DEUS É PAI
Retiro espiritual para jovens
MEDITAÇÃO
Paolo Cugini
Quem é o Deus em que nós
acreditamos?
Cf. Oração Litúrgica: é uma
oração dirigida ao Pai, por meio de Cristo e se cumpre no Espírito Santo. É uma
oração com uma estrutura trintária.
- Para
muitos este tipo de oração é estranho. O homem de hoje busca Deus através
de uma oração espontânea; o Deus do homem de hoje é um Deus genérico, que
pode bater com o destino do horóscopo, ou com a invocação dos espíritos,
ou de alguma prática popular etc. È um Deus da minha preguiça, vontade.
Só que o Deus da
revelação não é assim. Ele tem um rosto preciso: é um Deus pessoal que entra no
relacionamento com os homens, com palavras precisas, pedindo uma resposta
certa. É um Deus ciumento, que não gosta de ser misturado com ninguém.
(Sentimento de traição).
Cf. : Ex 20, ; Zc 14, 9; Zc13, 2; Is 45, 6.
Cf. Josué 24: a
grande assembléia de Siquém – é preciso escolher entre Deus ou os deuses. Não é
possível mistura-los. É uma escolha que deve ser feita com referência para uma
revelação bem clara, com palavra e gestos bem determinados.
(Rezar é
permanecer na presença do Senhor – ficar com ele).
Se Deus é um Deus
impessoal o relacionamento com Ele é impessoal. Não é importante que eu lhe
queira bem; quando fiz os meus gestos, os meus ritos, tudo acabou. (é o Deus
dos fariseus).
- A
partir da imagem que nós fazemos de Deus, muda maneira de nos relacionarmos
com Ele.
Jer 2, 4 – 8: O
homem tem a tendência a assemelhar-se com aquele que adora (cf. poder, dinheiro,
etc).
Problema: qual
deveria ser o rosto do Deus dos cristãos?
Ex 6, 2 – El
Shaddai – Deus todo poderoso – é um nome
Ex 3
- Quer
dizer que Deus é na história de Israel aquele que se faz presente – não é
um Deus escondido, que fica no seu cantinho. Sem dúvida Deus é transcendente,
além do tempo e do espaço; porém o Deus de Israel é um Deus que se
aproxima, que existe, que se faz presente.
Naquele momento,
naquela época em que o povo está sendo massacrado, humilhado, Deus se revela,
dizendo: eu estou aqui, este é o meu nome. (cf. Lc 2, 15)
E que Deus existe
é possível vê-lo pelos seus atos. Ex 3
É um Deus capaz
de ser atento ao homem.
Cf. Ez 16, 1-14.
Aquilo que está
atrás do nome é: o Senhor, ou seja, um Deus que faz viver, um Deus que olha com
bondade, com amor. É o amor de Deus que faz de uma criatura algo de lindo. (cf.
Lc 10)
Se perguntarmos a
Bíblia: Quem é Deus? Ela responde: Deus é o Senhor, é aquela pessoa ai. O
Senhor é um nome pessoal, é o nome de batismo, é ele que nos libertou do Egito
e da escravidão.
O Senhor é Pai –
Ex 4, 21-22 – Deus escolheu Israel como fosse seu filho. Deus deu jeito sem
explicação, decidiu isto.
É um privilégio,
mas também uma responsabilidade. O comportamento de Israel deve ser de Filho.
Todos os pecados de Israel são rebeliões de um filho contra o Pai (Cf. Is 1, 1).
- Este
é o pecado de Israel – a rebelião.
Is 43, 19 - “Eu te resgatei” (ler)
Este é um texto pra gostar,
interiorizar, pois é um daqueles textos que infundem segurança, esperança, a
capacidade de enfrentar com alegria a nossa vida, de aceitar aquilo que somos,
a nossa realidade, também nas fraquezas, pois é um texto que nos ajuda a
entender a postura de Deus para conosco – Deus criou Israel, o moldou e o
resgatou.
Resgatado – é uma referência ao
direito do povo de Israel. Se uma pessoa cai na escravidão por causa de
dívidas, deve servir até acabar com a divida. E se por causa da guerra, foi
feito escravo, o parente próximo, há o dever de fazer de tudo para liberta-lo,
para resgata-lo.
“Eu te resgatei” quer dizer que Deus te
considerou como seu parente de ser parente próximo Deus e decidiu por amor, não
é uma questão de genealogia, é simplesmente o amor de Deus que tornou-se pai de
Israel e então comprometido para com ele.
“Te chamei por nome, você me
pertence”
nome – é a identidade de alguém. O meu nome é a minha cara, o meu coração, a
minha história, a minha experiência, os meus sonhos.
Israel não tem outra
identidade a não ser aquela que lhe vem do Senhor, do seu amor. Se Israel é
alguma coisa é simplesmente porque o Senhor o amou. Tudo isto está dentro do
meu nome.
No momento em que o amor de
Deus alcança Israel, Israel se tornou alguém, tornou-se o Tu de Deus, o
parceiro de Deus. A minha identidade é fruto do relacionamento como o outro. É
no rosto do outro que eu descubro aquilo que eu sou.
Ninguém tem a própria
identidade em si mesmo.
O meu eu é formado do amor
dos outros, do amor de Deus.
É por isto que Israel pode
enfrentara história com confiança. Israel é fraco e a história pode esmaga-lo,
como esmagou o império dos assírios, Persas, Babilonenses.
“Quando cruzares as águas eu
estarei contigo”
– pode enfrentar o caminho da história com confiança, a tua segurança é o amor
de Deus que é maior do que a história.
Libertação: água e fogo – imagem
de todos os perigos possíveis. Aqui a presença de Deus é tranqüilizadora.
Os israelitas que são
chamados de volta do exílio são filhos e filhas de Deus, aqueles que levam o
seu nome.
Este nome que Deus doa é a
minha dignidade e não depende de outras coisas (do ser jovem ou velho, rico ou
pobre) ninguém pode tirar a minha dignidade.
Cf. Is 11 – entra um elemento
novo do amor paterno de Deus: é o perdão. Deus que não é capaz de destruir, e
não é capaz porque o coração comove-se, forma de compaixão.
Isto é tipicamente materno.
Compaixão – Rakaim é o plural da palavra rakem,
que é o útero materno.
Rakaim é aquela compaixão que é a
compaixão materna, é aquele amor que uma mãe pode doar porque está escrito
dentro do seu corpo, na sua carne. Deus não consegue punir o povo de Israel por
causa deste amor visceral.
A que serve esta meditação?
Nos coloca perante Deus
purificando a nossa mente de todas as imagens mundanas que poluem a nossa
mente, para nos colocar perante Deus assim como os profetas o manifestam, ou
seja um Deus que é Pai, que tem o coração de mãe.
A revelação bíblica nos diz
não apenas que Deus existe, mas que Deus se interessa para com os homens e
entra na vida dos homens. E a sua é uma intervenção de amor. E o amor, conforme
Ez 16, quer dizer: viver, crescer, plenitude, maturidade. A imagem da
paternidade de Deus quer apontar para isto – Deus é aquele que faz viver e dá
a vida.
2ª MEDITAÇÃO:
O nome Pai é um nome de
revelação: aponta o relacionamento com
Filho.
- O
relacionamento entre deus e Israel não se manifestou em toda a sua
riqueza, porque Israel não foi a altura da sua vocação.
- Aonde
a paternidade de Deus se manifesta com plenitude é o relacionamento entre
o pai e Jesus.
Lc 19,21-22: é um texto que
nos conduz no relacionamento pessoal que Jesus estabeleceu com o Pai – é um
texto trinitário. É uma oração que nasce do reconhecimento deu serenidade de
Pai e da aceitação alegre da sua vontade.
Nesta oração percebemos como
o caminho histórico de Jesus meio foi simples, aliás foi cheio de contrastes
sobretudo com aqueles que tinham as chaves da ciência (paradoxo) – Jesus abraça
esta realização do projeto de Deus “Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado”.
·
O
problema do entendimento do caminho da história não é fruto de inteligência
humana, mas é sabedoria que vem de Deus. Só Deus é o doador da sabedoria, e a
doou aos pequenos.
Meu Pai entregou tudo a mim:
1) Eu não tenho nada que não foi
recebido
2) O Pai não guardou pra si
nada: Tudo o Pai entregou para o Filho. Existe entre Pai e Filho um
relacionamento de doação total.
Isto nos ajuda a
penetrar o mistério da trindade, pois a Trindade é uma troca de Deus.
O Ser Divino é
essencialmente dom.
Nossa idéia de
Deus – é aquele que possui o ser sem limitações – na realidade é aquilo que doa
o ser sem limitações.
Além do dom não
existe Deus.
“Ninguém
conhece...”: O conhecimento de deus é mediato por Jesus Cristo pois só Ele
recebeu tudo do Pai e reconduz toda a sua existência ao Pai.
Mas
misteriosamente este conhecimento recíproco é aberto para todos os homens.
“A não ser o
Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” p porque o Filho e não o Pai? – porque o Filho entrou na
história, é homem como nós, por isso é o Revelador.
·
Se
queremos entender alguma coisa da vida de Jesus devemos considera-la no seu
relacionamento com o Pai, porque toda a vida de Jesus vem do Pai e toda a vida
de Jesus é doada pelo Pai.
Lc 2, 41-52: a 12
em Jesus participa de rito do Mar Mizzmar (filho do mandamento). É a cerimônia
da maturidade religiosa – daquele momento o rapaz pode ler a Palavra de Deus na
sinagoga.
·
Prevalece
uma paternidade divina, que transcende os relacionamentos humanos.
“Por que me procurasse?” o
lugar de jesus não é mais a família de Nazaré, mas a casa do Pai.
Is 12, 27-28: a vida de Jesus
tem sentido nesta hora: nasceu por isto, caminhou, falou, sofreu por isto.
É a hora de Jesus, e a hora
no qual a sua identidade deve revelar-se.
Que Jesus recebeu tudo do Pai
e que a Ele devolve tudo e se consegue o vê bem só nesta hora, na paixão. Nunca
Jesus foi plenamente si mesmo como nesta hora.
Identidade de Jesus – dono de
si mesmo.
Antes Jesus doou alguns
momentos de si mesmo, falando às multidões, curando os doentes, quando gastava
o tempo pra eles, mas eram alguns momentos. Agora é a vida que vem doada é
agora a identidade de Jesus que se manifesta.
Mc 14, 32-59: Jesus é um
homem livre e deve temer posição no confronto de paixão.
É possível continuar a
acreditar em deus perante a angústia, o medo, as trevas? – a “minha alma é
triste até a morte”.
Cf Salmos 42-43: é a história
de um homem exilado e o sofrimento maior é o fato que as pessoas lhe pedem:
“Cadê o teu deus?”
E ele não pode fazer outra
coisa que lembrar com saudade o momento da caminhada com Deus. Salmo 42, 6
Salmo 43, 4 – o Salmo termina
com a esperança “irei ao altar de Deus...”
Jesus expressa a própria
condição com o Salmo 42-43.
Jesus está experimentando o
medo, a angústia: como viver isto?
Jesus expressa com as palavras
do Salmo 42, que narra à história de um homem desesperado que fez um caminho de
esperança.
Quer dizer isto? Abrir uma
brecha dentro do medo e da angústia para que neste medo possa entrar uma
semente de esperança.
Aquilo que estou é só
escuridão, mas através da oração eu coloco nesta escuridão um êxito possível de
esperança de cristo.
A oração do Gestsemani, quer
dizer isto: um caminho de sofrimento que Jesus realizou para abraçar a vontade
do Pai.
Não era uma vontade fácil
para ser abraçada, mas era uma vontade misteriosamente embrulhada de amor. Não
era o abandono de Deus, mas a entrada na comunhão com Ele. Só que esta passagem
é feita com sofrimento e precisa de uma grande fé pra ser realizada.
Cf. Heb 1, 19
Filho é reflexo da sua
glória: é lindo da lindeza do Pai. Se Tu o olhas pode ser algo da santidade de
Deus, do resplandecer de Deus.
Expressão do seu ser: a
humanidade de Jesus é carne como a minha carne, mas nesta carne humana Deus
imprimiu o seu marco como um carimbo. Na humanidade de Jesus Deus deixou o seu
marco.
Então, se quisermos conhecer
o Pai, sendo que não podemos conhecê-lo diretamente, devemos olhar aquela marca
aí que é o seu Filho Jesus. Aquela é visível porque é imprimida na carne, os
sentimentos, palavras, atos: então tu olha o isto e entende como é feito o Pai.
O mistério é este: que a
carne humana possa expressar algo da substância de Deus – que a vossa fraqueza
possa revelar a potência de Deus.
Se Cristo passou através da
doação da sua própria vida, quer dizer que não existe nenhuma outra estrada,
caminho para realizar a divinização da humanidade, a não ser este.
A divindade, segundo a
revelação bíblica, não consiste no possuir a vida, mas no doa-la. De fato, só
no momento em que Jesus
doa a sua vida, deus imprime nele o seu marco e a humanidade de Jesus pode se
tornar eterno.
O Mistério da Ressurreição é
este: por isto a Ressurreição é o único
evento fundamental da história humana.
Único: porque tudo passa, só
a humanidade de Jesus não é afogada, pois tornou-se eterna, porque na
ressurreição entrou na glória de Deus. É o único pedacinho de mundo que
tornou-se eterno.
Na realidade Jesus não se
tornou eterno para si, mas para nós, porque também a nossa humanidade, a nossa
carne, se torne eterna através dele. E o
mistério do Pai se revela aí mesmo, na ressurreição de Jesus.
Rom 6: O Pai dando a glória
ao Filho o tornou eterno, vencedor sobre
o poder da morte.
Existe um caminho de
obediência de Jesus ao Pai que passe através da entrega da própria vida.
A humanidade de Jesus
torna-se perfeita porque é transformada em dom. não existe uma humanidade
divinizada a não ser a humanidade que é transformada em dom: aquela de Cristo
na sua paixão e ressurreição, aquela dos crentes através do caminho de
imitação. Também pra nós tem uma esperança de Ressurreição, existe uma
esperança para entrarmos na vida de Deus: isto é, através de Jesus Cristo.
4ª
MEDITAÇÃO
Gal 4, 4:
Plenitude do
tempo: existe um projeto de salvação de Deus, que Deus levou em frente na
história; este projeto tem um ponto culminante: a encarnação do Filho de Deus.
A encarnação não
é produto da história, do tempo. É missão de Filho que criou o tempo da
plenitude.
·
Quando
Cristo entra no tempo a história torna-se madura.
·
Como
é que acontece esta missão do Filho de Deus?
1) Nasceu de uma mulher: Jesus
pertence de verdade a família humana. Tudo aquilo que faz parte da experiência
humana Cristo o assumiu: um corpo, uma alma, a inteligência, a liberdade, uma
história, relacionamentos concretos. A encarnação significa a entrada do Filho
de Deus dentro da experiência da fraqueza, da pequenez da condição humana.
2) Submetido à lei: naquela
condição de escravidão que era própria de Israel e, na realidade, de todos os
homens.
Por que a
encarnação aconteceu desta maneira?
São Paulo: a fim
de que fossemos adotados como filhos.
O Filho de Deus
se fez homem para que o homem pudesse tornar-se Filho de deus. A eternidade
desceu no tempo para que o tempo pudesse entrar, se abrir a eternidade. A
liberdade de Deus entrou na condição servil do homem para que o homem, de
servo, pudesse tornar-se livre, da liberdade de Deus.
Padres de
Igrejas: aquilo que Cristo não assumiu não foi redimido.
Por isso Cristo
se fez fraco como a gente, conhecendo o sofrimento e a morte, para que o
sofrimento e a morte se tornassem redimidos.
Rom 8, 29:
o objetivo de Deus é que Cristo seja o primogênito de uma multidão de filhos.
Deus deseja ver
no rosto dos homens, o rosto do seu Filho.
Por isso o Filho tornou
uma cara como a vossa, porque uma cara como a vossa pudesse semelhar a cara do
Filho de Deus.
Isto quer dizer
que se quisermos entender o que é o homem do ponto de vista de Deus, devemos
olhar para Jesus, o Filho.
Nele a vocação
humana é perfeitamente realizada.
Paulo põe uma
ligação estreita entre a condição filial do crente e a presença do Espírito
Santo dentro dele.
A adoção filial
não é um ato externo, mas interno, mudar a interioridade, transforma o coração,
transforma a liberdade, a identidade profunda do homem.
Para ser Filho
precisa ter um Espírito filial e este Espírito Filial vem do Espírito de Deus
dentro de nós. Não é algo que pode surgir de nós, de vosso desejo ou da nossa
vontade: é algo que pode ser gerado só pela ação do Espírito Santo.
Filhos de Deus: se realiza em nós só por
causa de um dom de graça. Não somos filhos de Deus por natureza, mas por graça.
Jo 1: não somos filhos de Deus por um nascimento no
sangue, ou por uma vontade de carne, o de louvar; é o dom do Filho de
Deus que nos introduz na sua experiência, que nos doa a sua identidade através
da fé.
No ato de fé nós
acolhemos com liberdade o amor livre de Deus por nós. E quando acolhemos este
ato de amor da parte de Deus, este ato de amor nos torna filhos através do dom
do Espírito.
Jo 20, 17 “não me
segure... vá dizer aos meus irmãos”
É a primeira vez
que no Evangelho de João, Jesus chama os discípulos de irmãos.
Nós somos
filhos de Deus através de Jesus, em Jesus.
Então existe uma
diferença ele fala de Pai meu e Pai nosso.
Nós somos filhos
através do Filho.
De relacionamento
filial:
Existe, então um
relacionamento único de Jesus com Deus, mas deste relacionamento, Ele nos faz participes.
Ablá: é uma das
poucas palavras hebraicas que ficaram no N.T.
É o termo que o
filho utiliza para chamar o Pai; para expressar um relacionamento de
intimidade, de comunhão, afeto.
Com a única
exceção da oração do Horto das Oliveiras, cada vez que Jesus reza utiliza esta
palavra de “Pai”.
Então nós,
podemos rezar da mesma forma que Jesus rezou.
Aquele
relacionamento com o Pai que Ele viveu, o doou a nós – por isto segundo São
Paulo a oração cristã com a qual nós nos dirigimos a Deus chamando-o de Pai, é
o sinal da novidade cristã.
É preciso porém,
que esta oração não seja entendida
apenas como uma fórmula para recitar.
A oração, quando
é autêntica, é a expressão do mistério profundo da pessoa. Eu não sou mais
assim autenticamente mesmo quando rezo, pois não sou autenticamente mesmo como
quando estou a presença de Deus.
Perante ao auto
eu sou mi mesmo [cfr realidade baiana – por isso é preciso trabalhar muito nos
vossos relacionamentos ...].
Se isto vale quando
diálogo com os outros, ainda mais quando estou perante Deus.
É preciso ficar
perante Deus sem máscara (1 Sam 1; Salmo 51), com aquilo que eu sou, com a
minha miséria a minha pequenez, mas também com os meus sonhos – então ali eu
recebo a minha identidade: perante Deus.
Então se sou
filho, a minha oração será filial e se torna uma dimensão permanente da vida.
A oração é a
expressão daquilo que eu sou.
A identidade de
Jesus se torna a nossa identidade perante o Pai.
Problema: o fato
de sermos filhos de Deus, muda o que na nossa vida?
1- Ser filhos de Deus, significa
existir e viver a vida toda no amor de Deus – ser filhos de Deus quer dizer
reconhecer que a minha vida é um dom do amor de Deus.
As decisões que
tomam devem ter como resposta o amor de Deus.
Isto quer dizer
que não posso tomar decisões que desmentiu o amor de Deus: seriam decisões que
nos destroem, isto deve me tornar sempre mais consciente.
(1 Pt, 22): nós fomos gerados
por uma semente imortal – a Palavra de Deus. Esta Palavra contém o amor de Deus
para nós. É esta Palavra que, como uma semente entrou na nossa vida e produziu
uma existência nova. Esta existência tem como perspectiva não a morte, mas a
comunhão com Deus.
Por meio desta
semente, sou uma vida caracterizada do amor fraterno.
2- Uma existência de filhos de
Deus é uma existência que nos leve para o cumprimento de uma identidade filial.
A minha
identidade de filho é uma identidade infantil, que deve amadurecer e crescer
até a plenitude da idade adulta em Cristo. E
de que forma deve crescer? Deve ter como ponto de chegada Cristo.
Rom 8, 19-25:
também nós esperamos o momento em que a vossa identidade de filhos será
manifestada na plenitude.
O sentido da
vossa vida é rumo a revelação da vossa identidade; rumo a
maturidade da vida cristã que se chama Jesus, rumo a semelhança com Ele.
Devemos
transfigurar a nossa carne para que leve a imagem de Deus, para que manifeste o
rosto de Deus no mundo.
Ef 4, 13-16:
crescer até o estado de homem perfeito, na medida que convém a completa
maturidade de Cristo.
3- Uma existência que se
expressa como progressiva transformação segundo a lei do amor.
Ser filhos de
Deus 1-vem do amor.
2-caminha rumo
uma plenitude que é Cristo.
3-através de uma
transformação segundo a lei da oração.
Na minha carne
deve acontecer aquilo que se realizou em Cristo.
Na minha carne,
na minha história, no meu jeito de ser, vestir e falar.
Se Cristo é
primogênito quer dizer que deve acontecer uma continuidade. Esta é a santidade:
uma carne transfigurada, uma vida de amor, mergulhado no amor a Deus e aos
irmãos (Jo 13, 34-35).
- briguinhas
podem acontecer, mas devem ser superadas com o perdão.
- a minha
humanidade transfigurada é o grande milagre que Deus quer realizar.
- tarefa do
Espírito Santo é isto mesmo: transformar a minha vida egoísta, fechada,
melindreza, arrogante, numa vida de: amor, doação, partilha, diálogo, atenção
ao domínio de sim?
- aonde acontece
isto? Na minha história concreta. (casa, escola, amigos, trabalho...).
- este é o
sentido da encarnação: toda a carne foi assumida para ser transformada.
Na minha carne
recebo o Ser de Deus através do Espírito Santo, um Ser que fica preso e não
transparece se não tiver uma história conforme aquilo que o Filho mostrou. Uma
vida humana que deixa transferir a
divindade – o amor
Santidade: - Ser
filho
- é obra do Espírito Santo
- precisa da minha liberdade
- é uma decisão que devo tomar a
cada dia.
Lev 19, 2
Col 3, 12
Col 1, 20
Ef 1, 4 Col 1,1;
Fil 1, 1
5ª MEDITAÇÃO
A Santidade é um
caminho cumprido.
Devemos caminhar
com decisão rumo a uma religiosidade filial.
É o que uma
religiosidade filial?
Uma religiosidade
filial requer uma aceitação de nós mesmos e da nossa vida como dom de Deus.
Gen 1: e Deus viu
que era coisa boa. É este julgamento que faz existir as coisas.
Existe um sim de
Deus dirigido ao céu, a lua, as estrelas, plantas, animais; e existe um dúplice sim de Deus dirigido ao homem.
O homem é algo de
muito bom, porque no homem Deus se espelha. Ele o criou a sua mesma imagem e
semelhança.
O sim de Deus
deve se tornar a primeira escolha do homem.
Eu não decidir
nascer, viver, eu não decidi a família aonde eu queria nascer e não decidi as
minhas características físicas, psíquicas, e meu código genético.
Eu deparo com uma
existência que me propõe e perante a qual devo tomar uma decisão: deve dizer se
esta existência que eu não quis, a aceito e a recuso. Esta é a primeira decisão
fundamental da vida do homem. A fé é isso: aceitar a si mesmo com um dom de
Deus e, por isto, torna-se importante agradecer.
Do ponto de vista
a fé devemos aprender a acolher Deus e não a murmurar. (cfr experiência do
Êxodo).
A vida é assim:
Deus é naquele dom que Ele me faz.
Se eu aprendo a
acolher o presente, acolho ao mesmo tempo o doador. E é isto que Deus nos quer
doar: não nos quer doar 120 anos de saúde, mas si mesmo, e se doa através de
uma vida concreta.
Deus nos chama
para uma existência eterna que é a comunhão com Ele – esta existência eterna é
de graça.
Na minha carne recebo o Ser de Deus através do Espírito
Santo, um Ser que fica preso e não transparece se não tiver uma história
conforme aquilo que o Filho mostrou? Uma vida humana que deixa transferir
( ) a divindade – o amor.
Santidade – ser filho
- é obra do
Espírito Santo
- precisa da minha
liberdade
- é uma decisão que
devo tomar cada dia.
Lev 19, 2 Col
1,1; Fil 1,1
Col 3, 12 Fil
1, 4
Col 1,20 o projeto de Deus
ÚLTIMA MEDITAÇÃO (Lc 24, 13-53)
1- Versículo 15: nestes dias
Jesus se aproximou e conversou conosco e disse palavras tão profundas, que
mexeram com as vossas entranhas.
2- Versículo 17: eles pararam
com o rosto triste – tristeza de não reconhecer Jesus apesar de ter um
conhecimento geral.
3- Versículo 29: Jesus entrou
para ficar com eles.
Nestes dias Jesus
entrou na vossa vida pra ficar.
E aqui se encaixa
o problema que foi frisado em vários momentos; como ficar com Jesus nesta
realidade mundana?
É organizar a
minha vida de uma forma de não deixar o amor de Deus esfriar. Como?
Organizando a
minha vida respeitando a hierarquia dos valores religiosos;
VV 31-32:
a) domingo, dia do Senhor. Não
participa apenas da Missa ou da Celebração, mas coloca 1 h. de oração.
b) Oração cotidiana: Evangelho cotidiano
Liturgia das horas cotidiana
c) uma vez por mês 1 retiro de
meio dia e um dia
d) Estudo bíblico
e) Retiros espirituais
promovidos por vocês.
f) Contato constante com os
pobres.
4- V 33 na mesma hora voltaram e
contaram.
A experiência de
Deus é autentica quando é partilhada
Contagiosa –
envolver amigos, parentes
(organiza
momentos de oração não apenas para o grego que participa ao Retiro, mas convida
outros amigos).
VV 36-53: Jesus é
vivo e acompanha a nossa vida, por isto não devemos ter medo.
39- vejam minhas
mãos – são o sinal da perseguição fruto de amor ao pai – Cristo é presente de
uma forma misteriosa nos perseguidos, famintos, humilhados, explorados,
massacrados.
Quem vive uma
forte experiência de Deus não agüenta mais ver os filhos de Deus humilhados.
Retiro Espiritual
27-31/12/06
Retiro
Silêncio interior
Escuta
Revisão de vida
Tomar decisões
Oração: pessoal e
liturgia das horas
Tema: porquê? – o
nosso Deus desde.
Josué 24
1- É o Senhor que nos chama nos
convida pra sair.
A vida é uma
saída de uma terra que não é vossa para a terra que Deus quer me doar, e até
quando eu ficar perde e não chega na terra que Deus me quer dar eu fico
augustinho.
2- fazer memória
3- temor, servir,
tirar, escolher.
Descoberta de
Deus da sua identidade – conseqüências das minhas decisões.
Partilha: fazer
só um comentário e sobre a palavra de Deus e não as palavras dos autores.
Depois da Missa é
bom ou ficar na Igreja ou ir pra casa; não é bom ficar de fora conversando com
os colegas aproveitar deste tempo para descansar o corpo e a alma, buscando a
Deus.
Necessidade do
tema – a frente do santíssimo é um sinal que o meu Deus não é o Deus de Jesus
cristo.
Nos momentos
livres buscar o silencio: leituras curtas, falar o menor possível.
Porque é pecado a
idolatria? Não é apenas uma lei extrínseca mas um mandamento vital: adorando
outros deuses o homem acaba falecendo
saindo da fonte da vida adorando aquilo que não de vê ser adorado porque não é
parte da vida, o homem se despede e desvia.
Porque o homem
adora outros deuses? , sentidos
humanos, Corporais, satisfação, prazer.
Deus no atrai com
laços de amor – respeitando a minha liberdade.
O homem é um
animal – A natureza deve ser transformada para que o homem tenha a
possibilidade de dar um sentido aos gestos que realiza.
Rebelião: o homem
não gosta de Deus (Os 10, 11).
Quer autonomia,
identifica liberdade com autonomia – cfr liberdade é obediência (dentro de um
relacionamento filial de amor e não de escravidão) – o caminho que deve ser
feito e descobrimos este amor de Pai.
João 5, 19: “o
Pai ama o Filho e lhe mostra tudo que fez”
Deus é doação, é
comunicação de Deus. Mostra-lhe tudo; não rétem nada – confiança total –
comunhão plena.
Para conhecer a
Deus devo passar para Jesus, porque Ele recebeu tudo do Pai, quer dizer que
conhecendo Jesus conheço a Deus.
A oração é o
régio da alma.
Na oração, no dialogo
com Deus aprendo a valorizar a minha dimensão espiritual (aprender a treinar a
espiritualidade – vida no Espírito que me leva a penetrar os mistérios de
Deus). É na oração que aprendemos a ver a história, o mundo, a minha mesma
história com os olhos de Deus.
Ex: existe a
realidade que vivo.
Existe aquela realidade que assisto pela
televisão.
Existe aquela outra realidade mais
profunda que é a história e quem Deus quer construir, realizar comigo nesta
história eu sou protagonista, parceiro de Deus.
Para um jovem
acostumar a assistir novelas estes dias devem ser terríveis. Aprender a esperar
uma resposta de Deus. A oração é agora uma resposta: “Senhor o que tu queres
que eu faça?”.
Oração é amar é
sofrer. Levantar cedo ficar de joelhos, em silencio – rezar constantemente (Ef
6, 18).
Rezar é bater a
porta (Lc 11, 9).
É pedir – como
pedir? Pedir no nome de Jesus (Jo 16,23-24; Jo 16, 23-24)
[Rezar é
descobrir a ligação entre o céu e a terra é a descoberta do mundo
sobrevisivel].
É claro que para
alimentar a vida espiritual, para treinar a dimensão, o interior precisa de um
clima.
* Silêncio – 1
Tess 4, 3-29
* Castidade dos
olhos, dos pensamentos, dos atos (a castidade é pra pedir insistentemente).
* Ecl 18, 30
evitar as ocasiões.
* Simplicidade –
(quanto mais vem crescendo na vida espiritual, quanto menos sinto atenção das coisas mundanas.
* Ordem: faço
aquilo que decido.
(é o contrário da
preguiça – a oração é luta contra a preguiça e os costumes ruins (comer a toda
hora).
* Alimentação
* Reflexão – uma
pessoa que se encontra a rezar torna-se uma pessoa profunda, reflexiva que não
vive atoa, mas aprende a ter um pensamento próprio sobre a realidade.
Rezar para os
outros: 2 Tess 3, 1; 1 Tim 2, 16.
Rezar é
permanecer no Senhor Jo 15, 5ss
Rezar é sair do
ócio, da vida ociosa – 2 Tess 3, 11
Rezar para me
revestir dos deus do Espírito.
A obra de
Espírito Santo é a santidade (Gal 4, 19). E a santidade é ser filhos de Deus –
no Espírito nós nos tornamos filhos de Deus. Aquilo que Jesus é por natureza nós
o seremos por graça – por isto é importante fitar os olhos em Cristo, para
vislumbrarmos qual é a meta da nossa caminhada: a dinamização da nossa
natureza. (2 Cor 3, 18).
É toda a natureza
destinada, chamada a ser dinimizade.
Jo 1,14 – “O
Cristo se fez carne e não veio morar no meio de nós”.
É toda a carne
que ele assumia para resgata-la. Cristo salva tudo aquilo que assume – toda a
história, a realidade (Rom 8).
Pelo contrário –
tudo aquilo que deixo do lado de fora padece, apodrece, morre.
Jesus é o
primogênito de uma família (Jo – Jesus chama os discípulos de irmãos).
Nós somos seus
irmãos – é uma meta, é um objetivo.
Por isso Deus
colocou em Jesus a plenitude dos deuses. (Col 1, 19)
A ação do
Espírito Santo:
1: O Espírito
Santo dá testemunho de Cristo – Jo 15,26
2: O Espírito
convence o mundo quanto:
a) o pecado
b) justiça
c) condena (sentença)
3- O Espírito me
conduz na verdade plena (mentira progressivamente da mentira – o inimigo se
manifesta na mentira cfr Jo 8, 44)
4- O Espírito
fala as coisas que escuta do Filho.
5- O Espírito é o
interprete da Palavra de Jesus
6- V. 15 dimensão
Trinitária
O plano de Deus é
reconciliar a humanidade (Ef 1, 9-10)
Recapitular em
Cristo todas as coisas.
·
Deus
salvou a humanidade através de Cristo.
·
Hoje
Deus salva a humanidade através da Igreja.
·
É
a minha humanidade transformada,transfigurada que é o instrumento de salvação.
·
O
problema sai em: é de mim mesmo que tenho medo.
O que produz o
Espírito Santo?
* Um filho de
Deus (Rom 8)
* Um Santo (Jo
17)
* Uma vida de
amor (1Cor 13)
* Uma vida bem
aventurada (Mt 5)