martedì 3 dicembre 2024

IMACULADA CONCEIÇÃO






(Lc 1,26-38)

Paulo Cugini

 

Como todos os dogmas da Igreja, também o da Imaculada Conceição nos ajuda a reflectir sobre o mistério da presença do Filho de Deus na história, o que provoca uma análise retrospectiva das suas origens. Foi a ressurreição de Jesus que provocou a investigação sobre a sua identidade, a sua natureza, a sua relação com o Pai e o Espírito Santo. Só secundariamente a reflexão sobre a identidade de Jesus envolveu também os seus familiares próximos e, em particular, a sua mãe Maria. O que dela se diz tanto nos Evangelhos como fruto da reflexão da Igreja, como no caso dos dogmas marianos e, entre estes, o da Imaculada Conceição, não pode ser separado da pessoa do Filho, porque tudo se refere a Ele, o único mediador universal da salvação. Quando a devoção popular toma este caminho, faz de Maria uma divindade, distorcendo assim os dados bíblicos e as próprias intenções da Igreja. Por isso, na reflexão de hoje podemos perguntar-nos: o que nos revela a solenidade da Imaculada Conceição sobre o mistério de Deus e de seu Filho Jesus?  Se tomarmos como referência o trecho evangélico proposto para responder à pergunta, encontraremos aspectos significativos que podem nos ajudar no nosso caminho de fé.

Nada é impossível para Deus.” É o que diz o anjo no final do diálogo com Maria no evento da anunciação. E isso quer dizer que quem busca o Senhor deve se acostumar com as surpresas, seguir caminhos diferentes dos habituais e aprender a procurar Deus onde a nossa imaginação normalmente não O procuraria. Nesta mesma perspectiva Paulo recorda-nos que: “ Deus escolheu o que há de ignóbil e desprezado no mundo ” (1Cor 1,26-27), para confundir aqueles que se consideram sábios. O mistério de Deus está envolto no mistério das suas escolhas, que exigem atenção e disponibilidade para confiar. Na vida de Maria, assim como na vida de Jesus, somos convidados a ampliar o olhar, a assimilar o modo de pensar do Senhor, que percorre caminhos diferentes daqueles percorridos. Há, portanto, no trecho evangélico de hoje algumas passagens que falam desta diversidade, que vale a pena sublinhar.

Galiléia. O anjo de Deus não é enviado para Jerusalém, capital da Judéia, que tinha o nome do progenitor das doze tribos, lugar onde residia a presença de Deus, o templo de Jerusalém, mas para uma região muito desprezada que deve sua nome ao profeta Isaías (Is 28.23): Galiléia, distrito dos gentios (distrito: galil), dos pagãos, dos incrédulos.

Nazaré : vila selvagem nunca mencionada no AT. O historiador Josefo fala dos galileus como um povo guerreiro.

Maria : entre muitos nomes, foi escolhido o nome que na Bíblia trazia azar. Nome da irmã de Moisés que foi punida e, desde então, Maria não aparece mais como nome na Bíblia. É por isso que as meninas não receberam o nome de Maria. Pois bem, para realizar o seu plano de salvação, Deus escolhe uma mulher chamada Maria como mãe do seu Filho.

Cheio de Graça : cheio de graça. Deus não olha para os méritos de Maria, mas enche-a do seu amor.

Você o chamará de Jesus : isso é inédito, porque a mulher não pode dar o nome do filho e então o nome é o do marido segundo a tradição. Aquele que nascerá será o libertador do povo. Por que José fica de fora deste anúncio? Porque segundo a tradição o pai não transmitiu apenas as características biológicas, mas também a tradição religiosa e moral. Jesus não seguirá os pais de Israel, mas seu Pai.

A ação de Deus não tem limites, mas necessita da escuta e da colaboração do homem. Maria é quem confia. Por isso ela é mãe e, ao mesmo tempo, discípula do Senhor e convida-nos a segui-lo não pelos caminhos traçados pelo mundo, mas pelos caminhos indicados pelo Pai.


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