sabato 22 febbraio 2025

DOMINGO VII DO TEMPO COMUM/C






(1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23; Sl 102; 1Cor 15,45-49; Lc 6,27-38)



Paolo Cugini


O Sermão da Montanha continua no Evangelho de hoje segundo Lucas. Estamos no coração do Evangelho, especificamente da proposta de Jesus, que vai contra a lógica instintiva que orienta a vida humana. Existe um instinto que nos leva a nos defender, a recorrer à violência, a buscar nossos próprios interesses. Pois bem, Jesus, com a sua humanidade, com o seu estilo de vida, veio mostrar-nos um caminho diferente, um caminho no qual somos chamados a viver exclusivamente a misericórdia, a procurar em cada pensamento e em cada ação o caminho do bem, do amor.

Mas a vós que ouvis, digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, orai pelos que vos maltratam. 

Jesus convida os seus discípulos e, portanto, também a nós, a quebrar a lógica do instinto, a pensar como Deus pensa, a ver o mundo, as pessoas como Deus as vê e como Ele mesmo as viu, isto é, como algo que deve ser embelezado com amor. Aprenda a dominar a si mesmo, seus instintos que respondem ao instinto de sobrevivência que tudo submete à força do egoísmo, com o Espírito do Senhor, que é a mansidão, o desejo do bem-estar do outro. Nós trazemos amor e paz se tivermos essa paz em nossos corações, se estivermos cheios do amor do Senhor. Se seguimos caminhos que tornaram nossos corações duros e estéreis, então somos levados a transferir nossas deficiências, nosso vazio, para os outros. Jesus, porém, com o coração cheio do amor do Pai, não procura fazer mal a ninguém, nem mesmo àqueles que o ofendem ou odeiam, porque sabe ver o seu coração ferido e quer curá-lo com amor. O caminho proposto por Jesus é um caminho de humanização, porque nos ensina a cuidar de nós mesmos, a não nos ferir com as próprias mãos e a buscar vingança contra os outros. Se quisermos nos sentir bem conosco mesmos, precisamos aprender a cuidar da nossa alma, enchê-la do amor do Senhor, passando tempo com Ele, lendo e meditando na Sua Palavra, passando horas pensando Nele, contemplando o Seu rosto. É assim que, saindo pelo mundo, encontrando os nossos irmãos, seremos tomados pelo desejo de transmitir também a eles o amor que experimentamos, a paz que o amor do Senhor deposita nos nossos corações.

E como vocês gostariam que os homens fizessem a vocês, façam a eles também. 

Jesus transforma todo tipo de lógica, porque sua atenção está sempre voltada para os irmãos. E por isso Jesus não diz: “ não façais aos outros o que não quereis que os homens vos façam ”, mas fazei aos outros o que quereis que os homens vos façam. Parece um jogo de palavras, mas não é um jogo de palavras, mas uma maneira diferente de pensar, de ver a realidade, de interagir com as pessoas. Jesus transforma o caminho negativo, que esconde uma passividade culpada em relação aos outros, em um caminho que nos leva aos outros de forma positiva e ativa.

Se você ama aqueles que o amam, que crédito isso lhe dá? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fizerdes o bem àqueles que vos fazem o bem, que mérito tereis? Até os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores para receber o mesmo valor de volta.

 Jesus julga negativamente um modo de fazer o bem, um modo de amar fechado em si mesmo, que busca o próprio ganho. São gestos que vêm do egoísmo, de um coração cheio só de si e um coração assim só pode gerar dependências, escravidão, violência. Jesus nos pede para olhar para dentro de nós mesmos, para ir além, para avaliar cada ação e cada atitude, mesmo aquelas que podem parecer aparentemente positivas, para avaliar suas intenções. No final das contas, Jesus está nos dizendo que nem todas as boas ações são realmente boas. De fato, aquelas ações feitas de forma gratuita e altruísta são dignas de louvor. Esse tipo de bondade, uma caridade que não pede nada em troca, mas simplesmente ama, só pode vir de um coração cheio do amor de Deus, que busca somente o olhar de Deus e, consequentemente, não precisa da aprovação dos outros para subsistir. É por isso que Jesus diz: Amai, pois, os vossos inimigos, fazei o bem sem esperar nada em troca, e a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Tudo o que vem de Deus gera liberdade e paz, tudo o que vem do egoísmo humano produz dependência, escravidão e desconforto. O gesto parece o mesmo, mas a intenção por trás dele cria caminhos diferentes. É por isso que nos reunimos todos os domingos ao redor do altar, para nos alimentarmos do amor do Senhor e assim irmos ao encontro das pessoas que encontramos com o único desejo de levar-lhes o amor do Senhor, sem esperar nada em troca. 


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