ESTUDO BÍBLICO para CEBs
Pe Paolo Cugini
1-2: a vida
em tendas recorda aos israelitas a vida patriarcal e a caminhada pelo deserto
(encenada na festa das Tendas). A imagem se aplica ainda ao individuo (Is 38,
12; Jo 4, 19-21). O oposto são as casas que eles encontraram já construídas na
terra prometida (Dt 6, 11; Is 24,13) – a casa celeste, sendo construída por
Deus, é perspectiva.
3-4: Os judeus consideravam a nudez ofensiva,
recordação permanente do pecado (Nóe, Gen 9,18ss; 2Sm 10,4; Is 20). Nu aqui
equivale a morte. Por isso, o “nu” se veste, o vestido “vive” se reveste.
“Absorvido”
corresponde talvez ao hebraico bl’ que significa também aniquilar (Is 25, 8
“aniquila a morte”).
5-8: Perante a alternativa de medo e esperança
adiante ao destino de morte, Paulo responde com a certeza da fé. Deus criou o
homem para viver. A garantia (?) que Deus completará a obra iniciada está no
dom do Espírito. O espírito espiritualiza o corpo e a natureza do homem.
Talvez seja lembrança do exílio babilônico, com
saudades de Sião (Sl13,7), experiência histórica exemplar (Hb 11, 13) e
experiência individual dolorosa (Sl 120,5).
7: Aqui na terra ser com Cristo é sempre um
caminhar na fé. Se na missão estamos claramente com o Senhor.
8: O
apóstolo e o cristão, desejam sair do corpo e morar com o Senhor. A comunhão
com o Senhor ficará também na morte e
além da morte, e então é superado qualquer temor da morte. É a confiança que
Paulo tenta infundir aos Tessalonicenses (1Tes4,17ss).
9-10: A esperança cristã não é uma fantasia. O
esforço terreno deve ser aquele de agradar o Senhor.
No juízo
o homem receberá a recompensa segundo o bem e o mal que fizera.
11: O temor de Deus é o fundamento do ministério de
Paulo. Por isso, ele se esforça de conduzir os homens a Deus através da
preparação.
12: A Igreja de Corinto deveria ser orgulhosa de
Paulo.
14-15: Pela morte de Cristo morremos ao pecado e ao
egoísmo. Vivendo para Ele, saímos do fechamento e vivemos da verdade: Cristo
morto e ressuscitado por nós (por amor) nos oferece sua transcendência
(anti-egoísmo) salvadora (cfr, Rom14,7-5). Sendo que Cristo morreu para todos e
no lugar de todos, todos morreram. Cristo, na cruz, representa a humanidade
toda, de maneira que a morte de Cristo é, no mesmo tempo, a morte de toa
humanidade. Em Cristo a condenação de Deus foi pronunciada sobre todos, pois
todos foram pecadores e na morte de Cristo a sentença foi executada em todos
(cfr. Sentido de batismo em Paulo). Todos agora podem dizer: Eu sou crucificado
com Cristo (Gal 2,13).
15 – Cristo ressuscitou da morte – a comunhão com
ele na morte produz o caminho com Ele na vida. Sendo ressuscitado Cristo,
também nós vivemos com Ele e nele. (Rom 6, 8). Aquele que se encontram numa
nova vida, não podem mais viver pra si mesmos, mas devem ser com toda a vida a
serviço daquele que para eles morreu e ressuscitou. (cf Rom 14, 7).
16 Carne – transitoriedade tirana e mundana.
Ter
conhecido Cristo na carne não tem valor nenhum. Aquilo que vale é pertencer ao Cristo glorificado que opera na Igreja.
17 – A Igreja é minha nova criação; o cristão é o
homem novo.
A nova criação é real apesar de ser escondida com
Cristo em Deus (cfr Col 3, 4s). Pela fé esta é a certa. Um dia quando Cristo
será manifestado também esta nova criação será manifestada. Até aquele dia a
nova vida.
É um empenho que deve ser realizado cotidianamente
(cf Rom 6,4) – cf Ap 21, 5 – o renovamento do mundo na salvação não é só um
evento realizado uma vez no passado: isso é atualidade sempre presente. Deus é
aquele que sempre vence o passado através do perdão e da nova criação (cf 1 Jo
3, 20).
Esta nova criação não é obra do homem, mas vem de
Deus, que é o criador. A nova criação tem o seu fundamento mais profundo no
fato que o relacionamento de Deus para com os homens agora se tornam um outro.
O pecado, que até agora se colocava no meio entre os dois, agora foi tirado.
Deus mesmo o tirou, criando uma condição de paz. Esta obra de salvação é a
reconciliação.
Deus cria um novo relacionamento entre si e o mundo
quando justifica o pecador. (Rom 3, 26) – Deus, que realizou a reconciliação e
a paz, fundou na Igreja o ministério da reconciliação.
19: Em Cristo Deus manifestou-se ao mundo.
Manifestou-se como o Deus Santo o justo, exigindo a expiação para o pecado,
expiação que lhe foi ofertada do Filho sobre a cruz. Mas Deus se manifestou
também como o Deus misericordioso perdoando e acolhendo o homem. (cf Col 1, 20;
Jo 3, 16; 1 Jo 2,2).
20: O ministério da reconciliação foi entregue a
Igreja.
21: Paulo explica o porquê da reconciliação entre
Deus e o mundo agora é agora possível e porque os homens podem ser considerados
justos perante Deus. Cristo na cruz foi feito pecado e deste modo fomos
justificados perante Deus. (cf gal. 3, 13; Dt 21,13)
Aconteceu
uma troca – cf Rom 3, 22-26
Cristo
mesmo interpretou assim o seu ministério (Mc 10, 45).
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