giovedì 18 luglio 2024

O SENHOR É MEU PASTOR 16º DOMINGO/B

 




(Jr 23,1-6; Sl 23; Ef 2,13-18; Mc 6, 30-34)

 

Paulo Cugini

 

Crescemos dentro de relacionamentos de paternidade e maternidade para nos tornarmos pais e mães. A paternidade é, portanto, um dos temas fundamentais da vida, com o qual devemos lidar. Aprendemos a nos conhecer quando temos alguém que nos lembra quem somos, nos ajuda a assumir o controle da nossa vida. Não só isso, mas aprendemos a viver quando há alguém que nos coloca as leis da vida, nos ajuda a descobrir que existem deveres e também prazeres, há responsabilidades a assumir, que exigem escolhas, decisões, presença.

Ai dos pastores que destroem e dispersam o rebanho do meu pasto. Oráculo do Senhor (Jr 23, 1).

O profeta Jeremias aponta um dos problemas fundamentais que caracterizaram o caminho do povo de Israel. Houve tempos em que o povo vivia sem pastores, sem guias, porque quem tinha o dever de apascentar o rebanho só pensava nos seus próprios assuntos. Quando isso acontece, são as pessoas que sofrem porque sem orientação correm um duplo perigo. Por um lado, de facto, pode tornar-se vítima de pessoas sem escrúpulos que usam ou prejudicam o povo. Na história de Israel esta situação aconteceu diversas vezes. Pensemos em quando ela era escrava no Egito ou no exílio na Babilônia. A falta de líderes deixa o povo vítima de inimigos. Por outro lado, sem pastor o povo corre o risco de se tornar rebelde, intolerante às leis, auto-referencial. Isto é o que pode acontecer a um jovem que cresce sem ninguém que o ajude a compreender o sentido da vida, que é feita de direitos, mas também de deveres; que há algumas coisas que são nossas, mas outras que exigem docilidade, respeito, educação, porque não estamos sozinhos no mundo e os nossos gestos e escolhas repercutem na vida de todos. Não viemos ao mundo sozinhos, mas também não vivemos numa ilha. Por isso, mais uma vez, tornam-se fundamentais as figuras que ajudam o indivíduo a crescer, a tornar-se um adulto capaz de estar no mundo em convívio com os outros.

No Evangelho, Jesus assume a paternidade espiritual de um grupo de homens e mulheres, aos quais procura transmitir ensinamentos sobre o sentido da vida, sobre o modo de viver e de assumir a dignidade humana, sobretudo, sobre o modo de realizar o ser. ad imagem de Deus O primeiro passo nesta jornada para seguir o Senhor consiste em despojar-se de falsos ensinamentos, ideologias e doutrinas aprendidas por imposição, e não por docilidade e amor. Por isso, na primeira vez que são convidados a pregar, ou seja, a ajudar outras pessoas a entrar numa lógica de relacionamento amoroso, valorizando mais a pessoa do que as ideologias, falham.

Naquele momento, os apóstolos reuniram-se em torno de Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e o que tinham ensinado. E ele lhes disse: «Venham, sozinhos, para um lugar deserto e descansem um pouco (Mc 6,30ss).

Jesus não tinha dito aos discípulos que ensinassem, mas que proclamassem a palavra (Mc 6,12ss): são duas coisas muito diferentes. A pregação da Palavra exige, segundo as indicações de Jesus aos discípulos, a partilha com a vida das pessoas, uma sobriedade evangélica, a possibilidade de ajudar as pessoas a libertarem-se das falsas doutrinas que impedem a aceitação da Palavra. E é isso que Jesus faz, anunciando o Reino de Deus, a vinda através dele de uma nova forma de estar no mundo com os outros, não dominada pelo egoísmo e pelo instinto de domínio sobre os outros, mas pelo amor livre e pela partilha, pela vivência. com seus discípulos. O Evangelho não é uma doutrina, um conjunto de conceitos a decorar, mas um estilo de vida a interiorizar e viver. Neste sentido, para os seus discípulos, Jesus foi um bom pastor, que não ensinou uma doutrina com autoridade e dureza, mas colocou-se no meio deles, convivendo com eles, mostrando pelo exemplo o que queria dizer. Vocês são pastores, pais e mães, cumpridores do ensinamento de Jesus, quando se colocam em risco, quando compartilham a sua experiência cotidiana. Por isso, com o salmo que ouvimos e rezamos podemos dizer: O Senhor é o meu pastor: nada me falta. Ele me faz descansar em pastos gramados, me leva a águas calmas. Refresque minha alma (Sl 22).

 

Nessun commento:

Posta un commento