sabato 22 dicembre 2018

NATAL, O NASCIMENTO DO SENHOR




Vigília de Natal-2007
(Is 9, 1-6; Sal 96; Tt 2, 11-14; Lc 2, 1-14)


Paolo Cugini

Chegamos a esta noite com o coração vibrante de alegria pelo evento que estamos contemplando: nesta noite o eterno entra no tempo, o infinito se faz finito, aquilo que é imperecível se faz perecível. Contemplamos extasiados o mistério do Deus menino, o Onipotente solapado no pequeno corpo de uma criança recém nascida. Ficamos pasmos, sem fôlego por esta aproximação impressionante de Deus para conosco. Aproximação que expressa mais uma vez o grande desejo de Deus de encontrar o homem, a mulher. O Natal é isso mesmo: o cumprimento do sonho antigo de Deus se fazer presente no meio da humanidade, de morar no meio de nós e, para realizar este sonho, Deus se faz homem, o tudo de Deus entra no fragmento pequeno do corpo humano. Mistério sublime que desvende até a que ponto chega o amor verdadeiro de Deus, o amor que pela sua intrínseca natureza exige a doação, a partilha e, por isso, não mede riscos, não calcula as conseqüências.  E, assim, por todos nós neste momento são autenticas as palavras do salmista quando, perante o mistério de Deus contemplado na criação, se pergunta: “É o que o homem para merecer tudo isso?” (Salmo 8). Nós também nesta noite tão luminosa nos perguntamos deslumbrantes: oh Deus porque fez tudo isso? Será que a gente merece um tão grande presente? Será que precisava mesmo que Deus se fizesse menino para nos encontrar? E é o que isso significa? O que Deus quis nos dizer com a sua vinda?

 O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1).
Assim como o profeta Isaias o profetiza, Jesus pela humanidade é uma luz. Deus enviando Jesus quis nos iluminar, ou seja, decidiu de nos tirar das trevas. Neste sentido a vinda de Jesus manifesta o julgamento de Deus sobre a humanidade. Com a vinda de Jesus Deus declara definitivamente derrotado o projeto de mundo que os homens construíram e continuam construindo independentemente de Deus. O mundo sem Deus é obscuro, é treva: é isso que o Natal de Jesus revela pela humanidade toda. O mesmo salmo 95 que foi proclamado hoje aponta o mesmo sentido: “O Senhor vem para julgar a terra inteira”. A luz de Deus que o nascimento de Jesus trouxe ao mundo representa o julgamento de Deus sobre o projeto de mundo que a humanidade desobediente criou e, ao mesmo tempo, é a indicação do caminho que a humanidade toda deve percorrer pra se afastar do projeto errado para entrar na trilha certa. Este me parece ser o sentido primeiro do Natal: a manifestação definitiva do julgamento de Deus sobre o mundo. A partir do evento do presépio, a humanidade toda depara com o pensamento de Deus, com a sua Verdade definitiva sobre nós. Verdade que se manifesta no seu lado negativo de julgamento, sobre tudo aquilo que ao longo dos séculos se ergueu orgulhosamente como projeto autônomo, criando o mundo da morte, dominado pelo egoísmo e pela ganância. Ao mesmo tempo o julgamento de Deus se manifesta como misericórdia por toda a humanidade vitima deste projeto terrível, por toda a humanidade que tenta com todas as forças de permanecer fiel ao projeto de amor de Deus.  Esta misericórdia de Deus que se estende ao mundo é muito bem representada pelos braços abertos de Jesus menino no presépio da manjedoura de Belém, que não é apenas uma cena sentimental, que mexe com o nosso lado sentimental, mas um quadro realista daquilo que Deus está querendo com o mundo.

 Porque nasceu para nós um menino” (Is 9,50).
Esta luz que Jesus com o seu nascimento trouxe ao mundo se manifesta como vida. De fato, aquilo que Deus promete para salvar a humanidade da morte é uma criança. Isso não apenas foi profetizado pela boca do profeta Isaias, mas se cumpriu na historia com o nascimento do menino Jesus. Jesus é a Vida verdadeira que acusa a morte do projeto mundano. Se quisermos viver uma vida que permanece no tempo e nunca desfalece, precisamos nos aproximar do presépio. Jesus menino de braços abertos é o julgamento de Deus sobre o mundo fechado do egoísmo, da ganância, da soberbia. Além do mais, este menino recém nascido de braços abertos nos convida a fazer parte do seu Reino, que é o Reino do amor, da paz, da justiça e da vida autentica.  Aquela vida que todos nós buscamos com todas as nossas forças ao longo da vida e que não conseguimos alcançar, esta mesma vida veio ao nosso encontro, se ofereceu gratuitamente. É isso que devemos aprender a vislumbrar no menino Jesus: A Vida. É Ele que veio para apagar as nossas angustias, veio para preencher o nosso vazio, a nossa falta de sentido. É este menino indefeso que tem nas suas mãos o segredo da vida, a direção que a nossa existência humilde deve tomar. Se nos aproximarmos a este grande tesouro com uma mentalidade humana, material, seriamos tentados a nos perguntar o custo para obter tudo isso. O Evangelho, porém, vem ao nosso encontro com uma resposta simples: “Encontrareis o recém nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2, 12). A vida autentica que Deus nos oferece no menino Jesus, não se apresenta com os critérios humanos do poder e da força, mas com os sinais divinos da simplicidade e da humildade. E assim, se quisermos acolher a Vida autentica manifestada no menino Jesus, precisamos nos despojar do nosso orgulho e do nosso egoísmo. A Vida autentica pode ser somente acolhida para ninguém se ufanar de algo que não lhe pertence. É isso que é difícil entender para nós acostumados a medir o valor das coisas pelo peso exterior, pelo preço. Jesus, a vida verdadeira, se oferece gratuitamente, não tem preço: pode ser somente acolhido. Também isso representa um julgamento da nossa maneira de olhar as coisas e medi-las.

A noite de Natal é uma noite feliz, como somos acostumados a cantar, porque Deus veio a morar no meio de nós, assumindo a nossa condição humana, uma condição estragada pelo pecado e pela morte. É incrível como isso possa acontecer, como Deus possa caminhar e viver conosco, ao nosso lado. Se Ele decidiu isso não foi apenas por um sentimento de solidariedade, mas para nos salvar, ou seja, para transformar a nossa condição humana de morte, numa condição de vida, a nossa condição de sofrimento e conflito numa condição de paz. O Natal de Jesus que hoje celebramos com o maior respaldo possível, pela Igreja quer ser muito mais de uma lembrança passada: deseja ser a indicação de um estilo de vida novo, aquele estilo que produz uma transformação radical em todos aqueles que a levem a serio. Que seja este o sentido do Natal, pelo menos entre nós e nas nossas famílias.


giovedì 20 dicembre 2018

EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 21


Estudo Bíblico para CEBs
Paolo Cugini
1-4. Jesus não exige esmola, mas a nossa mesma vida. A viúva que dá duas moedas é o símbolo do discípulo/a que não poupa a sua mesma vida para seguir o Senhor. E ali vem a pergunta: e nós estamos dando o que ao Senhor?

5-7. Não devemos fitar com os olhos as pedras do mundo, pois tudo será destruído. Aquilo que vale mesmo é o esforço corriqueiro de embelezar a nossa alma, de cuidar dela para que se torne cada dia melhor.

8-19. Antes dos capítulos que narram a paixão de Jesus o Evangelista Lucas coloca um discurso sobre os últimos tempos. Uma leitura superficial poderia provocar espanto, medo. Na realidade as palavras de Jesus são dirigidas para os apóstolos, são indicações sobre a postura que os discípulos devem ter perante a reação do mundo contra a sua mensagem. Jesus alerta os discípulos sobre a dureza do mesmo discipulado, pois seguir Jesus, abraçar a sua causa comporta muita incompreensões. “Sereis odiados por todos por causa do meu nome”. Esta é a dura realidade dos verdadeiros discípulos/as do Senhor: o ódio do mundo, pois o mundo detesta Deus, detesta Jesus e os seus seguidores. Quem ao longo da vida busca amparo do mundo é porque decidiu de abrir mão de Deus. O verdadeiro discípulo/a, as pessoas que de verdade amam a Jesus são perseguidas e maltratadas no mundo: este não é uma reflexão espiritual, mas sim um dado evangélico, Palavra de jesus sobre a qual é necessário refletir, avaliar a própria vida e decidir de que lado queremos ficar. Quem decide seguir Jesus deve levar em conta muito sofrimento.

Pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas. Quem se importa de salvar a própria alma não tem outro caminho que confiar em Deus. Nos versículos precedentes Jesus foi bem claro: as vezes nem dentro da família poderemos contar. Não podemos organizar a nossa vida religiosa contando sobre as pessoas, pois se aquela pessoas desviar nós também poderemos acabar saindo do caminho. Jesus nos ensina que quem salva a nossa alma, não é uma pessoa, mas sim a nossa perseverança. Mais uma vez Jesus nos alerta que a responsabilidade da nossa caminhada de fé é nossa. Para podermos ser perseverante em todo momento da nossa vida precisamos apreender a cultivar o nosso relacionamento pessoal com o Senhor, saborear o seu amor, aprender a gostar da sua Palavra.

Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos. É uma clara referencia a destruição do templo de Jerusalém que aconteceu no ano 70 d. C. Existem eventos histórico que se tornam sinais da passagem de Deus na história. Por isso o Concilio Vaticano II falava 50 anos atrás que é necessário aprender a interpretar os sinais dos tempos. Somente dentro uma perspectiva de fé, de confiança na Palavra do Senhor poderemos perceber a presença de Deus na história e não ficar confusos perante eventos em aparência assustadores.

Quando essas coisas começarem a acontecer, exultai e levantai a cabeça, porque a vossa libertação se aproxima. É importante ler o capitulo 21 como uma palavra de Jesus dirigida para os seus discípulos/as, que os alerta sobre a verdade dos acontecimentos históricos. Quando de fato, assistimos a situações de morte e desastres, somos tentados a nos assustar e ficar com medo. Jesus está alertando os seus discípulos/as que a realidade é que a libertação dos discípulos/as se aproxima. Se tudo se destrói, se não existe império, poder que fica no tempo, isso quer dizer que o verdadeiro esforço que vale a pena fazer não é acumular dinheiro, não é ficar do lado do poder, mas sim ficar firme ao lado do Senhor, pois é o único que tem o poder de nos libertar da morte.

29-33. A parábola da figueira confirma o discurso antecedente. O cristão deve aprender a ler a historia, os acontecimentos históricos à luz da Palavra de Deus, a interpretá-los, para aprender a vislumbrar a presença de Deus, sentir o seu amor. Isso será possível somente dentro de um constante caminho do conhecimento e aprofundamento da Palavra de Deus, pois: “O céu e a terá passarão, mas as minhas palavra jamais passarão!” Quem perde  o contato com a Palavra de Deus perde o contato com a realidade.

34-38. Perante a história que vai correndo ruma a própria destruição por causa do esquecimento de Deus, qual é a nossa tarefa de cristãos? Jesus nos ensina que aqui na terra devemos aprender a vigiar, a rezar, ou seja, a fortalecer sempre mais o nosso relacionamento pessoal com Ele. O perigo pior é o endurecimento do nosso coração, o abrutamento da nossa alma que pode chegar ao ponto de não sentir mais nada, de ficar insensível à Palavra de Jesus. Por isso o grito de Jesus: Vigiai!



domenica 2 dicembre 2018

EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 20





Estudo Bíblico para CEBs
 Paolo Cugini

1-8. Nestes poucos versículos Jesus demonstra que o cristão não deve ser bobo, mas muito astuto e inteligente. Acreditar em Deus não quer dizer se entregar, aceitar tido, mas avaliar a esperteza do mundo e responder com inteligência.

9-19. São palavras claramente dirigidas aos escribas e sumos sacerdotes que ao longo dos séculos maltrataram os profetas que Deus enviava para alertar o povo, e ultimamente maltratam também Jesus. É Jesus a pedra que os construtores descartaram, porque não acreditaram nele e é sobre esta pedra que Deus constrói o seu Reino e quem não aceita o seu Evangelho será esmagado.

20-26. Mais uma prova da grande inteligência de Jesus e da sua capacidade de prestar atenção a todo tipo de provocação. Neste caso Jesus responde à provocação escutando com atenção e respondendo a partir da realidade que ele analisa, sem nenhuma forma de preconceito.

Se a Deus devemos tudo então o que devemos dar a Cesar, símbolo do poder político? A tentação imediata é responder: nada. Na realidade, porém, se a Deus devemos tudo isso quer dizer que à política devemos dar Deus. Não é de qualquer forma que podemos entrar na vida política, mas com Deus na alma e no coração. Como nos lembra a Igreja (documento Lumen Gentium do Concilio Vaticano II) os leigos são convidados a transformar o mundo, a santifica-lo e, por isso, também o âmbito político por dentro. Pode santificar o âmbito político somente as pessoas que estão buscando santificar a própria vida.

27-40. Primeiro ensinamento: o matrimonio é uma realidade terrena, pois na vida eterna não haverá matrimonio porque seremos com anjos no céu (o sexo, a sexualidade pertence à dimensão terrestre). Este é um versículo que valoriza a vida celibatária dos padres e das freiras que são no mundo sinal daquilo que viveremos no céu.

A ressureição dos mortos é já testemunhada no livro do Êxodo (Ex 3,6), apesar deste dado ser aprofundado somente na literatura sapiencial a partir do IIIº sec. A. C., no livro da sabedoria e dos provérbios.

41-44. É um versículo um pouco complicado que deveria demostrar a superioridade de Cristo comparado com David, pois o mesmo David chama de meu Senhor o mesmo filho de David. Além disso são versículos que demostram a ressureição.
45-47. Jesus alerta o povo sobre a atitude daqueles que deveriam ser os mestres, pois buscam apenas a aparência, buscando ser vistos e cumprimentados. Quem está na frente do povo deve ser exemplo de simplicidade e humildade.


sabato 24 novembre 2018

EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 19





Estudo Bíblico para CEBs

Paolo Cugini
1-10. Zaqueu é o símbolo dos ricos que se salva. Rico se salva somente se partilhar a sua riqueza com os pobres assim como fez Zaqueu (a metade dos meus bens eu dou aos pobres). Este trecho mostra também a dinâmica do encontro com Jesus. Zaqueu se esforça de encontrar o Senhor. Zaqueu para ver Jesus subiu a figueira: e nós fazemos o que para nos encontrarmos com Jesus?

Hoje a salvação entrou nesta casa: somente vivendo o presente da vida podemos acolher o Senhor que está presente na nossa historia. Quem vive de lembranças passada o projetado sempre no futuro nunca poderá saborear a presença de Jesus que vem ao nosso encontro hoje, no presente da nossa vida.
11-28. Qual é o sentido desta parábola? O ensinamento é bastante claro: a vida que recebemos de Deus com tudo aquilo que nos doa deve ser vivida, deve dar fruto. Quem vive parado deitado no sofá, enrolado na preguiça não vive agradando a Deus. Tudo aquilo que recebemos de Deus – a comunidade, os sacramentos, a Palavra, etc. – deve brotar futos na nossa vida. Esta parábola nos convida a um exame de consciência: que frutos estão brotando na nossa caminhada de fé? O centro da parábola é, portanto, o terceiro empregado que devolveu aquilo que recebeu. Não podemos esconder aquilo que recebemos de Deus.
Aquilo que já possui será dado ainda mias: sem duvida estas palavras não devem ser entendidas no sentido material, mas sim espiritual. A referencia é aquilo que temos de vida de fé, de vivencia comunitária. Se somos batizados e não vivemos o nosso batismo na comunidade, será tirado de nós isso e será dado a quem viveu com plenitude a própria fé.

29-40. É a entrada de Jesus em Jerusalém acolhido pelo povo com muita festa e alegria. Infelizmente será este mesmo povo que clamará a morte de Jesus.
41-44. Jesus chora chegando em Jerusalém, porque ele sabe aquilo que irá acontecer no futuro por causa da resistência à sua Palavra. Jerusalém nos seus chefes recusaram a presença de Jesus, não reconheceram nele o Salvador, o Messias esperado e, por causa disso, será destruída. De fato, quarenta anos depois do pronunciamento destas palavras, exatamente no ano 70 d. C. Jerusalém foi invadida e o templo destruído definitivamente. A nossa recusa à Palavra do Senhor tem consequência.

45-48. O templo do Senhor, que hoje são as capelas, a Matriz, é para rezar e não para fazer comercio ou politica. Quem quiser fazer comercio vai na feira e quem quiser fazer politica vai na praça. Perder o sentido do sagrado tem consequências negativas não apenas na vida da pessoa, mas também na vida da comunidade. “Minha casa é casa de oração”: precisamos resgatar isso se quisermos ser fieis a Palavra e aos ensinamentos de Jesus.

EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 18





Estudo Bíblico para CEBs
Paolo Cugini
1-8. É uma catequese sobre a oração entendida como pedido. A fé neste trecho se manifesta como insistência na oração: porque? Porque insistindo manifestamos que acreditamos na Pessoa pela qual dirigimos o pedido. Por isso na Igreja a partir já dos primeiros séculos, se difundiu uma forma de oração que consistia na repetição continua de um versículo do evangelho (um mantra). A falta de fé si identifica com a falta de oração.

9-14. Não é qualquer oração que Deus escuta, mas sim a oração da pessoa que se dirige a Ele com humildade. A pessoa orgulhosa, que se acha na verdade é incapaz de se enxergar, de perceber as próprias faltas e, por isso, é incapaz de produzir uma oração autentica. Pelo contrario a pessoa humilde, reconhece os próprios pecados e se coloca perante Deus na justa atitude. Por isso devemos aprender e repetir sempre a oração dos humildes de coração: Meus Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!

15-17. Receber o Reino de Deus como criança significa acolhe-lo com simplicidade e disposição, assim como a criança se joga no colo da mãe, sem nenhum tipo de resistência.

18-30. O caminho do discipulado é um processo que tem etapas. A primeira é sentir o desejo de viver com Deus, é sonhar a vida eterna. È isso que tinha na alma a pessoa importante que procurou Jesus. Depois disso é necessário obedecer aos mandamentos de Deus pois, que ama a Jesus faz aquilo que ele diz (Jo 14,15). Só que isso não basta: para ser discípulo do Senhor é necessário se despojar de tudo, viver sem apego a nada, pois este é o sintoma da grande liberdade que proporciona o seguimento ao Senhor.
28-30: quem tiver deixado: deixar é o verbo da vocação. É isso que escutam os noivos no dia do casamento (deixar pai e mãe) e é isso que vivem os religiosos no dia em que realizam os votos. Ninguém deixa algo para abraçar o nada: se deixamos atrás de nós aquilo que parecia ser importante é porque encontramos algo de mais importante ainda, a vida eterna.

31-34. Jesus abre o próprio coração para os discípulos desvendando aquilo que irá acontecer com Ele, ou seja, a sua paixão e morte como consequência do anuncio do Reino e do seu testemunho, mas os discípulos não compreendem. A compreensão da proposta de Jesus não é um problema de inteligência, mas sim de vivencia. Começa a entender a proposta de Jesus que se coloca atrás dele e se esforça de viver a sua Palavra no dia a dia.

35-43. A fé se manifesta na insistência em gritar a Jesus (Lc 18, 1-8). O cego grita a Jesus o próprio desejo de enxergar. O ver do cego é o ver da fé. Se acreditarmos no Senhor Ele nos ajudará a ver a realidade de uma forma diferente. A fé em Jesus tira dos nossos olhos as trevas que o mundo coloca. O mundo quer que nós vejamos aquilo que ele quer, que assinamos em baixo a sua cartilha. Só Jesus nos liberta desta cegueira! Problema: será que nós queremos ver?  Será que queremos ser curados da cegueira do mundo para enxergarmos a realidade assim como o Evangelho nos ensina?




sabato 20 ottobre 2018

EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 17



Estudo Bíblico para CEBs
Paolo Cugini

1-10. É o que um escândalo? É algo que provoca a decepção dos discípulos ao ponto de se afastarem da comunidade. Por isso é importante aprender a vigiar sobre as nossas atitudes, a nossa conduta.
3. Somos responsáveis um dos outros dentro da comunidade. Quando percebemos que algumas pessoas da comunidade estão vivenciando algo de errado devemos chamar atenção (chame atenção dele). Não podemos fechar os olhos perante o mal, pois se fizermos isso, o mal estará se espalhando e tomando conta de tudo. A omissão é pecado.

4. A comunidade vai pra frente quando tem pessoas que pedem perdão e outras que perdoam. Alguém poderia perguntar: é mais fácil pedir perdão ou perdoar? O versículo 4 demostra que esta pergunta está errada porque o Evangelho nos convida a fazer as mesmas coisas: pedir perdão e perdoar.

5-10. A fé é a confiança na Palavra de Deus. Uma pessoa que confia em Deus vive a própria existência como um serviço, sem cobrar nada porque é servindo com amor a Deus que participemos da sua vida eterna. “Fizemos o que devíamos fazer”. Esta é uma frase que deveria ser na boca de todas as pessoas que se disponibilizam em fazer trabalhos na igreja, que devem ser feito não por buscar visibilidade ou querer ser agradecidos, mas simplesmente por amor a Deus.

11-19. A oração mais importante que devemos aprender é a ação de graça, pois toda vez que agradecemos, manifestemos a nossa fé na ação de Deus na nossa vida. Agradecer a Deus além de ser sinal de fé é também fruto da humildade, pois somente uma pessoa humilde reconhece a fonte da própria vida. O fato que somente um voltou para agradecer a Deus demostra que muitas vezes estamos na Igreja, rezando a Deus somente por um mero interesse pessoal e, quando ficamos satisfeitos, viramos as costas. O caminho atrás do Senhor deveria nos ajudar a sair do nosso egoísmo, para nos tornarmos pessoas mais humanas, mais atentas aos outros.

Levanta-te e vá. Sua fé o salvou: quem nos salva é a fé em Deus e, nestes versículos a fé se manifesta como capacidade de agradecer a Deus daquilo que acontece na nossa Vida. Não basta, então, ser beneficiados por Deu: precisamos ter a humildade de agradecê-lo.

20-21. O Reino de Deus não vem ostensivamente: quer dizer isso? Que não devemos procurar Deus aonde Ele não está, aonde Ele não se dá bem, ou seja, nas multidões, nos eventos de massa, nas situações de propaganda. O reino de Deus está no meio de nós: é no dia a dia que Deus se manifesta na nossa vida, por isso precisamos dar mais valor à nossa vida cotidiana, aos nosso relacionamentos corriqueiros.

22-37. Como nos dias de Noé e de Ló: as pessoas comiam e bebiam e Deus passou para destruir tudo salvando somente algumas pessoas. Versículos de cunho apocalíptico cujo objetivo é alertar as pessoas para que levem a sérios a mensagem de Jesus. Contra a aparência de um mundo que vai se formando com um estilo próprio feito de ganancia e da busca dos prazeres da vida, existe a proposta de Jesus, o único caminho que leva a salvação. É um caminho que se percebe somente tendo fé nele. Por isso não adianta ganhar o mundo se depois perdemos a vida: quem procura ganhar a própria vida vai perde-la; quem a perde vai conservá-la. Perder a vida para o Senhor: é isso a única coisa que vale.



sabato 6 ottobre 2018

EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 16




Estudo Bíblico para CEBs

1-13. Usem o dinheiro injusto para fazer amigos: O dinheiro é injusto quando é fruto de acumulação, quando é roubado. No Evangelho o dinheiro acumulado é sempre injusto porque é tirado de quem precisaria. Quem tem dinheiro é para partilhar.

Fazer amigos: que são estes? São os pobres. Quem tem dinheiro de sobra é para dar aos pobres porque serão eles que nos acolherão no Reino dos Céus.  Quem passa a vida acumulando dinheiro está perdido, está construindo o próprio fim.

Se vocês não são fieis no uso do dinheiro injusto: o dinheiro é injusto quando é acumulado, pois o dinheiro acumulado deixa sem nada alguém. A fidelidade a este dinheiro injusto consiste em partilhá-lo com os pobres.
Verdadeiro bem: a vida eterna;
Você não podem servir a Deus e ao dinheiro. Jesus não está falando contra o dinheiro que serve para se manter, para manter uma família; Jesus está criticando todos aqueles que passam a vida acumulando dinheiro, porque o dinheiro acumulado é tirado das pessoas que precisam. É uma radical critica a toda forma de injustiça social: é absurdo que tenha pessoas com um monte de dinheiro e outras passando fome. Na perspectiva do Reino de Deus ninguém deve passar fome: este era o estilo da primeira comunidade (Atos 4,32-37). É por esta razão que a igreja Católica atual critica o modelo econômico neoliberal adotado pelas grande economias do mundo (entre elas o Brasil) porque está criando um mundo desigual, aumentando o fosso entre ricos e pobres. Nestes versículos Jesus condena toda forma de riqueza material, por isso em outro texto Jesus declara que é difícil um rico entrar no reino de Deus (Mc 9, 23-27).

14-18. O que é importante para os homens é detestável para Deus: os homens gostam de dinheiro e de poder, enquanto Deus gosta dos pobres e dos humildes. Cabe a nós de que lado queremos ficar. Quem passa a vida puxando o saco dos poderosos do mundo não está do lado de Deus.
O versículo 18 confirma a lei contra o divorcio, contra a tentativa dos fariseus de amenizá-la. O matrimonio é por toda a vida.

19-31. Parábola fantástica! Não basta falar de pobres para ficar do lado de Deus, é necessário abraçar a pobreza evangélica, que consiste em não acumular e partilhar com os pobres. Quando a Igreja faz isso é crível.
Tudo aquilo que os pobres sofrem aqui na terra por causa das desigualdades, serão recompensados nos céus. Pelo contrário, todos aqueles que aqui na terra levam uma vida boa, acumularam dinheiro e bens tirando da boca dos pobres, na vida futura ninguém irá tira-los do inferno. Esta parábola é uma verdadeira sentença.
Como podemos entender o caminho que Jesus nos proporciona sem nos deixar desviar das ilusões do mundo? A resposta está no versículo final: se eles não escutam Moisés e os profetas. É a Palavra de Deus que orienta a nossa vida e nos ajuda a destruir as ilusões do mundo. Por isso precisamos manter um contato constante com a Palavra de Deus se não quisermos nos perder.


EVANGELHO DE LUCAS CAPITULO 15






Estudo Bíblico para CEBs

1-2. Dois versículos reveladores do efeito que Jesus fazia no povo. Ele atraia os pecadores que ficavam escutando a sua Palavra. Pelo contrario, aqueles que deveriam ter prestado atenção à Palavra de Jesus, ou seja, os fariseus, ficavam criticando-o. Jesus foi constantemente questionado pelos fariseus e doutores da lei, porque as suas palavras mexiam com as atitudes deste povo metido a sábio, mas que na realidade, utilizavam a religião para se manter no poder.

3-7. Jesus contou a parábola da ovelha perdida para os fariseus: por quê? Para justificar as suas atitudes de ir a busca das pessoas que uma religião farisaica tinha afastado de Deus. Com esta parábola Jesus aponta também o caminho da comunidade, que não deve ficar paparicando o tempo todo as pessoas que frequentam o culto, mas sim sair, ir a busca de quem se afastou, abrindo um dialogo.

8-10. Esta segunda parábola reforça a primeira. O sentido da parábola é a preocupação com cada pessoa da comunidade. A verdade da nossa comunhão em Cristo não é dado do numero de pessoas que frequentam a comunidade, mas sim da atenção que damos a cada uma dela. Por isso sofremos quando alguém se perde e não frequenta mais e deveriam encontrar o jeito para irmos ao encontro de quem se perdeu.

11-32. A parábola dos dois filhos mostra sempre o mesmo problema, ou seja, o fato que alguém se perde na comunidade, mas uma maneira diferente de ir ao encontro de quem se perdeu. De fato, neste caso o pai do filho que abandona o lar familiar, não vai atrás dele, mas o espera e o acolhe com amor. É importante dizer isso porque as vezes esta parábola é lida frisando demais a postura do filho que abandona o pai, enquanto Jesus contou a parábola para mostrar as qualidades da misericórdia do Pai.  O grande amor do Pai manifesta ao mesmo tempo a dureza do nosso coração (filho que ficou) e a nossa rebeldia (filho que se manda). Esta parábola nos ensina que a nossa vida se realiza somente quando vivemos de Deus e em Deus. Por isso torna-se urgente uma comunidade que cuida das pessoas que se aproximam de Deus e que se articula para ir ao encontro de todos e todas. A maneira de ir ao encontro é diferente, como nos mostram as parábolas do capitulo 15, mas é importante que a comunidade se preocupe com isso. Poderia ser um tema debatido nos conselhos pastorais: “o que que aconteceu com fulano ou fulana que sempre frequentava a igreja e que sumiu? O que podemos fazer?”.

giovedì 27 settembre 2018

ATOS DOS APOSTOLOS 1




Estudo Bíblico para CEBs

Paolo Cugini
1-8. “Fiz meu primeiro relato”:Luca explica no começo do livro que aquilo que está escrevendo é a continuação do evangelho (de Lucas). O evangelho não tinha o relato da Ascensão do Senhor. Os Atos dos Apóstolos começa exatamente aonde o Evangelho tinha terminado, ou seja, com a narração das aparições de Cristo ressuscitado.

 6. Só Deus conhece o dia da volta do Filho, por isso não precisa se angustiar sobre este dia. Aquilo que é importante é a vida no presente que, como nos lembra o texto, é marcada pela presença do Espírito (v.8). É pela força do Espírito que seremos testemunha do Senhor em todo momento da nossa vida. A tarefa dos cristão, então, é se dispor para acolher o Espírito do Senhor. Por isso os discípulos ficar um tempo, depois da Ascensão do Senhor, reunidos num lugar rezando na espera do Espírito.

9-11. Os anjos convidam os discípulos a não ficar parados olhando para o céu. Este é um ensinamento importante para todos nós. De fato, a vida de fé que se alimenta do ensinamento do Senhor, não pode ficar no vazio, olhando a vida toda para o céu, mas sim deve se concretizar na vida ativa do dia a dia.
12-14. Dois que Jesus subiu para o céu os apóstolos foram para Jerusalém para perseverar na oração. Ao longo dos capítulos dos Atos dos apóstolos encontraremos varias vezes este tema da oração, que se torna de grande importância pela vida da Igreja. É importante salientar que o texto fala que, junto com os apóstolos tinha também algumas mulheres. A Igreja é feita de homens e mulheres que juntos esperam o Senhor.

15-20. Pedro toma a palavra porque foi Jesus que o colocou como chefe da Igreja (Mt 16,18). Pedro explica o sentido da traição de Judas e o faz com o auxilio das escrituras. De agora em diante na pregação dos apóstolos, a pregação se caracteriza com uma constante referencia aos textos do Antigo Testamento para explicar os eventos que caracterizaram a vida de Jesus.

21-26. Pedro acha necessário escolher uma pessoa para reformar o numero dos apóstolos: 12. O numero 12 é o símbolo do povo de Israel que era constituído de 12 tribos. Jesus escolhendo 12 apóstolos sem duvidas quis apontar para a construção do novo Israel.


ATOS DOS APÓSTOLOS CAPITULO 7




Estudo bíblico para CEBs
 Paolo Cugini

1-50. É uma longa pregação mostrando a ligação entre a história do povo de Israel e os acontecimentos recentes sobre a morte de Jesus. Estevão narra a história de Israel, da Aliança que Deus fez com Abraão e os patriarcas – Isaac, Jacó e José – até chegar a Moisés. Estevão mostra a grandeza de Moisés, que recebeu a Palavra da vida para transmitir ao povo. Estevão insiste bastante para mostrar a grandeza da figura de Moisés na história do povo de Israel. Esta grandeza se choca contra a resistência do povo de Israel em obedecer ao Senhor: “Mas nossos pais não quiseram obedecer-lhe” (At 7, 39). É impressionante o contraste entre a grandeza de Deus que se manifestou com braço forte dobrando os egípcios e, depois, enviando o seu profeta Moisés para conduzir o povo fora da situação de escravidão rumo a uma terra de libertação, e o coração duro e rebelde do povo que não quer saber disso e fica com saudade dos tempos da escravidão do Egito.

51-54. É esta teimosia do povo de Israel perante os prodigioso do Senhor que Estevão está enxergando nos dias de hoje. È esta teimosia a chave de Leitura, secundo Estevão, que conduziu o povo de Israel, manipulado pelos lideres religiosos e políticos do tempo, a matar Jesus, o salvador. “Homens de cabeça dura, incircuncisos de coração e de ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo!” (Lc 7, 51). São palavras duríssimas e ofensivas aquelas que Estevão dirige ao povo de Israel acusando-o de assassinar Jesus por causa da dureza do coração, da incapacidade de ficar dóceis à vontade de Deus. É este o espirito profético que impeliu em Estevão e nos profetas do Antigo testamento denunciando as maracutaias dos políticos do tempo e os pecados do povo, para estimula-los a entrar num caminho de conversão e de justiça.

55-59. Como sempre, em vez de se tocar e se converter perante as palavras duríssimas de Estevão, o povo e os chefes ficam com muita raiva até chegar ao ponto de apedrejá-lo. O texto lembra que Saulo, o futuro apostolo Paulo, estava lá naquele dia, pois era um perseguidor e acérrimo inimigo dos cristãos.
O texto salienta as palavras de Estevão, que são as mesmas de Jesus na cruz, ou seja, o perdão dos seus algozes: “Senhor, não lhe leves em conta este pecado” (Lc 7, 60). O Espírito Santo moldou a alma do discípulo Estevão ao ponto de ter os mesmos sentimentos do seu mestre (Cf. Fil 2,5).

ATOS DOS APÓSTOLOS CAPITULO 6




Estudo bíblico para CEBs
 Paolo Cugini

1-7. Problema: porque tinha tantas viúvas naquela época, no tempo das primeiras comunidades? O motivo deve ser indicado no fato que tinha muitas guerras e morriam muitos homens. Por causa disso a viuvez era um problema social. As comunidades eram cheias de mulheres com muitos filhos sem mantimentos para sustentar tantas bocas. Por isso os cristãos das primeiras comunidades começaram a se articular para fazer fronte ao problema. A polemica relatada do texto é sobre os dois grupos que constituíam a comunidade. De um lado tinha o pessoal que vinha do povo hebraico, que claramente era a maioria, pois as primeiras comunidades nasceram na área hebraica. Do outro lado tinha os gregos (helenistas), cuja proveniência era motivada das conversões que a ação missionaria de Paulo e seus amigos estavam provocando. Então as murmurações surgiram porque os gregos diziam que as suas viúvas eram menos atendidas daquelas das famílias de origem hebraica. O problema foi resolvido com um dialogo entre os apóstolos aonde entenderam também o especifico do serviço deles, ou seja, anunciar a Palavra de Deus. “Não é conveniente que abandonamos a Palavra de Deus para servir a mesa”. A prioridade da comunidade cristã deve ser a Palavra de Deus, que deve estar antes de qualquer coisa, até do serviço aos pobres. Pode aparecer um pouco forte esta afirmação, mas não é. De fato, se o serviço aos pobres não brotar da escuta da Palavra de Deus pode se tornar um serviço interesseiro. Por isso os discípulos decidiram de escolherem pessoas aptas para este tipo de serviço caritativo, para eles terem tempo para a oração e o ministério da Palavra.

8-15. Estevão, um dos setes que foram escolhidos para servir a mesa, tinha o dom da Palavra e fazia prodígios entre o povo. Por causa disso provocou o ciúme de um grupo de hebreus que não acreditavam em Jesus e manipularam o povo para poder colocar na cadeia Estevão. Tem sempre alguém que manipula os outros e alguém que se deixa manipular. Quem manipula os outros é porque não quer ouvir a verdade, não quer mudar de rumo. Quem se deixa manipular é muitas vezes por causa da falta de conhecimento. Por isso tarefa da Igreja é ensinar, instruir, explicar a Palavra de Deus para o povo sair da ignorância e, assim, não ser vitima de manipulações. Quantas vezes acontecem estas manipulações nas comunidades!


ATOS DOS APOSTOLOS CAPITULO 5




ESTUDO BÍBLICO para CEBs

 Paolo Cugini
1-11. Este trecho nos mostra que apesar de tudo, na vida linda das primeiras comunidades cristã aconteciam situações constrangedoras demonstrando que a conversão é um processo lento e incontrolável. É necessário vigiar para que no nosso coração não se formem pensamento contrários ao pensamento de Deus, vigiar para que a nossa vida não seja de fachada, mas real e autentica.

12-16. Este trecho é mais um quadro da vivencia bonita na comunidade cristã. A característica da primeira comunidade era a comunhão, a unidade, que chamava muito atenção das pessoas ao ponto de desejar pertencer a esta comunidade. Se as nossas comunidades fossem mais unidas, talvez teriam mais pessoas aderindo a elas.

17-21. A ação evangelizadora dos discípulos desperta o interesse entre alguns e inveja entre outros. Interessantes são as palavras do anjo que exorta os apóstolos à anunciar com ousadia o Evangelho. É isso que precisamos: de cristãos ousados, que não tem medo de anunciar o Evangelho não só com as palavras, mas sim também com a vida.

22-33. É impressionante a ousadia de Pedro que não perde a ocasião, apesar de ser acorrentado, de botar moral nos chefes religiosos daquele tempo e de anunciar o Evangelho de Jesus. “É preciso obedecer a Deus antes que aos homens”. Sem duvida aquela de Pedro não é uma obediência passiva, de subalterno, mas sim fruto de um relacionamento de amor para com o Senhor. Pedro tem consciência que a Vida verdadeira pertence a Cristo, o Senhor Jesus que ele encontrou, com o qual viveu um período e que depois viu ressuscitado. Por isso depois de ter recebido o Espírito Santo não consegue sossegar, mas em todo momento e em todas as circunstâncias, também as mais difíceis anuncia o Evangelho.

34-42. As palavras de Gamaliel, doutor da lei, tem um ensinamento muito grande que vale também para nós. Tudo aquilo que vem de Deus o homem não pode fazer nada para contrastar. Este é o ensinamento do sábio Gamaliel perante os acontecimentos que estavam tirando o sono de muitos em Israel por causa da pregação e dos sinais que os apóstolos faziam. Isso vale também para os dias de hoje. Muitas vezes agimos como se quiséssemos controlar a força de Deus, estranhando com qualquer novidade que acontece na comunidade. Os apóstolos se alegraram por ter apanhado por causa do anuncio do Senhor: é sem duvida um dato impressionante que merece toda nossa reflexão. Quantas vezes não temos a disponibilidade para fazer nada na comunidade enquanto os apóstolos apanhavam por causa do anúncio do Evangelho. Como somos fracos e sem postura! Pedimos a intercessão dos apóstolos para termos mais coragem de testemunhar o Evangelho de Jesus.

sabato 7 luglio 2018

ATOS DOS APOSTOLOS CAPITULO 4





Estudo Bíblico para CEBs

Pe Paolo Cugini
1-7. A pregação de Pedro tem uma dúplice conseqüência. De um lado provoca a conversão de muitas pessoas: “muitos dos que ouviram a Palavra abraçaram a fé”. É a pregação da Palavra que provoca a conversão das pessoas. Esta idéia se encontra também em Paulo (Rom 10,17). Do outro lado a mesma pregação provoca a ira dos chefes religiosos que se incomodam da atitude e das palavras de Pedro e João.

8-12. Perante o questionamento dos chefes religiosos Pedro não perde a ocasião para anunciar o Evangelho de Jesus com uma segurança e firmeza que chamou atenção.
Não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devemos ser salvos” (12). É isso que Pedro entendeu ao longo dos anos de discipulado e é isso que ele anuncia com tanta firmeza. A vida se decide na posição que tomamos perante o nome de Cristo. Por isso a pregação do Evangelho se torna a grande preocupação dos apóstolos e deve se tornar sempre mais a preocupação da Igreja.

13-17. Os chefes religiosos do povo hebraico ficaram admirados com a sabedoria dos apóstolos que não tinham formação cultural nenhuma. Este é um dado que precisa ser salientado. Existe uma sabedoria humana e uma sabedoria que vem de Deus, que não é fruto de estudos, mas é dom do Espírito. É desta sabedoria que Pedro e João eram recheados e é desta sabedoria que o mundo precisa.

18-22. “Não podemos nós deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”. A experiência dos apóstolos não é uma fantasia, mas é real, pois golpeou os sentidos humanos: vimos e ouvimos. Se a nossa evangelização na comunidade é ainda fraca, talvez o motivo seja isso mesmo: a nossa experiência de Deus ainda não golpeou os nosso sentidos, mas parou em lembranças do passado, em historias fantasiosas sobre Deus, que nunca tiveram a confirmação da Palavra de Deus e, sobretudo, nunca foram avaliadas por uma experiência espiritual com Deus.

23-31. Os discípulos junto com os cristãos da primeira comunidade interpretam os acontecimentos recentes à luz da Palavra iluminados pelo Espírito Santo. Para eles a perseguição que está acontecendo por obra dos chefes religiosos é aquilo que já Davi tinha anunciado no salmo 2. Esta é uma indicação importante para interpretar a Palavra de Deus. Os discípulos percebem que a vida de Cristo, a sua presença na história se torna o critério para ler os passos do Antigo Testamento. É desta forma que de agora em diante devem ser lidas as paginas do Antigo Testamento, ou seja, como algo que ajuda aprofundar o sentido da pessoa de Jesus Cristo.

32-37. É mais um relato da vivencia da primeira comunidade cristã. A presença e o acolhimento do Espírito do Senhor no meio dos apóstolos produzia uma vida de comunhão e unidade, além de um desapego das coisas materiais. “Não havia entre eles necessitados alguns”. A verdade da nossa fé no Senhor é a possibilidade de criar sociedades solidárias e justas.