é muito diferente, no sentido qualitativo, das guerras que eu caço com o meu vizinho, o meu colega de trabalho ou a minha colega de sala para ser o melhor, para não ser considerado um coitado, para poder me aproveitar daquele ou aquele outro beneficio.
Para sair dessa humanidade podre e sem vergonha da qual nós pertencemos, para sermos pessoas diferentes que nos atos e pensamentos desvendem a imagem de Deus insuflado pelo Espírito Santo, precisamos escutar o conselho de Jesus que no Evangelho de hoje diz para os seus Discípulos: “Vindes sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco” (Mc 6,31).
Aprender a descansar em Deus para não correr o risco de passar a vida toda realizando atos que não são nada mais que o reflexo do nosso orgulho; descansar em Deus para aprender a fazer o ponto da situação, avaliar a nossa vida, os nossos pensamentos, idéias, atos, decisões, para que tudo possa ser de verdade conforme ao plano de Deus: é disso que precisamos.
 O dato mais triste que de fato pode acontecer conosco, é chegar um dia da nossa vida e perceber que tudo aquilo pelo qual lutamos, tudo aquilo que construímos, para Deus não vale nada. Aprender a descansar um pouco com Deus, tirar um tempo para uma profunda reflexão, não é tempo perdido, mas é um grande ganho. É claro que descansar com Deus é perigoso, no sentido positivo. Podemos, de fato, perceber de repente que estamos errados, que devemos voltar atrás, que precisamos realizar algumas mudanças radicais. Descansar em Deus significa a final de contas, aceitar de se questionar, de colocar em xeque a própria vida, arriscar uma derrota, a exigência de uma mudança. Nessa altura podemos afirmar que se encontramos tantas pessoas estressadas ou com depressão, desnorteadas, é por causa disso mesmo, é porque não prestaram atenção ao conselho que Jesus oferece hoje para os seus discípulos que somos nós: descansar com Ele. Somos uma humanidade desnorteada e deprimida ou estressada porque não aprendemos a silenciar, a entrar em nós mesmos, em outras palavras a refletir sobre nós mesmos, a questionar os nossos atos, as nossas idéias. Por isso ficamos tão revoltados quando alguém nos questiona, nos chama atenção: somos pessoas superficiais, sem nenhuma profundeza, vivendo ao nível dos instintos animais, reagindo de uma forma imediata ás provocações da vida, incapaz muitas vezes de opor uma mediação racional, pensada.
A guerra no Oriente Médio é o sintoma de uma guerra que a humanidade está travando em si mesma, uma guerra em aparência perdida, porque feita por homens e mulheres extremamente superficiais, entregue aos sentimentos mais baixos, aos instintos egoístas, mas que, com a graça de Deus, pode ser transformada, apaziguada.

3. “Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão, e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhe, muitas coisas” (Mc6, 34).
Jesus é sem duvida uma pessoa profunda, que aprendeu a lidar com sigo mesmo, com os seus sentimentos, a avaliar os próprios atos e os próprios pensamentos á luz da Palavra de Deus. Muitas vezes encontramos nos Evangelhos o relato de Jesus entregue na oração, mergulhado no silencio com Deus, buscando descanso no Pai, para enfrentar o egoísmo e o orgulho infinito do mundo. É por causa disso, desta atitude que Jesus consegue a vislumbrar imediatamente aquilo que o homem precisa: a Palavra de Deus.
 Esta atitude de Jesus, este olhar essencial de Jesus sobre a humanidade perdida e desnorteada, aponta o caminho que a Igreja deve realizar dentro da humanidade: se fizer próximo para anunciar a única Palavra que oriente e salva. É claro que dizendo isso não estou dizendo que para a humanidade perdida basta falar. A Palavra de Deus, de fato, não é apenas uma letra, mas um estilo de vida, um jeito de ser, um sinal de esperança: é isso que deve ser anunciado e é claro que não é apenas com os lábios que a Palavra de Deus deve ser proclamada.
 Para ter um olhar essencial sobre a realidade, para colher a essência da realidade é preciso ser leve, assim como o Espírito é leve. Quem vive segundo o Espírito não somente não é levado a buscar o mundo, mas adquire um olhar diferente sobre a realidade, sobre os homens e as mulheres e percebe logo do que eles precisam para viver.

4. O papa Bento XVI pediu para que hoje nas homilias fosse lembrado o drama que está sendo consumido no Líbano, refletindo sobre os versículos de Paulo aos Efesios que escutamos na segunda leitura. São versículos que sem duvidas nos ajudam a entender o porque a guerra não é considerada por Jesus o caminho certo para resolver as tenções entre as partes em luta. De fato, como é que Jesus conseguiu a reunir os dói povos em luta? Como é que Jesus conseguiu reconciliar os Hebreus com os pagãos? Na sua própria carne e derramando o seu próprio sangue. É este o incrível ensinamento de Jesus, ensinamento sobrenatural, pois nenhum homem seria disposto a fazer isso, sobretudo para os inimigos. Jesus atraiu na própria carne o ódio dos inimigos para que se descarregasse nele e,desta forma, acabasse e fosse transformado em amor. É este o caminho que Jesus aponta para nós, seus discípulos, para resolvermos os dramas e os contrastes do nosso mundo, nas situações corriqueiras nas quais vivemos. Jesus, a final de conta nos ensina que a paz do mundo começa a brotar quando tiver alguém disposto a morre para o outro. Por isso precisamos comer do Seu corpo para levarmos uma vida assim diferente.







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