lunedì 19 ottobre 2015

VINDE VER




Domingo, 18 janeiro 2009- II do tempo Comum/B
1Sam 3,3-19;1Cor 6,13-20;Jo 1,35-42

Paolo Cugini

1. Terminamos o tempo de Natal meditando sobre o mistério da Encarnação do Filho de Deus, que se fez homem, expressando o desejo de Deus de morar no meio de nós, e entramos hoje naquele que a liturgia chama de tempo comum. Neste tempo, que aliás é tempo da nossa vida que não é feito de eventos excepcionais, mas do dia a  dia, das coisas corriqueiras, somos convidados pela liturgia a realizar o plano de Deus, que é um plano de justiça, de amor, de partilha. Por isso o tema de hoje é a vocação, ou seja uma reflexão sobre o mistério extraordinário de Deus que chama o homem, cada homem e mulher por nome, para colaborar ao seu Reino de amor. Vamos, então parar a nossa reflexão sobre este mistério, parando o nosso olhar primeiro no texto de 1 Samuel e, depois, sobre o Evangelho.

2. “Naqueles dias Samuel estava dormindo  no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. Então o Senhor chamou: “Samuel, Samuel” Ele respondeu: “Estou aqui” (1 Sam3, 3-4).
É bom parar um pouco e saborear este primeiro dato do mistério da vocação: Deus conhece o meu nome! Não é algo de incrível? Nós, porem, podemos objetar que isso aconteceu mais de três mil anos atrás e que Deus agora não se manifesta desta forma tão direta. Se a Palavra de Deus não mente, come atualizar este texto, para quer possa falar pela nossa realidade?
O nome, na mentalidade bíblica, aponta ao ser da pessoa, á sua mesma identidade. Deus chamando por nome, não está apenas dizendo uma palavra, algumas letras, mas apontando para o universo pessoal da pessoa chamada. Deus chama também hoje e faz isso através da sua Palavra. Existem momentos na vida pessoal, que a Palavra de Deus entra com uma intensidade tão profunda, que até  parece  envolver os sentidos. Só que muitas vezes nem sabemos discernir com precisão aquilo que está acontecendo, pois não somos acostumados a sentir Deus tão perto. Por isso Samuel precisou de Eli, o sacerdote do templo de Deus, que o ajudou a destrinchar o sentido da voz que ouvia no sono. O papel de Eli é hoje o papel do diretor espiritual, do guia espiritual, que ajuda o jovem a perceber a vontade de Deus, para que a vida dele se torne uma resposta ao Senhor.
Tem outros dois dados que me parece importante frisar neste texto. O primeiro é fato que, se Deus chama é para entregar uma tarefa. Samuel é chamado por Deus para anunciar o desastre de Israel por causa da idolatria. Quando Deus nos chama é porque quer que colaboramos para a construção do seu Reino. Deus me chama e me oferece um sentido de vida, um rumo, um objetivo. Se na nossa cidade tem tanta gente vivendo a toa, sem fazer nada, estragando a vida dos outros, não é por falta do chamado de Deus, ma de uma resposta.
O segundo dato que quero frisar é o versículo final: “Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. E não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras” (1 Sam3, 19).
Se abrimos mão com facilidade do nosso compromisso com a Palavra de Deus,  talvez é porque falta aquele experiência sensível e profunda de Deus que marca a vida do cristão.

3.No Evangelho que hoje ouvimos aparecem os mesmos assuntos, com algumas diferenças, que agora iremos analisar.
A primeira diferença é que no Evangelho encontramos dois jovens, que são já discípulos de João Batista, quer dizer dois jovens já em busca do sentido da vida. Atualizando este versículo me parece que é isso o papel de uma paróquia: ajudar os jovens a descobrir o sentido da própria vida, colocando-os numa situação de escuta. Este é um trabalho pastoral e espiritual, que muitas vezes as paróquias esquecem de realizar, dizendo que falta tempo. Na realidade, na perspectiva do Evangelho, isso deveria ser a prioridade.
Também neste trecho do Evangelho, aparece o mesmo dato que encontramos na primeira leitura, ou seja a necessidade de um orientador, que ajude a discernir a vontade de Deus e mostre o caminho para encontrar Jesus.
 “João estava de novo com dois  de seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!”(Jo 1,35-36).
Mas aquilo que chama mais atenção no Evangelho de hoje é a resposta de Jesus.
“Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “O que estais procurando?”. Eles disseram: “Rabi, onde moras?” Jesus respondeu: “Vinde Ver”. Foram pois ver onde moravam e, nesse dia, permaneceram com ele”(Jo 1, 38-39).

São estes dois versículos extremamente intrigantes. Neste caso não é Jesus que chama, mas são os discípulos, que, orientados por João, seguem a Jesus. O que podemos aprender de importante destes dois versículos? Antes de mais nada, que a vida cristã não se identifica com a participação de ritos ou liturgias, mas é convivência com Jesus, partilhar o seu estilo de vida, as suas idéias, os seus objetivos. Ser cristão, ser um batizado, quer dizer isso mesmo, desejar que na própria vida se reflita a luz de Cristo. Para isso acontecer é preciso morar com Ele, viver com Ele. Como é possível realizar isso hoje? Como o mesmo Jesus disse, quando as pessoas se amam, quando as pessoas vivem escutando a sua Palavra, Ele está presente. É preciso, então, fazer com que a nossa vida se torne uma busca constante da vontade de Deus.

4. “Jesus respondeu: “Vinde ver” (Jo 1, 38).
O que os discípulos viram? Eles sem duvida nenhuma, não sabiam o que iriam encontrar, mas nos conhecemos a historia completa e então podemos dizer que os dois discípulos, indo aonde Jesus morava e vivendo com Ele, viram e conheceram a Cruz. Partilhar a vida de Jesus significa trilhar o seu caminho, que é o caminho do amor, da doação total e gratuita de si, da entrega total, que tem um preço altíssimo: a própria vida.
“Quem perder a própria vida pra mim irá encontrá-la”. São palavras de Jesus que, ás nossas orelhas acomodadas, podem ressoar um pouco estranhas, mas é isso mesmo. Se quisermos encontrar a nossa vida, o sentido dela, a felicidade, não temos outro jeito que caminhar atrás do Senhor Jesus, vivendo com Ele, participando do Seu sonho de um mundo mais Justo e solidário.

5. Vale a pena, Também, gastar um tempinho para comentar os versículos da secunda leitura, pois são ligados com o tema vocacional de hoje.
Fugi da imoralidade... Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e vos é dado por Deus?” (1 Cor 6,16.19).
É impossível para um jovem que vive na imoralidade, conseguir perceber e realizar a vontade de Deus. Isso quer dizer que o primeiro passo para um autentico caminho vocacional,  é arrumar a própria vida sexual. Talvez alguém não consegue eliminar toda a imoralidade da própria vida de uma vez, mas pelo menos é necessário se colocar no  caminho, no desejo que o Senhor nos liberte para sermos capazes e em condições de ouvirmos a sua vontade sobre nós.








domenica 18 ottobre 2015

JESUS ANUNCIAVA A PALAVRA



Domingo - VII/B
(Is 43,18ss; 2Cor1,18-22; Mc 2,1-12)

Paolo Cugini
1. “E Jesus anunciava-lhes a palavra”(Mc2,2)
 Chama atenção este dato importante da vida de Jesus, ou seja a extrema consciência da sua missão: anunciar a Palavra. Enquanto meditava este versículo, lembrei aquilo que são Paulo afirma na primeira carta aos Coríntios: “É pelo Evangelho que vocês serão salvos” (1Cor 15,2). Jesus, então, não perde tempo: logo que se reúne um grupinho de pessoas, Ele anuncia-lhe a Palavra, na consciência que esta, se for acolhida, produzirá a salvação. É um versículo forte, que mexe bastante com o meu ministério, pois perante a postura de Jesus, sou obrigado a me questionar: será que também eu sou tão pressuroso e solicito no anuncio do Evangelho? Lembrei também do trecho de Isaias, que a liturgia proclama no dia de Natal, que diz assim: “Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7). Quantas vezes experimentamos a alegria de sermos anunciadores da paz, levando a Palavra de Deus para os nossos amigos, amigas ou em vários contextos. Só que pra nós não é algo de constante; pra nós não é espontâneo falar de Deus, do mistério do Reino de Deus com as pessoas que encontramos. Talvez seja o pecado que mora em nós, a atenção a nossa vida, aos nossos projetos, que enfraquece o élan, a força para anunciar o Evangelho. É nessa altura que se torna importante refletir sobre as leituras de hoje, que aprofundam o tema do pecado e da misericórdia infinita de Deus.

2. “Jesus disse ao paralítico: filhos os teus pecados estão perdoados” (Mc 2, 5).
O texto do Evangelho de hoje apresenta muitos elementos para uma compreensão do mistério do pecado. Em primeiro lugar, num sentido espiritual, este versículo nos revela que o pecado produz uma espécie de paralisia, que afeta a nossa vontade. O pecado é um projeto antagonista ao projeto de Deus. Por isso, quando deixamos que a tentação se transforme em ação, é todo o complexo da nossa existência que fica afetado. Se sentirmos falta de vontade de rezar, pouco entusiasmo com os trabalhos da Igreja, vontade de desistir de tudo, podemos ficar certos: é o pecado que, de uma forma ou de outra, entrou na nossa vida e está afetando os centros vitais da nossa vida espiritual, paralisando a nossa existência. É interessante observar que, na perspectiva aberta no Evangelho de hoje, o pecado não visa colocar o homem num projeto de vida diferente, mas simplesmente tirá-lo do caminho de Deus, deixando-o paralisado, sem forças. A situação do homem, da mulher, que se deixa vencer do pecado é, então, isso mesmo: uma vida amorfa, sem vontade de fazer nada, desnorteada, preguiçosa. É nesse sentido que é possível entender a ligação, que Jesus aponta, entre situação física e espiritual da pessoa. Curando a alma do paralítico, Jesus recoloca nele a vida, a força de vontade, o desejo de viver, a vontade de proclamar o Evangelho. Por isso, os santos são tão zelosos com as coisas de Deus, cheios de vontade, esbanjando saúde espiritual de todo lado: é a vida em Deus que dá a pessoa a vontade de viver.

3. Se na pagina do Evangelho encontramos claros elementos, que nos ajudaram a esclarecer os efeitos devastadores do pecado na nossa vida, no texto de Isaias, que escutamos na primeira leitura, descobrimos em que sentido deve ser entendida a misericórdia de Deus.
Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos” (Is 43,18).
Conforme a quanto acabamos de escutar, o perdão de Deus se manifesta antes de mais nada como um esquecimento. Para quem procura Deus para se arrepender dos próprios pecados, encontrará um Pai bondoso disposto a esquecer os erros do filho. Isso é magnífico, porque aquilo que nós não conseguimos fazer, Ele o realiza de uma vez. De fato, se pensarmos com atenção, quando caímos no pecado, não conseguimos esquecê-lo e continuamos nos condenando o tempo todo, com medo de nos aproximarmos a Deus, com vergonha dEle.
A manifestação do perdão de Deus é o esquecimento dos nossos pecados, também porque se não esquecermos os nossos erros, não conseguiremos nunca realizar o plano de Deus. “Eis que eu farei coisas novas, e que já vão surgindo” (Is 43,19). A vocação é isso mesmo: deixar que Deus faça de nós algo de novo, nunca visto. Para isso acontecer, precisamos largar a brilha da nossa vida, deixando que seja Deus a segurá-la. O pecado se manifesta nessa forma também, ou seja, na teimosia de querermos dirigir a nossa existência do jeito que queremos. Se nos arrependermos da nossa teimosia, Deus nosso Pai irá esquecer para fazer de nós algo de novo, imprevisto, que ninguém podia imaginar, pois os mistérios de Deus são escondidos com Cristo em Deus (cf. Col 3,3).

4. Na pagina da segunda carta aos Coríntios, que hoje ouvimos na segunda leitura, são Paulo confirma tudo aquilo que acabamos de colocar.
 “É Deus que nos confirma, a nós e a vós, em nossa adesão a Cristo, como também é Deus que nos ungiu” (2Cor 1,21).
Tudo é de Deus e tudo vem de Deus. A consciência dessa realidade, nos deve levar sempre mais a entregar a nossa existência nele, sem tentar de recuperá-la para segurá-la. O pecado manifesta-se, também nessa forma, na tentativa implícita ou explicita, de querer dominar a nossa vida, de poder controlá-la. “Foi Cristo que nos marcou com o seu selo”(2Cor1,22). Se de verdade levamos na nossa alma o selo de Cristo, então, com Ele e atrás dele, devemos seguir o caminho da cruz, que é o caminho da entrega total. Se percebermos algumas resistências nesse caminho, é porque fragmentos do pecado, que é o egoísmo, estão ainda escondidos dentro de nós. Percebendo isso não devemos ficar tristes (seria um claro sinal do nosso orgulho machucado), mas prontos e disponíveis para o arrependimento e disponíveis ao perdão de Deus, que esquece o nosso pecado a ponto de colocá-lo no mais profundo abismo dos mares (é uma imagem extremamente linda da sabedoria israelita, que se encontra em um texto de Isaias e também num salmo).
Deus quer fazer de nós algo de novo, por isso o seu olhar é sempre dirigido ao futuro. Pedimos ao Senhor que esta Eucaristia produza em nós o desejo de colocar toda a nossa vida nas mãos de Deus, para sermos assim capazes de olharmos sempre na nossa frente e esquecer o nosso passado de pecado.



TUDO PARA A GLORIA DE DEUS




DOMINGO  VI/B
(Lv 13,1-2.44-46; Sal 31; 1 Cor 10,31-11,1;Mc 1, 40-45)

Paolo Cugini

1. A carta aos Hebreus nos lembra que a Palavra de Deus é como uma espada a dois gumes, que penetra na alma da pessoa e ninguém pode fugir á sua força. Sempre nesta linha, um padre da Igreja, meditando este texto, falava que a Palavra de Deus é como um espelho no qual uma pessoa encontra si mesma, pois a Palavra de Deus revela a identidade da pessoa que dedica tempo para Ela. Tudo isso pra dizer a importância do texto do Evangelho de hoje, que de fato, revela muito sobre o sentido da nossa existência.

2. “Um leproso chegou perto de Jesus e de joelhos pediu: ‘se queres tem o poder de curar-me’” (Mc 1,40).
 Se entrarmos com a pergunta “Quem sou eu?” o Evangelho de hoje oferece duas respostas que em aparência parecem contraditórias, mas que na realidade apontam um caminho. A primeira resposta é esta: você é um leproso. A lepra é uma doença que devasta a pela e desfigura a forma externa da pessoa. Além disso, a lepra é uma doença transmissível. Por isso, a primeira leitura nos lembrou que, pela lei mosaica, um homem leproso devia ficar isolado e morar fora do acampamento. É sem duvida uma medida que visa proteger a comunidade, a própria sobrevivência. Poderíamos-nos questionar, a essa altura, o que tem a ver esta doença com a nossa existência. Num sentido espiritual a lepra pode ser comparada com o pecado. De fato, o pecado, que é desobediência a Deus, desfigura a nossa identidade, estraga a imagem de Deus presente em nós e que Jesus veio a resgatar. Nascemos mergulhados no pecado original, ou seja, encontramos no nosso DNA espiritual a tendência endêmica á autonomia, a viver buscando um próprio caminho autônomo, seguindo projetos egoístas, nos esforçando de colocar os nossos interesses diante de qualquer coisa. Esta estrutura egoísta e orgulhosa da nossa existência, que molda a nossa vida, constitui o núcleo básico que dirige as nossas decisões, os nossos pensamentos e atos rumo a uma vida autônoma e auto-suficiente. Esta vida egoísta é o pecado, que é sem duvida uma espécie de lepra, pois além de desfigurar a nossa identidade, é transmissível, ou seja, tenta sempre de envolver os outros, de mergulhá-los no mesmo caminho de morte.
A presença de Jesus na historia descortina a nossa realidade. Olhando para Ele, imagem perfeita de Deus, o leproso se dá conta daquilo que ele deveria ser e não é.  Por isso o primeiro e constante passo da vida espiritual é o reconhecimento da própria lepra, é dar o nome a nossa existência, confessando: “eu sou um leproso”. Quem não fizer isso, é porque ainda está amarrado ao próprio orgulho, ainda se acha o dono da própria vida e não quer de jeito nenhum abrir mão dos próprios projetos humanos e egoistas. Mais uma vez: Jesus entrando na historia revela a minha verdadeira identidade: sou um leproso. Importante, então, é olhar a Jesus para admitir a própria realidade. Esta confissão deve acompanhar todos os dias da nossa vida. De fato, para sarar da lepra do pecado, que está enraizado em nós, precisamos a vida toda para dizer: “Jesus tende piedade de mim que sou pecador!”.

3. “Eu quero, fica curado” (Mc 1,41).
Se for verdade que a lepra é uma doença devastante e irreversível, como é que o leproso se dirigiu a Jesus pedindo ajuda? Porque o leproso percebeu em Jesus uma possibilidade de cura? Porque Jesus despertou no leproso uma esperança?
Jesus é o santo de Deus. Só uma pessoa santa tem o poder de despertar vida nas realidades de morte. Este é a segunda parte da nossa identidade que o Evangelho quer nos entregar. Aquilo que Jesus despertou e realizou deve acontecer em nós. De fato, a vida sacramental deve realizar em nós o mesmo Cristo. O Espírito Santo trabalha em nós neste sentido: para realizar Cristo em nós. São Paolo mesmo, na carta aos Gálatas nos lembra o sentido da sua missão: “Meus filhos, sofro novamente como dores do parto, até que Cristo esteja formado em você” (Gal 4,19).
Então, se é verdade que o Evangelho de hoje nos revela a nossa identidade de leprosos, de pecadores, o mesmo trecho aponta também o que devemos nos tornar: outro Cristo. Este é o problema. A vida cristã não é o caminho para nos tornarmos pessoas boas, honestas: muito mais. Cristo veio para santificar a nossa humanidade: é este o grande desafio. “Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor” (Ef 1,4). O mundo precisa de santos, de pessoas santas. Só a santidade, a vida em Deus mexe com as consciências, descortina as mentiras. Foi a justiça de Deus que desvendou a injustiça do mundo. Foi o jeito de amar de Jesus, que descortinou o ódio do mundo. Foi o jeito de partilhar do Filho de Deus que mexeu com o projeto egoístico do mundo.
È a nossa maneira de amar, partilhar, buscar a justiça que provoca o mundo mergulhado na lepra do pecado.

4. Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa fazei tudo para gloria de Deus (1 Cor 10,31).
Uma humanidade santa, purificada da lepra do pecado, se manifesta na vida corriqueira como busca constante da vontade e da glória de Deus. São Paulo, na segunda leitura de hoje, mostra que esta busca deve poder abrange a totalidade da nossa existência, também aqueles momentos, aquelas realidades que não somos acostumados pensar de baixo do olhar de Deus, como o comer e o beber. Na perspectiva que Paulo aponta o caminho de conversão que o Evangelho de Jesus nos convida realizar, deve poder entrar e abranger tudo, pois tudo deve ser recapitulado em Cristo e tudo deve ser cristificado. É esta a razão que deve nos ajudar a levar a serio a proposta de Jesus e, assim, a luta cotidiana contra o pecado que deturpa e desfigura a nossa humanidade. O caminho espiritual pelo qual Jesus veio nos convidar exige a disponibilidade cotidiana a morrer ao nosso egoísmo, a deixar o Espírito Santo purificar a nossa existência, a permitir á Palavra de Deus orientar sempre o nosso caminho.
Que Nesta Eucaristia deixamos que Cristo toque a nossa humanidade para santificá-la e, assim, se tornar instrumento de salvação.





BATISMO DO SENHOR




Domingo-Festa do Batismo do Senhor
(Is 42,1-4.6-7; Sal 28; At 10, 34-38; Mc 1,7-11)
Paolo Cugini
1. A festa do Batismo do Senhor é sem duvida nenhuma uma grande oportunidade que a Igreja nos oferece para refletirmos sobre o sentido do Batismo em geral e, sobretudo, sobre o sentido do nosso batismo. Somos acostumados a procurar a Igreja para batizar os nossos filhos ou afilhados, mas talvez bem pouca coisa sabemos sobre o sentido do mesmo. Percebemos que é um rito de iniciação para fazermos parte da Igreja, apesar de que muitos dos pais que pedem o Batismo dos filhos raramente colocam os seus pés dentro da mesma. Por isso, mais uma vez, é importante esta festa para que a nossa consciência sobre o sacramento do Batismo cresça sempre mais.

2.Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo” (Mc 1,8).
O Batismo que recebemos da Igreja tem dois sentidos, conforme aquilo que está escrito neste versículo. O primeiro sentido é a água, ou seja, o batismo de conversão. A água é sinal de vida nova, não apenas de limpeza, e assim que quiser receber o Batismo deve entrar num processo de purificação. De fato, se trata de entrar numa vida nova, alternativa aquela que o mundo propõe. Conversão quer dizer mudança e sendo que mudar as nossas atitudes mundanas não acontece de um dia para o outro, quem entrar num processo de conversão precisa de tempo. Por isso, ainda hoje para os jovens e os adultos que se apresentam a Igreja para pedir o Batismo, é cobrado um período de preparação, cujo objetivo é tomar consciência da proposta de Jesus para chegar assim a uma decisão firme e responsável. Este é, por exemplo, o sentido da unção que os catecúmenos recebem no dia do batismo, unção cujo efeito é tirar a mancha do pecado original, para se dispor a receber o Espírito do Senhor. Esta primeira fase do Batismo é de fundamental importância, pois aponta para um caminho novo que a pessoa está querendo abraçar, o caminho do Senhor que exige um despojamento de todos os elementos negativos que carregavam a nossa existência antes de conhecer o Senhor. É esta fase, também, que revela que o Batismo não é algo de material, um mero rito, mas sim a introdução dentro do mistério de Deus que se revelou em Jesus. Mistério que para ser abraçado necessita de um conhecimento prévio, e da disponibilidade á abraçar o novo estilo de vida. Somente assim, ou seja, somente quando o catecúmeno vive com responsabilidade esta primeira fase é possível uma compreensão da fase sucessiva, ou seja, da descida do Espírito Santo no catecúmeno. O óleo da Crisma colocado na cabeça do candidato logo após do batismo, indica que é Deus mesmo que é disponível a guiar os passos da pessoa batizada ao longo da vida. O Batismo no Espírito Santo significa que Cristo mesmo entra na pessoa para guiá-la ao longo dos anos, para transformá-la, para santificá-la. Por isso São Paulo falava que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, ou seja, que em nós através do Batismo é Deus que entra para transformar a nossa humanidade e rendê-la capaz de louvar a Deus com uma vida digna e justa.

3.Estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrario ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 35).
Quer dizer esta transformação que o Espírito Santo opera em nós da qual falamos pouco acima? Neste versículo que acabamos de citar são Pedro explica o sentido daquilo que estamos tentando de compreender. O Espírito Santo nos ajudar a entender as coisas do jeito que Deus as entende, a ver a realidade e o mundo do jeito que Deus o enxerga. E assim se o nosso egoísmo nos fecha os olhos sobre nós mesmos, rendendo-nos incapazes de gestos de caridade e de atenção aos outros, pelo contrario o Espírito Santo abre a nossa mente para que saibamos acolher a todos e todas. Foi por isso que Jesus veio ao mundo, para sarar as feridas provocadas pelo egoísmo, que divide as pessoas, que discrimina, que cria diferenças entre as pessoas. Pelo contrario o Espírito de Deus que recebemos no Batismo nos ajuda vislumbrar em cada pessoa um irmão, uma irmã, a não ter medo de ninguém, mas sim a temer e adorar somente a Deus, o nosso Pai. Além disso, o mesmo Espírito que impele em nós nos ajuda a nos aproximarmos dos mais pobres, dos mais excluídos e golpeados das conseqüências nefastas do egoísmo e do orgulho humano que, onde passa devasta, destrói, divide. Se então, o mundo age desta forma destruidora, pelo contrario o Espírito Santo é como um balsamo que cura as feridas da alma, sobretudo aquelas feridas profundas fruto da ignorância e da discriminação. Pois, é isso que o apostolo Pedro entendeu ao longo dos anos, que Deus não faz discriminação de pessoa nenhuma, que Ele aceita a todos e todas. Isso deveria ser bem visível na vida da Igreja, onde as pessoas deveriam se sentir acolhidas seja qual for a cor da pele, ou a proveniência social. O Espírito Santo que impele nos Batizados tem como projeto a realização de uma humanidade nova, formar em nós os mesmos sentimentos de humildade, humanidade, bondade, caridade que era bem visíveis na vida de Cristo. Se percebermos ao longo dos anos que o Espírito Santo está produzindo um pouco destes efeitos espirituais, significa que estamos no caminho certo. Pelo contrario, se nada está acontecendo e não somos em nada diferentes das pessoas mundanas, significa que não estamos deixando espaço para o Espírito Santo agir em nós.

4.Eu te formei e te constitui como o centro da aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas” (Is 42,6).
Esta profecia de Isaias referida ao Messias, na realidade vale também por cada batizado. A transformação da nossa vida por obra do Espírito Santo que recebemos no batismo deve produzir uma presença mo mundo significativa, no sentido de uma ação de justiça e de libertação: é este o nosso compromisso para a realização do Reino de Deus que Jesus veio anunciar. Seja este desejo de um mundo novo, de um mundo libertado das opressões e injustiça, que anime os nosso corações ao longo deste novo ano. Assim seja.


JESUS LEVANTOU E FOI REZAR NUM LUGAR DESERTO




Omilia Domingo  V°/B
(Jó 7,1-4.6-7; Sal 146; 1 Cor 9,16-19.22-23; Mc 1,29-39)
Paolo Cugini
1. O Deus no qual acreditamos não é qualquer Deus, mas sim o Deus de Jesus Cristo, o Deus que Jesus manifestou com a sua vinda na terra. Jesus não apenas manifestou o rosto de Deus, mas também expressou a idéia de Deus sobre a humanidade. Se, de fato, Jesus o Filho de Deus se fez presente no meio de nós é porque Deus declarou doente a nossa humanidade, uma doença espiritual, que é a desobediência ao seu plano de amor, que se manifesta ao externo como enfraquecimento físico de toda a humanidade que, de agora em diante é destinada á morte, á todo tipo de doença. Na perspectiva bíblica existe uma ligação intrínseca não apenas entre fé e vida, mas também entre corpo e Espírito, matéria e forma; ligação que deve ser entendida no sentido profundo para podermos perceber e entender o sentido da ação de Deus em Cristo Jesus na historia. Se Jesus veio ao mundo é para curar a humanidade por dentro, na sua alma estragada pelo egoísmo que provoca uma incapacidade crônica de viver de uma forma autentica. A morte é o caminho que a humanidade implicitamente escolheu de viver se opondo ao plano de Deus. E é exatamente esta vida de morte que Jesus veio sarar para sempre.

2.Minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade” (Jó 7,7).
Esta frase de Jó, que escutamos na primeira leitura, reflete a condição humana; a nossa vida não passa de ser um sopro. A caducidade humana é manifestada nas doenças que, aliás, são sintomas da morte, ou seja, do destino terrível do homem. Por isso Jó se queixa da vida, das lutas que o homem deve enfrentar sem saber o porque de tanto sofrimento. Se, de fato, tudo acaba a que adianta passar a vida toda lutando. É este um tema clássico não apenas da literatura bíblica, mas também da sabedoria popular de todos os tempos. É o questionamento que é levantado sobre o sentido da vida que é expresso também no Evangelho de hoje através da doença, que não é entendida apenas como um dato inelutável, que leva a humanidade toda pela morte, mas sim uma situação na qual Deus manifesta o seu poder. Jesus, entrando em contato com a humanidade doente, não apenas elabora uma reflexão, mas exerce uma cura que salva. Esta é sem duvida nenhuma a grande novidade da presença de Jesus na historia que, porém deve ser interpretada para não correr o risco de desembocar em fáceis, mas também perigosos materialismos. De fato, se Jesus cura as doenças, a sua ação não pode ser encurralada no simples ato físico, como se Ele exercesse a mera função do medico. A cura física das doenças é o símbolo da cura profunda que Jesus veio realizar, ou seja, o pecado do mundo. Jesus é o nosso salvador porque veio curar a nossa alma. Este é o sentido do caminho espiritual que realizamos na Igreja: sair da doença espiritual do pecado, que se manifesta como teimosia contra Deus e o seu plano, para nos encontrarmos em Deus. O problema é que, para realizar este caminho de salvação, precisamos admitir que somos doentes e, então, que precisamos do medico espiritual, que é Jesus, e dos seu remédios espirituais aos quais não somos acostumados. Por isso é necessário escutar o Evangelho, pois é nele que encontramos a Verdade que manifesta a realidade, que nos permite da sair do nosso mundo de mentira e falsidade.

3.De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto” (Mc 1,35).
Jesus não busca a gratificação no sucesso pessoal, naquilo que realiza, mas sim no seu relacionamento com o Pai: é isso que me parece um dos maiores ensinamentos de Jesus.  A doença da humanidade movida pelo orgulho e pelo egoísmo se manifesta amiúde como insatisfação, pois todo o esforço, o anseio da vida, é colocado nas coisas materiais. Jesus, pelo contrario, não busca nos atos que ele cumpre, nos milagres que ele realiza uma satisfação pessoal, pois não é na vida material que Ele colocou a própria realização. É isso que aprendemos em versículos como aquele que acabamos de citar, que mostram Jesus fugir da multidão para procurar de madrugada ou de noite lugares desertos, afastado da multidão e ali se entregar á oração, que por Jesus não é um dever, mas sim uma profunda exigência da alma. É no relacionamento com o Pai que Jesus busca o sentido da própria existência, um Pai que busca no silencio porque sabe que Deus olha no coração. Por isso Jesus não se deixa iludir do aparente sucesso diante dos milagres que Ele realizava e, ao mesmo tempo, não se deixa abater pelo fracasso que a sua pregação provocava. A força de Jesus está no Pai, no seu amor, e não na aparência das conquistas humanas. Sem duvida nenhuma este ensinamento de Jesus é algo que mexe com as prioridades matérias da nossa existência, pois, apesar de tantos discursos, não somos acostumados a priorizar a vida espiritual, a buscar Deus como eixo da nossa existência. As nossas orações, se comparadas com aquelas de Jesus, não são nada mais que um punhado de palavras decoradas sem muito sentido. A oração de Jesus nos ensina que o dialogo com Deus deve moldar a nossa mente, orientar as nossas ações, formar o nosso pensamento, preencher os nossos anseios. Só assim poderemos sair de uma experiência religiosa estéril, que não leva em canto nenhum, que serve somente para tapear a nossa consciência e não ouvir o ruído que nela escutamos.

4.Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim” (Mc 1,38).
A busca constante da vontade de Deus, a entrega da própria existência nas mãos do Pai tem como conseqüência, a clareza sobre a própria identidade. Jesus sabe o que quer, ou melhor, sabe o que o Pai quer dele, pois é só isso que ele deseja. O dialogo incessante com o Pai, a busca do seu amor, leva Jesus, o Filho, a desejar pela própria existência nada mais do que isso. A força, a verdade da oração se manifesta em Jesus com a clareza sobre a própria identidade. Jesus não perde tempo, pois ao longo da caminhada, sabe muito bem o que o Pai exige dele. Esta firmeza, esta clareza da própria vocação, do sentido do lugar que Ele veio a ocupar no mundo, machuca bastante a nossa insegurança, o sentido que nós temos da nossa identidade, não apenas como pessoas, mas também como membros da Igreja. De fato, muitas vezes transferimos a nossa inconsistência espiritual, a nossa fraqueza vocacional, dentro da vida da Igreja prejudicando o caminho de tantas pessoas. Nesta Santa Eucaristia pedimos ao Senhor que nos ajude a consolidar a nossa vocação através de uma vida de oração mais profunda e mais autentica, seguindo o exemplo de Jesus.



TODOS FICAVAM ADMIRADOS COM SEUS ENSINAMENTOS



OMELIA DOMINGO IV°/B
(Dt 18,15-20; Sal 94; 1 Cor 7,32-35; Mc 1,21-28)
Paolo Cugini
1. Recomeçando o tempo comum recomeça também a proposta dos temas clássicos do cristianismo, que a liturgia ao longo do ano estará re-propondo para os fieis refletirem. O tema da liturgia de hoje é a novidade da Palavra de Jesus sobre os outros tipos de palavras. Se é verdade que a fé dos cristãos se alimenta com a Palavra de Deus, como sempre são Paulo nos alerta, então é importante parar para refletir sobre a novidade que esta Palavra trouxe pela historia da humanidade. Apesar de que a Igreja ultimamente alerta os cristão sobre a importância de uma ligação constante com a Palavra de Deus, sabemos por experiência como, na realidade, quem alimenta a vida espiritual dos fieis são muito mais as praticas devocionais, que o costume de meditar, interiorizar a Palavra de Deus. Para nos introduzirmos ao tema de hoje, poderíamos nos perguntar: a final de conta porque a Palavra de Jesus é tão importante para nós? Qual é a novidade dela?

2.Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras” (Dt 18, 19).
A primeira característica fundamenta que a Palavra de Deus Exige é de ser escutada. Escutar, no sentido bíblico, não é apenas um esforço físico que envolve apenas o órgão auditivo, mas sim uma atitude espiritual que envolve toda a pessoa. A escuta da Palavra de Deus exige um clima todo especial, a busca de uma atenção, um cuidado para que a Palavra escutada possa penetrar o coração, assim como nos ensina o salmo de hoje: “Não fechei o coração, ouvi hoje a voz de Deus” (Sal 94). Este versículo do salmo 94 oferece para a nossa meditação um dato importante, pois revela o objetivo da Palavra de Deus, que é de alcançar o coração do homem, pois é ali que reside a sede aonde o homem, a mulher toma as decisões. A Palavra de Deus tem um conteúdo que é ao oposto daquilo que o homem vive. O principio inspirador do homem, apesar de que muitas vezes ele nem saiba disso, são os instintos egoístas, que o leva a buscar uma vida material na qual é ele mesmo o centro. Pelo contrario, a Palavra de Deus inspira ao coração do homem uma vida de amor, de doação total de si mesmo, de busca constante da atenção aos irmãos e as irmãs.  É por essa razão que, também se escutamos fisicamente a Palavra de Deus ela amiúde não penetra dentro de nós, porque o conteúdo dela é totalmente diferente daquilo que somos acostumados a pensar, a viver. Então, para escutar a Palavra de Deus que nos convida para o caminho do amor e da justiça, precisamos colocar a nossa existência numa atitude de conversão, de mudança. É isso que são Paolo quis dizer na segunda litura de hoje: “O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações” (1 Cor 7,35). Paolo não está querendo convidar as pessoas para uma vida despreocupada, sem responsabilidade: pelo contrario. A idéia de Paulo é ajudar as pessoas a viver cada instante da vida, cada compromisso como resposta ao chamado de Deus. Nada na nossa vida deveria ser autônomo e independentemente do plano de Deus. Por isso Paulo questiona a nossa existência cheia de preocupações mundanas, que nos afastam de Deus e do seu plano de amor. A escuta da Palavra de Deus, quando é autentica, transforma a vida cotidiana numa resposta constante a Deus, não deixando espaço para nada que não entre nesse projeto de amor. Por isso, como já vimos, o relacionamento com a Palavra de Deus exige dedicação, tempo, disponibilidade.

3. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade” (Mc 1,22).
A palavra de Jesus é uma palavra pronunciada com autoridade, por isso é crível. Mas, podemos nos perguntar, de que autoridade se trata? É aquela autoridade que vem do comprimento daquilo que diz. A Palavra de Jesus é verdadeira, ao contrario com a palavra do mundo que é falsa. A verdade disso a encontramos na pagina do Evangelho de hoje. Jesus ordena para um espírito mau de sair de uma pessoa, e ele sai. Esta é a realidade simples e autentica da Palavra de Deus: ela sempre realiza aquilo que expressa. Na Palavra de Deus, como também nos ensinou o Concilio Vaticano II°, fatos e palavras são interligados. Somos acostumados a nos expressarmos com tantas palavras pelas quais nem sempre cobramos um retorno de autenticidade, pois é esta a característica do mundo: a mentira, o engano, a falsidade, o vazio, a leveza. Jesus com a sua Palavra autentica, nos introduz no caminho da Verdade, que é Ele mesmo, nos leva no mundo dos conteúdos autênticos, de palavras que expressam aquilo que dizem, de ações que correspondem exatamente por aquilo que é pronunciado. É um mundo novo que molda a nossa mente, para que se torne sensível a Verdade e aprenda a pensar conforme os dados que recebe. Só a Verdade é capaz de tirar toda maldade da nossa alma. Somos acostumados demais a lidar todos os dias com pessoas mentirosas e maldosas e, ao longo do tempo, este costume nos leva a pensar que a vida é assim mesmo, falsa e que para viver neste mundo falso precisamos ser nós mesmo falsos e maldosos. Pelo contrario, Jesus nos ensina que Deus é a Verdade e que exige dos seus filhos queridos que sejam autênticos, sinceros, verdadeiros.

4.Vinde, adoremos e ajoelhemos antes o Deus que nos criou” (Sal 94).
A verdade da nossa ligação constante com a Palavra de Deus é no reconhecimento daquilo que verdadeiramente conta na nossa vida e pelo qual somos disponíveis a nos ajoelhar. Somente o costume corriqueiro de internalizar e meditar a Palavra de Deus nos levará para o reconhecimento constante daquilo que está acima de tudo e que exige a nossa constante devoção e entrega, ou seja, Deus. Seja este o caminho que queremos percorrer não apenas nesta semana, mas todo dia da nossa vida. Assim seja.