lunedì 21 settembre 2020

Domingo XIX°/A

 



(1 Rs 19, 9.11-13; Sal 85; Rom 9, 1-5; Mt 14, 22-33)

 

Paolo Cugini

 

1. A nossa vida se decide na nossa confiança em Deus. A vida, a final de conta, é um problema de fé. Agimos conforme aquilo que acreditamos. Se tivermos a humildade de entrarmos em nós mesmos para analisarmos a fonte dos nossos atos, das nossas decisões, descobriremos a origem que impulsiona o nosso agir. Por isso é importante saber em que Deus acreditamos, e aonde o buscamos. As leituras de hoje nos ajudam bastante a esclarecer este assunto e é por esta razão que agora tentaremos aprofundá-las.

 

2.Depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo isso, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta” (1Rs 19, 12-13).

Estes dois versículos fazem parte da narração do ciclo de Elias. O profeta, nas horas triste da persecução, se refugiou no deserto em busca de uma resposta de Deus. E Deus se apresentou. O interessante da narração é como Deus apareceu. Ele, de fato, não se manifestou em nenhuma das forças naturais que chamassem atenção, como o vento, o terremoto, o fogo, mas sim no murmúrio de uma leve brisa. Quer dizer isso? Em primeiro lugar, podemos dizer que esta manifestação de deus nos ensina a nos despir das nossas falsas idéias de Deus. Deus não está aonde a gente acha que seja: Deus é imprevisível. Isso requer, então, atenção, desejo de encontrá-lo, busca constante. A vida de fé é caracterizada por este caminho em busca de Deus, que nos convida a sair do comodismo das nossas opiniões mais ou menos erradas sobre Deus, para buscar o Deus verdadeiro, o Deus que se manifesta na historia através da sua Palavra. É só este Deus que nos salva e nos conduz no caminho de uma vida autentica. Em secundo lugar, a maneira de Deus se manifestar por Elias revela um dato importante, ou seja, que o encontro com Ele exige silêncio, atenção, desejo de encontrá-lo. Não podemos pensar de encontrar Deus na bagunça da nossa vida desordenada, feita de barulho, confusão. Deus se manifesta no silencio da montanha e no murmúrio de uma leve brisa que, para captá-lo precisa de um esforço pessoal, além de um clima especial de silêncio. Em ultimo lugar a experiência de Elias nos ensina que Deus para se manifestar ao homem não precisa das grandezas, das aparências. Aquilo que aconteceu com Elias é um traço típico do Deus da Bíblia, que escolhe aquilo que é humilde, silencioso, escondido, que não aparece para se manifestar à humanidade. É a lógica de Deus que confunde os nosso pensamentos humanos e nos provoca para irmos a sua procura não conforme os critérios humanos,mas para nos deixarmos conduzir, para aprendermos a ser dóceis a Ele, à sua Palavra.

 

3.Jesus subiu ao monte para orar a sós. A noite chegou e Jesus continuava ali, sozinho” (Mt 11, 23).

A mesma experiência de Elias a encontramos na vida de Jesus, com uma diferença. De fato, enquanto por Elias tratou-se de uma experiência toda especial, na vida de Jesus, o encontro com o seu Pai no silencio da noite é algo de natural, corriqueiro. Jesus é acostumado a rezar e noite, a se entregar na oração de noite, mergulhando no silencio. Acho este dato importantíssimo. Depois de um dia pesado – Jesus tinha acabado de realizar a multiplicação dos pães – Jesus busca logo o dialogo silencioso com o Pai, apontando para nós o caminho da oração autentica. Não podemos pensar de encontrar o Deus verdadeiro dedicando para ele poucos minutos dos nossos dias e, sobretudo, poucas orações repetidas de pressa. O relacionamento com Deus exige tempo e exige, sobretudo o desejo de encontrá-lo, de fazer a sua vontade. É isso que é visível na vida de Jesus, que constitui por nós um exemplo. Jesus em cada momento da sua vida nunca fez nada sozinho, mas sempre procurou a idéia do Pai, a sua vontade, a sua opinião. A oração de Jesus não é uma rotina, um dever para ser cumprido, mas sim um desejo profundo da alma, uma necessidade existencial. Na maneira de Jesus rezar, encontramos o caminho que devemos percorrer se quisermos aprender o justo relacionamento com Deus. Seguindo Jesus devemos aprender a buscar a Deus sempre, a buscá-lo com todas as nossas forças, para fazer de tudo para que Ele entre na nossa vida em qualquer momento. É este o grande ensinamento de Jesus: não somos sozinhos para enfrentar os problemas da nossa vida, mas temos um Deus que é um Pai para nós e, por isso, devemos nos acostumar a dialogar com Ele, a escutá-lo, a render sempre mais pessoal o nosso relacionamento para com Ele. Só desta maneira sairemos daquela religiosidade superficial que nos deixa sentados nesta vidinha amorfa, insossa, para caminharmos na busca de uma vida mais autentica, mais criativa, numa palavra, mais conforme ao ensinamento de Jesus.

 

4.Coragem sou eu não tenham medo” (Mt 14, 27).

A imagem central do Evangelho de hoje é extremamente rica de conteúdos pela nossa vida de fé. Perante uma situação de perigo representada pelo barco agitado por causa das ondas e do vento contrario, a narração mostra duas maneiras diferentes de agir. De um lado os discípulos apavorados também pela presença de Jesus que caminha sobre as águas, do outro o mesmo Jesus que perante esta situação permanece tranqüilo e caminha sobre as águas. A água do mar, no imaginário bíblico é o símbolo do caos, daquilo que é desconhecido e que inquieta. Isso vale ainda mais quando as águas são agitadas por causa do vento. Caminhando sobre elas Jesus mostra que existe uma maneira para dominá-las, para não deixar que o caos, as intempéries da vida atrapalhem a existência. Jesus entra no mar de madrugada, ás três horas da manhã, depois de ter passado horas dialogando com o Pai. O relacionamento profundo com Deus ajuda a ver as coisas de uma forma diferente d como o mundo a enxerga e, sobretudo, a não deixar que nada perturbe e desoriente o sentido da vida. Podemos viver no mundo, no meio das situações mais difíceis e complicadas sem deixar que estas mexem conosco, somente se tivermos um relacionamento profundo e autentico com o Senhor. Parece-me ser este o grande ensinamento do Evangelho de hoje. O grito do medo dos discípulos é o grito do medo de todo um povo que vive no mar da vida com auto-suficiência, se achando o dono da própria vida, vivendo o próprio relacionamento com Deus como algo de secundário, não importante. Somos e vivemos na medida que abrimos a nossa existência ao Senhor da vida e da historia: somente assim poderemos enfrentar as ondas do mar da vida com coragem, na certeza que que confia em Deus nunca ficará desamparado.

 

 

 

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