ESTUDO BÍBLICO para CEBs
Paolo Cugini
V. 1-2: Palavra declara logo a
intenção geral da epístola, a sua missão.
Paulo não escreve para iniciativa
privada, mas como apóstolo, ou seja, enviando mensageiro de Cristo. Sendo assim
o apóstolo não deve anunciar a si mesmo, mas a mensagem de seu Senhor (cfr 2
Cor 2, 17)
- Junto consigo Paulo nomeia
Timóteo, irmão no ministério (cfr Atos).
- A carta é enviada para a Igreja
de Deus que está em Corinto. Existe só a única grande Igreja de Deus; porém
esta torna-se visível concretamente Nas comunidades particulares. Aqui a Igreja
não é apenas o clero, mas a comunidade como um todo.
- A carta é também dirigida a
todos os Santos de toda a Província
Acácia: é a Província romana que
abrange a parte central da Grécia e a península do Peloponeso. Nesta região
Paulo já tinha pregado em Atenas (cfr At 17, 34).
- Os cristãos são chamados
santos. Na perspectiva bíblica Deus é o Santo por excelência a Deus. Neste
sentido santo quer dizer o separado do mundo – Deus é absolutamente outro (cfr
Is 6, 3). Aquilo que Deus eternamente santo chama e acolhe no seu âmbito e
enche com a sua presença, torna-se pra si mesmo santo – cfr os santos anjos, a
santa Jerusalém, o povo de Deus, e a comunidade de Deus que é a Igreja. Santo
significa, então o chamado dos Cristãos pra fazer parte da comunidade e da
propriedade de Deus.
É claro que isso comporta a
separação do pecado enquanto isto é contrário a comunhão com Deus, o Santo.
Paulo em várias circunstancias deve chamar a atenção das suas comunidades por
causa da fraqueza e da caída no pecado. Mesmo assim ele chama os membros das
suas comunidades de Santos. Então, a Igreja é sempre Igreja de pecados, mas
também de santos.
[V.2] graça e paz: Foi Paulo a
inventar esta fórmula de saudação.
Ninguém com Paulo refletiu sobre
a graça, como intervenção misericordiosa de Deus para com a humanidade.
Paz contigo: é a saudação do povo
hebraico. Paz não aponta para um estado de tranqüilidade da alma; mas para a
reconciliação para com Deus. A paz para o homem é um dom de Deus e, ao cristão,
é comunicada por meio de Jesus Cristo.
Deus é
chamado Pai: é Cristo que ensinou aos seus discípulos a considerar o Deus santo
como um Pai carinhoso.
3] Deus é
exaltado como Deus e Pai de Jesus Cristo. Ele é aquele Deus que enviou Jesus Cristo e, nele, se manifestou, aquele
Deus que Cristo anunciou e pelo qual dirigiu as própria orações. Ele é o Pai
cujo Jesus sabia e professava-se Filho, ensinando aos homens de chama-lo de
Pai. Deus é também Pai dos misericordiosos e Deus de todas às consolações.
A
essência de Deus é de ser o consolador, não o juiz: não aquele que condena, mas
aquele que tem misericórdia.
Tudo
aquilo que de misericórdia e consolação existe na humanidade vem de Deus e nós,
da misericórdia que recebemos de Deus conseguimos a capacidade de ter
misericórdia um para com os outros.
4] O
apostolo é colocado como mediador da consolação entre Deus e a Igreja.
Tribulação:
segundo o N.T pertence a essência da vida crista neste tempo e neste mundo. Cfr
Ap 7, 14 – os perfeitos são aqueles que foram provados da grande tribulação.
5] O N.T
afirma continuamente que os sofrimentos do Cristão são em comunhão com o
sofrimento de Cristo.
a) as
persecuções, as dores e tribulações dos discípulos são aparecidas com aquelas
que Cristo sofre (cfr Jo 15, 20) (Gal
6,17).
b) os
discípulos enfrentam às tribulações por amor de Cristo. São sofrimentos que o
discípulo agüenta com fidelidade a Cristo: por amor a Cristo o discípulo é
estulto aos olhos do mundo (cfr 1 Cor 4, 10).
Para dar
testemunho a Palavra de Deus e de Cristo os mártires doam a própria vida (Ap 6,
9; 20,4).
c) o
discípulo sofre em comunhão com Cristo e como membro do Corpo de Cristo. Cristo
sofre no Cristão e, o Cristão, sofre em Cristo (cfr Rom 6, 3-11) (Col 1, 24) .
- Nesta
convicção de sofrimentos, Cristo atua a consolação no sofrimento. A experiência
da comunhão com os sofrimentos de Cristo, nos garante que faremos a experiência
da sua mesma ressurreição. Ser conformados na sua morte significa experimentar
com ele também a ressurreição dos mortos. Esta ressurreição acontece já agora
na nova vida do Cristão e completará-se um dia na ressurreição final. (gal. 2,
20.
[6]
Aquilo que Paulo agüenta é para o bem da Igreja. Nos sofrimentos Deus enjeita a
própria consolação e a força de levá-las com paciência. Estes sofrimentos são o
que?
- As
polêmicas e os perigos do lado dos inimigos da fé que afetam a comunidade de
Corinto (1 Tess 2, 14).
- A
própria insuficiência humana e espiritual: Paulo estava doente (12, 7-9).
- Os
assaltos do domínio, que acompanha a vida de Paulo (2,11; 1 Tess 2,18) e tenta
todos os fiéis (1 Cor 19, 13; Ef 6, 11ss).
“Em tudo
isso, porém, somos mais que vencedores” (Rom 8, 37).
[7]
Através da consolação, o Cristão chega a força da paciência e, pela paciência
ou segurança da esperança.
O
conhecimento daquilo que é, contém também a certeza daquilo que será.
8-
experiência de tribulação que Paulo passou.
Irmãos: é
uma maneira típica do A.T, do povo hebraico que, desde o tempo dos patriarcas
sentia-se unidos num único sangue, como uma só grande família.
Jesus
utiliza a mesma palavra para os seus discípulos (Mt 23, 8; Mc 3, 35). (Mt 12,
50).
A fé de
Israel e da Igreja conhece Deus como aquele que ressuscita os mortos. (Rom 4,
17). Este Deus vencedor da morte, salvo Paulo no perigo da morte. Paulo
experimentou que lá onde o pensamento humano não existe possibilidade de
salvação lá reina soberana e providencia e a mão de Deus. Por isto Deus na
Bíblia é chamado o Salvador (Sal 18, 3; 10,6).
11: Paulo
continuará a encontrar perigos que só a graça de Deus o libertará. Por isto ele
pede o auxilio da Oração dos cristãos. A oração protege o homem. Paulo pede uma
oração de intercessão, mas, logo depois, pede uma oração de agradecimento. Para
o cristão a oração é sempre ação de graça, pois ele faz a experiência constante
da graça de Deus.
12] Que sentido tem esta atitude de Paulo? Porque ela se vangloria?
Ele mesmo não tinha proclamado que “ninguém deve se gloriar perante Deus
(1 Cor 1, 29).
É na cruz do Senhor que é possível gloriar-se (gal 6, 14). Gloriar-se do
fato que Deus salva o homem da destruição da própria vida e da própria obra do
mesmo modo que, através da morte da cruz, conduziu Cristo para vida. É aquele
vento (?) onde o homem não olha pra si mesmo, mas para o futuro que Deus lhe
concederá.
A santidade do Apostolo não é outra coisa que o amor com que Deus ama os
cristãos.
15-16: Esta segunda visita deveria ter sido uma segunda graça para
aqueles cristãos.
O Apostolo não se sente só mestre e pregador, mas também intermediário
da graça e mediador entre Deus e os homens e a sua presença na comunidade
irradia a ação da graça. (cfr Rom 15, 29).
17-18: Paulo mudou os próprios programas e alguém em Corinto não gostou,
pensando que ele faz os planos não segundo Deus, mas seguindo a carne e diz sim
e não segundo a lua. Paulo responde a estas acusações apelando-se a Deus. [É
uma polemica que ensina a atitude do apostolo, que tem a responsabilidade de
guiar às comunidades. De um lado é fundamental aprender a planejar um trabalho
pastoral não conduzido por lógicas humanas, mas em constante escuta da Palavra
de Deus; do outro lado é também importante aprender a responder com calma e
paciência aos questionamentos da comunidade].
19. Silvano e Timóteo tinham ajudado Paulo na fundação da comunidade de
Corinto (cfr At 18, 5). A palavra dos apóstolos deve concordar com o Evangelho
que Eles estão pregando. Desde que Jesus chamou os discípulos para segui-lo, a
vida deles deve ser vivida na imitação fiel do Mestre.
20. Cristo é o grande sim de Deus, pois nele foram confirmados e se
cumpriram às promessas de Deus. Todo o N.T aplica o A.T a Cristo e a Igreja. O
grande sim de Deus ao mundo, que é Cristo, é acolhido na Igreja. No amém a
Igreja expressa a própria fé e o convencimento que as Palavras de Deus são
verdadeiras e sempre se realizam.
Este sim da Igreja ressoa por meio de Cristo: de fato a oração é feita
por meio de Cristo. A verdadeira oração não é apenas uma atividade humana, mas
nela expressa-se perante Deus. Espírito de Cristo comungado ao crente (cfr Rom
1, 8).
21-22 – Deus confere para a comunidade, firmeza e unidade.
O Batismo comunica o Espírito: mas ensina isto a unção mediante o
Espírito. Com o Batismo o homem é subtraído do poder do maligno e torna-se
propriedade de Deus (cfr Ez 9, 4-6; Ap 7, 2-8).
- Para o tempo presente o selo (?) e o dono do Espírito é o Penhor da
verdade na pertença a Igreja e na comunhão com ela.
Penhor: garante que Deus tem a vontade do doar no final a
plenitude do dom.
O Espírito é Penhor, pois, colocado no coração do cristão, faz-lhe
experimentar, desde agora, a vida futura, dando-lhe a certeza dele.
O Espírito é a “unção” que faz de um homem um cristão, dedicado a
Cristo, e é penhor do dom futuro e definitivo. Ungidos é o título que o
salmista dá aos hebreus que desceram ao Egito: a unção os tornava intocáveis.
23-24: Justifica a mudança de planos e o cancelamento da visita. Desde a
situação em Corinto, deveria ter-se apresentado e agido com severidade,
cansando profunda tristeza, provocando talvez um clima de tensão excessiva,
quando era necessária a alegria partilhada. Por isso preferiu afligir por
carta, curar a distância. Desse modo, a próxima visita (13, 1-3) será serena e
prazerosa. A alegria tem que ser um sentimento partilhado. Escrever a carta
severa custam “lágrimas” a Paulo (At 20, 31), porque ama os Coríntios. Dominam
essa seção e os versículos seguintes as palavras. “Afligir, aflição”, repetidas
oito vezes, como que explicando uma “tribulação” em contraste com o “cansado”.
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