venerdì 18 luglio 2025

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

 




Lucas 11,1-13

 

Paulo Cugini

 

Ensinar a orar é um dos pilares da jornada espiritual, da relação entre Mestre e discípulo. Além disso, o pedido de um dos discípulos deriva diretamente da experiência dos discípulos de João Batista. Portanto, no contexto do discipulado, estamos entre aqueles que buscam sentido na vida e já fizeram escolhas concretas, já posicionando suas vidas em direção à busca de um caminho espiritual. Outro ponto importante, novamente como introdução ao tema, é que, com a oração, entramos no âmbito de um pedido que fala de uma necessidade espiritual, que, portanto, não satisfaz exigências materiais. Essas são ênfases que orientam a leitura e a interpretação do texto em nosso contexto cultural, que luta não apenas para considerar a dimensão espiritual importante, mas também para se considerar necessitado de algo ou alguém.

Jesus estava em algum lugar orando. Jesus orava, e no Evangelho de Lucas frequentemente encontramos essa atitude em Jesus. Quando Jesus ora, nunca está no templo ou na sinagoga, onde vai ensinar, mas em espaços isolados, ao ar livre, em contato com a natureza. Além disso, ele nos dirá no Evangelho de João que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade, que não há necessidade de um lugar específico. Recuperar essa dimensão pessoal e espiritual da oração é importante, porque nos ajuda a ir além da lógica das fórmulas e a entrar na lógica dos relacionamentos.

Ao orar, diga: "Pai". Jesus não quer bajuladores e, portanto, não quer que nos dirijamos a Ele com títulos altivos como: altíssimo, sublime, onipotente, onisciente, porque esses títulos não revelam Sua verdadeira face e são fruto de pesquisa filosófica e sapiencial, não de um dom recebido dEle. Chamar Deus pelo título de Pai significa que a relação que Deus deseja estabelecer conosco é de paternidade e, portanto, filial. Deus não quer devotos, mas filhos. Na cultura da época, pai é alguém que transmite toda a sua vida ao filho e, portanto, reconhece Deus Pai como a fonte da vida.

Santificado seja o teu nome. Como o texto sugere, mais do que uma fórmula, a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos indica um caminho, um estilo de vida. Pai, santificado seja o teu nome. O verbo está na voz passiva aoristo, significando que o Pai é santificado pelo estilo de vida daqueles que o invocam. Há um modo de vida que santifica o nome do Pai, que é santificado, reconhecido como tal, quando o discípulo vive o que ouve. O início da oração que Jesus ensina é um pedido de ajuda ao discípulo na jornada que embarcou.

Venha o teu reino. Este não é um espaço político, uma exigência conforme à lógica do mundo. O Reino do Pai tornou-se visível pela ação do Filho que, como diz o salmo, abriu os céus e desceu. Jesus trouxe o céu à terra. O que é, então? Como o Reino de Deus se manifestou em Jesus Cristo? Através de uma vida de amor altruísta e gratuito, visível nas relações de confiança que ele soube estabelecer. As qualidades do Reino de Deus são, entre outras, a justiça, a paz e a igualdade. Pedir em oração a vinda do Reino de Deus não é uma projeção após a morte, mas o desejo de nos tornarmos protagonistas deste Reino, colaborando a cada momento para a sua realização.

O pão nosso de cada dia nos dai a cada dia. Por isso, para continuar a obra iniciada por Jesus em nossa vida cotidiana, precisamos de alimento que nos sustente. Este pão que nos sustenta em nossa vida cotidiana é o próprio Jesus, sua Palavra de vida que nos nutre e que assimilamos para chegar a pensar e discernir da mesma forma que Jesus. O pão de cada dia que nos ajuda a escapar da lógica do mundo é a nossa relação com os pobres, porque neles vemos Jesus e com eles e por eles partilhamos os nossos bens. Por fim, a Eucaristia é o nosso alimento, porque é precisamente no contexto eucarístico que Jesus se dá como alimento para transformar toda a nossa vida na sua.

E perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todos os nossos devedores. Isto diz respeito às dívidas materiais. A comunidade de Cristo é uma comunidade de irmãos e irmãs que partilham o que têm. Jesus liga o pedido de perdão dos pecados não a um ato de adoração, mas ao estilo de vida da comunidade cristã que, em nome do amor recebido e do exemplo de Jesus, aprendeu a partilhar e a perdoar — a tolerar — as dívidas materiais dos irmãos e irmãs. Isto significa que o pedido de perdão dos pecados implica um estilo de vida em comunidade onde partilhamos os nossos bens materiais, a ponto de perdoar as dívidas que alguém nos deve.

Não nos abandoneis em tentação. A que Jesus se refere quando diz estas palavras? Como a comunidade entende esta instrução? Que tipo de provação é esta? A referência histórica é provavelmente a provação da perseguição, que foi muito severa contra os cristãos nas primeiras décadas após a morte e ressurreição de Cristo. Esta tentação teve como primeiras vítimas os discípulos, e entre eles, o líder, ou seja, Pedro. É a tentação de abandonar o campo quando nos sentimos sozinhos no nosso testemunho e ficamos confusos, porque nos sentimos em menor número, abandonados. A oração pede-nos que continuemos a sentir a presença do Senhor mesmo nestes momentos de solidão, para vencer a tentação de desistir de tudo, de deixar a comunidade.

 

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