venerdì 5 settembre 2025

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM C

 




Lucas 14:25;33

 

Paolo Cugini

 

Há uma corrente espiritual significativa dentro do cristianismo, que chegou até nós, que identifica a vida cristã com o sofrimento. Dessa perspectiva, parece que quanto mais uma pessoa sofre, mais próxima ela se torna de Deus. Talvez seja por isso que tantos jovens, que desejam tudo menos sofrimento, abandonam a comunidade quando encontram adultos que os introduzem a essa espiritualidade do sofrimento, para nunca mais voltarem. O Evangelho que acabamos de ouvir parece conter alguns versículos que se alinham com esse tema do cristianismo sofredor. Portanto, vale a pena refletir sobre isso por um momento e tentar entender.

Naquela ocasião, uma grande multidão acompanhava Jesus. Ele se voltou e disse-lhes:

Seguir o Senhor não é um fenômeno de massa, mesmo que já o tenhamos tornado, mas uma resposta pessoal a uma proposta exigente. Nunca nos cansemos de sublinhar este aspeto; só assim podemos deixar de nos escandalizar se as igrejas estão vazias, se os jovens não vão à missa. Devemos aprender a medir a validade da proposta do Evangelho não pela quantidade ou pelos números, mas pela qualidade, beleza e profundidade do estilo de vida, pela diversidade que oferece. É belo ser seguidores do Senhor, cristãos, não porque somos muitos, mas porque nos amamos uns aos outros, porque em comunidade aprendemos a colocar-nos em último lugar, a deixar de lado as nossas vestes para amarrar uma toalha à cintura e lavar os pés dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados.

"Se alguém vem a mim e ama a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até mesmo à sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. E quem não carrega a sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.

Aqui estão dois versículos que expressam lindamente a radicalidade do Evangelho, a diferença entre a proposta de Jesus e tantas outras que encontramos. A primeira pergunta que esses versículos nos fazem, ouvintes, é esta: você quer ser um discípulo do Senhor? A resposta a essa pergunta determina o caminho que estamos dispostos a seguir. Ser discípulo do Senhor significa ser movido pelo desejo de uma vida nova, diferente. Significa ser movido pela busca de um sentido para a vida que preencha nossa existência. Aqueles que conseguem perceber o Evangelho em sua própria vida, a presença do Senhor como o alimento definitivo que buscam, estão então dispostos a fazer qualquer coisa, a fazer qualquer corte, qualquer sacrifício, para direcionar sua própria vida. O amor a Jesus deve chegar ao ponto de fundamentar qualquer relacionamento, de remodelar qualquer modo de vida, porque é o amor fundamental. Este requisito também explica o próximo: Quem não carrega a sua própria cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. De que cruz Jesus está falando? Da escolha que um discípulo faz em nome do Senhor. Por que a escolha é uma cruz? A coerência das escolhas feitas por amor ao Senhor, um amor gratuito que busca justiça, igualdade e preocupação com os mais pobres em um contexto que nega todos esses valores, causa tensão, sofrimento e sofrimento. Seguir o Senhor não significa sofrer: muito pelo contrário. Seguimos o Senhor porque experimentamos em sua Palavra uma luz nova nunca vista antes, um bálsamo de alívio nunca antes sentido, uma paz interior definitiva. Então, por que o sofrimento? O sofrimento não é trazido pelo Senhor, mas pelo mundo, que não aceita a beleza de sua proposta, sua simplicidade, sua bem-aventurança. O mundo inveja a alegria que é a presença do Senhor; não suporta a paz que seus discípulos experimentam; odeia sua serenidade, seu modo de vida altruísta e desinteressado. É por isso que o mundo trava guerra contra os discípulos do Senhor. Afinal, o próprio Jesus os havia advertido durante a Última Ceia, quando lhes disse: Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiaram a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; Porque vocês não são do mundo, mas eu os escolhi do mundo, por isso o mundo os odeia (João 15:18-19). Com sua presença, Jesus expôs o vazio, o nada das ofertas do mundo, que oferecem uma felicidade passageira baseada em coisas materiais, em posses, na exploração dos mais fracos. Uma alegria que é para poucos. As ações e a Palavra de Jesus abrem as consciências, despertando aqueles que estão presos na armadilha que sofreram e descobrindo que a verdadeira paz não depende de coisas materiais, mas do amor que se tem, e que a alegria não depende do poder, mas de fazer os outros felizes, especialmente os mais pobres.

Qual de vocês, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos para ver se tem os meios para concluí-la?

Para aprender a viver no mundo sem sermos sobrecarregados e enredados pela sua lógica, precisamos dedicar tempo a estudar a situação, a compreender o engano, a desmascarar a estrutura enganosa das propostas do mundo. Não só isso. Precisamos aprender a dedicar tempo a encher a nossa alma com o amor do Senhor, a encher os nossos pulmões com a força que vem do seu Espírito. Como diz São Paulo: "Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6,10). É precisamente isso que fazemos no domingo: aproximamo-nos do altar do Senhor para nos nutrirmos da sua alegria, do seu amor, para bebermos da sua sede de justiça e igualdade. Aproximamo-nos dEle porque só com Ele temos a coragem de viver plenamente o que ouvimos e de ser capazes de ignorar se o mundo nos odeia.

 

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