domenica 18 maggio 2025

DOMINGO V DE PÁSCOA TEMPO/C

  



 

Paulo Cugini

O que o tempo da Páscoa significa para a comunidade cristã? O que a ressurreição de Cristo deve trazer para seus discípulos, tanto homens quanto mulheres? Parece-me que esta é a pergunta que pode abrir a compreensão das leituras que ouvimos.

Então eles constituíram anciãos para eles em cada igreja  (Atos 14:21). A primeira resposta encontra-se nos Atos dos Apóstolos. Na passagem de hoje, Lucas nos fala sobre o primeiro esboço da estrutura da comunidade. Paulo e Barnabé não apenas proclamam o Evangelho e exortam seus ouvintes, mas também estão preocupados com o futuro das comunidades que criaram. A luz do Ressuscitado se manifesta na inteligência de quem a acolhe, o que se materializa na reflexão sobre como dar continuidade à mensagem do Evangelho após a ausência dos missionários. Há um desígnio que, antes de ser sinal de eficiência exasperada, se torna manifestação visível de amor às pessoas encontradas no caminho da evangelização.

Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra; o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe (Ap 21:1). A segunda ideia significativa que emerge das leituras de hoje sobre a novidade produzida pela luz do Ressuscitado nas pessoas que a acolhem é a capacidade de ver a novidade. Assim como os profetas eram visionários, pessoas capazes de ver vida onde se pensava apenas na morte, assim também a comunidade cristã que encontrou o Senhor da vida é caracterizada por essa atitude, que se manifesta no dom de ver paz onde a humanidade vê guerra, de ver amor onde só se pode discernir dinâmicas de ódio. Querendo atualizar a mensagem, nesta situação aparentemente desesperadora da guerra na Ucrânia, enquanto os governos propõem medidas de rearmamento como forma de alcançar a paz, a única voz que se destaca parece ser a do Papa Francisco, que insiste em afirmar que a paz se faz através do diálogo, da diplomacia e que as armas só produzem morte e guerra. Por isso renovo o meu apelo: chega, paremos, silenciemos as armas, negociemos seriamente pela paz (Papa Francisco, Angelus, Domingo 27.3.2022).

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13,34). O terceiro indício significativo que as leituras nos comunicam sobre os sinais da presença do Ressuscitado na comunidade é o processo de essencialização que ele produz. Qual é, de fato, o mandamento do amor que Jesus indica aos seus discípulos pouco antes de sua morte na cruz, senão o sentido mais profundo da vida? Pode parecer trivial e infantil, mas é a única coisa que realmente dá sabor à existência. Às vezes percebemos isso depois de passarmos por experiências dolorosas de solidão, causadas por nossas escolhas egocêntricas, na ilusão de que podemos fazer tudo sozinhos. Ter amor uns pelos outros é tanto um dom quanto uma tarefa. É o dom que o Senhor nos oferece com o seu Espírito, o seu ensinamento. É também e sobretudo uma tarefa que construímos todos os dias, colocando gestos de generosidade e serviço junto das pessoas que estão ao nosso redor ou mesmo junto daquelas que encontramos no nosso caminho. Pode parecer pouco, e é a sensação que nos vem quando buscamos o julgamento dos outros, no processo de construção da nossa identidade. É um grande presente, ao contrário, e o percebemos quando aprendemos com a vida a saborear a beleza e a riqueza de um sorriso, de um olhar atento dado e recebido. São esses pequenos gestos que, além de falar da verdade e da autenticidade dos nossos relacionamentos, permitem que a luz do Ressuscitado se torne visível, para que o mundo creia.

 

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