lunedì 23 settembre 2019

Domingo XVII°/A




(Is 55, 1-3; Sal 145; Rom 8, 35.37-39; Mt 14, 13-21)

Paolo Cugini


1. Somos mergulhados todos os dias a toda hora em problemas materiais, muitas vezes que exigem uma solução imediata. Percebemos o pressionamento da realidade, que nos encurrala, sentimos o bafo da história, do julgamento dos outros. A tentação é disfarçar, tapear, não enfrentar a realidade, fazer de conta que tudo não passa de um momento e então vivemos arrastando a barriga no chão, concentrando os nossos esforços nos problemas materiais imediatos, esquecendo de refletir sobre as motivações profundas dos nossos atos. E assim, um dia, de repente, acordamos sentindo um grande vazio dentro, uma angustia terrível, um sentimento de traição. Olhamos no espelho e percebemos um sentimento de estranheza, como se o cara na nossa frente fosse alguém de diferente. Deparamos assim, brutalmente, no eterno problema do relacionamento entre externo e interno, espírito e carne, vida espiritual e material. Na nossa vida corriqueira, também entre nossos amigos e parentes, é extremamente difícil encontrar pessoas que vivem a harmonia entre estas duas dimensões. Por isso, antes que seja tarde demais, é bom dar uma olhada um pouco mais atenta às leituras de hoje para aprendermos da Palavra de Deus como é que se vive, sem correr o risco de se esconder, por medo que alguém consiga ver a podridão que está cumulada dentro de nós.

2.Vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite sem nenhuma paga. Porque gastar dinheiro com outra coisa que não é pão?” (Is 55, 1-2).
É verdade que devemos comer e beber, só que não podemos fazer da nossa vida um eterno banquete! O nosso perigo é conduzir uma vida só concentrada nas preocupações materiais. Existe um alimento no qual vale a pena investir o nosso tempo e as nossas energias, também porque não custa nada, mas exige apenas disponibilidade. Além disso, é um tipo de comida e de bebida que preenche de um jeito a existência, que orienta até a vida material. Quem é acostumado a medir o valor da vida com o dinheiro, terá grande dificuldade a entender isso. Existe todo um mundo desconhecido, que é a vida espiritual, o mundo do Espírito, que se alimenta com algo de espiritual. Precisamos ser introduzidos dentro este caminho, que é o caminho que a Palavra aponta. Além disso, a mesma Palavra não se abre, não se revela no sentido estrito do termo, para as pessoas materiais. Para que o pão da Palavra seja o nosso alimento que fortalece o nosso caminho neste mundo, precisamos de alguém que coloque na boca o pão mastigado, assim como uma mãe faz com os próprios filhos. Existe um tesouro de vida, de amor escondido no pão espiritual da Palavra de Deus, que se torna alimento para todos e todas as pessoas que são conduzidas dentro dela. Por isso a Igreja nos aconselha de ler os grandes Pais da Igreja, ou seja, aquela época de ouro da Igreja aonde as pregações eram encharcadas de Palavra de Deus, e não de opiniões pessoais. Buscar o alimento espiritual para libertar a nossa vida da escravidão da matéria é o sentido da vida espiritual.

3. Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14, 16)
Acho que também este versículo precisa ser interpretado no sentido espiritual. Somos acostumados a fazer uma leitura material do texto que narra a multiplicações dos pães. Sem duvida foi uma ação histórica de Jesus, mas que deve ser colocada dentro o plano de salvação e do projeto do anuncio do Reino de Deus. Então o “dai-lhes vós mesmo de comer” é um mandamento de Jesus que deve ser realizado e que nos envolve em primeira pessoa. Somos nós batizados os novos discípulos aos quais Jesus se dirige pedindo de partilhar o pão da Palavra com as pessoas que encontramos no nosso caminho. Esta deve ser a nossa preocupação, pois se de verdade a palavra de Deus no Evangelho de Jesus salvou a nossa vida do anonimato, do esquecimento, da morte, então faremos de tudo para que as pessoas que encontramos possam receber o alimento que salva. Neste mandamento que Jesus um dia especial colocou para os discípulos, está escondido todo um programa de vida. De fato, como Jesus soube inventar caminhos e meios para anunciar o Reino do seu Pai para a humanidade que encontrou, assim também deve ser por nós.  Isso, porém, exige inteligência, atenção, reflexão, empatia, ou seja, capacidade constante de olhar para os outros. É um caminho progressivo, constante, no qual devemos ficar constantemente atentos não apenas com a realidade circunstante, mas também e, talvez sobretudo, com aquilo que o Senhor quer nos mostrar com isso. É interessante observar com que delicadeza Jesus instruiu os seus discípulos na difícil tarefa de continuar o seu trabalho. Jesus mostrou para os discípulos que partilhar a Palavra com as pessoas que o Pai coloca na nossa frente, comporta um constante olhar ao mesmo Pai (“Então ergueu os olhos para o céu”) e para o povo. Isso quer dizer que em qualquer ato de caridade que a Igreja realiza quem recebe deveria enxergar o rosto do Pai. Partilhar o Pão da palavra de Deus não é uma partilha de versículos, mas sim de vida, de amor, de história. Ergueu os olhos para o céu: em qualquer ação da nossa vida, seja ela qual for, devemos manter vivo e presente este olhar para o céu, para não perdermos o sentido da realidade, ou seja, que tudo vem de Deus e volta para Ele.

4.Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rom 8, 35)
É esta a certeza de quem vive alimentado de Cristo, do seu espírito. Este ano, como sabemos, pela Igreja católica é o ano Paulino. Paulo é sem duvida o discípulo em que a força de Deus se manifestou como coragem, vida, capacidade e vontade de partilhar com todos e todas a salvação de Deus recebida por Jesus por meio do Seu espírito. Meditando as suas cartas, e é isso que a liturgia nos oferece todos os domingos na proclamação da segunda leitura, podemos abastecer a nossa alma daquele alimento que preenche as nossas vida de esperança que nos impulsiona a olhar sempre para frente, sabendo que não existe nada que pode nos atrapalhar, pois Cristo com a sua paixão, morte e ressurreição derrotou o inimigo. É verdade que podemos passar momentos de confusão, aonde percebemos a nossa fraqueza, também porque o mundo não dá sossego para aqueles que esperam só no Senhor. Mas alimentados dele, da sua Palavra, do Seu corpo, vivendo com intensidade a nossa pertença a sua Igreja, sabemos que aquilo que Paulo falava é verdade. A final e conta se Cristo é conosco, dentro de nós, nos nossos olhos, na nossa alma, então quem nos separará do amor de Cristo?




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