sabato 5 luglio 2025

XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C






Paolo Cugini

 

Quem na Igreja tem a tarefa de evangelizar? Qual caminho de formação é necessário para ser capaz de tanto? Estas são algumas das questões que subjazem ao texto de hoje. O anúncio do Reino de Deus, que Jesus inaugura, é confiado aos discípulos, homens e mulheres, isto é, àqueles que escolheram estar com Jesus, acompanhá-lo em sua missão, conhecê-lo, ouvi-lo. Aquele ou aquela que se sentiu envolvido por seu amor a ponto de decidir segui-lo, renunciando ao resto, pode falar de Jesus ao mundo. Este é o primeiro aspecto fundamental do discurso missionário. Torna-se colaborador do Reino quem entrou em um caminho de discipulado. Isso significa que, antes de tudo, os missionários são discípulos.

Ides.

A confiança que Jesus dá aos seus discípulos é impressionante. Eles estão a meio caminho de uma jornada que hoje chamaríamos de formativa e Jesus não tem escrúpulos em enviá-los dois a dois para a batalha. Ele não tem medo de queimá-los, mas confia neles. É o dom da ausência que permite aos discípulos se tornarem mestres. É na ausência do pai e da mãe que o filho pode experimentar a si mesmo, tem a oportunidade de colocar sua criatividade em ação. O dom da ausência, de fato, estimula o sujeito, que não pode mais contar com a figura de referência, mas que é obrigado a processar pessoalmente o material aprendido. Torna-se mestre quando se tem um pai e uma mãe que dão o dom da ausência aos seus filhos, quando depositam sua confiança nele, permitindo-lhe, em certo ponto da jornada, aprender a caminhar com seus próprios pés.

 ele os enviou dois a dois à sua frente.

O primeiro efeito do discipulado segundo o Senhor é que ele nos afasta da solidão, da condenação de caminhar sozinhos pelos caminhos da vida. É por isso que, também a missão, não é uma escolha privada de algum aventureiro, mas um mandato comunitário. O Evangelho nasce de uma experiência comunitária e é como comunidade que o Evangelho é anunciado. Caminhamos juntos com alguém, alguns, porque cada pessoa é criada por Deus não para viver sozinha, mas com alguém: Não é bom que o homem esteja só. É na comparação com o outro que aprendemos a nos conhecer, a nos reconhecer. Na missão, não trazemos simplesmente palavras, mas um modo de viver, um estilo de vida. 

Eis que eu vos envio como cordeiros ao meio de lobos; não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho.

A missão exige total confiança no Senhor, manifestada pelo desapego das coisas materiais, ou seja, a missão não depende dos bens que se possui, mas do amor a Deus assimilado ao longo do caminho. Esse despojamento também é necessário porque o missionário é chamado a levar uma mensagem de paz com métodos não violentos em um mundo violento e agressivo. “Eu vos envio como cordeiros ao meio de lobos ” significa que o conteúdo da mensagem de amor do Senhor deve ser mediado pelo estilo não violento dos discípulos-missionários. Aprender a não responder agressivamente às provocações violentas do mundo é, antes de tudo, um dom do Espírito Santo, cultivado e implementado nas relações cotidianas na comunidade cristã e na família.

Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz seja com esta casa!’ E se ali houver um filho da paz, a vossa paz repousará sobre ele; mas, se não, voltará para vós… Mas, quando entrardes numa cidade e não vos receberem, saí pelas ruas e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade, que se nos agarrou aos pés, sacudimos contra vós. Contudo, sabei isto: o Reino de Deus está próximo.’”

O discípulo missionário não anuncia o Reino de Deus com técnicas de persuasão. A entrada no Reino dos Céus não é uma questão de números e, por isso, não é uma mensagem coercitiva. É uma proposta feita em liberdade que exige liberdade. É uma mensagem que deve estimular o desejo de vida verdadeira naqueles que a buscam; um desejo de sentido de vida e autenticidade naqueles que estão insatisfeitos com o que vivem. Por fim, o anúncio do Reino de Deus deve estimular o desejo de justiça e paz em todos aqueles que têm fome e sede de Justiça, que permanecem perplexos com tanta corrupção e injustiça no mundo. Por isso, o discípulo missionário, quando se depara com uma recusa, não insiste em convencê-lo, mas continua seu caminho, porque sabe que a entrada no Reino dos Céus não depende de jogos de palavras, mas de escolhas de vida.

 Mas não vos alegreis porque os demônios vos obedecem, mas alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos céus.

O discípulo-missionário aprendeu a basear seu bem-estar espiritual na relação de amor com o Senhor e não no sucesso de sua ação evangelizadora. Este também é um ponto crucial no caminho do discipulado, que consiste em aprender a encontrar o ponto onde confiar suas motivações, para continuar a jornada sem perturbações. A missão que o Senhor nos confia é cheia de momentos belos, mas também de situações negativas, que causam profundas frustrações. Aprender a centrar suas motivações em uma dimensão espiritual, na relação filial e amorosa com o Senhor, significa proteger-se da tentação de desistir diante de tantos fracassos e tantas frustrações. Somente o Senhor é a nossa força e o sentido da nossa jornada.

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