giovedì 15 febbraio 2024

O QUARTO CANTO DO SERVO DE YHWH (Is 32,13-53, 12)

 








Paolo Cugini

É impressionante a semelhança entre o quarto canto do Servo e o que aconteceu com Jesus.

“Eis que o meu Servo terá sucesso …” Aqui estão os verbos que o NT usa para falar da ressurreição, que é uma ressurreição, é uma posição, restabelecida, glorificada. Com duplo sentido porque a elevação significa uma vantagem. No Evangelho de Marcos a única profissão de fé será feita por um centurião romano e pagão debaixo da cruz, um homem que não conheceu Jesus. É na cruz que se abre o caminho para o Reino: hoje você estará comigo no paraíso (ver Lucas 22).

“Muitos ficaram maravilhados com ele, sua aparência estava tão desfigurada.” É uma morte que serve para a salvação de todos. Algo chocante aconteceu. Algo que não seja glamoroso. Jesus sofreu duas sentenças de morte, porque a flagelação para os romanos era uma sentença de morte. Os cristãos levaram três séculos para desenhar a cruz. O salmo diz: ele é o mais belo dos filhos do homem. Pilatos diz: Ecce homo. Este é o paradoxo. Onde está essa beleza? É uma beleza que não seduz. Ele não é alguém que te compra com beleza aparente, com seu charme. Ele não é um manipulador. Trata-se de captar a beleza que aparece se você a procurar profundamente e percebê-la a partir da profundidade de suas escolhas. É a beleza de quem não cede ao mal. Jesus mostra-te o custo do amor: esta é a verdadeira beleza que te converte.

A cruz é o nosso espelho. Esse homem desfigurado é a minha imagem ferida pelo pecado. Todo o mal do mundo é representado pelos personagens que cercam Jesus naquelas horas em que descarregam sobre ele o que não querem ver. O crucifixo é o que acontece no pecado do homem. O inocente Jesus leva os pecados do mundo. Jesus escolhe a mansidão para que a violência que está sobre ele seja clara. O homem desfigurado é o servo do Senhor que se torna espelho da minha feiura. Mas aquele homem desfigurado é também espelho do amor paciente e profundo do Deus que é capaz de carregar o peso dos outros. A cruz é a narrativa de quão profundo é o amor de Deus. Jesus é a esponja contra a qual você pode liberar sua raiva e receber o perdão. Deus não é sanguinário, mas a salvação é conhecer a face de Deus e a minha. O Servo assume esta missão de libertação. A mansidão é saber permanecer com força nessa posição será a libertação da violência do mundo.

A realidade muda no momento em que reconhecemos nossos pecados. Em todos os Evangelhos Pedro não se envergonha de dizer o que fez a Jesus, porque está perdoado. Jeremias dirá: quando os seus pecados forem perdoados você conhecerá a Deus.

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