lunedì 21 settembre 2020

2 novembro Comemoração dos finados

 



(Jó 19, 1.23-27; Sal 27; Rom 5,5-11; Jo 6,37-40)

 

Paolo Cugini

 

1. Hoje a igreja celebra o dia dos finados, convidando todos os fieis a rezar pelas almas dos nossos queridos. Fazendo isso a Igreja manifesta a sua fé na Ressurreição do corpo e, também, a fé que depois da morte existe um tempo aonde as pessoas, na espera do julgamento final, podem serem ajudadas pelas orações da Igreja, a melhorar a própria condição de vida. Na comemoração dos defuntos a Igreja se apresenta ao mundo com uma proposta diferente sobe o tema crucial que preocupa toda a humanidade: a morte. Perante a morte ficamos desnorteados, apavorados, tristes. É isso que acontece perante a morte de um ente querido, um parente, um amigo: ficamos arrasados. A morte é um dos poucos dados inelutáveis da existência humana: tudo mundo vai morrer. É algo que nos entristece porque a morte quer dizer aniquilamento de tudo. Encarando a morte ficamos percebendo a futilidade dos nossos projetos e, sobretudo, como a nossa vida é frágil. Por isso aprendemos desde crianças, a não encarar a morte, a fugir dela. Pelo contrario o cristianismo faz questão de ajudar as pessoas a se confrontar com a própria morte, a olhá-la, para enfrentá-la de uma forma diferente. O que, então, o cristianismo tem a nos dizer sobre o tema da morte?

 

2. “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no ultimo dia” (Jo 6,39).

Este versículo desmancha todas as idéias falsas sobre um Deus que destrói e acaba com a humanidade. Não, Deus deseja salvar a todos: pro isso mandou o seu Filho Jesus. É importante frisar isso para sairmos de uma religiosidade do medo de Deus, uma religiosidade de um Deus perseguidor, para entrarmos definitivamente na espiritualidade do Deus da vida, que é o Deus do amor, o Deus Pai que não quer que nenhum dos seus filhos se percam. A missão de Cristo na terra é esta: fazer de tudo para atrair os homens, as mulheres a Deus. E Jesus cumpre a sua missão não com um discurso persuasivo, mas com o único discurso que a humanidade toda sabe apreciar: o discurso do amor, do testemunho pessoal. Neste versículo Jesus sintetiza em poucas palavras o sentido da sua missão: fazer de tudo para que ninguém se perca. Para isso acontecer são fundamentais duas coisas: ver o Filho e crer nele (cf. Jo 6,40). É impossível, de fato, crer em Jesus sem vê-lo. Ao mesmo tempo, porém, temos dificuldade ver Jesus para acreditar nele. Como sair desta situação?

Esta é a tarefa da Igreja. Cristo se faz visível hoje toda vez que os cristãos se amam um o outro, se respeitam, partilham aquilo que têm. A Igreja é o corpo de Cristo visível na contemporaneidade. Por isso recebemos o seu espírito, para que suscite em nós os mesmos sentimentos, as mesmas atitudes, os mesmos sonhos que eram de Jesus. Só assim, a humanidade tem chance de salvar-se; só vendo na existência dos crentes o amor que se manifestou em Cristo poderá acreditar no Salvador e, assim, entrar no caminho da vida eterna.

Nessa altura é importante salientar que Jesus no Evangelho de hoje faz uma clara distinção entre vida eterna e ressurreição. A vida eterna pertence ao tempo presente, enquanto a ressurreição ao futuro: quer dizer isso? Como podemos falar agora, no tempo presente de vida eterna? Não é uma contradição, uma utopia? Se a vida eterna é a vida em Deus, aquela vida permeada do amor, da sede de justiça, do desejo e do esforço de realizar a paz entre todos, então a vida eterna começa no memento que acolhermos a vida plena do Senhor Jesus. A verdade de Cristo é esta: ele realiza em nós aquilo que aconteceu nele. É a nossa humanidade o espaço aonde a força de Deus, que se manifestou em Cristo realiza o seu prodígio, a sua verdade. É isso que deve ser visível em nós. Se nestes anos nos quais estamos nos dedicando a conhecer o Evangelho de Jesus, um pouco mais de amor não moldou a nossa humanidade, um pouco mais de vontade de justiça não entrou nos nossos desejos, então isso quer dizer que o Espírito Santo não encontrou muito espaço para moldar a nossa humanidade, permanecendo, assim, extremamente mortais.

 

3. “E eu o ressuscitarei no ultimo dia” (Jo 6,40b).

Se o efeito do seguimento a Jesus no tempo presente é uma vida eterna, ou seja, uma vida que manifeste na nossa humanidade os traços da humanidade de Cristo, diferente é o discurso do premio definitivo. A fé na ressurreição da carne é o centro do mistério cristão, pois é a fé no projeto de Deus, naquele projeto que encontramos nas primeiras paginas da Bíblia quando Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança. Este projeto, estragado pelo pecado, é agora, em Cristo resgatado. A fé na ressurreição da carne manifesta, também, que no projeto de Deus o corpo é participe da vocação da pessoa, que é ao mesmo tempo corpo e alma. A fé na ressurreição da carne, quando for entendida no seu sentido mais profundo, deveria acabar com aquele espiritualismo vazio de cunho platônico, que incita o menosprezo do corpo como caminho para salvar a alma. São Paulo nos lembra que o corpo, longe de ser algo de negativo, é chamado por Deus a ser templo do Espírito Santo. Esta visão do corpo é muito longe daquilo que amiúde escutamos, também dentro da Igreja, de menosprezo do corpo. Acreditar no premio futuro da ressurreição da carne, significa se afastar das crenças espíritas da reencarnação. Não podemos, de fato, de um lado acreditar na ressurreição da carne e do outro, dar fé a crença da reencarnação, que nega a mesma ressurreição. A doutrina da reencarnação acredita que a alma, depois da morte, entra num outro corpo. Pelo contrario a fé na ressurreição acredita que o corpo pertence a mesma vocação da alma e que no ultimo dia ressurgirá de forma perfeita.

 

4. “A prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores” (Rom 5,8).

A fé na ressurreição não se fundamenta apenas num artigo dogmático, ma sim no nosso amor a Jesus Cristo, na sua pessoa. Por isso a liturgia de hoje, enquanto coloca na nossa frente o problema da nossa morte, nos convida a entrar no caminho da amizade intima de Cristo, para que o nosso conhecimento dele possa abrir a nossa mente aos mistérios profundos que Deus quis revelar através da sua existência. Somente assim poderemos entender que na realidade o mistério da morte não amedronta tão assim como somos acostumados a encará-la, mas que em Cristo, Deus nos ofereceu um caminho para sairmos vitoriosos com Ele. O problema é ter a coragem de abandonar o nosso medo, as nossa idéias, para entrarmos com coragem na trilha que Jesus traçou. Cabe a nós escolher. Amem.

 

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