martedì 28 novembre 2023

A LUZ DA VIDA João 7 – 8

 




 

 

 

 pe Paolo Cugini

João 7 – 8

 

7-8     Descreve o ministério de Jesus desde sua partida definitiva da Galiléia até as vésperas da semana que     procede a Páscoa.

Durante a festa das tendas, Jesus está ensinando no templo de Jerusalém.

Segundo o Quarto Evangelho, o ministério de Jesus na Judéia é ao mesmo tempo seu processo de condenação pelas autoridades judaicas, processo que os sinóticos situam após sua prisão.

João situa antes do discurso da vida pública o confronto entre o enviado de Deus e seus juizes: sobre um fundo fanático de hostilidade e de não – fé , Jesus prossegue  a revelação de sua identidade e da missão que recebeu, afirmando a revelação sem igual que o une a Deus, seu Pai, e proclamando um solene EU SOU.

“A pergunta quem és tu?” feita a Jesus pelos judeus (8, 25) subjaz ao texto dos capítulos 7-8 e o ensinamento de Jesus progride ao longo dos capítulos para culminar no EU SOU de 8,58; esta proclamação final responde ao pedido dos irmãos “ Manifesta quem tu és!” (7,4).

 

Alguns dados gerais:

1.           situação da Igreja joanina:

O texto reflete as controvérsias que, na época do evangelista opunham os meios oficiais do judaísmo aos discípulos de Jesus. Desde a queda de Jerusalém sob o poder dos romanos no ano 70 e a destruição  do templo que havia posto fim ao culto tradicional, ortodoxia farisaica permanecia como único garante da identidade judaica e da cesão do joio. Daí seu enrijecimento com relação a todo grupo distinto, em particular o dos cristãos de origem judaica.

Diante da recusa da sinagoga, o evangelista deixa de lado os múltiplos ensinamentos de Jesus que a tradição sinótica relatara, e até o comportamento de Jesus para com os deserdados da terra, para concentrar a mensagem exclusivamente na pessoa do enviado e em seu mistério. Ele mostra em Jesus bem mais que o Messias de Israel; mostra o logos porque o Pai se expressa e em quem os fiéis participam da filiação divina.

 

2.      Situação na narração evangélica -  Jesus já subiu duas vezes a Jerusalém (2,13 e 5,1) mas as breves estradas que o fizeram conhecido na cidade foram marcadas por ameaças contra Ele.

Esperando a chegada da hora, desenvolve-se o processo de condenação de Jesus diante dos Judeus, bem antes da prisão efetiva. Os capítulos 7 – 8 apresentam o primeiro ato, cujo tom já fora dado pelo capítulo 5. Este processo prossegue até o capítulo 10.

        

         3.  No templo: O confronto de Jesus com seu povo passa-se  no lugar sagrado. Após a tentativa de               apedrejamento provocado por seu supremo anúncio, Jesus “sai” do templo (8,59)   como não pensar em YHWH  que abandonou o santuário (Ez 11,23) ?.

              Jesus não ensinará mais no lugar santo, ele vai mesmo deixar a Judéia e retirar-se para além do Jordão (10,40).

 

4.      Na festa da Tendas – A festa das tendas ( das cabanas) é uma das mais importantes entre as quatro festas principais do ciclo anual ( Páscoa, Pentecostes, Tendas, Dia das Expiações) . De origem agrícola, ele corresponde à festa da colheita que se celebrava no outono (Ex 23,16); habitava-se então em cabanas construídas com folhagem, semelhante aos abrigos que se usavam nos vergéis no momento da colheita. Por sua vez, eles recordavam a vida dos hebreus no deserto no momento da saída do Egito ( Lv 23,42 a ) – Na época do Novo Testamento, a festa das Tendas  coroava a do Ano Novo e era celebrada de 15 a 21 tishri, isto é, mais ou menos no fim de setembro.

 

 

 

 

 

 

Se, Segunda a descrição de Lv 23, 34-43), esta festa era em agradecimento pela colheita obtida, sua liturgia, era orientada para o pedido da chuva para o ano que se iniciava. No último dia, ia-se em procissão à piscina de Siloé  tirar a água que um sacerdote derramava  em libação sobre o altar dos sacrifícios, dentro do templo.

        Lembrando a Deus seu compromissos para com Israel, a prece comunitária evocava também o fim dos tempos conforme as profecias que anunciavam, mediante o símbolo da fonte, a renovação espiritual de Sião. (Ez 47,1-12) fala da água que sai do lado direito do templo e Isaías anuncia: Tirareis com alegria a água das fontes da salvação” ( Is 12,3).

 

       No século I, em rito da luz também era celebrado durante a festa. Este de pano de fundo       litúrgico dos capítulos 7 e 8 permite melhor situar o apelo de Jesus para beberem da sua água e também, sua autoproclamação como luz do mundo.

 

5.    Os personagens – sozinho diante dos judeus, na ausência de qualquer discípulo, Jesus aparece perfeitamente livre, iluminado interiormente pela consciência de sua unidade com o Pai e de sua missão.

       Diante dele, os outros atores são representados em grupos: os irmãos, a multidão, algumas pessoas de Jerusalém, as autoridades, os fariseus e os sacerdotes, os guardas do templo e, de modo geral, os judeus.

       Estes grupos estão todos alvoroçados, agitados por sentimentos diversos. No proxênio , a multidão de peregrinos e de pessoas de Jerusalém distribuíam-se em facções de tendências opostas ou então se debatem entre as evidências contrárias a respeito de eventual Messias.

       Entre Jesus e seus interlocutores não haverá diálogo algum porque eles permanecem fechados a todo anúncio que não se enquadra em seu sistema de pensamento (8,43).

      

6.   Dois perigos maiores ameaçam o fiel que se apoia num texto revelado. O primeiro é o tradicionalismo. Os “ judeus” do relato têm certa razão de agarrar-se à tradição da Lei; eles erram ao fechá-la num sistema que não deixa mais espaço ás aberturas que ela mesma contém, nem a Deus, o vivente, que renova sem cessar as leituras que o homem faz da Sagrada Escritura. Eles preferem a letra bem estabelecida ao espírito que nem sempre predomina. Jesus falava de “palavra” e de “ensinamento”; eles se referem às santas Letras, da qual se consideram os depositários: Deus exprimiu-se num texto num texto definitivo. Assim encarado, este não arrisca sufocar a Palavra viva? E eis o tradicionalista resvalando pelo declive do integrismo.

       Um segundo perigo ameaça aquele que, conscientemente, se interessa por levar à prática os preceitos de sua Igreja. Para apreciar a qualidade de um comportamento, ele julga a partir da observação ou da transgressão de uma Lei cujo sentido foi fixado numa prática  precisa, que não admite exceção. Considerando-se fiel a estes mandamentos, o praticante arrisca julgar o comportamento dos outros sob o prisma de sua ótica estreita. Como poderia ele abrir-se, então, ao apelo bem mais abrangente que lhe dirigem os “incrédulos” e os abandonados da terra?

       Na origem destas atitudes deformadas está certa concepção da Lei. A Lei vale na medida em que mostra a vontade de Deus e é o caminho da Palavra viva. Se o decálogo não convida ao diálogo, ele se torna um simples catálogo, colete que pode fazer a pessoa manter-se ereta, mas que paralisa o mensageiro de Deus. Jesus chama todo homem, não a afastar a Lei, mas a ouvir Deus que fala através dela. Enquanto S. Paulo se empenha em mostrar qual é o verdadeiro cristão, João provoca seu leitor para tomar consciência de qual é o verdadeiro judeu, aquele põe em prática as riquezas da Lei.

 

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