Paolo Cugini
[1] método
histórico-crítico
Histórico: não é
porque se aplica a textos antigos, mas também Cristo ele procura elucidar os
processos históricos de produção dos textos bíblicos.
Os textos bíblicos,
em suas diferenças.
Crítico: com a
ajuda de critérios científicos tenta tornar acessível ao leitor moderno o
sentido dos textos.
Etapas do método:
1)
critica textual – procura
estabelecer um texto bíblico que seja tão próximo quanto possível do texto
original. (mostrar códigos do eu grego).
2)
Analise lingüística:
morfológica, sintaxe (cfr Paulo e cartas pastorais).
3)
Critica literária: verifica a
coerência interna do texto Jo 20, 30; Jo 4, 25 e Is 2(repetições, divergência,
inconciliáveis -manifesta o caráter composto do texto); busca a origem das
diferentes fontes.
Hinos, Salmos, históricos 4) crítica dos gêneres – ambiente de origem,
traços específicos e evolução desses textos.
(J.E.D.P) 5) critica das tradições: situa os textos em
correntes de tradição, dos quais ela procura determinar a evolução no decorrer
da história.
6) critica da redação: estuda as modificações que os
textos sofreram antes de terem um estado fixado.
7) critica histórica: se aplica quando o gênero
literário é em relação com acontecimentos da história. (Isaías e Profetas).
Objetivo deste método: colocar em evidência o sentido
expresso pelos autores e redatores.
Sentido da Escritura inspirada
Sentido literal: não é suficiente traduzir um texto
palavra por palavra para obter seu sentido literal.
É aquele que foi expresso diretamente pelos autores
humanos inspirados. Sendo o fruto da inspiração, este sentido é também desejado
por Deus, autor principal.
Ele é discernido graças a uma análise precisa de texto,
situado no seu contexto literário e histórico.
Geralmente o sentido literário de um texto é único, mas
não se trata de um principio absoluto (ex Jo 11, 50).
Aspecto dinâmico: ex. Salmos rei – instituição
verdadeira
- visão ideal da realeza.
Um texto escrito tem a capacidade de ser colocado em
circunstâncias novas que o iluminou de forma diferente, acrescentando ao seu
sentido novas determinações.
Sentido literal – é desde inicio, aberto a
desenvolvimento culturas, que se produzam graças a “releituras” em contactos
novos.
Sentido espiritual: o acontecimento pascal, morte ou
ressurreição de Cristo, deu origem a um contexto histórico radicalmente novo,
que ilumina de maneira nova os textos antigos e os faz sofrer na imitação do
sentido.
Sentido expresso pelos textos bíblicos, logo que são
lidos sob influencia do Espírito Santo no contexto do mistério pascal de Cristo
e da vida nova que resulta dele. É então normal reler as Escrituras à luz deste
novo contexto, que é aquele da vida no Espírito.
O sentido espiritual não pode ser confundido com as
interpretações subjetivas ditadas pela imaginação ou a especulação intelectual.
3 níveis de realidade;
a) texto bíblico
b) mistério pascal
c) circunstâncias presentes de vida no Espírito.
Aspecto dipológico – Adão figura de Cristo (Rom 5, 14)
Dilúvio figura de Batismo (1 Ped 3, 20-21)
Sentido pleno: trata-se ou do significado que um autor
bíblico atribui a um texto bíblico que lhe é anterior, quando ele o retoma em
um contexto que lhe confere um sentido literal novo, ou ainda do significado
que a tradição doutrinal autêntica ou uma definição conciliar dão a um texto
bíblico.
Ex: 1) M 1, 23 dá um sentido pleno ao oráculo de Is 7,
14
2) dogma
trindade.
3) dogma do
pecado original Rom 5, 12-21
Seu fundamento: o Espírito Santo, autor principal da
Bíblia, pode guiar o autor humano a escolha de suas expressões de tal forma que
estas últimas expressam uma verdade da qual ele não percebe toda a
profundidade.
A interpretação da Bíblia na vida da Igreja
Atualização
Já no interior da própria Bíblia pode –se constatar a
prática da atualização.
Princípios:
1.
a at. é possível, pois a
plenitude do sentido do texto bíblico dá-lhe
valor para todas as épocas e todas as culturas (Is 40, 8; 66, 18-21)
2.
a atualização é necessária: os
textos foram redigidos em função de circunstancias passadas é necessário aplicar a mensagem desses textos
às circunstâncias presentes e exprimi-las uma linguagem adaptada a época atual.
3.
a atualização afetua-se levando
em conta a confimidade A.T/ N.T.
4.
a atualização realiza-se graças
ao dinamismo da tradição viva da comunidade de fé.
5.
o magistério da Igreja não está
acima da Palavra de Deus, mas ele a serve ensinando só aquilo que foi
transmitido.
Métodos:
A –at pressupõe um correta do texto.
A interpretação da Escritura pela Escritura é o método
mais seguro – cfr: ex 16; sb 16, 20-29; Jo 6
Três etapas:
1)
escutar a palavra a luz da
situação presente.
2)
Discernir os aspectos da
situação presente que o texto bíblico ilumina.
3)
Tirar da plenitude de sentido
do texto bíblico os elementos suscetíveis de fazer evoluir a situação presente
de maneira fecunda.
Dimensões e características da interpretação Católica
da Bíblia
·
A exegese católica não procura
se diferenciar por método científico particular. (explicar).
·
Ele utilizou todos os métodos
que permitam melhorar aprender o sentido do texto.
·
O que caracteriza a
interioridade católica é que ela se situa conscientemente na tradição viva da
Igreja, cuja primeira preocupação é a fidelidade à revelação atestada pela
Bíblia.
1-
Releituras
O que contribuiu
para dar a Bíblia sua unidade interna, é o fato de que os escritos bíblicos
posteriores apóiam-se muitas vezes sobre os escritos anteriores.
a) A herança de uma terra: gen 15, 7-18 – enredo no
santuário Ex 15, 17 – participação ao repouso de Deus (Sl 132, 7-8) enredo no
santuário celeste (Hb 6, 12. 18-20).
b) O oráculo do profeta Natã 2 San 7, 12-16 – 2 Sem
23,5; 1 Rs 2,4,3,6; 1 Cr 7, 11-14; Sl 89, 20-38; Sl 2, 7-8; Am 9, 11; Is 7,
13-14; Jr 23, 5-6; Os 3,5; Jr 30,9; Mc 11,10.
O reino prometido torna-se universal – Sl 2, 8; Dn 2,
35-44; 7,14; Mt 28, 18.
Ele realiza plenamente a vocação do homem. Gen 1, 28; Sl
8, 6-9; Sb 9, 2-3; 10,2.
c) Oráculo de Javé sobre os 70 anos de castigo. Jr 25,
11-12; 29, 10 é lembrado em 2 Cr 25, 20-23. é reme ditado de muito tempo Dr 9,
24 ss.
d) A afirmação da justiça retributiva de Deus (Sl 1,
1-6; 112, 1-10; Lv 26, 3-33) chocasse com a experiência imediata. Protesto – Sl
44; Jó 10, 1-7; e aprofunda regressivamente o mistério (Sl 37; Is 53; Sb 3-5).
2-
Relações entre A.T e N.T
·
As relações intertextuais
assumem uma densidade extrema nos escritos do N.T, todo ferroado de alusões ao
A.T.
Os autores do N.T, proclamou que a revelação encontram
sua realização em Cristo – 1 Cor 15, 3-5; 1 Cor
15, 11 – segundo as escrituras.
·
A forma de Jesus viver
manifesta não um capricho, mas uma fidelidade mais profunda à vontade de Deus –
Mt 5, 17; 9, 13; Mc 7, 8-13.
·
A morte e a ressurreição de
Cristo provocaram em alguns peitos um rompimento completo e ao mesmo tempo uma
abertura inesperada de nomes (Mc 15, 26) provocou uma transformação na
interpretação terrestre dos salmos reais. Sua ressurreição e sua glorificação
celeste deram a estes mesmos textos uma plenitude de sentido inconcebível
anteriormente, expressões que pareciam hiperbólicas devem doravante ser tomadas
ao pé da letra.
O
Senhor – Sl 110,1
No
sentido mais forte: At 2, 36; Fil 2, 10-11; Hb 1, 10-12
Jesus é realmente Filho de Deus Sl 2, 7; Rom 1, 3-4
Deus
com Deus: Sl 45, 7; Hb 1, 8; Jo 1,1
Seu
reino não terá fim Lc 1, 32-33; Sl 45,7; 1 Cor 17, 11-14
Sacerdote
eterno Sl 110, 4; Hb 5, 6-10; 7, 23-24
- Foi a luz dos acontecimentos da Páscoa que os autores do
N.T releram o A.T.
- O Espírito Santo
os fez descobrir o sentido Espiritual. Foram assim conduzidos a afirmar o sentido
profético do A.T, mas também a tornar fortemente relativo seu valor de
instituição salvífica. (Mt 11, 11-13; Jo 4, 12-14; 5, 37; 6, 32)
Paulo e o autor
da carta aos Hebreus demonstram que a terá enquanto revelação, anuncia ela
mesma seu próprio fim como sistema legislativo (Gl 2, 15-5,1; Rm 3, 20-21; Hb
7, 11-19; 10, 8-9;) – (ler p 109).
Conclusões:
- A Bíblia é ela mesma uma
interpretação.
- É segundo a interpretação das
comunidades e em relação àqueles que foram reconhecidos como Santa Escritura
– ler p 111-112.
A interpretação na Tradição da Igreja
- Os primeiros discípulos de Jesus
sabiam que não estavam à altura de compreender imediatamente a totalidade
da Palavra que tinham recebido.
- Na vida da comunidade, faziam
experiências de uma explicitação progressiva da revelação recebida. Eles
reconheciam nisso a influencia e a ação do Espírito Santo ( Jo 16, 12-13;
Jo 14, 26)
Formação do cânon
- Guiada pelo Espírito à luz da
tradição, a Igreja discerniu os escritos que devem ser olhados como Santa
Escritura.
- O discernimento de um cânon das
Santas Escrituras foi a conclusão de um longo processo.
[1] As comunidades da Antiga aliança reconheceram um
certo número de textos a Palavra de Deus que lhes suscitava a fé e os guiava na
vida, eles receberam estes textos como um patrimônio a ser guardado e
transmitido.
O N.T. atesta sua veneração por estes textos: Rm 1,2; 2
Tm 3, 16; 2 Pd 1, 20s; Jo 10, 35; 2 Cor 3, 14.
[2] Esses textos a Igreja uniu os escritos que ela
reconheceu.
a) de um lado o testemunho autentico proveniente dos
apóstolos ( Lc 1, 2; 1 Jo 1, 1-3) e garantido pelo Espírito Santo (1 Pd 1, 12)
sofre todas as coisas que Jesus fez (At 1,1).
b) do outro lado instituições dadas pelos apóstolos
mesmos.
[3] Nesse processo numerosos fatores tiveram um papel:
a) a certeza de
que Jesus tinha reconhecido o A.T. e que esta recebia sua realização na Páscoa.
b) a convicção de que os escritos do M.T. provêm da
pregação Apostólica.
c) a constatação da sua conformidade com a regra da fé e
da sua utilização na liturgia Cristã.
d) a experiência da conformidade deles com a vida
eclesial das comunidades.
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