ESTUDO BÍBLICO para CEBs
Paolo Cugini
Schohel: Paulo tomou muito a peito o assunto da coleta
a favor dos cristãos pobres de Jerusalém (Gl 2, 10). Podemos considerar como
antecedentes o tributo do Templo e outras ofertas voluntárias com as quais os
judeus da Judéia e da diáspora contribuíam periodicamente para a manutenção do
Templo e para o culto. Além do valor material, semelhante contribuição expressa
a identidade e a unidade do povo disperso (Sl 133), sua união em torno do Templo
amado (Ef 24, 21). Lida nessa luz a coleta poderia sugerir que os cristãos
reconheciam nos pobres de Jerusalém uma presença especial de Deus, como um novo
Templo.
- acrescenta-se a importância que a esmola foi
adquirindo depois do desterro, como provam numerosos textos: Eclo 25, 1-13; Tb
4, 7-11; Dt 15, 1-11; Pr 17, 17.
- No caso presente a coleta, além de aliviar uma
situação local, a coleta expressava a unidade das Igrejas cristas em uma
Igreja, a estima especial pela igreja-mãe de Jerusalém, a harmonia de pagãos e
judeus convertidos, a solicitude de um membro mais forte por outro mais fraco
(1 Cor 12). Por outra parte, a situação em Jerusalém prova que a experiência de
possuir os homens em comum (At 5, 1-11) aliada a outros fatores, não tinha resolvido
os problemas econômicos.
V.1: poder dar, e dar generosamente,
é “graça de Deus”. Deus é o grande “doador”, que ao homem dá dons, exemplo de
dar é aquilo que deve ser doado (Sl 136, 25; 145,16 e o livro de Rute). A
Macedônia foi a primeira região européia evangelizada por Paulo: aí se
encontravam os primeiros núcleos cristãos (Tessalônica, Berea, Filipe cfr At
16, 11 – 17, 14).
A obra de caridade da Igreja é o fruto da graça de
Deus que age nela (8, 4.6.7)
V.2 É o paradoxo renovado,
mencionado mais acima (6, 9-10): pobres de recursos, ricos de generosidade,
como a viúva em sua doação (Lc 21, 1-4).
V. 3-4:
Na realização da coleta, os cristãos da Macedônia agiram espontaneamente
e por livre decisão pessoal.
5: A doação de si mesmo, além das
coisas materiais, era dirigidas aos carentes, mas também ao Senhor e ao
apostolo Paulo. Os da Macedônia tinham percebido que não tratava-se apenas de
ajudar os pobres de uma comunidade, mas da causa do Evangelho de Jesus e da sua
Igreja, servindo a Igreja se serve a Cristo. (cf Neemias 3).
6: cheio de coragem pelo sucesso
da coleta da Macedônia, Paulo quer envolver também a comunidade de Corinto
através de Tito.
7-8: em 1 Cor 12-13 Paulo tinha
descrito os carismas e colocado acima deles o amor. Agora aplica o dito:
reconhecer os carismas dos Corintios, e os põe a prova da generosidade. Paulo
não quer forçar ninguém, mas quer tostar a autenticidade da fé do Corinto.
9: O exemplo de Cristo é o ponto
culminante, fundamento e exalta a caridade cristã. Cristo renunciou a ficar na
plenitude divina poder junto ao Pai e deixou a glória celeste, que lhe
pertencia como filho de Deus. Escolheu a pobreza da condição humana, para
comunicar mediante a sua pobreza, a riqueza externa da redenção. Cristo se for
pobre por amor aos homens (cf Rom 15, 3-7; Heb 12, 2) (Fil 2, 5-11).
Se a pobreza de Cristo rendeu ricos os Corintos e
todos os homens, agora aqueles que foram enriquecidos por ele, devem partilhar.
A ação de Cristo deve continuar na ação dos cristãos.
Graça: força que empurra o doar-se.
10: A coleta começou desde o ano
anterior e isso partiu da vontade deles. Por isso, Paulo precisa sempre lembrar
isto: não é necessário que ele mande fazer.
11-12: Paulo não está pedindo nada de
impossível, mas o fruto da caminhada deles. Por isso, pede prontidão.
13-14: Não deve acontecer que ajudando
os outros; quem doa fique em aperto. Aquilo que se deseja é uma igualdade dos
bens necessários para viver.
Esta igualdade entre a comunidade de Jerusalém e as
outras deve cumprir-se em duas maneiras: 1º Na presente abundância das
comunidades, deve sempre ajudar a comunidade de Jerusalém. 2º No futuro
Jerusalém poderá dar de volta.
15: A citação pertence a uma das
tradições sobre o maná (Ex 16,18): partilha igualitária de Deus, a despeito da
avidez ou mesquinhez humana.
16-17: Tito logo se prontificou de
retornar a Corinto de onde tinha acabado de chegar. Desta prontidão e zelo,
Paulo agradece a Deus.
18: Junto com Tito, Paulo envia
dois companheiros, que deverão ajudar Tito na obra da coleta. Paulo não revela
os nomes deles.
19: São as comunidades que
escolheram um representante – já nomeados pelas Igrejas – parece que foi feita
uma votação pública.
Para glória do Senhor: a obra
da coleta tem como objetivo de render manifesto que Paulo reconhece e aprecia a
comunidade primitiva de Jerusalém.
At 4,34 (Tiago 2,14) Estrutura da Igreja
21: Paulo procura evitar os
escândalos, pois ele sabe que a sua pessoa e a sua ... já provocam bastante
tumultos. O apóstolo deve pregar a todos a verdade, a sua sinceridade e retidão
perante Deus deve ser conhecida por todos.
22: O segundo companheiro é
apresentado como irmão no ministério.
23: Os delegados das Igrejas nessa
obra de caridade transportam e refletem a “glória de Xto como o homem
caritativo à glória de YHWH (cf Is 58,8)
Capitulo 9 O que se
segue, se não é outra carta sobre o mesmo assunto, inserida aqui devido ao
tema, equivale uma insistência temperada pela descrição. Paulo quer estimular
sem forçar; acumula argumentos e os repete. Com toda exposição recompõe o
grande círculo do dar.
(a) Deus é o “doador” por excelência: dá o bom
desejo (Ex 35,28; 36,3-7) e os meios de onde dar; no A.T. a terra é o dom
primeiro de Deus.
(b) O homem que possui dá ao necessitado (Dt
15,1-11; Sl 112; Eclo 14,3-6).
(c) Uns e outros dão graças a Deus. Ao chamar os
pobres de Jerusalém de “consagrados”, eleva todo o assunto a um plano superior;
também a tarefa fica consagrada.
v.6: a beneficência em Israel é
considerada um mandamento de Deus. E Israel é convencido que Deus entrega a sua
Benção aqueles que fazem o Bem (cf Dt 15,10; Sl 36,26; Tb12, ss.).
A imagem de semeadura aponta e recompensa no dia do
julgamento.
v.7: Paulo pede que o dom seja
espontâneo e não forçado. (cf Rom 12, 8).
8-9: Deus recompensa a caridade
doando sempre novas possibilidades de doar. A experiência mostra que a
beneficência não empobrece. (canto ao Sl 112).
10: Paulo usa Is 55, 10 para chamar atenção: os
sentimentos e a caridade se tornarão sempre mais profundos e os meios se
tornarão tanto mais abundantes quanto mais eles serão famosos na dor.
11: O doador faz com que Deus seja reconhecido e
exaltado pelas criaturas.
12: A obra da caridade que foi planejada terá um
duplo efeito.
1)
deverá ajudar a comunidade de
Jerusalém.
2)
Irá se transformar em benção,
pois Paulo chama a Coleta de liturgia – serviço ao povo.
13. Perante esta obra de caridade os cristãos de
Jerusalém reconhecerão que também os pagãos tornaram-se obedientes ao Evangelho
de Cristo e que uma única comunhão de personalidade e de amor abrange a todos.
Para tudo isso a Igreja de Jerusalém vê o atena agradece todos aqueles que
colaboram, mas também é sobretudo a Deus.
14-15: Paulo expressa a própria preocupação pelo bom êxito da coleta. Mais forte das
dúvidas é a confiança no poder de Deus.
Resumo:
1-
O sentido da comunidade –At 4, 31
- ligação
fé/vida – Tiago 2, 14
2-
Fundamentação cristologica
3.
Preocupação de Paulo – organização da comunidades
4-
provocar a generosidade de Deus
5- A
partilha é sinal da presença de Deus
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