Paolo Cugini
O justo perseguido
2-4:
desolação para não receber a resposta de Deus. Oração que não é escutada.
5-6:
lembrança do relacionamento de Deus com o povo no passado: oração escutada.
7-9 situação
pessoal do salmista: solidão, desprezado, perseguido.
10-11:
experiência de Deus do salmista
12-14:
pedido do salmista
15-16:
situação do salmista
17-19:
situação de perseguição
20-22:
pedido
23-25:
louvor de Deus para ter escutado o pedido e desejo de anunciar.
24-25: é o
contrário de 2-3
26-27: certeza
que Deus escuta o pedido do pobre
28-32:
descoberta da religiosidade de Deus
Comentário:
É um Salmo
importante, pois foi o mesmo Jesus que rezou com este Salmo na hora da morte
(Mt 27, 46).
De certa
forma é um Salmo de suplica e de agradecimento ao mesmo tempo com os outros
salmos (18, 20, 21). Só que este Salmo tem como característica que o sofrimento
é extremo, e que levou o salmista a beira da morte (22,18).
Então a
libertação assumiu matiz de uma ressurreição.
O Salmo é
dividido em duas partes bem separadas: a primeira a lamentação, a segunda o
agradecimento. No mais somos convidados a imaginar salvação, a resposta de
Deus.
V.2 é
preciso imaginar esta oração depois de um comprido pedido, por muitos dias o
salmista andou rezando e nada de resposta até que não agüentou mais e saiu com
este versículo.
·
Só que o conteúdo do pedido é paradoxal,
contraditório. De fato de um lado a invocação “Deus nem” expressa a ligação.
·
Relacionamento íntimo entre Deus e o
salmista, e do outro lado uma acusação: Tu me abandonastes.
·
“Tu és longe da minha salvação”: se Deus é
salvação como é que Deus pode ficar longe da pessoa que Ele mesmo salvou?
Perante esta contradição o salmista fica decepcionado. (cfr. Jô 27, 2; 34,5).
É a experiência da fé: quando Deus parece esquecer do homem (antes
apresenta-se como salvador, misericordioso e, depois, se afasta).
V. 3 Também neste versículo encontra-se o contrário daquele que é
falado nos salmos (cfr 118, 5). De fato quando em grito, o Senhor escuta. No
nosso caso é o contrário.
4-6 Isto é estando, pois JHWH sempre apresentou-se como o Deus
presente que doa a vida, enquanto aqui parece ausente. Se lembra o passado
tenha recordação da obra de JHWH para com os pais de Israel, mas agora esta
salvação parece pertencer só ao passado longe que não me alcança.
7-9 mas eu [quanto a mim] aponta toda a distancia entre o passado
e a realidade presente.
O salmista sente-se como excluído de seu povo: a angustia é
imensa. O povo foi sempre atendido e ele não-percebe que não pode mais participar
da Assembléia litúrgica e aos irmãos; sente-se marginalizados da condição
humana. Aliás, o mesmo ficar junto com os outros, que deveria ser motivo de
insegurança: V.8 todos zombam de mim e é considerado um maldito, uma pessoa que
ninguém quer aproximação. V.9 agora nem Deus pode fazer alguma coisa: chegou a
hora, a morte aproximou-se.
10-11: o salmista lembra também a própria experiência que é
positiva, pois sempre encontrou Deus ao seu lado.
Então V.12 “não fiques longe”
O salmista encontra-se nesta situação porque é rodeado de animais
ferozes que estão caçando-o. O salmista está enfrentando uma ameaça física e
ele tem medo. Não é explicada as situações nos pormenores, mas dá pra entender
que está experimentando a oposição dos autos.
V.15: Tudo isto é narrado com uma imagem do organismo humano.
V.16: e também com a imagem da sede.
V.15-16: fica claro que é tudo o organismo está perdendo de vida
Tu me coloca na beira da
morte: é dirigida a JHWH.
Na realidade são homens que estão oprimindo ele, mas o salmista
joga a culpa nas costas de Deus. Isto é importante, pois se é Deus que provoca
a condição de morte, Ele mesmo oferece a vida.
17-19: o salmista é como morto – já podem repartir ás vestes.
20-21: é repetido – pedido de Deus, levou até perto da morte, pode
também levar novamente a vida.
II ª parte do Salmo
23-25: De repente o
salmo muda de tom- então teve uma intervenção de Jesus. O Salmo não revela o
tipo e a maneira desta intervenção. O Salmo começou com um gride desesperado e
agora se abre ao agradecimento, pois Deus se deu a conhecer.
- Nome do Senhor: é aquilo que o Senhor fez, o nome de JHWH é
aquilo que de Deus temos experimentado.
Em plena assembléia te louvarei: antes o salmista foi colocado por
fora, não podia participar da liturgia a Israel. Agora é ele que puxa os homens
– quer dizer que quando a experiência da salvação de Deus é autentica, envolve
também os santos.
O salmista se apresentava como um verme, desprezado, mas na
realidade Deus o escutou.
26-27: O convite para participar e sua alegria se estende até aos
pobres – tema do N.T.
28-29: Não são apenas os pobres que deve louvar a Deus, mas a
humanidade toda.
Reino de Deus: amor, justiça.
30: Também os mortos.
Reflexão:
“Deus operou” – “Deus agiu”: é isto que será anunciado às gerações
vindouras.
Deus é aquele que é capaz de agir.
Deus não ficou parado, não existe ninguém que possa parar a ação
de Deus.
Os evangelistas morreram a paixão de Jesus, pensaram a este salmo.
Este salmo narra o sofrimento do justo.
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