Estudo bíblico para CEBs
Paolo Cugini
1-3. Interessante observar que a
expansão da Igreja não acontece por causa de um planejamento bem estudado, mas
por causa da perseguição. A Igreja se estendeu pelas regiões da Judeia e da
Samaria por causa da perseguição contra a Igreja de Jerusalém. Esta é a assim
chamada a segunda etapa da expansão da Igreja (cf.At 1,8).
4-8. “Entretanto os que haviam sido dispersos iam de lugar em lugar,
anunciando a Palavra da Boa Nova”. Os primeiros cristãos transformavam
situações humanamente negativas, como uma perseguição, em ocasiões para pregar
o Evangelho. Os sinais que os discípulos realizavam se tornavam instrumento de
conversão, porque davam valor às Palavras que pregavam. Sem duvida hoje não
somos chamados a realizar este tipo de sinais, como cura e milagre, mas outros
sinais como a comunhão na comunidade, a partilha com os mais pobres, a
gratuidade no nosso serviço. São estes os sinais que rendem visível a Verdade
da Palavra que estamos anunciando.
9-25. O caso de Simão o mago narrado
neste trecho mostra a realidade religiosa que o cristianismo das origens teve
que enfrentar. A magia era o grande cerne da religião, a capacidade de realizar
prodígios era o sinal da verdade dos deuses (religião politeísta). A força do
Espírito Santo, que na primeira fase da Igreja se manifestou também com sinais
e milagres prodigiosos realizados pelos apóstolos e discípulos, provocou
rapidamente o fim das religiões milagreiras. O exemplo de Simão mostra também
até onde chegava a ignorância religiosa. Foi exatamente a partir deste
episodio, aonde Simão tenta comprar com dinheiro o Espirito Santo, que nasceu a
palavra simonia, para apontar o comercio das coisas santas que se difundiu no
Ocidente medieval na época da construção da igreja de São Pedro em Roma. O
episodio nos ensina que os dons de Deus são gratuitos e, para recebê-los,
precisamos somente acolhe-los com um caminho de conversão e humildade.
26-35. Filipe, um dos diáconos que foi
escolhido para servir as mesas dos pobres (capitulo 6) tinha também o dom da
Palavra como Estevão (c. 7). Impelido pelo Espírito Santo se aproximou de um
estrangeiro que estava lendo um trecho de Isaias, o capitulo 53, que fala do
servo de Deus, mas não estava entendendo nada. “Entende o que lês? Como posso entender se ninguém me explicar?”. É
esta a função da uma comunidade: explicar a Palavra de Deus aos fieis. “Abrindo então a boca e partindo deste
trecho da escritura Filipe anunciou-lhe a boa Nova de Jesus”. É uma
afirmação rica de sentido pela nossa caminhada. Talvez alguém pode duvidar
sobre o sentido do Estudo Bíblico que estamos realizando. Alguém pode pensar
que seja invenção do padre. Não, não é invenção do padre, é uma necessidade da Igreja,
aliás é exatamente aquilo que a Igreja deve fazer: explicar a Sagrada Escritura.
É claro que para fazer isso exige conhecimento. Por isso é bom que dentro da
comunidade alguém desperte o interesse pelo estudo mais aprofundado da Palavra
de Deus para ajudar os outros a entender melhor. O texto que acabamos de ler
mostra que as paginas do Antigo Testamento são importante para aprofundar o
conhecimento de Jesus, pois o Filho de Deus não veio a toa, mas dentro de um
projeto divino que iniciou muitos séculos antes.
36-40. O Batismo é realizado depois de
Filipe ter explicado a Sagrada Escritura para o estrangeiro. Isso quer dizer
que o Batismo não é apenas um rito formal, mas sim a porta de entrada de uma
caminhada de fé à qual devo aderir com todas as minhas forças e, para isso,
devo compreender. Por isso a Igreja exige para batizar crianças a participação
dos pais e dos padrinhos na caminhada da Igreja, pressupondo neles um certo
conhecimento de Jesus e da vivencia na Igreja.
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