domenica 18 ottobre 2015

JESUS LEVANTOU E FOI REZAR NUM LUGAR DESERTO




Omilia Domingo  V°/B
(Jó 7,1-4.6-7; Sal 146; 1 Cor 9,16-19.22-23; Mc 1,29-39)
Paolo Cugini
1. O Deus no qual acreditamos não é qualquer Deus, mas sim o Deus de Jesus Cristo, o Deus que Jesus manifestou com a sua vinda na terra. Jesus não apenas manifestou o rosto de Deus, mas também expressou a idéia de Deus sobre a humanidade. Se, de fato, Jesus o Filho de Deus se fez presente no meio de nós é porque Deus declarou doente a nossa humanidade, uma doença espiritual, que é a desobediência ao seu plano de amor, que se manifesta ao externo como enfraquecimento físico de toda a humanidade que, de agora em diante é destinada á morte, á todo tipo de doença. Na perspectiva bíblica existe uma ligação intrínseca não apenas entre fé e vida, mas também entre corpo e Espírito, matéria e forma; ligação que deve ser entendida no sentido profundo para podermos perceber e entender o sentido da ação de Deus em Cristo Jesus na historia. Se Jesus veio ao mundo é para curar a humanidade por dentro, na sua alma estragada pelo egoísmo que provoca uma incapacidade crônica de viver de uma forma autentica. A morte é o caminho que a humanidade implicitamente escolheu de viver se opondo ao plano de Deus. E é exatamente esta vida de morte que Jesus veio sarar para sempre.

2.Minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade” (Jó 7,7).
Esta frase de Jó, que escutamos na primeira leitura, reflete a condição humana; a nossa vida não passa de ser um sopro. A caducidade humana é manifestada nas doenças que, aliás, são sintomas da morte, ou seja, do destino terrível do homem. Por isso Jó se queixa da vida, das lutas que o homem deve enfrentar sem saber o porque de tanto sofrimento. Se, de fato, tudo acaba a que adianta passar a vida toda lutando. É este um tema clássico não apenas da literatura bíblica, mas também da sabedoria popular de todos os tempos. É o questionamento que é levantado sobre o sentido da vida que é expresso também no Evangelho de hoje através da doença, que não é entendida apenas como um dato inelutável, que leva a humanidade toda pela morte, mas sim uma situação na qual Deus manifesta o seu poder. Jesus, entrando em contato com a humanidade doente, não apenas elabora uma reflexão, mas exerce uma cura que salva. Esta é sem duvida nenhuma a grande novidade da presença de Jesus na historia que, porém deve ser interpretada para não correr o risco de desembocar em fáceis, mas também perigosos materialismos. De fato, se Jesus cura as doenças, a sua ação não pode ser encurralada no simples ato físico, como se Ele exercesse a mera função do medico. A cura física das doenças é o símbolo da cura profunda que Jesus veio realizar, ou seja, o pecado do mundo. Jesus é o nosso salvador porque veio curar a nossa alma. Este é o sentido do caminho espiritual que realizamos na Igreja: sair da doença espiritual do pecado, que se manifesta como teimosia contra Deus e o seu plano, para nos encontrarmos em Deus. O problema é que, para realizar este caminho de salvação, precisamos admitir que somos doentes e, então, que precisamos do medico espiritual, que é Jesus, e dos seu remédios espirituais aos quais não somos acostumados. Por isso é necessário escutar o Evangelho, pois é nele que encontramos a Verdade que manifesta a realidade, que nos permite da sair do nosso mundo de mentira e falsidade.

3.De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto” (Mc 1,35).
Jesus não busca a gratificação no sucesso pessoal, naquilo que realiza, mas sim no seu relacionamento com o Pai: é isso que me parece um dos maiores ensinamentos de Jesus.  A doença da humanidade movida pelo orgulho e pelo egoísmo se manifesta amiúde como insatisfação, pois todo o esforço, o anseio da vida, é colocado nas coisas materiais. Jesus, pelo contrario, não busca nos atos que ele cumpre, nos milagres que ele realiza uma satisfação pessoal, pois não é na vida material que Ele colocou a própria realização. É isso que aprendemos em versículos como aquele que acabamos de citar, que mostram Jesus fugir da multidão para procurar de madrugada ou de noite lugares desertos, afastado da multidão e ali se entregar á oração, que por Jesus não é um dever, mas sim uma profunda exigência da alma. É no relacionamento com o Pai que Jesus busca o sentido da própria existência, um Pai que busca no silencio porque sabe que Deus olha no coração. Por isso Jesus não se deixa iludir do aparente sucesso diante dos milagres que Ele realizava e, ao mesmo tempo, não se deixa abater pelo fracasso que a sua pregação provocava. A força de Jesus está no Pai, no seu amor, e não na aparência das conquistas humanas. Sem duvida nenhuma este ensinamento de Jesus é algo que mexe com as prioridades matérias da nossa existência, pois, apesar de tantos discursos, não somos acostumados a priorizar a vida espiritual, a buscar Deus como eixo da nossa existência. As nossas orações, se comparadas com aquelas de Jesus, não são nada mais que um punhado de palavras decoradas sem muito sentido. A oração de Jesus nos ensina que o dialogo com Deus deve moldar a nossa mente, orientar as nossas ações, formar o nosso pensamento, preencher os nossos anseios. Só assim poderemos sair de uma experiência religiosa estéril, que não leva em canto nenhum, que serve somente para tapear a nossa consciência e não ouvir o ruído que nela escutamos.

4.Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim” (Mc 1,38).
A busca constante da vontade de Deus, a entrega da própria existência nas mãos do Pai tem como conseqüência, a clareza sobre a própria identidade. Jesus sabe o que quer, ou melhor, sabe o que o Pai quer dele, pois é só isso que ele deseja. O dialogo incessante com o Pai, a busca do seu amor, leva Jesus, o Filho, a desejar pela própria existência nada mais do que isso. A força, a verdade da oração se manifesta em Jesus com a clareza sobre a própria identidade. Jesus não perde tempo, pois ao longo da caminhada, sabe muito bem o que o Pai exige dele. Esta firmeza, esta clareza da própria vocação, do sentido do lugar que Ele veio a ocupar no mundo, machuca bastante a nossa insegurança, o sentido que nós temos da nossa identidade, não apenas como pessoas, mas também como membros da Igreja. De fato, muitas vezes transferimos a nossa inconsistência espiritual, a nossa fraqueza vocacional, dentro da vida da Igreja prejudicando o caminho de tantas pessoas. Nesta Santa Eucaristia pedimos ao Senhor que nos ajude a consolidar a nossa vocação através de uma vida de oração mais profunda e mais autentica, seguindo o exemplo de Jesus.



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