sabato 10 febbraio 2024

PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA-B

 




Gen 9,8-15; Sal 24; 1 Pd 3,18-22; Mc 1, 12-15



Paolo Cugini

 

No primeiro domingo da Quaresma do ano B o Evangelho chega até nós com o convite à conversão.

“O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo; convertam-se e creiam no Evangelho” (Mc 1,15).

Conversão significa abrir espaço e, para abrir espaço em nossas vidas, devemos retirar algo para permitir a entrada de uma realidade mais importante e significativa: o Evangelho de Jesus, que é a alegria de Deus para nós. O Evangelho, de fato, representa uma nova possibilidade de vida, um novo modo de estar no mundo, a possibilidade de criar relações autênticas marcadas pela atenção gratuita aos outros, pela colaboração para um mundo mais justo e sem discriminação. Nesta perspectiva, ajuda-nos a primeira leitura em que se proclama a Nova Aliança que Deus estipula com Noé depois do dilúvio:

"Disse Deus: Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vocês e todos os seres viventes que estão com vocês, para todas as gerações vindouras. Coloco meu arco nas nuvens, para que seja um sinal da aliança entre mim e a terra” (Gênesis 9,12-13).

Para restabelecer a aliança destruída entre o homem e a mulher, Deus escolhe um símbolo que indica uma direção, um modo de estar no mundo, um sinal da sua presença na história. Pois bem, este sinal não está na linha de pensamento único que a filosofia grega começou a elaborar alguns séculos depois, mas está na perspectiva da pluralidade. De certa forma, através daquele símbolo, é como se Deus quisesse dizer à humanidade que, para encontrá-lo, era necessário percorrer o caminho da multiplicidade, o caminho da diversidade. Um mundo plural reflete o sonho de Deus, o seu pensamento, o que ele quis expressar com o sinal da aliança: o arco-íris. Multiplicidade de cores, porque a mesma realidade que Deus criou, que tem muitas cores, não pode ser identificada com uma só cor. Arco-íris diz naturalidade em habitar a pluralidade, em pensar a diversidade, em acolher a multiplicidade; significa a com presença de diferentes elementos sem a necessidade de que tudo se reduza a um só. Arco-íris significa liberdade de expressão, liberdade de consciência, liberdade de expressar uma forma de ser diferente do outro sem medo de ser julgado. Se a nova aliança é o arco-íris, então o caminho que a humanidade é convidada a percorrer consiste em aprender a conviver com a diversidade, porque a diversidade é a marca da realidade.

Encontramos claramente visível em Jesus o estilo “arco-íris” de respeito pelas diferenças, que nunca se detém nas aparências, mas olha para o coração das pessoas, percebendo a imagem de Deus, mais do que aspectos externos e superficiais. E assim, na adúltera, enquanto os homens vêem uma mulher digna de morte, Jesus capta toda a sua dignidade como mulher com uma história particular. Em Pedro que, apesar do seu entusiasmo, o trairá três vezes no momento delicado da sua paixão e morte, Jesus vê alguém a quem pode até confiar a liderança dos seus discípulos. No leproso, Jesus vê um homem sofredor, necessitado de ser ouvido e acolhido.

O Espírito Santo que recebemos continuamente quando o invocamos é o Espírito do Senhor Jesus, que reproduz na nossa humanidade a atenção a cada pessoa, deve ajudar-nos a não nos determos nas aparências, a não querermos que todos pensem como nós, respeitar diferentes caminhos, diferentes histórias, diferentes identidades culturais e religiosas. A comunidade do Senhor Jesus não é formada por pessoas que pensam todas da mesma forma, mas por pessoas com sensibilidades e identidades diferentes que caminham na mesma direção. A comunidade é bela não porque seja formada por pessoas iguais, mas porque, guiados pelo Evangelho do Senhor e fortalecidos pelo seu Espírito, aprendemos a caminhar juntos valorizando cada pessoa, acolhendo quem deseja entrar no Caminho aberto por Jesus.

Para caminhar assim é necessário seguir o exemplo do estilo de Jesus, reservar tempo e, no silêncio, deixar penetrar em nós o Evangelho de Jesus, deixar-nos olhar por Ele, aprender a aceitar-nos como somos. , deixar de nos comparar com os outros, mas ter como único parâmetro de referência o rosto do Senhor, a sua existência, o seu estilo de vida. É aceitando deixar-nos reconciliar com o Senhor que dá paz à nossa alma, que podemos entrar em relações com os outros propondo caminhos de reconciliação. É porque nos sentimos amados pelo Senhor e não julgados, que entramos no mundo amando as pessoas que encontramos, respeitando-as pelo que são, sem pretender mudá-las.

Por fim, o branco é dado pelas cores do arco-íris. A luz que ilumina o mundo não é a mistura de cores, mas é composta pela identidade de cada cor que permanece ela mesma. A comunidade do Senhor Jesus ilumina o mundo quando não produz o esforço de pensar da mesma maneira e fazer as mesmas coisas, mas quando cada um de nós com a nossa identidade específica caminha juntos na mesma direção.

 

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