lunedì 23 settembre 2019

Domingo XXIX°/C



(Ex 17,8-13;Sal 121; 2 Tim 3, 14-4, 2; Lc 18, 1-8)

Paolo Cugini


1. O tema da liturgia da Palavra de hoje é sem duvida nenhuma a oração. É um tema importante porque é algo que nos leva ao coração da vida religiosa. É através da oração eu entramos em dialogo com Deus, experimentamos a sua presença ou, às vezes, a sua ausência. É sempre através da oração que medimos também o nosso crescimento interior, o nosso desenvolvimento espiritual. É aqui entra um grande paradoxo. De fato, se de um lado sabemos da grande importância da oração na vida espiritual, de outro lado se constata a escassa atenção que as mesmas pessoas religiosas oferecem para aprimorar a própria oração, o próprio jeito de rezar. E assim encontramos pessoas que há décadas freqüentam a Igreja, que são engajadas nos trabalhos da Igreja, que são lideranças ativa e participativa da Igreja, mas que rezam como crianças, com o jeito que aprenderam quando criança. O problema é entender o sentido da oração assim como a Palavra de Deus o apresenta, para podermos aprimorar o nosso jeito de rezar.

2.E quando Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec” (Ex 17,11).
Este versículo expressa um dado extremamente importante da oração. Se entrarmos em nós mesmos e avaliarmos com atenção o conteúdo das nossas orações, talvez não encontramos nelas outra coisa a não ser nós mesmos, com os nossos problemas. Entramos na oração de uma forma tão egoísta e pensamos que Deus seja como um talismã pronto a atender os nossos pedidos que, na maioria das vezes, são pedidos materiais. O dato que chama atenção neste versículo é que Moisés passa o tempo todo rezando para os outros e não pra si mesmo. Além do mais é uma oração continuativa, ou seja, que dura até quando dura a guerra, mostrando assim fé e confiança em Deus. Nada, então, de formula estereotipada, rápida, impessoal, mas sim uma oração que reflita a intensidade daquilo que na realidade está acontecendo. A oração deve acompanhar a realidade, e deve expressar aquilo que na realidade acontece. Interessante, também, refletir sobre o sentido da realidade que sai do versículo que estamos analisando. A realidade é uma guerra, um constante conflito que podemos vencer somente com a ajuda de Deus. Esta ajuda nos é proporcionada não apenas com a nossa oração, mas também com a oração dos outros. É este o versículo que justifica a espiritualidade contemplativa, a oração das monjas dos mosteiros de clausura, aquela vida de total oração que aos olhos do mundo é absurda, mas que encontra a sua justificação na mesma vida de Jesus.

3.Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir” (Lc 18, 1).
Problema: porque esta necessidade de rezar sempre? E como se manifesta esta necessidade? Olhando ao contexto da parábola que Jesus contou para explicar o sentido do seu pedido, na oração constante e ininterrupta buscamos a Justiça de Deus: “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos?” (Ivi). A justiça de Deus se manifesta como misericórdia. Por isso é necessário rezar sempre, para abastecermos a nossa alma da misericórdia de Deus e, assim, esvaziarmos da maldade que vem ao nosso encontro da justiça egoísta e interesseira dos homens. Rezar sempre significa também a confiança extrema e irredutível para com Deus, manifestando assim a própria natureza espiritual de filhos. Nunca desistir de rezar para sempre viver em Deus. Quem desiste de rezar é porque quer, ou decide, realizar a própria vida de uma forma autônoma, independente. Por isso a oração é importante na caminhada cristã, porque desvende o sentido autentico e profundo da própria fé. Quem vive uma caminhada de Igreja não pode viver sem a oração. Aliás, quem vive e deseja dar um sentido autentico á própria vida não pode de jeito nenhum pensar de ir pra frente sem manter um dialogo constante e profundo com Deus. Além do mais a insistência na oração manifesta perante Deus aquilo que a gente é: nada. Este é um dos sentidos mais profundos da oração: somos carne e sangue, um punhado de células e nada mais do que isso. É só isso que somos e para dar um sentido á este punhado de células precisamos um Espírito, um contato constante com Deus, o nosso Pai. Acho que é isso que o homem experimenta quando se afasta de Deus, interrompendo a ligação natural com o próprio Pai. E assim, quanto mais alguém interrompe a ligação natural, que é uma ligação espiritual, tanto mais sente-se forçado a alimentar a própria alma de matéria.

4.Toda a escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2 Tim 3, 16).
Se for verdade, como vimos até agora, que a oração é fundamental para alimentar a fé, é também verdade que as vezes não sabemos como rezar, o que dizer, como orientar as nossas orações. É são Paulo que vem em nossa ajuda nos lembrando que é na Sagrada Escritura que encontramos as palavras certas que nos auxiliam na oração. Existe toda uma tradição na Igreja Oriental que aprendeu a rezar repetindo continuamente breves versículos do Evangelho ou dos salmos. Aprender a preencher as nossas orações com as palavras que encontramos na Bíblia é um ótimo método para sermos escutados pelo nosso Pai. Esvaziar a oração das palavras inúteis e egoístas falando só com versículos bíblicos, rende a oração pessoal mais autentica e verdadeira.

5. A liturgia da Palavra nos mergulhou num grande paradoxo: a oração constante e a nossa pratica inconstante e, sobretudo, inconsistente. Nos declaramos católicos, crentes, mas não fazemos nada para crescermos no dialogo constante com Deus, não cultivamos a pratica fundamental da oração. É no dialogo com Deus que aprendemos ao mesmo tempo a conhecer melhor a Deus e a nós mesmos. É no caminho da oração que aprendemos os segredos da vida espiritual. Somente nos afastando da vida religiosa superficial, feita de formulas repetidas sem pensar muito nelas, e entrarmos em um dialogo profundo e corriqueiro com Deus podemos crescer no amadurecimento da vida espiritual, que é a base da vida de fé.





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