giovedì 8 febbraio 2024

VI DOMINGO TEMPO COMUM B

 




Mc 1,40-45

 

Paolo Cugini

Ao ler o Evangelho e observar atentamente a ação de Jesus na história, na vida quotidiana dos homens e mulheres do seu tempo, fica claro o significado das suas ações, que pode estar contido nesta expressão: libertar a humanidade da lepra da falsa religião. Isto é claramente visível no Evangelho de hoje: Mc 1,40-45. É um Evangelho cheio de estranheza. Por que, de fato, o leproso não pede para ser curado, mas para ser purificado? Isto é muito estranho. A palavra purificar é repetida quatro vezes em alguns versículos. É clara a referência àquela teologia que provavelmente surgiu na época do Javismo, em que a doença é interpretada como sinal de pecado. Como sabemos, este não será apenas um tema que encontramos frequentemente nos salmos, mas também o tema central do livro de Jó.

Nestas primeiras linhas está o drama do leproso que não é apenas marginalizado pela sociedade, mas também pela religião. Se a exclusão do contexto social é compreensível, a exclusão religiosa o é muito menos. Qual Deus, podemos perguntar, é aquele que exclui os marginalizados? Onde está sua misericórdia? Como podemos nos aproximar de um Deus assim? A quem recorre o marginalizado se até Deus o açoita? Sem dúvida, o que   se apresenta aqui não é o Deus da revelação, mas o deus dos homens, o deus dos poderosos, que têm interesse em manter homens e mulheres subjugados. Na verdade, enquanto os homens precisarem de se apresentar ao sacerdote, isso significa que o poder religioso e político poderá controlá-los. Existe toda uma religião, a falsa religião que escraviza homens e mulheres, tornando-os prisioneiros de regras e rituais.

Ao purificar o leproso, Jesus liberta a humanidade da falsa religião, dos falsos ídolos, da religião dos preceitos, da falsa teologia, daquela teologia que surge do poder político e religioso para controlar a vida dos homens e das mulheres. Jesus cura o leproso e o liberta. Purificando o leproso, Jesus declara que a teologia que aponta a doença como sinal de pecado não vem de Deus, mas dos homens. Desta forma, Jesus adverte a humanidade contra a falsa religião, contra a falsa teologia.

Como entendemos se estamos seguindo uma teologia falsa ou verdadeira? Como podemos entender se estamos enganados? Assim que o leproso é purificado, ele sai livre, feliz com seu novo estado de vida. Antes, quando era leproso, teve que se esconder, foi rejeitado, foi excluído da vida social e religiosa. Quem vive subjugado pela falsa teologia tem medo de se expressar, de dizer a verdade. A liberdade que Jesus traz ao mundo, que desmascara a lógica da morte das supostas teologias e dos supostos ídolos, torna o homem e a mulher ávidos de liberdade e de comunicar a todos a sua nova situação. Este é o critério para discernir entre a adesão à verdadeira ou à falsa teologia: a liberdade de contar a todos o que se vive.

Por que o leproso não se apresenta ao sacerdote e não se importa com as prescrições de Moisés, como Jesus lhe havia ordenado? Porque já não precisa, agora está livre e, consequentemente, não tem contas para ninguém, mas apenas para Deus. Ao libertar o leproso da sua doença e da sua escravidão, Jesus quebra o sistema religioso e político opressivo. Estes gestos provocarão a ira dos fariseus, dos saduceus e dos doutores da lei. Será o caminho de libertação do homem e da mulher da falsa religião, dos ídolos e da falsa teologia opressiva que levará rapidamente Jesus à cruz.

Eventualmente a situação se inverte. Foi Jesus quem purificou e curou o leproso que não pode mais entrar publicamente numa cidade. Foi Jesus quem se tornou leproso. Por quê? É o preço que pagamos para nos tornarmos seus discípulos, arautos da verdade que vos liberta, da verdade que desmascara a hipocrisia e os interesses do poder. É deste Evangelho que necessitamos se quisermos viver autenticamente, não passando toda a vida fechados nos nossos pequenos corações por medo do mundo, mas livres para gritar a todos a beleza da vida em Cristo.

 

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