MARCOS 6
Notas para o Estudo bíblico
Paolo Cugini
1-5: existe um conhecimento de Deus que não serve para nada e
que pode prejudicar. É o sentido destes primeiros versículos do capitulo 6 de
Marcos. Os moradores de Nazaré conhecem Jesus, sabem quem Ele é, conhecem a família
dele, mas apesar disso, não tem fé, não acreditam nele. “E admirou-se da incredulidade deles”. Se o conhecimento que temos
de Deus, que recebemos na infância, em casa ou na catequese, não cuidamos de
aprofunda-lo na juventude e na vida adulta, para que possa responder as novas
exigências da nossa vida, se torna algo de inútil e até pode nos afastar da
Igreja e de deus.
6-13: para ser missionários e anunciadores da Palavra de Deus não
precisa ser doutores de teologia, mas sim, discípulos do Senhor, pessoas que se
decidiram a segui-lo. Isso é bem visível nestes versículos, pois estamos apenas
no capitulo 6 e Jesus já envia os seus discípulos para anunciar o Reino de
Deus. Para este anuncio não precisa de nada, somente da fé em Jesus, da
confiança na sua Palavra. Estes poucos versículos podem ser utilizados para
avaliar a disponibilidade das pessoas da comunidade nos serviços da Igreja.
14-29: Herodes é o exemplo da humanidade fraca, que se deixa levar
pelos instintos, que ao longo da vida não aprendeu a dominar-se, a dar um
sentido mais profundo a sua vida. Que pena ver um homem que destrói a própria
existência e dos outros por causa da própria fraqueza, da própria incapacidade
de se dominar. Herodes, o rei, perdeu a cabeça por causa da dança duma menina! Quantos
homens na nossa redondeza estão nesta situação lastimável, destruindo a si
mesmos e as próprias famílias por causa da incapacidade de se dominarem.
30-44: “Vinde vós sozinhos,
a um lugar deserto e descansai um pouco”. Que se dedica ao anuncio do reino
de Deus é necessário que aprenda este costume de Jesus, que convidava os
discípulos num lugar deserto a descansar, ou seja a abastecer a própria alma,
pois não podemos somente pensar no trabalho pastoral, mas sim também a
abastecer a nossa alma. Na comunidade é importante aprender a planejar momentos
de retiros espirituais junto com o trabalho pastoral.
“Dai-lhe vós mesmos de comer”. Jesus envolve os seus discípulos no
problema que encontra. Na Igreja somos convidados a não ser autoritários,
independentes, a fazer as coisas sozinhos/as, mas a envolver sempre a
comunidade.
“Quantos pães tendes? Ide ver”. Jesus nos ensina a não fazer
assistencialismo com os pobres da comunidade, dando de graça, mas envolver os
pobres partilhando aquilo que eles têm. Jesus se deixa entregar o pouco que o
povo pobre tem para depois abençoa-lo e partilha-lo com todos e todas. Este é
um grande ensinamento para todos nós. Se seguimos o Evangelho, então, não
podemos dar de graça, mas sempre fazer de tudo para que a pessoa pobre se sinta
valorizada, protagonista do próprio resgate social e humano.
45-52: Por este trecho vale o comentário a Mc 4,35-41.
53-56: “Todos os que o
tocavam eram salvos”. Precisamos tocar a humanidade de Jesus para sermos
salvos. Esta humanidade se encontra nos sacramentos, que são necessários para o
nosso caminho de salvação. É claro que não basta receber os sacramentos:
precisamos depois viver conforme aquilo que recebemos para que a vida do Senhor
se manifeste na nossa existência. Nestes versículos se percebe que a fé
consiste me fazer de tudo para tocar o Senhor e, no nosso contexto, tocar o
Senhor é participar dos sacramentos.
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