venerdì 3 luglio 2015

A LOCURA DE DEUS



XI DOMINGO-B
(Ez 17,22-24; sal 92;2 Cor 5,6-10; Mc 4,26-34)

Paol Cugini

1. Terminado o período das grandes festas depois do tempo pascal - Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi -, a liturgia volta ao tempo comum, que é o tempo da nossa vida corriqueira. Sendo que é a liturgia a iluminar o sentido das leituras, tentaremos entender o que Deus está querendo nos dizer hoje, na nossa vida, para a realização do seu Reino.
O fato que no Evangelho que acabamos de escutar Jesus narra duas parábolas enfocando o Reino de Deus, quer dizer que deve ser  este o centro da nossa atenção na vida corriqueira. Em cada ação, pensamento, decisão toda a nossa vida deve ser orientada para que o Reino de Deus se realize. Mas, a final de conta, é o que o Reino de Deus?

2. “O Reino do céu é como quando alguém espalha semente sobre a terra...” (Mc 4, 26).  O sentido desta primeira parábola é bastante claro. Jesus, de fato, quer nos alertar que o sucesso do reino de Deus não depende dos nossos talentos, capacidade, mas da força da Palavra. Pra nós cristãos torna-se fundamental semear, espalhar a semente da Palavra onde estivermos: o resto é Deus que irá desenvolver. Jesus avisa os discípulos que nas coisas de Deus não podemos entra com critérios humanos, pensando que tudo depende de nós. Nas coisas de Deus é Ele o protagonista e nós somos simplesmente instrumentos. Esta parábola deveria nos ajudar nos momentos de desconforto, quando estamos achando que a nossa ação não valeu nada e que tudo aquilo que fizemos para anunciar o Evangelho foi inútil.
“Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra por si mesma produz fruto”(Mc 4,27-28).
Mais uma vez: o discípulo, o missionário preocupado com o trabalho de evangelização, não pode ficar estressado se os frutos não estão brotando, também porque quem mede o tempo e o momento do amadurecimento da Palavra, não é o homem, mas sim Deus. É Deus que acompanha o desenvolvimento das sementes que o discípulo espalha no campo do mundo. Aceitar isso é viver com fé o próprio ministério e confiar na força de Deus e não nas próprias. É por isso que para anunciar o Evangelho de Jesus é necessário realizar o caminho de discipulado, para assimilar o jeito de Jesus viver e aquela confiança em Deus, que nos libera do nosso protagonismo humano. Aquilo que é da nossa conta é semear a palavra com perseverança e docilidade: o resto é da conta de Deus.
É bom salientar também que, este fato de semear a Palavra não é somente obra dos “especialistas” como padres, freiras, mas de todos os batizados, os cristãos. De fato, o semear a Palavra não acontece somente quando falamos explicitamente de Jesus, mas também quando o testemunhamos nos ambientes de vida. Isso quer dizer que, se a nossa existência não se tornar um seguimento total a Jesus, uma entrega total, dificilmente conseguiremos realizar aquela semeação que Deus quer. Em qualquer momento da vida e em qualquer situação estamos ou colaborando ou atrapalhando a difusão do reino de Deus.

3.O reino de Deus é como um grão de mostarda” (Mc 4,31).
A segunda parábola de hoje é na mesma linha da primeira, visa respaldar a importância do Reino de Deus. Este, de um ponto de vista humano, não tem aparência, mas, ao longo dos anos, cria uma realidade impressionante. A referencia é sobre aquilo que nós achamos importante para realizar a nossa existência. Se contarmos sobre os meios humanos, buscando uma aparência e uma visibilidade externa, então o fracasso será certo. Se pelo contrario, optaremos para abrir o nosso coração para a invisibilidade e a pequenez do reino de Deus, então o sucesso será seguro. É claro que se fala de sucesso não no sentido mundano, mas sim no sentido espiritual. A nossa vida se realiza somente se tivermos a humildade de entregar as rédeas da nossa vida para Deus, para que seja Ele a conduzi-la. Este, a meu ver, é o sentido da comparação do Reino de Deus com a semente de mostarda. O problema é saber aonde encontrar a força, ou melhor, a lucidez e a coragem de colocar a nossa vida contra as aparências deste mundo. Para isso é sem duvida necessário o caminho do discipulado, dedicar tempo a interiorizar a Palavra de Deus, se esforçando de vivê-la com toda a coerência possível. É assimilando o Evangelho que apreendo a dar valor àquilo que para Deus é importante e, assim, a descartar aquilo que pode atrapalhar a realização do Reino de Deus. Se Jesus hoje nos revela que o Reino de Deus é como uma semente de mostarda, isso quer dizer que nas nossas decisões não devemos olhar a aparência, o tamanho, a visibilidade externa. Se o mundo nos leva a prestar atenção e a valorizar tudo aquilo que é exterior, que aparece e que estimula os sentidos da carne, no Reino de Deus é exatamente o contrario. Para essa maneira de olhar e de pensar, ninguém é preparado: por isso Jesus veio ao mundo. Jesus vindo ao mundo escolheu o ultimo lugar, se fez servo, lavou os pés dos discípulos, se humilhou, se abaixou, se entregou totalmente. Este jeito de viver de Jesus, que é a maneira de realizar o Reino de Deus, pela lógica do mundo é absurdo. O cristão, que quer seguir a Jesus, deve aprender a viver naquilo que o mundo acha um absurdo, uma loucura, na convicção que: “a loucura de Deus é mais sabia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Cor 1, 25).
O Reino de Deus é como um grão de mostarda, ou seja, é pequeno. Além de ser pequeno é escondido no baixo do chão para brotar frutos e, assim, se tornar uma grande arvore. A vida cristã se quiser seguir a Jesus e assim brotar frutos, deve manter no mundo a pequeneza e o escondimento de Jesus: deve de certa forma, desaparecer aos olhos indiscretos e curiosos do mundo. Ninguém merece cristãos atrevidos e exibidos!

4. Nesta Eucaristia que estamos celebrando, pedimos a Deus que forme em nós os mesmos sentimentos que foram em Jesus, para sermos no mundo testemunhos silenciosos e discretos da gloria de Deus e para que, através deste testemunho, o mundo possa acreditar em Jesus.
 Assim seja.




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