sabato 24 maggio 2025

VI Domingo da Páscoa/C

 



 

Paolo Cugini

No tempo da Páscoa, a liturgia nos oferece uma reflexão sobre o significado da presença do Ressuscitado na vida da comunidade cristã, na vida daqueles que o encontraram. De fato, este deveria ser o sentido da Igreja, isto é, do grupo de pessoas que fizeram a experiência do encontro com o Ressuscitado e que o testemunham com um novo estilo de vida, que apresenta características específicas. Na narrativa dos Atos dos Apóstolos, cada vez que Paulo é chamado a se defender diante das autoridades romanas das acusações dos judeus (Atos 22 e 26), ele o faz narrando a mudança operada por seu encontro com o Ressuscitado. Esta é então a pergunta que busca abrir o sentido das leituras propostas pela liturgia de hoje: o que deve acontecer com as pessoas que encontraram o Ressuscitado?

As duas primeiras leituras nos oferecem material semelhante para a nossa resposta, que poderíamos formular assim: o encontro com o Ressuscitado nos liberta da religião falsa, aquela feita de normas e prescrições, que escravizam os homens em vez de libertá-los. Esta foi a experiência de Paulo que ele procura compartilhar em suas viagens missionárias, afirmando que o Evangelho de Jesus libertou a humanidade de todas aquelas prescrições que, em vez de aproximar a humanidade do Pai, a afastam. É justamente neste ponto que Paulo e Barnabé encontrarão forte resistência dos judeus convertidos ao cristianismo, que queriam impor as leis mosaicas também aos pagãos convertidos. 

Naqueles dias, alguns homens desceram da Judeia e ensinaram aos irmãos: “Se não vos circuncidardes, conforme o costume de Moisés, não podeis ser salvos” (Atos 15:1). O Concílio de Jerusalém, do qual se relata um trecho do documento final na primeira leitura, discutirá justamente este ponto e serão fundamentais os testemunhos de Pedro e Paulo sobre a descida do Espírito Santo também sobre os pagãos. Em sintonia com este caminho, estão as palavras do Apocalipse relatadas na segunda leitura, que afirma que, na nova Jerusalém, segundo a visão de João, não haverá templo, porque: “o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo”. (Ap 21, 22). O templo de Jerusalém, especialmente o segundo templo, aquele reconstruído após o retorno do exílio na Babilônia, havia se tornado o símbolo de uma religião composta de tantos preceitos e regras que um relacionamento pacífico com Deus era impossível. Por isso, no diálogo com a samaritana, Jesus dirá que, para um diálogo autêntico com o Pai, não haverá mais necessidade de templos porque: «os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade» (Jo 4, 23).

A comunidade daqueles que encontraram o Ressuscitado, além de se libertar da falsa religião dos preceitos, torna-se uma presença de paz no mundo. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-lo dou como o mundo o dá (Jo 14,25-26). A Sagrada Escritura considera a paz não apenas como a ausência de guerra, mas sobretudo como um dom de Deus e a plenitude de todas as suas bênçãos. Esta é a mensagem central da esperança messiânica anunciada pelos profetas, que a veem realizada na harmonia das origens entre o homem e a criação: "O lobo habitará com o cordeiro..." (Is 11,6-9; cf. Is 65,25) e na convivência pacífica e fraterna: "Forjarão das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, foices... e não aprenderão mais a guerra" (Is 2,4). É essa paz que Jesus trouxe entre nós, como rejeição a toda forma de violência. Jesus, de fato, como nos diz São Paulo, reconciliou os povos em conflito atraindo o ódio deles para a sua própria carne (cf. Ef 2,14ss). A vida do Ressuscitado é visível, então, no esforço que fazemos todos os dias para construir a paz, para reconciliar as pessoas, para fazer com que os opostos possam coexistir.

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