lunedì 21 settembre 2020

Domingo XXIX/A

 



(Is 45, 1.4-6; Sal 96; 1Ts 1,1-5; Mt 22,15-21)

 

Paolo Cugini

1. O tema da liturgia da Palavra de hoje é extremamente atual e de grande importância na vida da comunidade. Seja a primeira leitura que o Evangelho falam do delicado problema entre a política e a religião, entre poder político e poder religioso. Tema importante visto que acabamos de sair de um processo eleitoral que em muitas maneiras nos envolveu e que tantos sofrimentos provocou dentro da comunidade. Quantos questionamentos entre os cristãos: é licito que a Igreja se meta na política? Qual seria a atitude de Jesus perante este problema? E também o que nos ensina a Palavra de Deus sobre este tema delicado do relacionamento entre poder político e poder religioso? As leituras de hoje sem duvida nos ajudam a entrar no problema purificando as nossas idéias humanas e, de certa forma, interesseiras.

 

2.Isto diz o Senhor sobre Ciro, seu ungido: ‘Tomei-o pela mão para submeter os povos ao seu domínio, dobrar o orgulho dos reis” (Is 45, 1).

A primeira leitura nos apresenta o caso de um rei, Ciro que foi suscitado por JHWH não para ferir o povo de Israel, com já no passado tinha acontecido com os reis Senaquerib e Nabucodonosor, mas para libertá-lo. Além disso, este rei Ciro é chamado pelo profeta de ‘ungido’, da mesma forma que será chamado o futuro Messias, Jesus, o ungido de Deus, o libertador da humanidade. A Palavra de Deus nos convida, assim, a olhar neste rei, não apenas para o seu alcance histórico imediato, como libertador do povo de Israel que naquela época – o sexto século antes de Cristo – se encontrava no cativeiro do exílio em Babilônia, mas naquilo que esta libertação pode representar dentro o quadro do plano de Deus. Desta maneira, um evento político bem determinado, com um líder político especifico, é colocado pela mesmo Palavra de Deus como símbolo de libertação que antecipa a libertação definitiva do Filho de Deus, Jesus Cristo.

 Que ensinamentos podem trazer desta pagina?  Em primeiro lugar a Palavra de Deus nos ensina a considerar a historia humana como o espaço da intervenção libertadora de Deus. Se o mundo existe, se a humanidade existe é porque Deus quis com um ato criativo livre. Esta criatividade não é um ato definitivo colocado no inicio dos tempos e depois largado ao arbítrio de quem quiser. Deus é presente na historia dos homens e das mulheres e se serve de qualquer coisa para manifestara sua presença. A política, neste sentido, não foge ao plano de Deus, seja no mal como no bem. No mal quando Deus utiliza, por assim dizer, políticos, reis cruéis para castigar o seu povo rebelde. No bem quando decide de libertar Israel das amarras do poder autoritário e tirano. Foi assim na época de Moisés, quando Deus ouviu o grito desesperado do povo, e foi assim na época do Exílio em Babilônia, quando JHWH enviou o rei Ciro, como acabamos e ouvir. Deus nos acompanha na historia cotidiana: nos deixa livres, mas coloca a nossa disposição os instrumentos para sairmos das situações de opressão. Com Jesus, Deus ofereceu tudo aquilo que tinha a disposição para realizar a salvação da humanidade. O problema é saber se temos consciência disso e se estamos utilizando estes meios de salvação que nos são oferecidos gratuitamente.

 

3.Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22, 21).

Numa leitura superficial este versículo aparenta dar razão àquelas pessoas que sustentam que a Igreja não deve se meter em política e que a religião não tem nada a ver com a política. Na realidade é preciso considerar o versículo no contexto cultural semítico no qual foi pronunciado. De fato, ambiente semítico numa frase composta de duas proposições, o conteúdo daquilo que se entende dizer é colocado na segunda parte. Assim, na colocação de Jesus não devemos nos perguntar o que devemos a César, mas sim o que devemos a Deus. Então, podemos nos perguntar: o que devemos a Deus? A reposta imediata é: tudo! É Ele o Senhor do universo, tudo é dele e tudo devemos dar de volta a Ele. A vida que vivemos, o alimento de cada dia, o ar que respiramos: tudo é de Deus, fruto da sua grande bondade. E ali vem o problema. Se devemos dar tudo a Deus, então, vamos dar o que a César? O enigma virou em favor de Deus. Aquilo que a uma leitura superficial parecia apontar por uma igual divisão dos bens, nesta perspectiva tipicamente bíblica, a balança pende totalmente para o lado de Deus. Então, mais uma vez, nos perguntamos: se tudo é de Deus e tudo devemos a Ele, vamos dar o que a César? A tentação imediata seria aquela de dizer: nada! Na realidade não é assim, pelo menos não parece ser assim aquilo que Jesus quis dizer. Se devemos dar tudo a Deus, porque tudo é dele, a César, que é o símbolo do Estado, devemos dar Deus. É este o sentido profundo do Evangelho de hoje. Nós cristãos não podemos entrar no mundo, no Estado, na política, de mãos vazias, mas sim com aquele estilo de vida que o Senhor nos ensinou. É por essa razão que a Igreja católica toda vez que tem uma eleição política nos orienta a doar o jeito de Deus votar, para o mundo. E assim, se vivemos em um mundo corrupto, um mundo feito de injustiças, um mundo que considera as pessoas como uma coisa material, á qual podemos até atribuir um preço – pois é esta a terrível realidade escondida na mesquinha moda da compra de voto -, nós entramos neste mundo perdido com alógica de Deus, que nos ensina que cada um de nós e único e irepetivel, pois fomos criados a imagem e semelhança de Deus.

 

4.Mestre, sabemos que es verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus” (Mt 22, 16).

Estas palavras, pronunciadas pelos fariseus com o objetivo de colocar uma armadilha para Jesus, revelam na realidade o sentido verdadeiro da presença de Jesus no mundo. O problema é que talvez, também nós como os fariseus do Evangelho de hoje, não levamos muito a serio a sua proposta, ficando assim, presos nas nossas idéias preconceituosas. Pedimos, então, ao Divino Espírito Santo que nos ilumine, que provoque o desejo de uma vida sempre mais parecida como aquela de Jesus. Procuremos ao longo desta semana buscar a palavra de Jesus para entrarmos no Caminho que Ele mesmo percorreu: o caminho do amor e da justiça.

 

 

Nessun commento:

Posta un commento