venerdì 29 maggio 2020

Domingo Pentecostes/A






( At 2, 1-11; Sal 103; 1 Cor 12, 3b-7.12-13; Jo 20, 19-23)

Paolo Cugini

1. Hoje é o dia do aniversario da Igreja, pois a Igreja nasceu no dia do Pentecostes, quando o Senhor mandou o Seu Espírito sobre os discípulos no cenáculo em Jerusalém. Esta é já uma primeira indicação extremamente importante, pois nos revela que a Igreja não é invenção dos homens, mas sim obra de Deus. A Igreja é assim constituída de pessoas que atraída pelo Senhor, instruídas pela sua Palavra aceitam de percorrer a história se deixando transformar pela ação do Espírito Santo. Sem duvida a Igreja é feita de pessoas em carne e osso, é feita de gente: tem uma estrutura física, humana, visível. Aquilo que, porém, realiza não é humano, mas sim divino. A obra que a Igreja realiza ao longo dos séculos é fruto da ação do Espírito Santo nas pessoas que acreditam no Senhor Jesus. É verdade que, apesar de tanto tempo, a história parece ser dominada pelo espírito do mal e que também a Igreja e varia circunstâncias se deixou dominar pelas forças do inimigo. É também verdade, porém, que por dentro da história, o Espírito Santo desde a vinda do Senhor Jesus na terra, está preparando o Reino de Deu, que é um reino de paz, de justiça e de amor. Esta é uma verdade por assim dizer bíblica, uma verdade que somente as pessoas espirituais podem enxergar, somente as pessoas que aderiram ao Evangelho de Jesus podem vislumbrar. Se tudo isso é verdade, podemos nos perguntar: como está se manifestando este Reino de Deus que o Espírito Santo está moldando desde o dia de Pentecostes? Quais são os sinais espiritualmente visíveis da sua presença?

2.Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo” (1 Cor 12, 4).
É esta uma idéia que Paulo repete muitas vezes nas suas cartas (cf. Ef 2). O efeito do Espírito Santo nas pessoas que o acolhem é dúplice. Em primeiro lugar, o espírito identifica as pessoas, ou seja, ajuda as pessoas a descobrirem a própria especifica vocação. Esta é uma marca claríssima da presença do Espírito Santo na História: ajudam as pessoas a perceberem o sentido da própria vida, qual é o projeto do Pai para elas, para depois ficarem firmes e fieis a esta vocação. Num mundo desnorteado, que corre atrás de quem grita mais alto e se perde, assim, nas ilusões que o mundo oferece, encontrar pessoas bem centradas naquilo que é a própria vida, a própria vocação é ao mesmo tempo algo de raro e, também, uma grande alegria. Aquilo que o Espírito Santo desvende nas pessoas não é apenas uma tarefa para ser realizada, mas sim o sentido mesmo da vida, aquele sentido que enche a alma, que produz paz e serenidade na pessoa que o acolhe. É isso que Jesus anuncia logo após da sua ressurreição, aparecendo aos discípulos e soprando o Espírito sobre eles: a paz esteja convosco (cf Jo 20, 19). É o que esta paz se não a certeza que nada mais precisa correr atrás de algo, que Cristo mesmo nos oferece, ou seja, o seu Espírito de vida! Na perspectiva do Evangelho a paz não é um sentimento passageiro, que vem e vá embora, mas é o dato permanente que marca o nosso relacionamento com o Senhor. De fato, se Cristo é vivo, se nós temos o seu Espírito, porque temer? Se o Senhor da vida está no meio de nós, porque correr atrás de outros falsos senhores que não tem nada pra nos oferecer, a não serem paliativos inúteis e enganadores? Afinal de conta, se com o seu Espírito Cristo é conosco, quem estará contra de nós? (cf. Rom 8, 31). Este é então, o primeiro dato espiritual fundamental da ação do Espírito Santo na História: a identificação das pessoas, a libertação do caos em que reina o mundo das trevas e a certeza que Cristo não nos abandona mas caminha conosco. Do outro lado o Espírito, além de nos oferecer uma identidade nos coloca numa vida de comunhão, nos libertando da triste solidão do mundo. Quem vive do Espírito Santo vive no amor de Deus e, o amor, é comunhão. Se no muno cada um queima o filme do outro pra se promover, não é assim na Igreja, pois é um só Espírito que age em todos para que todos sejam um (cf. Jo 17). É verdade que amiúde também entre os membros da Igreja acontece aquilo que assistimos no mundo, ou seja, brigas, rixas, desavenças, rivalidade. Só que estas situações não devem ser tomadas como pretexto para nos afastarmos da Igreja, mas sim devem ser utilizadas para crescer junto com a comunidade, na superação daquela parte de mundo que ainda nos domina. Do outro lado, se pensarmos atentamente, entre os mesmos discípulos de Jesus existiam rivalidades, ao ponto que Jesus teve que entrar no meio da polemica (cf. Mt 20, 24-28) e lembrar para todos que os discípulos não podem agir e pensar com pensa e age o mundo, ou seja, se deixando levar pelo egoísmo e pela ganância, mas sim o discípulo do Senhor deve aprender a deixar-se dirigir pelo Espírito do amor. Neste sentido podemos dizer que toda vez que nos membros da Igreja, em nós mesmos, percebemos algo de errado, um excessivo apego as coisas do mundo, um instinto egoísta exacerbado, isso não que dizer que o Espírito não age, que o Espírito não existe, mas que ainda precisamos de trabalhar bastante sobre a nossa humanidade, para que o Espírito Santo possa encontrar espaço pela sua ação santificadora.

3.Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados” (Jo 20, 22-23).
Talvez seja este o sinal mais profundo da presença do Espírito Santo na história, ou seja, a capacidade de perdoar. Sem duvida o poder de perdoar os pecados Cristo o entregou para os discípulos e, então a Igreja, mas pelo fato de pertencermos á Igreja através do Batismo este poder, de alguma maneira, é também nosso. O cristão, pelo fato de pertencer ao Corpo de Cristo e de ter recebido o poder de perdoar os pecados, é chamado a viver no mundo o perdão do Senhor. É sintomático que a primeira palavra que o Senhor soltou logo após da ressurreição, no primeiro encontro dos discípulos, foi a palavra “perdão”. Além do mais “perdão” é a primeira palavra pronunciada por Jesus depois de ter soprado o Espírito sobre os discípulos. Perdoar os irmãos, neste sentido e pela força que este mandamento recebe no contexto que acabamos de apresentar, é sem duvida algo de divino, que o homem não consegue sozinho realizar. De fato, se pararmos um pouco para pensar, percebemos imediatamente que os maiores problemas que encontramos nos relacionamentos com as pessoas são todos ligado a nossa incapacidade de perdoar, a nossa incapacidade de dar o braço a torcer. Porque, então, é tão importante perdoar os irmãos e as irmãs? Porque á luz do Evangelho, toda vez que perdoamos alguém permitimos ao Espírito Santo de entrar na história e desenvolver a sua força criadora.

De uma certa forma, esta solenidade de Pentecostes e esta pagina do Evangelho nos ensina que ser Igreja não é tão complicado assim como em aparência parece. Basta somente um pouco de humildade, um pouco mais de simplicidade, um pouco de docilidade á ação do Espírito Santo para que Cristo possa reconciliar o mundo a sim, possa moldar a humanidade toda para que assuma a forma da humanidade de Cristo. É isso que o Espírito Santo quer realizar: transformar tudo em Cristo. A nossa capacidade ou incapacidade de perdoar os irmãos e as irmãs torna-se a medida da realização deste projeto ambicioso do Pai.


CARTA AOS ROMANOS CAPITULO 8





Estudo bíblico para CEBs

Paolo Cugini

1-12. O capitulo anterior deixou em suspenso uma pergunta: será que é possível sair das augustas amarras do pecado, que não permite ao homem de realizar o bem que conhece? O capitulo 8 é a resposta a este problema. Segundo são Paulo Deus quis esmagar o pecado no seu mesmo terreno que é a carne humana. De fato, enviou o seu Filho Jesus numa carne como a nossa em vista do pecado, ou seja, para destruir o pecado. Como é que Jesus conseguiu esta façanha? Com uma vida de perfeita obediência ao Pai. Em Jesus o amor ao Pai foi maior do medo da morte. Jesus é o único pedacinho de humanidade que o pecado não conseguiu dobrar. Por isso Deus o Ressuscitou e enviou o Seu Espírito no meio de nós e dentro de nós, para que todos aqueles que acreditam no Senhor e acolhem gratuitamente o dom do Seu Espírito se tornem também fortes e firmes na luta contra o pecado. Por isso Paulo afirma que uma vez que acolhemos o Espirito do Senhor não somos mais vencidos dos instintos egoístas, mas vivemos livres para servir unicamente a Deus.

14-17. O Espírito Santo que recebemos nos sacramento produz em nós a mesma humanidade que era de Jesus e, sobretudo, a mesma atitude que Jesus tinha com Deus: a filiação. O Espírito Santo nos torna Filhos de Deus e, por isso, herdeiros da Gloria divina.

18-27. Na caminhada de fé precisamos aprender aquilo que o mesmo Paulo aprendeu ao longo da sua caminhada, ou seja, que os momento de sofrimentos devem ser colocados no horizonte maior da salvação. Só assim conseguiremos entender que os sofrimentos presentes não são comparáveis à gloria futura que será doada a todos aqueles que seguirão o Senhor nesta vida. Além disso, a mesma criação sofre porque participa da vida que vem de Deus e ela também foi afetada pela historia de pecado que caracteriza a vida humana. É no sofrimento que esperamos a libertação definitiva do pecado para podermos viver para sempre em Deus e Com Ele. Em toda esta história o Espirito Santo tem a grande tarefa de nos auxiliar, intercedendo por nós.

28-30. São versículos importantes no debate ecumênico, ou seja, no dialogo com as igrejas evangélicas. Problema: Deus predestinou alguém para a salvação deixando os outros a se perderem? Uma leitura superficial deste três versículos poderia nos levar neste caminho. A chave de intepretação é o versículo 29. Quem são “aqueles que antecipadamente conheceu”? Sem dúvida se trata de todos os homes e as mulheres, pois não pode existir nada que possa ficar fora do horizonte do conhecimento de Deus. Se assim estão as coisas quando Paulo fala de predestinados para se tornarem a imagem do Filho está falando do chamado universal à salvação. É de excluir de forma radical a intepretação excludente da ideia de predestinação, a qual declara que Deus predestinou somente alguns para a salvação.

31-39. É sem duvida um dos hinos mais lindos de todo o Novo Testamento. Paulo, num momento de grande entusiasmo espiritual, expressa toda a sua confiança no Senhor Jesus do qual ele teve uma experiência pessoal. Por isso ele afirma que nada poderá nos separar do amor de Deus. Que esta confiança no Senhor possa também ser a nossa!


CARTA AOS ROMANOS CAPITULO 6




Estudo bíblico para CEBs

Paolo Cugini

1-11. Este trecho de Paulo é uma profunda catequese sobre o Batismo, que representa uma grande novidade no confronto do entendimento comum. De fato, se na maneira de pensar comum o Batismo é entendido como participação da vida de Jesus, para Paulo é o contrário. “Ou vocês não sabem que todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte?”. Qual é o sentido destas palavras? Para respondermos precisamos entender o sentido da morte de Cristo. Porque Cristo morreu? Jesus morreu por amor ao Pai. Parece uma resposta banal, mas não é não. Jesus aceitando a morte declarou a verdade de tudo aquilo que dizia e fazia. Sem duvida Ele podia fugir, mas não quis, pois aceitou as consequências das suas palavras. Por amor ao Pai Jesus renunciou a si mesmo, aos seu projetos. Deve ser por isso que Jesus passou tanto tempo no silencio: precisou de refletir bastante para aceitar de viver não para realizar aquilo que ele queria, mas deixando que o Pai moldasse toda a Sua existência. Com o Batismo, então, nós somos mergulhado nesta morte, que não é física, mas sim espiritual e existencial. Aceitando o batismo, decidimos de levar uma vida de morte aos projetos egoísticos do mundo, para acolhermos uma vida de amor e justiça. longe de ser o mero rito formal, o batismo é uma verdadeira e provocante forma de vida. Que pena que tantos cristãos não entendem a força deste sacramento! Somente se morremos com Cristo poderemos ressuscitar com Ele para a vida eterna.

12-14. Por isso na vida dos cristãos não pode mais morar o pecado, ou seja, a vida dominada do egoísmo. A verdade do nosso batismo se manifesta numa vida de amor, justiça e partilha. É claro que não é algo de espontâneo, mas deve ser o sentido da nossa nova existência: fazer de tudo para não dar ousadia às formas de egoísmo que se apresentam no horizonte da nossa vida para nos tentar.

15-23. Paulo utiliza a imagem do escravo para explicar a nova situação dos cristãos. De fato, os batizados em Cristo passaram da escravidão do pecado, para a escravidão de Deus. Na leitura destes profundos versículos chama atenção a radicalidade. Para Paulo não existe possibilidade para os cristãos de trilhar os caminhos sombrios do pecado. Para Paulo existe o antes da vida do pecado e o hoje da vida nova em Cristo. Entre o ante e o hoje não tem continuidade, mas ruptura radical. Ler estes versículos tão questionadores do nosso cristianismo morno e cheio de justificações deve provocar uma reflexão seja no plano pessoal que comunitário. Paulo nos ensina que o Caminho proposto para Jesus é em contraste com a proposta egoísta do mundo. Somente vendo esta radicalidade saberemos ser luz no mundo e, assim, provocar o desejo nas pessoas de conhecer mais de perto a novidade do Evangelho.