mercoledì 4 ottobre 2023

FRANCISCO: O PEQUENO DE DEUS

 





Paulo Cugini

 

Na verdade, não é a circuncisão que conta, nem a não circuncisão, mas sim ser uma nova criatura (Gl 6,15). Compreender isso é muito importante. Entender que o caminho do discipulado não é um caminho de pertencimento a um grupo que garante algo, mas é um dinamismo que dura a vida toda. Dentro deste dinamismo estamos diariamente envolvidos em deixar-nos transformar, em mudar os nossos pensamentos, em assimilar o pensamento de Cristo, a sua maneira de ver as coisas. Assimilar o Evangelho para assimilar os traços da humanidade de Jesus, a sua forma de gerir a força dos instintos, a sua capacidade de permanecer focado na sua missão. E tudo isso com muita serenidade, transparência, mansidão.

Pois bem, os traços do estilo de Jesus foram claramente visíveis na vida de Francisco de Assis. Por isso vale a pena meditar nos seus textos, mas, sobretudo, na sua vida, nas suas escolhas, no seu modo de estar no mundo, no seu modo de estar diante do Pai. Há muito amor na vida de Francesco, uma vontade de amar a todos e a todas. A sua vida pobre, despojada de tudo, revela o seu desejo de amar incondicionalmente. Amor que diz totalidade, algo tão grande que o leva a não procurar mais nada, porque já encontrou tudo no Evangelho. Em Francisco, as palavras que Jesus diz nas suas parábolas tornam-se visíveis na sua vida, como a do tesouro do campo e da pérola preciosa. Francisco encontrou verdadeiramente o tesouro no campo e, por isso, despoja-se de tudo, já não lhe interessa outra coisa senão mergulhar neste tesouro. Uma grande lição para nós hoje.

Em Francisco é visível o caminho do homem que se faz criança, do grande que se faz pequeno, como ensina o Evangelho de hoje: eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e os eruditos e tu os revelaste aos mais pequenos (Mt 11,25). Francisco tornou-se pequeno para o mundo, mas grande diante de Deus. Há uma grandeza que se manifesta na pequenez, na humildade, na mansidão, na doçura, na simplicidade dos gestos, na pobreza evangélica. É nesta pequenez que se vive o amor do Senhor como dom total de si.

Nessun commento:

Posta un commento