lunedì 21 settembre 2020

Homilia do Domingo XXII/A

 



 

Paolo Cugini


1. O outro dia falando com um meu amigo, me disse que gostou de ver numa Igreja Jesus de braços aberto, ressuscitado. Até aqui tudo bem. Só que ele acrescentou algo que me deixou pensativo. Disse, de fato, que nas igrejas o crucifixo deveria ser escondido, para podemos anunciar um Jesus alegre. A proposta pode ser interessante e até seduzinte, mas esconde um dato inquietante, ou seja, a vontade de camuflar o Evangelho, de calá-lo. A cruz dói, machuca. O fato que cristo foi crucificado significa que algo não deu certo, não nele, mas na humanidade que o crucificou. E se a humanidade errou, crucifixo pendurado na parede é uma constante lembrança deste erro, que é o nosso. Este discurso serve para introduzir o dialogo entre Jesus e Pedro do Evangelho de hoje, um dialogo rico de indicações para nós cristãos que queremos seguir Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida.

 

2.Vai para longe, satanás! Tu es para mim uma pedra de tropeço porque não pensas coisas de Deus, mas sim, as coisas dos homens” (Mt 16, 23).

Este versículo de Jesus revela que o mistério da morte, do sofrimento, da paixão e da cruz de Jesus está dentro do plano de Deus, plano anunciado pelos profetas e realizado na historia através da existência de Jesus. Por isso o cristão se identifica como aquele que escuta a Palavra de Deus, e não questiona, mas deve busca simplesmente de se tornar dócil á Ela. O mistério da cruz esconde o mesmo mistério de Deus, o mistério do seu amor. A reação de Pedro perante a explanação deste mistério é compreensível, pois é humana, enquanto expressa a preocupação de um amigo que não quer que o próprio parceiro sofra. E compreensível mas não é conforme o pensamento de Deus, que não se deixa mergulhar nos eventos do presente, mas olha no futuro e nas profundezas da humanidade. Entrar no pensamento de Deus, nas coisas de Deus é o caminho que a humanidade, a Igreja deve realizar. Claramente este caminho não é fácil, porque depara e, ao mesmo momento se defronta com toda uma serie de elementos terrenos, que constituem a tradição humana. Em quanto o homem pensa e age conforme os instintos de sobrevivência que o levam a fugir dos sofrimentos, das situações perigosas, pelo contrario Deus pensa no horizonte da vida eterna, que amiúde passa também por caminhos tortuosos, imprevisíveis, como por exemplo, a cruz de Cristo. É dentro este mistério que Jesus no Evangelho quer nos conduzir.

 

3.Se alguém quer me seguir renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la” (Mt 16, 24-25).

As palavras de Jesus são radicais: não deixa espaço a mal entendidos. Se quisermos seguir a Jesus no Caminho da vida precisamos nos afastar dos nossos caminhos, que a luz do Evangelho, são caminhos de morte. Renunciar a si mesmo, como exigência fundamental do Evangelho, significa isso mesmo, abandonar os próprios projetos humanos, pois são sempre baseados sobre o próprio egoísmo. Renunciar a si mesmo significa renunciar as nossas estratégias de salvação, ou seja, aqueles mecanismos que ativamos para tirar a nossa vida dos perigos, tirar nosso corpo fora das situações constrangedoras, para nos preservarmos. Seguir a Jesus significa aprender a colocar toda a confiança nele, na sua proposta que nos leva no meio da disputa entre o bem e o mal. Seguir a Jesus significa aprender a viver no meio do fogo sem se queimar, viver no meio dos perigos sem nos machucar. Seguir Jesus significa aceitar de sermos insultados, pois sabemos que toda vez que fomos insultados por causa do evangelho, somos bem-aventurados. Quem desejar uma vida tranqüila, sem problema, distante das preocupações, não é feito pelo Reino dos céus. Alem disso, é bom salientar que a renuncia a si mesmo não é só uma decisão que uma pessoa toma uma vez para sempre, mas sim uma luta constante. Aprendemos a renunciar aos desejos do mundo, somente se tivermos a inteligência de preencher a nossa alma cotidianamente com os sonhos de Deus, que encontramos na Sua Palavra, participando das liturgias e da vida da comunidade.

 

4.Que adianta o homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dae em troca de sua vida?” (Mt 16, 26).

É este o grande questionamento que Jesus dirige hoje para cada um de nós! Que adianta ganhar o mundo se depois perdemos a vida. Que adianta sermos considerados não sei o que pelo mundo e depois termo uma alma vazia. Estas de Jesus são perguntas cujo objetivo é nos alertar sobre o rumo que a nossa vida está tomando. A cada momento devemos nos perguntar se aquilo que estamos fazendo é no rumo da vida ou da morte, se os nossos planos são conforme o evangelho ou a mentalidade do mundo. Neste período eleitoral aonde muita gente endoida atrás de favores de candidatos, ou fica estressado pelo medo de perder as eleições, Jesus entra com este questionamento fortíssimo que tira do serio qualquer pessoa. Tudo aquilo que o mundo oferece não é nada mais que vaidade, pois não permanece no tempo, mas é destinado a perecer. Só Deus permanece para sempre. Só os Seus caminhos são caminhos de Vida verdadeira, que dura no tempo. Este é o grande desafio da vida cristã: resistir as aparências do mundo, agüentar a impressão, que em alguns momentos é fortíssima, de que a verdade está naquilo que o mundo fala. Mais uma vez: somente um constante contato com a vida de Deus, nos ajuda a desmascarar estas fantasias.

 

5. “Seduziste-me Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder” (Jer 20,7).

È isso que deve acontecer conosco: deixarmos que o Senhor nos seduza com o seu amor; deixar que nos atraia com os laços da Sua Palavra; fazer com que o Seu poder entre em nós e derrube as nossas resistências, o nosso egoísmo, o nosso orgulho. Viver a experiência cristã não como um dever ou uma obrigação, mas sim como uma historia de amor, que envolve todos os nossos sentidos, a nossa pessoa sem deixar nada fora. Que esta Eucaristia nos encontre desta forma, nos seduza para podermos viver a semana toda com o fogo na alma do amor de Deus.

 

 

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