(Is 55, 6-9; Sal 145; Fil
1,20-24.27; Mt 1-16)
Paolo Cugini
1. Deus permanece sempre um mistério. Isso vale seja pelas pessoas que
estão se aproximando a Deus nestes últimos tempos, seja pelas pessoas que desde
sempre vivem em função da Palavra de Deus. Não podemos nos acostumar a Deus,
pensar que já sabemos tudo dele, pois Deus permanece sempre na frente dos
nossos pensamentos, das nossas previsões. A fé é um caminho corriqueiro de
obediência á Palavra de Deus, no qual ficamos sempre atrás e nunca na frente,
no sentido que sempre e em qualquer momento precisamos ser orientados. É com
este espírito humilde e singelo que entramos no clima da liturgia de hoje para
pedirmos a Deus que nos ilumine no caminho da vida.
2. “Buscai o Senhor em quanto
pode ser achado; invocai-o enquanto ele está perto... Meus pensamentos não são
como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos”
(Is 55, 6.8).
São lindos estes versículos do profeta Isaias porque nos revelam que
a vida de fé é uma busca continua. O homem, a mulher de fé é uma pessoa cuja
característica é aquela de buscar sempre a Deus em qualquer momento da vida, em
qualquer situação e circunstância. Isso exige uma constante atenção no
objetivo, naquilo que se quer alcançar. Esta atenção desvende a força da pessoa
de fé, a característica que o caracteriza, a diferença no confronto do mundo
distraído que se deixa levar por qualquer corrente de doutrina seduzinte. Pelo contrario
a pessoa animada pela fé em Deus busca continuamente em tudo aquilo que faz e
pensa a vontade de Deus e, nesta busca expressa a própria confiança no Pai. É
neste caminho de busca constante de Deus que experimentamos a grande
diversidade dos nossos pensamentos com os pensamentos do Senhor. Neste sentido
o caminho da fé deveria ser marcado para um processo de lenta, mas necessária
mudança dos nossos pensamentos para aprendermos a pensar como pensa Deus.
Talvez seja isso mesmo o
sentido da vida espiritual: aprender a avaliar os eventos, a historia, os
acontecimentos corriqueiros com o olhar de Deus. Este olhar não é o fruto do
nosso esforço, mas sim o dom que o Espírito de Deus realiza em todas as pessoas
que se tornam progressivamente dóceis á Palavra de Deus. Característica da vida
espiritual, nesta perspectiva, não é um ativismo vazio na conquista humana de
um objetivo, mas sim a lenta e dócil disponibilidade á ação do Espírito Santo.
O exemplo daquilo que estamos falando é Maria a mãe de Jesus acostumada a
escutar o Seu Filho, a silenciar e meditar tudo no seu coração. Se quisermos de
verdade ver e pensar a realidade como Deusa pensa, precisamos muito desta
docilidade, desta atitude paciente e constante de buscar ao poço daquela água
autentica que somente Deus pode nos oferecer.
3. “Ou está com inveja porque
estou sendo bom. Assim os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os
últimos” (Mt 20, 15b-16).
A prova daquilo que acabamos de comentar é a parábola de Jesus do
Evangelho deste domingo. O dono da parábola é questionado sobre a sua bondade,
sobre o fato que ele decide de pagar para todos os obreiros da vinha o mesmo
preço, seja aquele que chegaram por primeiro que os últimos. É um verdadeiro
choque entre a mentalidade dos homens e mentalidade de Deus. De um lado a
mentalidade do mundo que olha o proveito, a força, o mérito; do outro a
mentalidade de Deus que olha o coração, a disponibilidade, a obediência. São
critérios diferentes que se chocam continuamente. Na realidade nascemos
imbuídos desta mentalidade materialista que o mundo coloca na nossa cabeça e
dificilmente conseguimos nos livrar. Crescemos com o desejo de sermos os
melhores em qualquer momento e situação e aprendemos a julgar o nosso próximo
com estes critérios materialistas. Por isso quem se acha primeiro neste mundo e
faz de tudo para deixar por trás os outros, torna-se o ultimo no reino de Deus.
É a lei de Deus que não olha o externo das coisas, mas sim o interno; não olha
o resultado de um ponto de vista humano, que é sempre um ponto de vista
egoísta, mas o olhar de Deus penetra na profundeza do ser, naquele espaço que
somos acostumados a esconder aos outros. Só que a Deus nada fica escondido,
pois por Ele tudo é descoberto.
4. “O patrão saiu de novo a meio
dia e ás três horas da tarde e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco
horas da tarde encontrou outros que estavam na praça...” (Mt 20, 5-6).
A parábola de hoje expressa também o cuidado de Deus para conosco,
pois a toda hora da nossa vida Ele sai para nos encontrar. Seria interessante
ao longo desta semana parar um pouco para vasculharmos na nossa vida e
descobrirmos os momentos que Deus passou na nossa vida para nos convidar a
segui-lo, a trabalhar na sua vinha. Esta atitude de Deus deve ser também a
atitude da Igreja, que não fica somente esperando os fieis entre as paredes da
Igreja, mas sai em busca das pessoas para encontrá-las onde elas estiveram e
ali dirigir a proposta do Senhor. Uma Igreja mais exposta, mais aberta ao
mundo, mais atenta com as pessoas fora do templo é aquilo que o mundo pós-modero
precisa. A parábola de hoje questiona os nossos conselhos pastorais, questiona
os métodos pastorais que atuamos, questiona os conteúdos das nossas conversas
religiosas: será que estamos tendo a mesma preocupação de Deus para com as
pessoas de fora, ou somos como sempre preocupados com a nossa misérrima
panelinha? Um Deus que arrisca o seu único Filho pela nossa salvação exige uma
Igreja mais exposta, mais ousada, menos fechada na retranca.
5. “Cristo vai ser glorificado
no meu corpo” (Fil 1,20).
Acabamos de falar de ousadia e ali vem Paulo com o seu jeito
missionário, sempre atento para quer ninguém perca a oportunidade de ouvir anuncio do Evangelho. E também neste
contexto, como ouvimos no domingo passado, o anuncio do Evangelho para são
Paulo não é um problema de papo bonito, mas sim de vivencia, de testemunho. É
no seu corpo que Paulo quer glorificar a gloria de Cristo. Isso quer dizer que
o anuncio do Evangelho passa pelos marcos dos pregos da cruz de Cristo
impressos na nossa carne. Podemos dizer que tudo isso se realiza, sobretudo num
sentido espiritual, mas de vez em quanto Cristo quer imprimir na carne viva dos
seus discípulos os marcos vivos da sua cruz. A historia da Igreja é amiúde uma
historia de sangue, o sangue dos mártires, o sangue dos testemunhos de Cristo.
A bondade de Deus é difícil entendimento pelo homem egoísta, invejoso. nós temos que viver o evangelho e entender os desígnios de Jesus.
RispondiEliminaHomilia muito realista a partir da logica de Deus. Esse é o gde desafio para nós hoje. Precisa-se de mudança e de atitude diferente do que o mundo sempre nos ensinou.Temos que tcoragem de sermos cristâos, cudadãos diferentes, ousados na pratica da justiça de Deus.
RispondiEliminaOdete Pereira
Na atualidade, infelizmente, o que mais impera é a inveja entre os próprios cristãos. Muitos não entendem que os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos e aquilo que para muitos é sinônimo de status, para Deus não passa de algo supérfluo. Ele mesmo diz: “... está com inveja porque estou sendo bom. Assim os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos” (Mt 20, 15b-16).
RispondiEliminaQue possamos ser guiados pela palavra e exemplos de Jesus que nos ensina a servir e amar sem esperar nada em troca.
Mas é verdade tudo o que pensamos Deus já está sabendo não adianta fazermos alguma coisa escondido pois Deus está vendo e Então meus irmãos O que Jesus quer de nós é o nosso perdão o nosso amor a nossa compreensão ele.nao quer seus filhos sofrendo e-sim todos felizes e a palavra de Deus nos ensina a viver em comunhão com Deus e com os irmãos .
RispondiEliminaObeservar o verdadeiro sentido do cristianismo é uma dádiva de Deus só os Espíritualizados consiguirá, suporta para tal serviço humano.
RispondiElimina