Paolo Cugini
Respiros sufocados de mulheres na época
do pós exilio. A mulher neste período torna-se mercadoria. Na Babilônia vivem
uma situação lastimável, porque não tem mais nada, vivem exiladas, sem nada,
não pertencem mais a ninguém. Parece que até Deus sumiu, pois parece que foi
derrotado. Aquele mesmo Deus que libertou o povo no deserto, foi derrotado.
Esta é uma época de grande crise. É o momento do grande desespero: é pior do
que o deserto.
No exilio as pessoas perdem a identidade: talvez seja
esta a forma mais radical de pobreza. O que fizeram as mulheres para sair desta
situação lastimável. Is 63, 15-16: é o lamento do povo que está perdido. Cadê
Deus nesta situação? Apesar que Abrão e Jacó parece que não reconhecem mais os
seus filhos, as crianças precisam viver.
Acreditamos num Deus que encontramos na nossa vida.
Capacidade de encontrar Deus aonde estamos.
Is 43:
a opressão pior é quando tentam fazer a nossa cabeça, massacrar a nossa alma. A
resistência é ficar agarrados á própria memória, á própria caminhada.
Construímos a nossa identidade através da nossa memória. O problema é saber que
tipo de memoria nós temos.
Nos cantos do servo é Deus o advogado do povo. Por
isso podemos enfrentar situações impensáveis. Existe um Deus que nos acompanha,
apesar que as vezes sentimos a falta dele, como se Ele tivesse sumido.
Is 49:
Deus me chamou do seio da minha mãe. Deus escolhe os excluídos, as
excluídas. Jesus quis se identificar com os excluídos.
Is 40, 12: Quem, pois, mediu o mar no côncavo da mão, quem com seus
dedos abertos mediu os céus? Quem com o alqueire mediu a matéria terrestre,
pesou as montanhas no gancho, e as colinas na balança.
Is 45:
Eu fiz a terra e criei o homem.
A filosofia ocidental, sobretudo de cunho grego,
produziu um pensamento que influenciou a cultura. Este pensamento é de tipo
dualista, que divide a alma com o corpo, a matéria com o espirito, a razão com
o coração. Este dualismo produz, ao mesmo tempo, uma jerarquia que nos diz que
a alma é superior ao corpo, a razão ao afeto e assim vai.
Gen 1,1: tudo aquilo que existe foi Deus que o fez. O
pensamento que encontramos no Genesis foi elaborado na época do exilio na
Babilônia.
Não é fácil encontrar as memorias dos grupos que
encontramos na Bíblia. Encontramos nos livros da Bíblia muitas estratificações.
Aquilo que é importante é entender o porquê Deus fez aquilo que fez. O Deus da monarquia era diferente em que
sentido do Deus do exilio e do pós exilio. O mal, na narração da criação, foi
controlado.
Gen 1,26: Deus criou o homem e a mulher. A imagem e
semelhança. Por isso a proibição de fazer imagem, pois já existe> o homem e
a mulher. Quem construiu estes textos vivia um contexto aonde a cultura
patriarcal era em crise.
A única imagem de Deus é o homem e a mulher, que devem
guardar a criação: é este o sentido da palavra dominar. O problema é entender
se estamos conseguindo viver este projeto ambicioso.
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