MARCOS 14
Paolo Cugini
1-11: O paradoxo da fé: enquanto uma mulher derrama um vaso de
óleo caríssimo na cabeça de Jesus, sinal do amor imenso que ela tinha para com
o Mestre, do outro lado Judas foi ter com os chefes dos sacerdotes para
entregar Jesus. A mulher quebra o vaso: é um gesto forte, pois indica que o
perfume caríssimo (o valor calculado é um ano de salário!) será totalmente
utilizado para ungir Jesus. É um gesto de grande amor, pois o amor verdadeiro
não calcula, como neste caso, mas é doação pura.
12-21: é o mistério da traição de Jesus. Como pode acontecer isso?
O caso é ainda mis grave porque que traiu Jesus não foi alguém de fora, mas sim
de dentro do grupo dos 12 discípulos, ou seja, aquelas pessoas que Jesus tinha
escolhido a dedo para acompanha-lo no anuncio do Evangelho. Ainda hoje as
piores traições acontecem de dentro do grupo a comunidade ou, as vezes, até
dentro do lar familiar.
22-25: é o famoso texto da instituição da Eucaristia. Jesus com
estas palavras –“ tomai isto é o meu corpo
... isto é o meu sangue”- profetiza o seu futuro, ou seja, a sua paixão é
morte. Estas palavras sintetizam a mesma vida de Jesus: um corpo partido e um
sangue derramado para os discípulos e para todos nós. Por isso toda vez que
celebramos a Eucaristia celebramos o centro da vida de Cristo, fazendo memoria
do evento que está na origem da nossa mesma vida, pois se nós vivemos é porque
Jesus se doou por nós.
26-31: a vida de Jesus é mergulhada na oração. Depois da ceia
derradeira Jesus se retira no monte das Oliveiras com os discípulos para rezar.
A atitude de Pedro neste contexto revela que para seguir Jesus até o fim, não
basta o entusiasmo, a empolgação, mas algo a mais que somente o encontro
pessoal com o ressuscitado pode conferir.
32-42: a oração cheia de angustia de Jesus na noite depois da ceia
derradeira nos ensina varias coisas. Antes de tudo nos mostra o lado humano de
Jesus: tinha medo de morrer e dos sofrimentos que ia padecer antes da morte.
Por isso implora o Pai de afastar “este cálice”, ou seja, aquele sofrimento. Só
que Jesus acrescenta na oração uma palavra importante, que é a disponibilidade
que se realize a vontade do Pai, que é misteriosa. De fato podemo-nos
perguntar: porque foi necessário que o Filho sofresse daquele jeito? Deus não podia
inventar outra coisa? O sofrimento e a morte de jesus é um mistério que é
escondido na mente do Pai. Assim também os nosso sofrimentos são um mistério
que somente deus conhece. Nas nossas orações precisamos aprender a colocarmos a
nossa disponibilidade para que na nossa vida se realize a vontade do Pai e não
a nossa.
43-52: com o clássico gesto de afeto, um beijo, Judas traiu Jesus.
Jesus vive este momento como algo que está dentro do projeto do Pai: isso é
para se cumprirem as Escrituras. De fato, o profeta Isaias tinha profetizado a
paixão e o sofrimento do Servo de JHWH (Is 53,1-13). Perante o momento de mais
necessidade do Mestre os discípulos fugiram, o abandonaram. Este dado é motivo
de grande reflexão. Que fé era aquelas dos discípulos? Porque se comportaram
assim? Jesus tinha dedicado a sua vida para eles e eles na hora mais importante
o abandonaram.
53-65: o motivo da morte de Jesus é que blasfemou se atribuindo o
titulo de Filho de Deus, Messias. Na realidade sabemos que Jesus é mesmo o
Messias esperado, o Filho de Deus. Jesus morreu porque os hebreus não quiseram
reconhecer a sua identidade.
66-72: Pedro, o discípulo escolhido por Jesus por chefiar a
Igreja, renega Jesus por três vezes no contexto da paixão. Pedro chega até a
jurar e maldizer. É a fraqueza humana, aquela fraqueza dominada ainda pelos
instintos egoístas e que se agarra a vida física. Será necessário para Pedro
encontrar o ressuscitado para entender a verdade da proposta de Jesus e, assim,
entrar na nova dimensão da vida no Espirito.
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