MARCO 8
Notas para o estudo bíblico
Paolo Cugini
1-9: Neste trecho chama atenção o coração compassivo de Jesus,
que sente a responsabilidade dos problemas das pessoas e provoca uma reflexão
para resolver a situação, bem diferente da postura dos discípulos, presos em logicas
egoísticas (“Onde alguém poderia sachar
esta gente?”). Mais uma vez Jesus não resolve o problema da fome do povo
sozinho, com um ato milagroso, mas envolve as pessoas ao seu redor: é o sentido
da partilha. Jesus não dá coisas gratuitamente, sem exigir o compromisso das
pessoas, sem provocar o interesse das pessoas. A caridade não é dar coisas, mas
sim responsabilizar as pessoas para o próprio processo de libertação. Jesus não
humilha as pessoas jogando os pães e os peixes, mas esperando receber do mesmo
povo os alimentos que depois teria partilhado. Este método de Jesus é bem
diferente daquilo que observamos hoje, aonde o dinheiro é dado ao povo sem
exigir um envolvimento e, assim, acostumando o povo na inercia, na passividade
de uma caridade, que na realidade caridade não é, mas sim humilhação.
10-13: Porque Jesus não atende o pedido dos fariseus? Porque Jesus
tinha acabado de realizar um sinal, a multiplicação dos pães e, também porque
percebe que os fariseus não estavam interessados à proposta dele, mas sim a
satisfazer a própria curiosidade. A fé exige o caminho de saída das próprias
exigências religiosas, para entrarmos na dinâmica da fé, que exige atenção e
obediência à palavra de Jesus.
14-21: Não apenas os fariseu não entendem o ensinamento de Jesus,
mas até os mesmos discípulos. Este trecho é impressionante pelo numero de
perguntas que Jesus dirige para os discípulos, que evidentemente não estão
entendendo aquilo que Jesus está dizendo e fazendo. São oito perguntas em
poucas linhas, que demostram a preocupação de Jesus , para com a aprendizagem
dos seus discípulos. “Vocês tem olhos e
não vêem têm ouvido e não ouvem”. É preciso aprender a ver além das
aparências, para entender a ação de Jesus; é preciso interpretar os gestos, as
ações de Jesus para entrar no seu mundo, que é mundo de Deus, o mundo do
Espirito.
22-26: Porque Jesus curou este cego em dois momentos? Porque não o
curou logo? Talvez para demostrar que a possibilidade de ver plenamente, de
enxergar as coisas de Deus, não é um processo imediato, mas precisa de tempo e
de paciência.
27-33: É o problema da identidade de Jesus. Estamos no meado do
Evangelho de Marcos. No começo do Evangelho Marcos tinha definido que um
primeiro objetivo do Evangelho era demostrar que Jesus era o Messias (Mc 1,1).
Agora Pedro professa abertamente que Jesus é exatamente o messias anunciado
pelos profetas. Isso que dizer que para sairmos de um conhecimento de Jesus
superficial, precisamos debruçar na Palavra de Deus, pois é ali que se
encontram os elementos essenciais da sua identidade. Além disso é interessante
o contraditório entre Jesus e Pedro, porque mostra a diferença entre o
pensamento de Deus e o pensamento dos homens. A logica de Deus, que se
manifesta em Jesus, é a logica do amor, da doação gratuita de si mesmo,
enquanto a logica do mundo, expressada por Pedro, é a logica da fuga, da
incapacidade de assumir com responsabilidade os compromissos.
34-38: renunciar a sim mesmo quer dizer, renunciar a toda forma de
projeto humano que não seja conforme os ensinamentos de Jesus. A felicidade da
nossa vida a alcançamos nos colocando a disposição do Reino de Deus. Por isso
não adianta nada conquistar o mundo e perder a alma. Estas palavras fortes de
Jesus são uma provocação que devem nos induzir a pensar a serio a nossa vida,
os nosso projetos e ter a coragem de tirar tudo aquilo que atrapalha o nosso
seguimento a Jesus.
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