domenica 5 maggio 2024

ASCENSÃO/B

 




Atos 1,1-11; Sal 46; Ef 4,1-13; Mc 16,15-20

Paulo Cugini

 

    Estamos a terminar o caminho do tempo pascal, um caminho cheio de ideias para o nosso caminho de fé, que nunca pode ser dado como certo, mas que é chamado a renovar-se todos os dias, porque o Senhor ressuscitado está vivo e, consequentemente, caminha conosco. Aprender a pensar em Deus como um dom presente, ou seja, não como uma relíquia da história, significa disponibilidade para mudar, para nos deixarmos guiar por Ele, onde Ele quiser. Significa também atenção ao presente, para não ficar preso a hábitos construídos ao longo do tempo, que podem se tornar um obstáculo para seguir o Senhor. É com este espírito que podemos perguntar-nos: o que significa o acontecimento da Ascensão do Senhor ao Céu? O que isso tem a dizer sobre a nossa jornada de fé?

 “Mas o que significa que ele ascendeu, senão que ele primeiro desceu aqui para a terra? Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, para ser a plenitude de todas as coisas” (Ef 4:11).

    São Paulo, na segunda leitura do dia, recorda-nos um facto importante, nomeadamente que o caminho de Jesus não parou na terra, pelo contrário. A sua vida de amor, a sua busca de justiça, o seu anúncio de paz e de igualdade através da sua ressurreição e ascensão, entrou para sempre no mundo de Deus. Jesus, com o seu estilo de vida inconfundível, abriu um caminho que todos podem percorrer. Jesus encheu de amor todas as coisas, toda a realidade, a tal ponto que cada situação, cada acontecimento que vivemos, pode tornar-se uma pista da sua presença. Neste ponto, São Paulo oferece-nos um importante ponto de partida no caminho empreendido inaugurado pela ressurreição de Jesus, ou seja, a procura de pistas que nos falem sobre Ele, sobre a sua presença. Pois bem, segundo São Paulo, Jesus preencheu tanto o tempo, a história, a realidade presente com o seu amor, com a sua vida, que tudo fala dele, tudo aponta para Ele. Se Paulo nos dissesse que é impossível não encontrar Jesus na nossa vida: temos realmente que nos esforçar para não vê-lo, para não perceber a sua presença.

«Homens da Galileia, por que olhais para o céu? Este Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, virá do mesmo modo como o vistes subir ao céu” (Atos 1:11).

    É a tentação do homem, da religiosa: olhar para cima, pensar em Deus como uma fuga. Acima de tudo, a tentação é pensar num Deus distante dos homens e das mulheres, um Deus que deve ser implorado para que possa resolver os nossos problemas. O Deus, porém, que Jesus veio manifestar, é um Deus presente na história, que já não encontramos no céu, porque desceu e veio viver entre nós, caminha conosco, conhece-nos e ama-nos. Já não temos que procurar entre as nuvens aquele que desceu à terra e nos dá o seu Espírito cada vez que o invocamos. Esta é a mesma ideia expressa nos evangelhos da ressurreição, quando os anjos dizem às mulheres: “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?” (Mt 28.6). Crer em Jesus e na sua Palavra significa disponibilidade para ficar maravilhados, para ser conduzido ao encontro com Deus que é Pai e Mãe, misericórdia infinita, que caminha conosco.

Depois partiram e pregaram por toda parte, enquanto o Senhor agia junto com eles e confirmava a Palavra com os sinais que a acompanhavam (Mc 16,20). 

    Neste versículo do Evangelho de hoje está a verdade do nosso encontro com o Ressuscitado, de termos compreendido a centralidade da sua mensagem, que é o amor aos irmãos e irmãs. Um amor que não pode ficar trancado dentro dos muros, mas deve sair, ser anunciado. É a comunidade que anuncia a nova mensagem chocante, do Deus que caminha conosco, que nos ama e nos convida a amar-nos, convidando-nos a realizar gestos concretos que falam da verdade do seu encontro, da possibilidade real de uma vida nova e autêntica. Jesus, entrando definitivamente no amor do Pai, convida-nos a sermos responsáveis ​​pela nossa história de vida plena, que exige dentro dela e como verificação da validade do que vivemos, a capacidade de envolver aqueles que nos rodeiam.

 

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