lunedì 20 luglio 2015

DO MINISTERIO AO MISTERIO



Paolo Cugini


1. 1 Reis 19, 1-18. É um texto tirado do ciclo de Elias.

O texto lido começa com a ameaça de Jezabel na forma de juramento. É importante lembrar que o nome de Elias quer dizer “O meu Deus é Javé”. Toda a vida de Elias foi um luta para o Javismo, uma luta contra toda qualquer forma de idolatria e de sincretismo.

2. A fuga e Elias.

Este trecho diz, antes de tudo, que a fuga de Elias é uma fuga para salvar-se, mas no contexto do caminho, percebe-se que á Elias desapareceu a vontade de viver. Isso é estranho, pois a Bíblia apresenta Elias como um grande lutador, que nunca desiste, com um espírito de valente. Apesar disso, neste trecho, parece que Elias não tenha mais vontade de viver.
Agora basta Senhor”. Deixou o seu servo por esta vontade de morrer, de se deixar morrer.

“Não sou melhor que meus pais”. Esta é a motivação que Elias coloca pra pedir a Deus a morte. È a incapacidade de ver um futuro na própria vida. A vida tem sentido quando é um caminho de crescimento, de enriquecimento; a vida é pensada assim: é feita de transformações e, a transformação, deve ir inevitavelmente rumo ao melhor. Quando esta esperança d melhorar ávida desaparece, desaparece também a vontade de viver. Elias, então, parece ter chegado ao topo da vida, a este ponto aonde não consegue enxergar mais nada na frente. Se deita e dorme: este sono é como uma sorte de antecipação da morte. É uma maneira de aplacar a consciência, de adormecer o sentido de falimento, de fracasso total da vida que Elias está sentindo. Este sentimento negativo está tirando á Elias toda a energia psíquica e espiritual para continuar a viver.

Levanta-te e come”. Se Elias não morreu é porque Deus entrou no meio da historia. Por duas vezes o anjo do Senhor convida Elias pra se levantar e comer. A segunda vez o anjo acrescenta uma motivação importante: “O caminho te será longo demais”. Claramente a referencia não é apenas ao caminho físico que Elias deve realizar, mas ao mesmo caminho da vida, á vocação de Elias, ao seu ministério. É por isso que Elias deve aceitar de se alimentar, alias, que o anjo de Deus o alimente. Nessa altura a fuga se torna uma romaria com uma meta bem precisa: o monte de Deus, o Horeb. É nesta montanha que Moises encontrou o Senhor (Ex 33, 23). De uma certa forma a romaria se transforma em uma viajem á busca da fonte do Javismo e, então, da mesma vocação de Elias.

3. A teofania.

“Que fazes aqui Elias?”. É uma pergunta que parece ser uma reprovação. É uma pergunta que deve provocar a reflexão de Elias, sobre o motivo do próprio fracasso, da fuga que o levou ao deserto do Sinai. É uma pergunta que deve ajudar Elias a entender a origem de todos estes sentimentos que o levaram tão longe do seu ministério, descobrir a fonte do seu medo. Elias foi longe do lugar do seu ministério, pois o seu ministério não é ali, não é no Sinai, mas é em Israel, pois é em Israel que está sendo travada a luta entre o Javismo e o baalismo. Esta é a luta pela qual Elias foi chamado por Deus e é exatamente ali que Elias deve se encontrar.
Os Israelitas abandonaram a tua aliança”. É a desculpa de Elias. De uma certa forma a desculpa de Elias é uma mentira. De fato não é verdade que Israel esqueceu Javé, pois no cap 18, 39 ouvimos este grito: “Javé é Deus!”. Também não é verdade que “demoliram os altares”, porque no Carmelo foi reconstruído o altar do Senhor (18,30). Isso é normal pois quando uma pessoa vive uma crise existencial não consegue enxergar as coisas de uma forma real, autentica, ma muito distorcida. É a amargura que fecha os olhos de Elias, o seu medo de Jezabel que provoca estes sentimentos negativos e um julgamento excessivamente pessimista sobre a realidade que o rodeia.

“Sai e fica na montanha diante de Javé”. No começo do ciclo de Elias oprofeta tinha-se apresentado assim: ”Pela vida de Javé, o Deus de Israel, que eu sirvo” (17,1). Neste contexto é confirmada a vocação, a identidade do profeta.
vv. 12-13: Não é possível identificar o Senhor com as forças da natureza. Quando o Senhor vem podem chegar relâmpagos, como já aconteceu na teofania do Sinai com Moises (Ex 19,16). Só que não podemos identificar o Senhor com a natureza e as suas forças. É por isso que o Senhor se manifesta perante Elias de uma forma surpreendente, inesperada, como “o ruído de uma leve brisa”. A tradução literal seria: “Uma voz do silencio leve”. Voz e silencio são duaspalavras contrarias. Isso quer dizer que não é possível definir a Deus. È de uma certa forma aquilo que afirmava a teologia negativa de Cusano. Deus, apesar de tudo, permanece um mistério para o homem e qualquer tentativa de defini-lo, identificá-lo, como, por exemplo, com as forças da natureza, é sempre um caminho errado. Deus é um mistério inexprimível, que a Bíblia para dizer algo sobre Ele utiliza dois contrários: voz e silencio. Que Deus seja voz, ninguém tem nada a dizer contra: a Bíblia é sem duvida nenhuma a expressão plena desta voz. Deus porem é também silencio, no sentido que é inexprimível, inefável. Claramente esta que encontramos é uma maneira de expressar a diversidade de Deus, no confronto de todas as imagens que o precederam e de colocar o homem perante á aceitação do mistério, do fato que o homem não pode nunca tentar de encaixar nos próprios esquemas as intervenções de Deus.

“Que faz aqui Elias?”.A resposta é a mesma de antes. E Deus convida Elias a voltar atrás, lá aonde acontece a luta, aonde tem que servir, aonde precisa testemunhar o Senhor, aonde precisa se opor a todas as alterações e deformações do nome do Senhor. (O ministério é também isso. É testemunhar o Senhor num mundo que não o conhece sabendo que este mundo é amiúde no mesmo contexto eclesial). Deus pede Para Elias não ter medo, não e deixar vencer do medo. A historia não se tornou aquele caos insuportável que Elias reclamava: pelo contrario, a historia está bem firme nas mãos de Deus. Elias pode voltar tranqüilo, pois a vida é assim mesmo, é um continuo contraste, conflito que se vence somente se  aprende a viver constantemente em Deus.

Ungiras Eliseu”. É anunciado o fim de Elias, o fim da sua profecia, do seu ministério. Elias deve aceitar também de desaparecer. A final de conta ele, como todos os profetas, é apenas um enviado de Deus, um instrumento nas suas mãos. O fim de Elias não significa que Elias perdeu, mas pelo contrario que a causa pela qual ele lutou continua. Ser ministro de Deus pressupõe aprender a viver despojado, a não se apegar demais as próprias idéias, a própria força,aquilo que se constrói, pois tudo está nas mãos de Deus. A unção de Eliseu quer dizer que Deus decidiu de dar continuidade ao trabalho realizado por Elias. O designo de Deus é maior do que Elias. Elias é extraordinariamente grande, mas o designo de Deus é uma outra coisa.

“Me pouparei em Israel sete mil homens”. É o famoso resto de Israel. Este grupo de pessoas é o futuro do Javismo, é o futuro do designo de Deus em Israel.

4. A renovação do compromisso profético de missão.

Atualizar este texto na nossa vida, no nosso ministério.
- Quais são as ameaças que hoje estão nos amedrontando?
Quais são os mecanismos de fuga que inventamos? Talvez não estamos fugindo, mas existem vários mecanismos de fuga, como, por exemplo, criar outros interesses, etc.

- Como transformar a fuga em romaria? Não pensar o nosso caminho como determinado pelos fracassos, decepções, mas orientado rumo a que? Uma romaria rumo ao Senhor, aprendendo a colocar nas suas mãos todas as nossas crisis, frustrações. Como encontrar a força para realizar este caminho? Que alimento utilizar?
- A pergunta do Senhor: “Que fazes aqui Elias?” Estou no meu lugar atualmente no ministério? Quais são as minhas justificativas?

- Como reencontrar a confiança no cumprimento do plano de Deus?




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