sabato 4 marzo 2023

Iº Domingo de quaresma/A





(Gen 2, 7-9; 3,1-7; Sal 51; Rom 5, 12-19; Mt 4, 1-11)

 

 

1. Com a liturgia da quarta feira de cinza entramos no tempo de quaresma, um tempo privilegiado para modificar as nossas atitudes erradas e buscar a vontade de Deus. As leituras deste primeiro domingo de quaresma tentam de nos ajudar a lidar com o pecado, ou seja, com a inclinação típica do coração humano de rumar um caminho diferente daquele que Deus oferece. È este um tema que mexe muito conosco, pois percebemos a nossa fraqueza e, ao mesmo tempo a nossa vulnerabilidade perante aquilo que o mundo com as suas seduções, nos propõem. Além do mais, é esta mesma fraqueza que experimentamos todos os dias, o maior questionamento á nossa caminhada de fé. Quantos, de nós, de fato, perante uma queda mais ou menos ruinosa, já pensaram de desistir da caminhada ou até mesmo desistiu, achando de ser fraco de mais para continuar e almejar a santidade. As leituras de hoje nos oferecem algumas respostas aos nossos questionamentos.  Pedimos ao Espírito Santo que nos ajude a interiorizar a Palavra de Deus deste domingo para conseguirmos finalizar a caminhada de quaresma com um pouco mais de força interior para enfrentar o mundo.  

2.A serpente disse a mulher: não, vós não morrereis” (Gen 3,4).

Na realidade, como nos lembra São Paulo na segunda leitura de hoje, através do pecado a morte entrou no mundo. O pecado se apresenta na nossa vida como oposição ao plano de Deus. O pecado se apresenta como algo de possível, como algo de verdadeiro que bate com a nossa busca pessoal de sucesso, de fama. A proposta do pecado solicita o nosso orgulho, o desejo de sermos considerados. O pecado tem uma proposta que mexe com a nossa identidade. Quanto mais resistimos, tanto mais a proposta se torna sofisticada e atraente. É dificílimo resistir á tentação do mundo: a historia da salvação narrada no Antigo Testamento é uma historia de fracassos sucessivos perante a proposta super atraente do mundo: mexe demais conosco. Além disso, a proposta do mundo rebaixa a proposta de Deus. Em alguns momentos do dialogo entre a mulher e a serpente – não a caso chamado o mais astuto de todos os animais – a proposta de Deus parece ridícula, até mesmo algo que prejudica o homem, se comparada com a proposta da serpente. Pra resistir tem que ser mesmos cobras criadas!

Se Deus é a Verdade isso quer dizer que a proposta do mundo é falsa. O problema é entender porque somos tão suscetíveis à proposta de morte do mundo. O que acontece em nós que com tanta facilidade deixamos que a morte entre na nossa vida destruindo tudo quanto estava sendo construído?

 Quando deixamos espaço na nossa mente ao projeto que o mundo insufla em nós, começa o conflito interior, a angustia. O projeto do mundo mexe, sobretudo com o desejo do homem de ser autônomo, de achar que pode viver autonomamente, que não precisa de Deus e de ninguém pra viver. O mundo, o projeto do mundo se apresenta como um projeto possível, real, que o homem pode abraçar sem nenhum problema: o homem pode se tornar o autor do próprio destino. O mundo faz de tudo para nos distanciar de Deus, para nos separar dele, pois somente assim, quando somos ignorantes do plano de Deus, da sua Palavra, quando desconhecemos a sua vontade, parece que o mundo tenha razão. Todo o esforço que fizemos para aprofundarmos o conhecimento de Deus, nos ajuda a manter firme a nossa opção e afastar assim a proposta do mundo.

 Quem deixa espaço ao projeto do mundo que o separa de Deus, é porque até então tinha vivido o próprio relacionamento com Deu não de maneira filial, mas sim com medo, ou como rotina, como algo de não personalizado. Somente um relacionamento pessoal com Deus, do tipo que Jesus nos mostrou, pode resistir à proposta atraente do mundo. Neste tempo de quaresma é bom aproveitarmos para recuperar o nosso relacionamento com Deus Pai, para aprendermos sempre mais a viver como criaturas debaixo do Criador.

 

3.A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar conhecimento” (Gen 3, 6).

A proposta do mundo, antes de ser um raciocínio, é uma tentação pelos nossos sentidos. Existe uma parte fraca do homem que Paulo chama de instintos egoístas, ou mais simplesmente de carne (cf. Rom 8). Carne não aponta apenas para os instintos sexuais, mas sim por toda aquela realidade que abre espaço ao nosso egoísmo: sede de sucesso, de fama, desejo de possuir bens materiais, desejo de dinheiro.  É ali que o mundo se apresenta porque sabe que é o ponto aonde somos mais vulneráveis, suscetíveis á queda. Lidar com os próprios sentimentos não é fácil. Somente uma clareza nos próprios objetivos, que podemos chamar de vocação, pode fortalecer a nossa identidade e ficar firme na hora que formos cutucados nos instintos, para não deixarmos que as paixões da carne nos arrastem por caminhos que, com o temo, se demonstrarão caminhos de morte. “Através do pecado entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram...”(Rom 5, 12). É isso que São Paulo fala na segunda leitura de hoje. Pra nós que estamos querendo entender a proposta de Cristo para podermos vivê-la no nosso dia a dia, isso quer dizer que não se brinca com as paixões, não se brinca com a fraqueza humana. Quem vive mergulhado nos instintos, nos prazeres da carne é alvo fácil da proposta do mundo que é a morte da alma. Pra nós que estamos querendo dar um sentido a nossa vida, para que se torne vida autentica, precisamos vigiar continuamente.

 

4.Naquele tempo o Espírito conduziu Jesus no deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4, 1).

Jesus prepara a sua missão não nas festas ou nos bares bebendo cachaça, mas sim no deserto, no silencio, no jejum. São indicações existências de suma importância, que precisamos levar a serio, se de verdade estamos buscando uma vida diferente. Jesus é tentado como qualquer homem, qualquer mulher. O problema é que, enquanto a gente cai, Jesus fica de pé. Jesus é tentado nos mesmos nossos pontos fracos, mas Ele vence a tentação. Não são apenas versículos bíblicos que Jesus responde ao tentador, mas sim uma Palavra refletida, meditada, personalizada. É isso que faz a diferença. Aquilo que Jesus fala não são apenas palavras de outros, mas uma sua convicção. Esta convicção, que é o segredo da sua força, é fruto de uma busca pessoal de Deus, de uma luta interior, de um conhecimento profundo de si mesmo que é o resultado maduro do relacionamento com o Pai.

A Igreja nos oferece esta oportunidade que é o tempo de quaresma para vasculharmos a nossa vida e, assim, tentarmos um rumo mais profundo do nosso caminho de fé. Pedimos a Ele que nos ajude a não desperdiçar este tempo de graça.

 

Paolo Cugini, Pintadas-Ba.

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