mercoledì 5 febbraio 2025

QUINTO DOMINGO TEMPO COMUM/ C




(Is 6, 1-8; Sl 137; 21 Cor 15, 1-11; Lc 5,1-11)

Paolo Cugini

 

Lc 5,1-11: 

Naquele tempo, enquanto a multidão apertava Jesus e ouvia a palavra de Deus, ele estava de pé perto do lago de Genesaré. Ele viu dois barcos ali perto do lago; Os pescadores desembarcaram e estavam lavando suas redes. Entrando num dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra. Ele sentou-se e ensinou as multidões do barco. Quando terminou de falar, disse a Simão: “Vá para águas mais fundas e lancem as redes para pescar”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos arduamente a noite toda e não pegamos nada; mas, sob a tua palavra, lançarei as redes." Eles assim fizeram e pegaram uma grande quantidade de peixes, e as redes começaram a romper-se. Então eles fizeram sinal para seus parceiros no outro barco para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram os dois barcos tanto que eles começaram a afundar. Quando Simão Pedro viu isso, caiu aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador”. Pois o espanto veio sobre ele e todos os que estavam com ele, pela grande pesca que haviam feito; e também Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenha medo; de agora em diante vocês serão pescadores de homens." E, quando trouxeram os barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram.

 

O Evangelho continua nos apresentando as características da identidade de Jesus e, no caso do Evangelho de hoje, nos convida a refletir sobre o significado de sua presença na história e a reação que as pessoas têm em relação a ele. O problema é que mesmo na época de Jesus nem todos percebiam sua presença, sua novidade. A passagem de hoje nos apresenta uma jornada espiritual para aprender a compreender a presença do Senhor em nossa história e aceitar seu convite à conversão. Vamos tentar segui-lo então.

Enquanto a multidão se apertava ao redor dele para ouvir a palavra de Deus. O Evangelho abre com a atitude principal de Jesus, isto é, o ensino da palavra. Jesus veio entre nós antes de tudo para nos ajudar a entender o significado da sua Palavra, o seu significado. Para entrar em sua perspectiva, devemos tomar sua palavra em mãos e ouvir seus ensinamentos.

Mestre, trabalhamos duro a noite toda e não pegamos nada; mas, sob a tua palavra, lançarei as redes." Eles fizeram isso… Podemos ver o Senhor, podemos captar sua presença quando fazemos o que ouvimos: este é o milagre! Somente quem vive o que ouve no Evangelho tem a oportunidade de ver o Senhor, de conhecê-lo. A palavra de Deus não é algo para ser somente estudado, mas sobretudo vivido. Certamente o estudo e depois a reflexão são importantes, mas quem parar neste estágio nunca poderá ver o Senhor. Esse é um dos enganos em que podemos cair, ou seja, pensar que conhecemos a Deus porque estudamos a Bíblia. O que lemos e o que entendemos estudando tem valor na medida em que nos esforçamos para vivê-lo, para colocá-lo em prática. O exemplo do que estamos dizendo nos vem justamente da passagem de hoje em que Pedro, ouvindo as instruções de Jesus, apesar de toda a sua experiência como pescador, faz exatamente o que Jesus lhe diz: confia na sua palavra. É porque Pedro faz o que o Senhor lhe diz que o milagre acontece e, dessa forma, a glória de Deus se manifesta, permitindo que os presentes vejam o milagre e creiam Nele.

Senhor, afasta-te de mim, pois sou um homem pecador. Quem é Jesus? Ele é o santo de Deus, sua presença traz à tona o mal-estar que vem de uma relação incorreta com Deus: esse mal-estar tem um nome, o sentimento de culpa. O gesto de Pedro, à primeira vista, pode parecer um gesto de humildade, bastante intenso. Em parte, isso é verdade. Na realidade, o que emerge da sua resposta, também comparada com a proposta de Jesus, é algo bem diferente. Pedro se sente um pecador diante de Jesus, em sua presença. O pecado fala, antes de tudo, do nosso relacionamento com Deus. A santidade de Deus manifestada no milagre da pesca desperta em Pedro seu sentimento de culpa, seu modo de perceber e viver a religião como obediência a preceitos que ele nem sempre consegue respeitar. Sentindo a presença de Deus, Pedro se sente, por assim dizer, sujo, culpado e, por isso, ajoelha-se em submissão.

Não tenham medo… Deus não quer pessoas submissas, mas sim livres. Jesus não está interessado no passado, nos nossos erros, nos nossos sentimentos de culpa que ele veio tirar para sempre e lançar no abismo: Jesus quer saber da nossa disposição de entrar no novo projeto de vida, ou seja, ser pescadores de homens. Aqui encontramos o contraste entre a mentalidade fechada que caracteriza homens e mulheres tomados pelo egoísmo, que não conseguem se libertar do peso dos erros do passado e se deixam devorar por sentimentos de culpa e, por outro lado, a ação de Jesus, um homem livre que veio libertar propondo caminhos de humanização.

De agora em diante você será um pescador de homens. Jesus propõe uma mudança de foco: do relacionamento com Deus para os relacionamentos com homens e mulheres. Uma mudança que, ao mesmo tempo, revela um sentido: o relacionamento autêntico com Deus não causa sentimento de culpa, porque não exige obediência a preceitos ou participação em cultos, mas a verdade do relacionamento com Deus se verifica na atenção que damos ao relacionamento com os homens e mulheres. Jesus propõe passar da religião em que colocamos em jogo todo o nosso relacionamento com Deus no contexto do culto, na participação nos ritos, para a religião verdadeira que reconhece a presença de Deus nos irmãos e, consequentemente, cuida desses relacionamentos. 


Nessun commento:

Posta un commento