venerdì 3 luglio 2015

LEVANTANDO OS OLHOS





XVII DOMINGO/B - TEMPO COMUM
(2Reis 4,42-44; Sal 145; Ef 4,1-6; Jo 6,1-15).

Paolo Cugini

1. Sempre falamos que Jesus entra na historia para divinizar, por assim dizer, a nossa humanidade, mas nem sempre ouvimos palavras que nos ajudam entender este mistério da fé. Deus entra no tempo, se faz homem, assume uma carne como a nossa e consegue leva-la pura e santa perto do Pai, abrindo um caminho único, mas autentico, para conduzir a humanidade toda no Reino de Deus. É verdade que este caminho é um pouco estreito, que o povo fica chiando quando o encontra, pois percebe que para entrar deve deixar por trás um monte de coisas, ou seja, aquilo que chamamos de  vida mundana; é também verdade, porem, que vale a pena ariscar-se nesta vereda na qual podemos encontrar a salvação.
 O grande filosofo francês Blaise Pascal dizia que a fé é um risco e que a humanidade não tem outra alternativa. De fato, só arriscando o homem poderá saber se além da morte existe a vida eterna. Vamos, então, nos arriscar na reflexão para ver o que acontece na humanidade que se deixa transformar pela ação do Espírito Santo.

2. Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: ‘Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” (Jo 6,5).
É interessante acompanhar o jeito de Jesus encarar a humanidade. Perante uma humanidade carente, faminta e sedenta, Jesus não se faz de bonzinho, colocando uma atitude paternalista e deresponsabilizante, como é aquela dos nossos políticos ou, pelo menos, da maioria. Sem duvida Jesus, o Filho de Deus, podia resolver o problema sem envolver ninguém. Deus quer que o homem seja protagonista ativo da própria salvação, e não espectador passivo e inerte. Perante o problema da multidão faminta, Jesus abre o problema para os seus discípulos para que também eles, além de aprender a sentir o peso da responsabilidade, se esforcem na busca de uma solução. Este é, a meu ver, uma linda imagem da Igreja. Não é o Papa, o Bispo, o Padre, o Abade, a Madre o dono da Igreja. Sem duvida nenhuma, cada um deles têm um função de responsabilidade insubstituível. É o jeito de realizar esta responsabilidade que Jesus, no trecho que estamos comentando, questiona e ensina. Na Igreja, assim como Jesus a quis, a autoridade é para servir e não para aniquilar ou, pior, massacrar, humilhar. É o mesmo Jesus que disse para os discípulos que estavam brigando entre eles para saber quem era o melhor: “Entre vós não deve ser assim”.
 Além disso,  na ceia derradeira Jesus, depois de ter lavado os pés para os seus discípulos, acrescentou:“Eu que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,14-15).
Lavar os pés um dos outros, no texto que estamos comentando, significa fazer de tudo para que as pessoas se sentem protagonistas, responsáveis da própria salvação, do próprio caminho de fé. Jesus primeiro envolve os discípulos – Filipe, André – e eles envolvem a multidão representada por o menino dos cinco pães e dois peixes. Outro dato importante é que o mesmo alimento não desceu do céu como o maná no deserto, mas é doado da multidão. Nessa altura dá pra perceber que a caridade que a Igreja, em nome de Jesus, é chamada a viver e realizar, não é resolver os problemas da humanidade toda. Para responder aos problemas que a Igreja encontra no próprio caminho, deve aprender a envolver os interessados, criar laços e condições de dialogo para que a resposta saia da multidão, para deixar que sejam as pessoas a oferecer caminhos de resposta e a partilhar aquilo que já existe. (Aqui seria interessante avaliar a qualidade cristã de tantos projetos sócias que as paróquias ou as dioceses realizam com o dinheiro fácil que vem de fora sem envolver ninguém).

3.Jesus tomou os pães, deu graças e distribui-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam” (Jo 6, 11).
Como entender este versículo á luz daquilo que refletimos? É a liturgia que, desta vez, nos ajuda a penetrar o mistério da Palavra escutada. De fato, quando no ofertório durante a Missa são apresentados o pão e o vinho, é a nossa mesma humanidade a ser apresentada, para ser transformada e, assim, partilhada. Este é o esforço mental que deveríamos fazer quando, na procissão ofertorial, são oferecidos o pão e o vinho. Naquele momento, cada um de nós deveria oferecer a própria semana, as situações criticas, os relacionamentos negativos que prejudicaram a amizade e a paz em casa ou, com os amigos. È neste momento que toda a nossa humanidade deveria ser oferecida para que seja transformada junto com o pão e o vinho. È São Agostinho que, numa famosa homilia, nos lembra que na hora do ofertório na mesa do altar não são colocados apenas o pão e o vinho, mas também a nossa vida.
  Como é que se revela uma humanidade transformada? Em outras palavras: como é que posso avaliar se a participação na Missa foi ativa, presente, com o desejo de mudar?
É são Paulo que, na segunda leitura de hoje, nos oferece a resposta.
“Vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: com toda humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor” (Ef 4,1-2).
Quando na nossa existência começam aparecer estes sentimentos, que eram os mesmos de Cristo, então isso significa que na nossa humanidade o Espírito Santo está encontrando o espaço para poder agir. Se entrei hoje na Igreja para participar desta santa Missa com no coração uma o mais pessoas que não suporto, que não consigo nem encostar, então é isso mesmo que devo colocar na mesa do altar, para sair dessa missa com o desejo de apaziguar estas situações de inimizade. “Entre vós não deve ser assim”: por isso procuro a Eucaristia do Domingo, para abastecer a minha alma daquele amor imenso que se manifestou na cruz de Cristo e que tem o poder de derreter a minha teimosia, o meu coração duro, o meu egoísmo. Nessa altura dá pra perceber quanto importante seja a Missa do domingo, para uma vida melhor, uma existência aonde seja possível realizar o sonho de Deus que é o seu Reino, Reino de paz, amor e justiça.
 A verdade de cada Missa está na possibilidade real que o Senhor tem de modificar a historia, a humanidade toda. Cabe a nós, com a nossa disponibilidade, fazer com que isso se realize.







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