lunedì 19 dicembre 2016

A INTERPRETACAO DA BIBLIA NA IGREJA



Paolo Cugini

            [1] método histórico-crítico

            Histórico: não é porque se aplica a textos antigos, mas também Cristo ele procura elucidar os processos históricos de produção dos textos bíblicos.
            Os textos bíblicos, em suas diferenças.
            Crítico: com a ajuda de critérios científicos tenta tornar acessível ao leitor moderno o sentido dos textos.

            Etapas do método:
1)                          critica textual – procura estabelecer um texto bíblico que seja tão próximo quanto possível do texto original. (mostrar códigos do eu grego).
2)                          Analise lingüística: morfológica, sintaxe (cfr Paulo e cartas pastorais).
3)                          Critica literária: verifica a coerência interna do texto Jo 20, 30; Jo 4, 25 e Is 2(repetições, divergência, inconciliáveis -manifesta o caráter composto do texto); busca a origem das diferentes fontes.
Hinos, Salmos, históricos  4) crítica dos gêneres – ambiente de origem, traços específicos e evolução desses textos.
(J.E.D.P) 5) critica das tradições: situa os textos em correntes de tradição, dos quais ela procura determinar a evolução no decorrer da história.
6) critica da redação: estuda as modificações que os textos sofreram antes de terem um estado fixado.
7) critica histórica: se aplica quando o gênero literário é em relação com acontecimentos da história. (Isaías e Profetas).

Objetivo deste método: colocar em evidência o sentido expresso pelos autores e redatores.

Sentido da Escritura inspirada

Sentido literal: não é suficiente traduzir um texto palavra por palavra para obter seu sentido literal.
É aquele que foi expresso diretamente pelos autores humanos inspirados. Sendo o fruto da inspiração, este sentido é também desejado por Deus, autor principal.
Ele é discernido graças a uma análise precisa de texto, situado no seu contexto literário e histórico.
Geralmente o sentido literário de um texto é único, mas não se trata de um principio absoluto (ex Jo 11, 50).
Aspecto dinâmico: ex. Salmos rei – instituição verdadeira
                                                       - visão ideal da realeza.

Um texto escrito tem a capacidade de ser colocado em circunstâncias novas que o iluminou de forma diferente, acrescentando ao seu sentido novas determinações.
Sentido literal – é desde inicio, aberto a desenvolvimento culturas, que se produzam graças a “releituras” em contactos novos.

Sentido espiritual: o acontecimento pascal, morte ou ressurreição de Cristo, deu origem a um contexto histórico radicalmente novo, que ilumina de maneira nova os textos antigos e os faz sofrer na imitação do sentido.

Sentido expresso pelos textos bíblicos, logo que são lidos sob influencia do Espírito Santo no contexto do mistério pascal de Cristo e da vida nova que resulta dele. É então normal reler as Escrituras à luz deste novo contexto, que é aquele da vida no Espírito.
O sentido espiritual não pode ser confundido com as interpretações subjetivas ditadas pela imaginação ou a especulação intelectual.

3 níveis de realidade;
a) texto bíblico
b) mistério pascal
c) circunstâncias presentes de vida no Espírito.

Aspecto dipológico – Adão figura de Cristo (Rom 5, 14)
Dilúvio figura de Batismo (1 Ped 3, 20-21)

Sentido pleno: trata-se ou do significado que um autor bíblico atribui a um texto bíblico que lhe é anterior, quando ele o retoma em um contexto que lhe confere um sentido literal novo, ou ainda do significado que a tradição doutrinal autêntica ou uma definição conciliar dão a um texto bíblico.
Ex: 1) M 1, 23 dá um sentido pleno ao oráculo de Is 7, 14
      2) dogma trindade.
      3) dogma do pecado original Rom 5, 12-21

Seu fundamento: o Espírito Santo, autor principal da Bíblia, pode guiar o autor humano a escolha de suas expressões de tal forma que estas últimas expressam uma verdade da qual ele não percebe toda a profundidade.



A interpretação da Bíblia na vida da Igreja

Atualização
Já no interior da própria Bíblia pode –se constatar a prática da atualização.

Princípios:
1.      a at. é possível, pois a plenitude do sentido do texto bíblico dá-lhe  valor para todas as épocas e todas as culturas (Is 40, 8; 66, 18-21)
2.       a atualização é necessária: os textos foram redigidos em função de circunstancias passadas  é necessário aplicar a mensagem desses textos às circunstâncias presentes e exprimi-las uma linguagem adaptada a época atual.
3.       a atualização afetua-se levando em conta a  confimidade  A.T/ N.T.
4.       a atualização realiza-se graças ao dinamismo da tradição viva da comunidade de fé.
5.       o magistério da Igreja não está acima da Palavra de Deus, mas ele a serve ensinando só aquilo que foi transmitido.

Métodos:
A –at pressupõe um correta do texto.
A interpretação da Escritura pela Escritura é o método mais seguro – cfr: ex 16; sb 16, 20-29; Jo 6

Três etapas:
1)      escutar a palavra a luz da situação presente.
2)      Discernir os aspectos da situação presente que o texto bíblico ilumina.
3)      Tirar da plenitude de sentido do texto bíblico os elementos suscetíveis de fazer evoluir a situação presente de maneira fecunda.

Dimensões e características da interpretação Católica da Bíblia

·         A exegese católica não procura se diferenciar por método científico particular. (explicar).
·         Ele utilizou todos os métodos que permitam melhorar aprender o sentido do texto.
·         O que caracteriza a interioridade católica é que ela se situa conscientemente na tradição viva da Igreja, cuja primeira preocupação é a fidelidade à revelação atestada pela Bíblia.

1-      Releituras
 O que contribuiu para dar a Bíblia sua unidade interna, é o fato de que os escritos bíblicos posteriores apóiam-se muitas vezes sobre os escritos anteriores.
a) A herança de uma terra: gen 15, 7-18 – enredo no santuário Ex 15, 17 – participação ao repouso de Deus (Sl 132, 7-8) enredo no santuário celeste (Hb 6, 12. 18-20).
b) O oráculo do profeta Natã 2 San 7, 12-16 – 2 Sem 23,5; 1 Rs 2,4,3,6; 1 Cr 7, 11-14; Sl 89, 20-38; Sl 2, 7-8; Am 9, 11; Is 7, 13-14; Jr 23, 5-6; Os 3,5; Jr 30,9; Mc 11,10.
O reino prometido torna-se universal – Sl 2, 8; Dn 2, 35-44; 7,14; Mt 28, 18.
Ele realiza plenamente a vocação do homem. Gen 1, 28; Sl 8, 6-9; Sb 9, 2-3; 10,2.
c) Oráculo de Javé sobre os 70 anos de castigo. Jr 25, 11-12; 29, 10 é lembrado em 2 Cr 25, 20-23. é reme ditado de muito tempo Dr 9, 24 ss.
d) A afirmação da justiça retributiva de Deus (Sl 1, 1-6; 112, 1-10; Lv 26, 3-33) chocasse com a experiência imediata. Protesto – Sl 44; Jó 10, 1-7; e aprofunda regressivamente o mistério (Sl 37; Is 53; Sb 3-5).

2-      Relações entre A.T e N.T

·         As relações intertextuais assumem uma densidade extrema nos escritos do N.T, todo ferroado de alusões ao A.T.
Os autores do N.T, proclamou que a revelação encontram sua realização em Cristo – 1 Cor 15, 3-5; 1 Cor 15, 11 – segundo as escrituras.
·         A forma de Jesus viver manifesta não um capricho, mas uma fidelidade mais profunda à vontade de Deus – Mt 5, 17; 9, 13; Mc 7, 8-13.
·         A morte e a ressurreição de Cristo provocaram em alguns peitos um rompimento completo e ao mesmo tempo uma abertura inesperada de nomes (Mc 15, 26) provocou uma transformação na interpretação terrestre dos salmos reais. Sua ressurreição e sua glorificação celeste deram a estes mesmos textos uma plenitude de sentido inconcebível anteriormente, expressões que pareciam hiperbólicas devem doravante ser tomadas ao pé da letra.


              O Senhor – Sl 110,1
              No sentido mais forte: At 2, 36; Fil 2, 10-11; Hb 1, 10-12
   Jesus é realmente              Filho de Deus Sl 2, 7; Rom 1, 3-4
                                            Deus com Deus: Sl 45, 7; Hb 1, 8; Jo 1,1
                                            Seu reino não terá fim Lc 1, 32-33; Sl 45,7; 1 Cor 17, 11-14
                                            Sacerdote eterno Sl 110, 4; Hb 5, 6-10; 7, 23-24
                                        

            - Foi a luz dos acontecimentos da Páscoa que os autores do N.T releram o A.T.
           - O Espírito Santo os fez descobrir o sentido Espiritual. Foram assim conduzidos a afirmar o sentido profético do A.T, mas também a tornar fortemente relativo seu valor de instituição salvífica. (Mt 11, 11-13; Jo 4, 12-14; 5, 37; 6, 32)

             Paulo e o autor da carta aos Hebreus demonstram que a terá enquanto revelação, anuncia ela mesma seu próprio fim como sistema legislativo (Gl 2, 15-5,1; Rm 3, 20-21; Hb 7, 11-19; 10, 8-9;) – (ler p 109).
Conclusões:
  • A Bíblia é ela mesma uma interpretação.
  • É segundo a interpretação das comunidades e em relação àqueles que foram reconhecidos como Santa Escritura – ler p 111-112.
  •  

A interpretação na Tradição da Igreja

  • Os primeiros discípulos de Jesus sabiam que não estavam à altura de compreender imediatamente a totalidade da Palavra que tinham recebido.
  • Na vida da comunidade, faziam experiências de uma explicitação progressiva da revelação recebida. Eles reconheciam nisso a influencia e a ação do Espírito Santo ( Jo 16, 12-13; Jo 14, 26)


   Formação do cânon
  • Guiada pelo Espírito à luz da tradição, a Igreja discerniu os escritos que devem ser olhados como Santa Escritura.
  • O discernimento de um cânon das Santas Escrituras foi a conclusão de um longo processo.


[1] As comunidades da Antiga aliança reconheceram um certo número de textos a Palavra de Deus que lhes suscitava a fé e os guiava na vida, eles receberam estes textos como um patrimônio a ser guardado e transmitido.

O N.T. atesta sua veneração por estes textos: Rm 1,2; 2 Tm 3, 16; 2 Pd 1, 20s; Jo 10, 35; 2 Cor 3, 14.

[2] Esses textos a Igreja uniu os escritos que ela reconheceu.
a) de um lado o testemunho autentico proveniente dos apóstolos ( Lc 1, 2; 1 Jo 1, 1-3) e garantido pelo Espírito Santo (1 Pd 1, 12) sofre todas as coisas que Jesus fez (At 1,1).
b) do outro lado instituições dadas pelos apóstolos mesmos.

[3] Nesse processo numerosos fatores tiveram um papel:
a)  a certeza de que Jesus tinha reconhecido o A.T. e que esta recebia sua realização na Páscoa.
b) a convicção de que os escritos do M.T. provêm da pregação Apostólica.
c) a constatação da sua conformidade com a regra da fé e da sua utilização na liturgia Cristã.
d) a experiência da conformidade deles com a vida eclesial das comunidades.








A ESTRTURA DA VIDA ESPIRITUAL






 Paolo Cugini
O Deus fala no silêncio do deserto

1-       Deus fala ao homem (Heb 1, 19)
2-      É preciso escutar, prestar atenção (Dt 6,4)
3-      Para escutar é preciso fazer silêncio (Lam 3, 26)
4-     Deus fala no deserto (Ex 3,1; anos no deserto; Os 2, 169; Lc 3; Lc 4)
5-      O jeito de Jesus: (procurar lugar afastado, desertos, noite: Mc 1, 35; Lc 6, 12).
6-     Retiro espiritual para imitar a Jesus.

[1] “Em princípio Deus criou o céu e a terra”
Gen 1, 1-2,: é a primeira página da Bíblia.
O livro de Gênesis revela que a existência do mundo nasce de uma vontade livre do Criador. Deus quis fazer viver algo – fazer viver é a fórmula elementar do amor.
Amor quer dizer fazer viver. Eu amo alguém quando enriqueço a vida dele a protejo, defendo, quando doa-lhe vida.
Deus disse: seja a luz ...:a existência da luz é um ato de obediência cfr Baruc 3, 34-35
·         O livro do Gênesis quer conduzir-nos rumo este mundo prático de ver as coisas. Reconhecer de dentro da existência uma estrutura responsável.
·         Existir segundo a Bíblia, não significa possuir a existência, mas sim responder a um chamado de amor que te quer, que quer a tua existência e você existe respondendo.
·         É significativo que o livro do Gênesis invista no valor da palavra com que Deus chamam as coisas para a existência. Se têm algo de pessoal na experiência humana é a palavra mesmo: a palavra é minha, sou eu que me expresso.
·         Deus criou o mundo com a Palavra , pois ele não é uma força, uma lei da natureza, mas uma pessoa livre. É por isso que cada vez que Deus cria algo, acrescenta a Bíblia: e viu que era coisa boa.
·         Quer dizer isto? Se é verdade que o mundo tem coisas boas e ruins. É verdade porém, que antes e mais nada, como primeira atitude devo aprender a dizer sim, é coisa boa. E este sim o dizemos com atitude de agradecimento, dizendo isto experimento um sentimento interior de admiração, ou de respeito.
Cfr Salmo 104 (105): encerra desta forma: “dou glória ao Senhor para sempre; que é o nome de: e deus viu que era coisa boa”.
Existir é a mesma coisa que cantar ao Senhor: não tem sentido ser chamados a vida e não responder com uma ação de graça. Se existir é ser chamado a viver, viver quer dizer responder, cantar, louvar, bendizer.
-  O louvor deve acompanhar toda a minha existência.
- Deus criou todas as coisas, porém quando doa ao homem o livro de Gênesis coloca uma decisão de Deus. O homem pode não responder eis me aqui.
- O homem na sua experiência masalina/ feminino é imagem de Deus.
Aquela que Deus possui em cima do mundo a entrega ao homem. O homem no mundo representa, numa certa forma, a imagem de Deus.

“Dominar os peixes do mar” – é claro que o homem não tem o direito de abusar do mundo. Na realidade tem a tarefa de injetar no mundo a presença de Deus, é a soberania de Deus, então uma soberanidade de amor, da beleza, do esplendor. O homem pode usar o mundo não por capricho, mas conforme o projeto de Deus.
·         Imagem e semelhança de Deus não quer dizer que o homem parece com Deus assim como ele é, mas ser a imagem de Deus significa que Deus nos doou a possibilidade e a vocação de semelhar-lhe, mas sendo livres podendo dizer sim ou não, podemos contribuir a nossa vida com Deus ou contra Deus.
·         Existe um homem que foi de verdade imagem e semelhança de Deus: Jesus. Para nós o problema é olhar para Ele e fazer com que o nosso caminho toma o seu.

- Fazemos o homem a nossa imagem e semelhança: é um presente, mas da mesma maneira é uma tarefa.

Então pela manha abro a janela e vejo o mundo e devo aprender a dizer sim ao mundo, agradecer, pois este mundo vem de Deus. É verdade que neste mundo tem também coisas ruins, mas a atitude radical deve ser de abertura.

É claro que esta atitude não posso dirigi-la somente ao mundo, as criaturas: devo fazer isto também comigo mesmo. É importante chegar a esta visão de fé, a dizer sim a nossa vida sem condições, e me aceitar do jeito que sou.

- A minha vida Deus disse sim e me chamou por nome: existe o sim de Deus sobre a minha existência: Deus me aprovou!
- Este sim de Deus me sintoniza com a vontade de Deus e me ajuda a transformar em positivo a minha vida – cada pessoa é chamada a crescer. Se devo mudar em positivo a minha vida, devo começar daquilo que a minha vida é.
- Nestes dias de Retiro é bom fazer a lista das coisas que devo aprender e aceitar.

Salmo 8: no oriente da Bíblia só Deus possui a glória. Tu Senhor, coroaste de glória o homem. Não é um caso que o N.T aplicou a Jesus esta expressão.

É importante aprender e dizer sim e acertar os não. O problema é começar destes não para criar uma atitude mais positiva perante o mundo.
Conselhos para o retiro...

[2] Eterna é a sua Misericórdia

Salmo 136 (135) é dividido em 2 partes com um refrão que acompanha o Salmo todo.
1-9: fala da obra da criação.
10-22: depois é narrada a obra de Deus quando libertam Israel do Egito.
23-26: conclusão onde o passado entra no presente.

O que quer dizer o refrão? “Eterna é a sua misericórdia
MisericórdiaHesed – amor fiel.
Indica a fidelidade deste amor que uma vez dado é guardado com perseverança.
Eterna: não significa fora do tempo, se voltamos no passado, e um ano atrás encontraremos sem dúvidas coisas diferentes, pois o mundo muda. Mas encontraremos sempre a misericórdia de Deus.
Mudam as estruturas de tempo, as obras, os eventos, mas a misericórdia de Deus fica.
- Então estamos indo rumo a um futuro que é incerto e nos deixa inquietos, mas sobre a misericórdia de Deus podemos contar.
Eterno-abrange todo o tempo na sua totalidade.
Quando a Bíblia narra a experiência de Israel, narra um fragmento desta misericórdia, , um fragmento que é significativo por toda a história humana. Naquela aparentemente pequena história [ e libertação do Egito] Deus manifestou a sua misericórdia.

É o que esta misericórdia?
Ex 2, 23-25: é um povo esmagado que não consegue fazer outra coisa que gritar a Deus. E Deus fez o que? Escuta, lembra, vê, conhece.
A misericórdia de Deus é esta: Ele não fica indiferente quando as pessoas passam necessidades, mas se deixa envolver da miséria humana, de brado de desespero.
- vamos colocar estes verbos em referimento a nós, que Deus escute quando gritamos; que Deus se lembre de nós; que Deus se compromete para conosco; que Deus veja aquilo que estamos passando; que Deus conheça a nossa vida.
- Nesta história Deus não fica envolvido só afetivamente mas efetivamente – prepara um libertador – Moisés para libertar o seu povo.
Só que Moisés colocou uma objeção: “como se chama (Deus)?” (Ex 3, 13-15). O problema é o nome de Deus. Deus tem um nome? Se não tiver um nome não existe, pois o nome expressa a identidade de alguém.
Do outro lado se conhecermos o nome de alguém o definhamos, podendo compreende-lo. Por isto Deus é inominável.
- Existe então uma tensão, Deus não pode ser sem nome, pois seria sem identidade, mas nem pode ter um nome, pois seria manipulado.
Deus respondeu a Moisés! “eu sou aquilo que sou”

Eu sou é o nome de Deus? De certa forma sim, pois expressa a experiência de Deus. Deus garante isto: Eu sou: naquela experiência de opressão você não fica sozinho. Pois eu estarei aí – que Deus é presente o povo o verá em várias circunstancias (cita-las) .
Desta forma afirma-se que não somente Deus existe, mas existe como salvador, como um Deus que vive perto, que toma de conta de Israel, um Deus de amor e misericórdia. Cfr Os 1, 9

Os 2, 16-25: Israel é ligado a Deus com um relacionamento de aliança e a imagem mais linda para expressar isso é o matrimônio. Deus casou com Israel, amo-a, e Israel viveu este amor pausal no tempo do Êxodo, no deserto. Só que Israel abandonou o Senhor para seguir outras divindades – a essa altura Deus pune Israel, leva-o no deserto e diz: “... não me chamarás mais nem patrão, mas marido meu”.

- Israel se dá conta que Deus não é um patrão, mas um marido, relacionamento com Deus, não é de submissão nobreza, mas de amor fiel. Deus quer uma esposa, ou uma serva. É preciso que Israel reconhece a verdadeira identidade de Deus. Deus é um marido que exige obediência, mas a obediência de amor e de fidelidade.

Os 2 20-ss: Não somente é pacificado Israel, mas o mundo inteiro, pois o pecado de Israel, do homem, foi uma desolação do mundo inteiro e então reflorescera o paraíso, - lugar da pet, a plenitude da vida, da alegria.
“Então eu me casarei cauai”.

(Os 2, 22): Quando o hebreu se case, paga ao pai da esposa um preço – para obter Israel Deus paga um preço, leva a própria esposa, como presente das bodas: o direito, a justiça, o amor, a fidelidade.

Porque isto?
Oséias percebeu que o homem deixado sozinho, não consegue responder ao lado de Deus. O homem consegue perceber o amor de Deus, mas vive em realidade de fraqueza interior, que não da pra protelar de muita fidelidade. (cf Os 13, 3).

O problema é que o coração de Israel é doente de infidelidade e não consegue aguardar a hesed, o amor fiel pra sempre.
A misericórdia de Deus é eterna, a misericórdia do homem é efira então Deus leva esta misericórdia como presente de bodas – lutraduz dentro da vida do homem na fidelidade que o homem deseja sem conseguir a viver, então doa-lhe a justiça (o respeito da realidade, do valor das coisas e das pessoas); o direito ( a observância da lei de Deus),  a benevolência (a capacidade de comover-se, ter um coração, entranhas que sabem comover-se praute a outro). O amor (o amor fiel).
Fidelidade – é a confiança
Israel recebe de Deus como dádiva esta fidelidade. Então daquilo que Israel vive podemos ter confiança. Só a esta altura Israel conhecera o Senhor.
Conhecer – é um conhecer por experiência e não por estudo – conhecer por ter feito a prova de algo.

Os 2, 23 – Tem uma espesidade corrente no verbo “responder” e é importante. Defeito uma das experiências, mas dolorosas é aquidade vai obter resposta. Eu falo e o outro vai e entende ou eu falo e o outro vem presta atenção – Esta falta de comunicação neste dia será fizado e formara uma corrente de correspondência.

Os 2, 25 – A rachadura é consertada.
Nestes textos bíblicos tem a experiência de uma comunhão de amor entre Deus e o homem, Deus que foi  em busca do homem para construir com ele uma ligação de fidelidade. Aqui existe a manifestação de Deus que do homem e, do outro lado, do homem que experimenta o ser conhecido por nome e amado por nome.
Isso chama-se eleição.
Cada um de nós é tudo para Deus.
Eu tenho um valor perante a Deus que não pode ser comprado com nenhuma coisa do mundo.
- É preciso então colher o significado da nossa vida perante Deus como relacionamento de amor, de comunhão.

Is 43, 1-7
“Aquele que te criou” criar, quer dizer, fazer do nada, fazer algo de maravilhoso que só Deus é capaz de fazer.
“Aquele que te formou” cf ilvasaio com o barro. O barro é algo que não tem valor, mas a arte de Deus é grande.
“Não temos pois eu te redimir...” redimir é uma expressão tipicamente bíblica. Deus pagou um preço pra resgatar Israel e também Deus considera do mesmo sangue de Israel, perante próxima; Deus pagou o preço para o resgate de Israel, pois sentiu-se envolvido na sua liberdade. Deus é parente com o homem por eleição.

“Eu te chamei por teu nome” eu te dei a tua identidade. No relacionamento de amor, nós descobrimos a nossa identidade. O fato que tu me quer bem dá um sentido, uma identidade a minha vida.


     

A PATERNIDADE DE DEUS





DEUS É PAI

Retiro espiritual para jovens

MEDITAÇÃO

Paolo Cugini

Quem é o Deus em que nós acreditamos?

Cf. Oração Litúrgica: é uma oração dirigida ao Pai, por meio de Cristo e se cumpre no Espírito Santo. É uma oração com uma estrutura trintária.


  • Para muitos este tipo de oração é estranho. O homem de hoje busca Deus através de uma oração espontânea; o Deus do homem de hoje é um Deus genérico, que pode bater com o destino do horóscopo, ou com a invocação dos espíritos, ou de alguma prática popular etc. È um Deus da minha preguiça, vontade.
Só que o Deus da revelação não é assim. Ele tem um rosto preciso: é um Deus pessoal que entra no relacionamento com os homens, com palavras precisas, pedindo uma resposta certa. É um Deus ciumento, que não gosta de ser misturado com ninguém. (Sentimento de traição).
Cf. : Ex 20, ; Zc 14, 9; Zc13, 2; Is 45, 6.

Cf. Josué 24: a grande assembléia de Siquém – é preciso escolher entre Deus ou os deuses. Não é possível mistura-los. É uma escolha que deve ser feita com referência para uma revelação bem clara, com palavra e gestos bem determinados.

(Rezar é permanecer na presença do Senhor – ficar com ele).

Se Deus é um Deus impessoal o relacionamento com Ele é impessoal. Não é importante que eu lhe queira bem; quando fiz os meus gestos, os meus ritos, tudo acabou. (é o Deus dos fariseus).

  • A partir da imagem que nós fazemos de Deus, muda maneira de nos relacionarmos com Ele.

Jer 2, 4 – 8: O homem tem a tendência a assemelhar-se com aquele que adora (cf. poder, dinheiro, etc).

Problema: qual deveria ser o rosto do Deus dos cristãos?

Ex 6, 2 – El Shaddai – Deus todo poderoso – é um nome
Ex 3

  • Quer dizer que Deus é na história de Israel aquele que se faz presente – não é um Deus escondido, que fica no seu cantinho. Sem dúvida Deus é transcendente, além do tempo e do espaço; porém o Deus de Israel é um Deus que se aproxima, que existe, que se faz presente.

Naquele momento, naquela época em que o povo está sendo massacrado, humilhado, Deus se revela, dizendo: eu estou aqui, este é o meu nome. (cf. Lc 2, 15)


E que Deus existe é possível vê-lo pelos seus atos. Ex 3
É um Deus capaz de ser atento ao homem. 
Cf. Ez 16, 1-14.
Aquilo que está atrás do nome é: o Senhor, ou seja, um Deus que faz viver, um Deus que olha com bondade, com amor. É o amor de Deus que faz de uma criatura algo de lindo. (cf. Lc 10)

Se perguntarmos a Bíblia: Quem é Deus? Ela responde: Deus é o Senhor, é aquela pessoa ai. O Senhor é um nome pessoal, é o nome de batismo, é ele que nos libertou do Egito e da escravidão.

O Senhor é Pai – Ex 4, 21-22 – Deus escolheu Israel como fosse seu filho. Deus deu jeito sem explicação, decidiu isto.

É um privilégio, mas também uma responsabilidade. O comportamento de Israel deve ser de Filho. Todos os pecados de Israel são rebeliões de um filho contra o Pai (Cf. Is 1, 1).

  • Este é o pecado de Israel – a rebelião.


Is 43, 19  - “Eu te resgatei”  (ler)

Este é um texto pra gostar, interiorizar, pois é um daqueles textos que infundem segurança, esperança, a capacidade de enfrentar com alegria a nossa vida, de aceitar aquilo que somos, a nossa realidade, também nas fraquezas, pois é um texto que nos ajuda a entender a postura de Deus para conosco – Deus criou Israel, o moldou e o resgatou.

Resgatado – é uma referência ao direito do povo de Israel. Se uma pessoa cai na escravidão por causa de dívidas, deve servir até acabar com a divida. E se por causa da guerra, foi feito escravo, o parente próximo, há o dever de fazer de tudo para liberta-lo, para resgata-lo.

“Eu te resgatei” quer dizer que Deus te considerou como seu parente de ser parente próximo Deus e decidiu por amor, não é uma questão de genealogia, é simplesmente o amor de Deus que tornou-se pai de Israel e então comprometido para com ele.

“Te chamei por nome, você me pertence” nome – é a identidade de alguém. O meu nome é a minha cara, o meu coração, a minha história, a minha experiência, os meus sonhos.

Israel não tem outra identidade a não ser aquela que lhe vem do Senhor, do seu amor. Se Israel é alguma coisa é simplesmente porque o Senhor o amou. Tudo isto está dentro do meu nome.

No momento em que o amor de Deus alcança Israel, Israel se tornou alguém, tornou-se o Tu de Deus, o parceiro de Deus. A minha identidade é fruto do relacionamento como o outro. É no rosto do outro que eu descubro aquilo que eu sou.

Ninguém tem a própria identidade em si mesmo.

O meu eu é formado do amor dos outros, do amor de Deus.

É por isto que Israel pode enfrentara história com confiança. Israel é fraco e a história pode esmaga-lo, como esmagou o império dos assírios, Persas, Babilonenses.

“Quando cruzares as águas eu estarei contigo” – pode enfrentar o caminho da história com confiança, a tua segurança é o amor de Deus que é maior do que a história.

Libertação: água e fogo – imagem de todos os perigos possíveis. Aqui a presença de Deus é tranqüilizadora.

Os israelitas que são chamados de volta do exílio são filhos e filhas de Deus, aqueles que levam o seu nome.
Este nome que Deus doa é a minha dignidade e não depende de outras coisas (do ser jovem ou velho, rico ou pobre) ninguém pode tirar a minha dignidade.

Cf. Is 11 – entra um elemento novo do amor paterno de Deus: é o perdão. Deus que não é capaz de destruir, e não é capaz porque o coração comove-se, forma de compaixão.

Isto é tipicamente materno.

Compaixão – Rakaim é o plural da palavra rakem, que é o útero materno.

Rakaim é aquela compaixão que é a compaixão materna, é aquele amor que uma mãe pode doar porque está escrito dentro do seu corpo, na sua carne. Deus não consegue punir o povo de Israel por causa deste amor visceral.

A que serve esta meditação?
Nos coloca perante Deus purificando a nossa mente de todas as imagens mundanas que poluem a nossa mente, para nos colocar perante Deus assim como os profetas o manifestam, ou seja um Deus que é Pai, que tem o coração de mãe.
A revelação bíblica nos diz não apenas que Deus existe, mas que Deus se interessa para com os homens e entra na vida dos homens. E a sua é uma intervenção de amor. E o amor, conforme Ez 16, quer dizer: viver, crescer, plenitude, maturidade. A imagem da paternidade de Deus quer apontar para isto – Deus é aquele que faz viver e dá a vida.


2ª MEDITAÇÃO:

O nome Pai é um nome de revelação: aponta o relacionamento  com Filho.

  • O relacionamento entre deus e Israel não se manifestou em toda a sua riqueza, porque Israel não foi a altura da sua vocação.

  • Aonde a paternidade de Deus se manifesta com plenitude é o relacionamento entre o pai e Jesus.


Lc 19,21-22: é um texto que nos conduz no relacionamento pessoal que Jesus estabeleceu com o Pai – é um texto trinitário. É uma oração que nasce do reconhecimento deu serenidade de Pai e da aceitação alegre da sua vontade.

Nesta oração percebemos como o caminho histórico de Jesus meio foi simples, aliás foi cheio de contrastes sobretudo com aqueles que tinham as chaves da ciência (paradoxo) – Jesus abraça esta realização do projeto de Deus “Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado”.

·         O problema do entendimento do caminho da história não é fruto de inteligência humana, mas é sabedoria que vem de Deus. Só Deus é o doador da sabedoria, e a doou aos pequenos.

Meu Pai entregou tudo a mim:
1)       Eu não tenho nada que não foi recebido
2)     O Pai não guardou pra si nada: Tudo o Pai entregou para o Filho. Existe entre Pai e Filho um relacionamento de doação total.

Isto nos ajuda a penetrar o mistério da trindade, pois a Trindade é uma troca de Deus.

O Ser Divino é essencialmente dom.

Nossa idéia de Deus – é aquele que possui o ser sem limitações – na realidade é aquilo que doa o ser sem limitações.

Além do dom não existe Deus.

“Ninguém conhece...”: O conhecimento de deus é mediato por Jesus Cristo pois só Ele recebeu tudo do Pai e reconduz toda a sua existência ao Pai.

Mas misteriosamente este conhecimento recíproco é aberto para todos os homens.

“A não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” p porque o Filho  e não o Pai? – porque o Filho entrou na história, é homem como nós, por isso é o Revelador.

·         Se queremos entender alguma coisa da vida de Jesus devemos considera-la no seu relacionamento com o Pai, porque toda a vida de Jesus vem do Pai e toda a vida de Jesus é doada pelo Pai.

Lc 2, 41-52: a 12 em Jesus participa de rito do Mar Mizzmar (filho do mandamento). É a cerimônia da maturidade religiosa – daquele momento o rapaz pode ler a Palavra de Deus na sinagoga.


·         Prevalece uma paternidade divina, que transcende os relacionamentos humanos.

“Por que me procurasse?” o lugar de jesus não é mais a família de Nazaré, mas a casa do Pai.

Is 12, 27-28: a vida de Jesus tem sentido nesta hora: nasceu por isto, caminhou, falou, sofreu por isto.

É a hora de Jesus, e a hora no qual a sua identidade deve revelar-se.

Que Jesus recebeu tudo do Pai e que a Ele devolve tudo e se consegue o vê bem só nesta hora, na paixão. Nunca Jesus foi plenamente si mesmo como nesta hora.

Identidade de Jesus – dono de si mesmo.

Antes Jesus doou alguns momentos de si mesmo, falando às multidões, curando os doentes, quando gastava o tempo pra eles, mas eram alguns momentos. Agora é a vida que vem doada é agora a identidade de Jesus que se manifesta.

Mc 14, 32-59: Jesus é um homem livre e deve temer posição no confronto de paixão.

É possível continuar a acreditar em deus perante a angústia, o medo, as trevas? – a “minha alma é triste até a morte”.

Cf Salmos 42-43: é a história de um homem exilado e o sofrimento maior é o fato que as pessoas lhe pedem: “Cadê o teu deus?” 
E ele não pode fazer outra coisa que lembrar com saudade o momento da caminhada com Deus. Salmo 42, 6

Salmo 43, 4 – o Salmo termina com a esperança “irei ao altar de Deus...”

Jesus expressa a própria condição com o Salmo 42-43.
Jesus está experimentando o medo, a angústia: como viver isto?
Jesus expressa com as palavras do Salmo 42, que narra à história de um homem desesperado que fez um caminho de esperança.
Quer dizer isto? Abrir uma brecha dentro do medo e da angústia para que neste medo possa entrar uma semente de esperança.
Aquilo que estou é só escuridão, mas através da oração eu coloco nesta escuridão um êxito possível de esperança de cristo.

A oração do Gestsemani, quer dizer isto: um caminho de sofrimento que Jesus realizou para abraçar a vontade do Pai.
Não era uma vontade fácil para ser abraçada, mas era uma vontade misteriosamente embrulhada de amor. Não era o abandono de Deus, mas a entrada na comunhão com Ele. Só que esta passagem é feita com sofrimento e precisa de uma grande fé pra ser realizada.

Cf. Heb 1, 19
Filho é reflexo da sua glória: é lindo da lindeza do Pai. Se Tu o olhas pode ser algo da santidade de Deus, do resplandecer de Deus.

Expressão do seu ser: a humanidade de Jesus é carne como a minha carne, mas nesta carne humana Deus imprimiu o seu marco como um carimbo. Na humanidade de Jesus Deus deixou o seu marco.
Então, se quisermos conhecer o Pai, sendo que não podemos conhecê-lo diretamente, devemos olhar aquela marca aí que é o seu Filho Jesus. Aquela é visível porque é imprimida na carne, os sentimentos, palavras, atos: então tu olha o isto e entende como é feito o Pai.

O mistério é este: que a carne humana possa expressar algo da substância de Deus – que a vossa fraqueza possa revelar a potência de Deus.

Se Cristo passou através da doação da sua própria vida, quer dizer que não existe nenhuma outra estrada, caminho para realizar a divinização da humanidade, a não ser este.

A divindade, segundo a revelação bíblica, não consiste no possuir a vida, mas no doa-la. De fato, só no momento em que Jesus doa a sua vida, deus imprime nele o seu marco e a humanidade de Jesus pode se tornar eterno.

O Mistério da Ressurreição é este:  por isto a Ressurreição é o único evento fundamental da história humana.

Único: porque tudo passa, só a humanidade de Jesus não é afogada, pois tornou-se eterna, porque na ressurreição entrou na glória de Deus. É o único pedacinho de mundo que tornou-se eterno.
 
Na realidade Jesus não se tornou eterno para si, mas para nós, porque também a nossa humanidade, a nossa carne, se torne eterna através dele. E  o mistério do Pai se revela aí mesmo, na ressurreição de Jesus.

Rom 6: O Pai dando a glória ao Filho o tornou  eterno, vencedor sobre o poder da morte.

Existe um caminho de obediência de Jesus ao Pai que passe através da entrega da própria vida.
A humanidade de Jesus torna-se perfeita porque é transformada em dom. não existe uma humanidade divinizada a não ser a humanidade que é transformada em dom: aquela de Cristo na sua paixão e ressurreição, aquela dos crentes através do caminho de imitação. Também pra nós tem uma esperança de Ressurreição, existe uma esperança para entrarmos na vida de Deus: isto é, através de Jesus Cristo.



4ª MEDITAÇÃO

Gal 4, 4:

Plenitude do tempo: existe um projeto de salvação de Deus, que Deus levou em frente na história; este projeto tem um ponto culminante: a encarnação do Filho de Deus.

A encarnação não é produto da história, do tempo. É missão de Filho que criou o tempo da plenitude.

·         Quando Cristo entra no tempo a história torna-se madura.
·         Como é que acontece esta missão do Filho de Deus?

1)       Nasceu de uma mulher: Jesus pertence de verdade a família humana. Tudo aquilo que faz parte da experiência humana Cristo o assumiu: um corpo, uma alma, a inteligência, a liberdade, uma história, relacionamentos concretos. A encarnação significa a entrada do Filho de Deus dentro da experiência da fraqueza, da pequenez da condição humana.

2)     Submetido à lei: naquela condição de escravidão que era própria de Israel e, na realidade, de todos os homens.

Por que a encarnação aconteceu desta maneira?

São Paulo: a fim de que fossemos adotados como filhos.
O Filho de Deus se fez homem para que o homem pudesse tornar-se Filho de deus. A eternidade desceu no tempo para que o tempo pudesse entrar, se abrir a eternidade. A liberdade de Deus entrou na condição servil do homem para que o homem, de servo, pudesse tornar-se livre, da liberdade de Deus.
Padres de Igrejas: aquilo que Cristo não assumiu não foi redimido.
Por isso Cristo se fez fraco como a gente, conhecendo o sofrimento e a morte, para que o sofrimento e a morte se tornassem redimidos.

Rom 8, 29: o objetivo de Deus é que Cristo seja o primogênito de uma multidão de filhos.
Deus deseja ver no rosto dos homens, o rosto do seu Filho.
Por isso o Filho tornou uma cara como a vossa, porque uma cara como a vossa pudesse semelhar a cara do Filho de Deus.

Isto quer dizer que se quisermos entender o que é o homem do ponto de vista de Deus, devemos olhar para Jesus, o Filho.
Nele a vocação humana é perfeitamente realizada.

Paulo põe uma ligação estreita entre a condição filial do crente e a presença do Espírito Santo dentro dele.

A adoção filial não é um ato externo, mas interno, mudar a interioridade, transforma o coração, transforma a liberdade, a identidade profunda do homem.

Para ser Filho precisa ter um Espírito filial e este Espírito Filial vem do Espírito de Deus dentro de nós. Não é algo que pode surgir de nós, de vosso desejo ou da nossa vontade: é algo que pode ser gerado só pela ação do Espírito Santo.

Filhos de Deus: se realiza em nós só por causa de um dom de graça. Não somos filhos de Deus por natureza, mas por graça.

Jo 1:  não somos filhos de Deus por um nascimento no sangue, ou por uma vontade de carne, o de louvar; é o dom do Filho de Deus que nos introduz na sua experiência, que nos doa a sua identidade através da fé.

No ato de fé nós acolhemos com liberdade o amor livre de Deus por nós. E quando acolhemos este ato de amor da parte de Deus, este ato de amor nos torna filhos através do dom do Espírito.

Jo 20, 17 “não me segure... vá dizer aos meus irmãos”
É a primeira vez que no Evangelho de João, Jesus chama os discípulos de irmãos.
Nós somos filhos de Deus através de Jesus, em Jesus.
Então existe uma diferença ele fala de Pai meu e Pai nosso.

Nós somos filhos através do Filho.
De relacionamento filial:
Existe, então um relacionamento único de Jesus com Deus, mas deste relacionamento, Ele nos faz participes.

Ablá: é uma das poucas palavras hebraicas que ficaram no N.T.
É o termo que o filho utiliza para chamar o Pai; para expressar um relacionamento de intimidade, de comunhão, afeto.

Com a única exceção da oração do Horto das Oliveiras, cada vez que Jesus reza utiliza esta palavra de “Pai”.
Então nós, podemos rezar da mesma forma que Jesus rezou.
Aquele relacionamento com o Pai que Ele viveu, o doou a nós – por isto segundo São Paulo a oração cristã com a qual nós nos dirigimos a Deus chamando-o de Pai, é o sinal da novidade cristã.

É preciso porém, que esta oração não seja entendida  apenas como uma fórmula para recitar.
A oração, quando é autêntica, é a expressão do mistério profundo da pessoa. Eu não sou mais assim autenticamente mesmo quando rezo, pois não sou autenticamente mesmo como quando estou a presença de Deus.

Perante ao auto eu sou mi mesmo [cfr realidade baiana – por isso é preciso trabalhar muito nos vossos relacionamentos ...].

Se isto vale quando diálogo com os outros, ainda mais quando estou perante Deus.

É preciso ficar perante Deus sem máscara (1 Sam 1; Salmo 51), com aquilo que eu sou, com a minha miséria a minha pequenez, mas também com os meus sonhos – então ali eu recebo a minha identidade: perante Deus.

Então se sou filho, a minha oração será filial e se torna uma dimensão permanente da vida.

A oração é a expressão daquilo que eu sou.
A identidade de Jesus se torna a nossa identidade perante o Pai.

Problema: o fato de sermos filhos de Deus, muda o que na nossa vida?

1-       Ser filhos de Deus, significa existir e viver a vida toda no amor de Deus – ser filhos de Deus quer dizer reconhecer que a minha vida é um dom do amor de Deus.
As decisões que tomam devem ter como resposta o amor de Deus.
Isto quer dizer que não posso tomar decisões que desmentiu o amor de Deus: seriam decisões que nos destroem, isto deve me tornar sempre mais consciente.

(1 Pt, 22): nós fomos gerados por uma semente imortal – a Palavra de Deus. Esta Palavra contém o amor de Deus para nós. É esta Palavra que, como uma semente entrou na nossa vida e produziu uma existência nova. Esta existência tem como perspectiva não a morte, mas a comunhão com Deus.

Por meio desta semente, sou uma vida caracterizada do amor fraterno.

2-      Uma existência de filhos de Deus é uma existência que nos leve para o cumprimento de uma identidade filial.
A minha identidade de filho é uma identidade infantil, que deve amadurecer e crescer até a plenitude da idade adulta em Cristo.  E de que forma deve crescer? Deve ter como ponto de chegada Cristo.

Rom 8, 19-25: também nós esperamos o momento em que a vossa identidade de filhos será manifestada na plenitude.

O sentido da vossa vida é rumo a revelação da vossa identidade; rumo a  maturidade da vida cristã que se chama Jesus, rumo a semelhança com Ele.
Devemos transfigurar a nossa carne para que leve a imagem de Deus, para que manifeste o rosto de Deus no mundo.

Ef 4, 13-16: crescer até o estado de homem perfeito, na medida que convém a completa maturidade de Cristo.

3-      Uma existência que se expressa como progressiva transformação segundo a lei do amor.

Ser filhos de Deus 1-vem do amor.
                              2-caminha rumo uma plenitude que é Cristo.
                              3-através de uma transformação segundo a lei da oração.
Na minha carne deve acontecer aquilo que se realizou em Cristo.
Na minha carne, na minha história, no meu jeito de ser, vestir e falar.

Se Cristo é primogênito quer dizer que deve acontecer uma continuidade. Esta é a santidade: uma carne transfigurada, uma vida de amor, mergulhado no amor a Deus e aos irmãos (Jo 13, 34-35).
- briguinhas podem acontecer, mas devem ser superadas com o perdão.
- a minha humanidade transfigurada é o grande milagre que Deus quer realizar.
- tarefa do Espírito Santo é isto mesmo: transformar a minha vida egoísta, fechada, melindreza, arrogante, numa vida de: amor, doação, partilha, diálogo, atenção ao domínio  de sim?
- aonde acontece isto? Na minha história concreta. (casa, escola, amigos, trabalho...).
- este é o sentido da encarnação: toda a carne foi assumida para ser transformada.

Na minha carne recebo o Ser de Deus através do Espírito Santo, um Ser que fica preso e não transparece se não tiver uma história conforme aquilo que o Filho mostrou. Uma vida humana que deixa transferir  a divindade – o amor

Santidade: - Ser filho
                 - é obra do Espírito Santo
                 - precisa da minha liberdade
                 - é uma decisão que devo tomar a cada dia.

Lev 19, 2
Col 3, 12
Col 1, 20
Ef 1, 4 Col 1,1; Fil 1, 1




5ª MEDITAÇÃO

A Santidade é um caminho cumprido.
Devemos caminhar com decisão rumo a uma religiosidade filial.

É o que uma religiosidade filial?
Uma religiosidade filial requer uma aceitação de nós mesmos e da nossa vida como dom de Deus.

Gen 1: e Deus viu que era coisa boa. É este julgamento que faz existir as coisas.
Existe um sim de Deus dirigido ao céu, a lua, as estrelas, plantas, animais; e existe um  dúplice sim de Deus dirigido ao homem.
O homem é algo de muito bom, porque no homem Deus se espelha. Ele o criou a sua mesma imagem e semelhança.
O sim de Deus deve se tornar a primeira escolha do homem.
Eu não decidir nascer, viver, eu não decidi a família aonde eu queria nascer e não decidi as minhas características físicas, psíquicas, e meu código genético.

Eu deparo com uma existência que me propõe e perante a qual devo tomar uma decisão: deve dizer se esta existência que eu não quis, a aceito e a recuso. Esta é a primeira decisão fundamental da vida do homem. A fé é isso: aceitar a si mesmo com um dom de Deus e, por isto, torna-se importante agradecer.

Do ponto de vista a fé devemos aprender a acolher Deus e não a murmurar. (cfr experiência do Êxodo).

A vida é assim: Deus é naquele dom que Ele me faz.
Se eu aprendo a acolher o presente, acolho ao mesmo tempo o doador. E é isto que Deus nos quer doar: não nos quer doar 120 anos de saúde, mas si mesmo, e se doa através de uma vida concreta.

Deus nos chama para uma existência eterna que é a comunhão com Ele – esta existência eterna é de graça.



            Na minha carne recebo o Ser de Deus através do Espírito Santo, um Ser que fica preso e não transparece se não tiver uma história conforme aquilo que o Filho mostrou? Uma vida humana que deixa transferir (    ) a divindade – o amor.
            Santidade – ser filho
                            - é obra do Espírito Santo
                            - precisa da minha liberdade
                            - é uma decisão que devo tomar cada dia.
            Lev 19, 2                                                                    Col 1,1; Fil 1,1
            Col 3, 12                                                                     Fil 1, 4
            Col 1,20 o projeto de Deus

ÚLTIMA MEDITAÇÃO (Lc 24, 13-53)

1-       Versículo 15: nestes dias Jesus se aproximou e conversou conosco e disse palavras tão profundas, que mexeram com as vossas entranhas.
2-      Versículo 17: eles pararam com o rosto triste – tristeza de não reconhecer Jesus apesar de ter um conhecimento geral.
3-      Versículo 29: Jesus entrou para ficar com eles.
Nestes dias Jesus entrou na vossa vida pra ficar.
E aqui se encaixa o problema que foi frisado em vários momentos; como ficar com Jesus nesta realidade mundana?
É organizar a minha vida de uma forma de não deixar o amor de Deus esfriar. Como?
Organizando a minha vida respeitando a hierarquia dos valores religiosos;
         VV 31-32:
a)     domingo, dia do Senhor. Não participa apenas da Missa ou da Celebração, mas coloca 1 h. de oração.

b)     Oração cotidiana: Evangelho cotidiano
         Liturgia das horas cotidiana

c)      uma vez por mês 1 retiro de meio dia e um dia

d)     Estudo bíblico

e)     Retiros espirituais promovidos por vocês.


f)       Contato constante com os pobres.

4-     V 33 na mesma hora voltaram e contaram.
A experiência de Deus é autentica quando é partilhada
Contagiosa – envolver amigos, parentes
(organiza momentos de oração não apenas para o grego que participa ao Retiro, mas convida outros amigos).

VV 36-53: Jesus é vivo e acompanha a nossa vida, por isto não devemos ter medo.
39- vejam minhas mãos – são o sinal da perseguição fruto de amor ao pai – Cristo é presente de uma forma misteriosa nos perseguidos, famintos, humilhados, explorados, massacrados.
Quem vive uma forte experiência de Deus não agüenta mais ver os filhos de Deus humilhados.



Retiro Espiritual 27-31/12/06

Retiro
Silêncio interior

Escuta

Revisão de vida

Tomar decisões

Oração: pessoal e liturgia das horas

Tema: porquê? – o nosso Deus desde.

Josué 24

1-       É o Senhor que nos chama nos convida pra sair.
A vida é uma saída de uma terra que não é vossa para a terra que Deus quer me doar, e até quando eu ficar perde e não chega na terra que Deus me quer dar eu fico augustinho.

2- fazer memória

3- temor, servir, tirar, escolher.
Descoberta de Deus da sua identidade – conseqüências das minhas decisões.

Partilha: fazer só um comentário e sobre a palavra de Deus e não as palavras dos autores.
Depois da Missa é bom ou ficar na Igreja ou ir pra casa; não é bom ficar de fora conversando com os colegas aproveitar deste tempo para descansar o corpo e a alma, buscando a Deus.

Necessidade do tema – a frente do santíssimo é um sinal que o meu Deus não é o Deus de Jesus cristo.

Nos momentos livres buscar o silencio: leituras curtas,                  falar o menor possível.

Porque é pecado a idolatria? Não é apenas uma lei extrínseca mas um mandamento vital: adorando outros deuses o homem acaba  falecendo saindo da fonte da vida adorando aquilo que não de vê ser adorado porque não é parte da vida, o homem se despede e desvia.

Porque o homem adora outros deuses?    , sentidos humanos, Corporais, satisfação, prazer.

Deus no atrai com laços de amor – respeitando a minha liberdade.
O homem é um animal – A natureza deve ser transformada para que o homem tenha a possibilidade de dar um sentido aos gestos que realiza.

Rebelião: o homem não gosta de Deus (Os 10, 11).
Quer autonomia, identifica liberdade com autonomia – cfr liberdade é obediência (dentro de um relacionamento filial de amor e não de escravidão) – o caminho que deve ser feito e descobrimos este amor de Pai.

João 5, 19: “o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo que fez”
Deus é doação, é comunicação de Deus. Mostra-lhe tudo; não rétem nada – confiança total – comunhão plena.

Para conhecer a Deus devo passar para Jesus, porque Ele recebeu tudo do Pai, quer dizer que conhecendo Jesus conheço a Deus.

A oração é o régio da alma.
Na oração, no dialogo com Deus aprendo a valorizar a minha dimensão espiritual (aprender a treinar a espiritualidade – vida no Espírito que me leva a penetrar os mistérios de Deus). É na oração que aprendemos a ver a história, o mundo, a minha mesma história com os olhos de Deus.
Ex: existe a realidade que vivo.
      Existe aquela realidade que assisto pela televisão.
      Existe aquela outra realidade mais profunda que é a história e quem Deus quer construir, realizar comigo nesta história eu sou protagonista, parceiro de Deus.

Para um jovem acostumar a assistir novelas estes dias devem ser terríveis. Aprender a esperar uma resposta de Deus. A oração é agora uma resposta: “Senhor o que tu queres que eu faça?”.
Oração é amar é sofrer. Levantar cedo ficar de joelhos, em silencio – rezar constantemente (Ef 6, 18).
Rezar é bater a porta (Lc 11, 9).
É pedir – como pedir? Pedir no nome de Jesus (Jo 16,23-24; Jo 16, 23-24)
[Rezar é descobrir a ligação entre o céu e a terra é a descoberta do mundo sobrevisivel].
É claro que para alimentar a vida espiritual, para treinar a dimensão, o interior precisa de um clima.
* Silêncio – 1 Tess 4, 3-29
* Castidade dos olhos, dos pensamentos, dos atos (a castidade é pra pedir insistentemente).
* Ecl 18, 30 evitar as ocasiões.
* Simplicidade – (quanto mais vem crescendo na vida espiritual, quanto menos  sinto atenção das coisas mundanas.
* Ordem: faço aquilo que decido.
(é o contrário da preguiça – a oração é luta contra a preguiça e os costumes ruins (comer a toda hora).
* Alimentação
* Reflexão – uma pessoa que se encontra a rezar torna-se uma pessoa profunda, reflexiva que não vive atoa, mas aprende a ter um pensamento próprio sobre a realidade.
Rezar para os outros: 2 Tess 3, 1; 1 Tim 2, 16.

Rezar é permanecer no Senhor Jo 15, 5ss
Rezar é sair do ócio, da vida ociosa – 2 Tess 3, 11
Rezar para me revestir dos deus do Espírito.

A obra de Espírito Santo é a santidade (Gal 4, 19). E a santidade é ser filhos de Deus – no Espírito nós nos tornamos filhos de Deus. Aquilo que Jesus é por natureza nós o seremos por graça – por isto é importante fitar os olhos em Cristo, para vislumbrarmos qual é a meta da nossa caminhada: a dinamização da nossa natureza. (2 Cor 3, 18).
É toda a natureza destinada, chamada a ser dinimizade.
Jo 1,14 – “O Cristo se fez carne e não veio morar no meio de nós”.
É toda a carne que ele assumia para resgata-la. Cristo salva tudo aquilo que assume – toda a história, a realidade (Rom 8).
Pelo contrário – tudo aquilo que deixo do lado de fora padece, apodrece, morre.
Jesus é o primogênito de uma família (Jo – Jesus chama os discípulos de irmãos).
Nós somos seus irmãos – é uma meta, é um objetivo.
Por isso Deus colocou em Jesus a plenitude dos deuses. (Col 1, 19)

A ação do Espírito Santo:
1: O Espírito Santo dá testemunho de Cristo – Jo 15,26
2: O Espírito convence o mundo quanto:
a)     o pecado
b)     justiça
c)      condena (sentença)
3- O Espírito me conduz na verdade plena (mentira progressivamente da mentira – o inimigo se manifesta na mentira cfr Jo 8, 44)
4- O Espírito fala as coisas que escuta do Filho.
5- O Espírito é o interprete da Palavra de Jesus
6- V. 15 dimensão Trinitária

O plano de Deus é reconciliar a humanidade (Ef 1, 9-10)
Recapitular em Cristo todas as coisas.

·         Deus salvou a humanidade através de Cristo.
·         Hoje Deus salva a humanidade através da Igreja.
·         É a minha humanidade transformada,transfigurada que é o instrumento de salvação.
·         O problema sai em: é de mim mesmo que tenho medo.


O que produz o Espírito Santo?
* Um filho de Deus (Rom 8)
* Um Santo (Jo 17)
* Uma vida de amor (1Cor 13)
* Uma vida bem aventurada (Mt 5)