martedì 14 dicembre 2021

IV°DOMINGO DO TEMPO COMUM/C

 




(Jer 1,4.5-17;Sal 71; 1 Cor,31-13,13; Lc 4,21-30)

 

 

Paolo Cugini

 

1. Estamos celebrando os primeiros domingos do tempo comum e a liturgia da Palavra nos oferece a oportunidade de aprofundar o nosso conhecimento de Jesus, o Salvador do mundo e da nossa vida. A presença de Jesus na historia é algo de radicalmente novo: nunca houve uma pessoa com um carisma tão grande que até hoje, depois de dois mil anos, influencia a vida de milhões de pessoas. Nunca teve um homem que se declarou Deus e que, nos atos, manifestou a verdade da própria identidade. Escutar essa pessoa, ficar atentos, fitar os olhos nele para captar a sua proposta, que para nós é vida: é isso a tarefa de um Cristão. Para conseguirmos realizar isso, precisamos limpar a nossa mente, a nossa alma, fazer espaço na nossa vida dos falsos conhecimentos, da superficialidade que nos caracteriza. O perigo é identificar a proposta inovadora de Jesus com um programa político, ou com uma proposta humanitária. O grande perigo é puxar Jesus do nosso lado, fazendo dele um ídolo, sem ter entendido nada  da sua proposta, perdendo assim a ocasião de conhecê-lo por aquilo que Ele é: o Santo de Deus.

 

2. No evangelho que acabamos de ouvir Jesus, logo que entra no mundo, que manifesta a sua identidade, provoca uma reação negativa. Isso é já um sinal que deve ser escutado, absorvido: Jesus não veio ao mundo para agradar ninguém. A proposta de Jesus não é política, mas espiritual. Jesus é o Caminho proposto para o Pai para permitir ao homem de sair do seu egoísmo, do orgulho, de uma vida negativa mergulhada na mentira. A vida de Jesus, o seu jeito de ser, de viver, de agir, de falar manifesta isso, descortina a nossa loucura, a nossa vida sem rumo e sem sentido. A vida cheia de Jesus, repleta de sentido, desvende o nosso vazio: existencial, moral, religioso. De fato, quantas pessoas que o mundo apresenta como heróis, na realidade não apresentam nenhuma proposta positiva? E também, quantas pessoas assim chamadas “religiosas”, não representam para nós uma proposta atraente?  Todo este vazio, este nada que o mundo tenta esconder com as suas artimanhas, perante Jesus aparece em toda a sua verdade, ou seja, em toda a sua miséria. Perante a pessoa de Jesus o mundo aparece como miserável e todos aqueles que estão mergulhados nas propostas mundanas aparecem como um monte de miseráveis, perdidos, sem futuro. É isso que doe e que ninguém quer escutar. Por isso logo que Jesus entra no mundo e se manifesta, provoca raiva. É a raiva do mundo.

 

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se o expulsaram da cidade” (Lc 4, 28-29).

 

Jesus mexe com o alicerce do mundo, com aquilo que fundamenta e, ao mesmo tempo alimenta o mundo, ou seja, a ignorância. O mundo é ignorante, não conhece a verdade porque não conhece a Palavra de Deus. De fato, perante a postura dos judeus que questionavam as palavras de Jesus, ele cita dois trechos do Antigo Testamento que mostram a verdade da sua atitude. O mundo é ignorante e, sendo assim, vive na ignorância, na ausência de conhecimento. Uma pessoa que vive na ignorância não sabe distinguir a verdade da mentira. Desta forma, podemos afirmar que, as pessoas mundanas, vivem na ignorância.  O mundo é interessado a deixar as pessoas na ignorância, para que não vivam da verdade. O mundo egoísta e orgulhoso se alimenta de mentiras, não quer saber de caridade alguma.

 

A Caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa não se ensoberbece, não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor” (1 Cor, 13, 4-5).

 

São palavras de Paulo que ouvimos na segunda leitura de hoje: a caridade, que é Jesus, a sua vida, a sua maneira de ser é exatamente o contrario do egoísmo do mundo. Entre o mundo e Jesus não tem amizade: precisa escolher. Se na nossa vida estamos tentando amenizar a proposta de Jesus, querendo mostrar que a nossa vida mundana não tem nada a ver com a religião, é porque estamos totalmente mergulhados na mentira do mundo e, quem vive no mundo e do mundo, não, sabe de nada porque não enxerga a verdade.

O fato que sinto raiva de Jesus, não é totalmente negativo: é pior aquele que não sente nada. De fato, se as Palavras de Jesus doem dentro de mim, quer dizer que ainda estou sensível, ainda a verdade mexe comigo. Esta sensibilidade á Palavra de Jesus é o primeiro passo da conversão. Deve acontecer um dia que alguém me mostre a minha real situação espiritual. Se não tiver este encontro com a Verdade de uma forma que descortina de uma vez as minhas maracutaias, dificilmente conseguirei seguir Jesus.

 

3. “ Não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles. Com efeito, eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna Del ferro, num muro de bronze contra todo o mundo” (Jer 1, 17-18).

 

Tudo aquilo que aconteceu em Jesus, em virtude do seu Espírito que recebemos no Batismo, deve acontecer conosco. Quer dizer que como por Jesus, também por nós, a nossa existência deve se tornar tão transparente, tão santa da incomodar as pessoas, até os nossos amigos e parentes. Deus decidiu de salvar o mundo mandando o seu mesmo Filho para que tudo mundo pudesse ter a possibilidade de deparar com a Verdade. Jesus hoje é presente na sua Igreja, é presente nos cristão que se reconhecem pelo fato que incomodam, pelo fato que a vida deles é diferente. De fato a vida do cristão, não é baseada no egoísmo, no desejo de aparecer ou de querer sempre mais, mas, pelo contrario, um cristão, seguindo o exemplo de Jesus, deseja se doar, partilhar com os irmãos, deseja contribuir á realização do Reino de Deus, que é um reino de Justiça, de Paz e de fraternidade. Só que, logo que se esforça de viver isso com entusiasmo e dedicação, o mundo vai encima dele com tudo. É isso mesmo aconteceu também com o profeta Jeremias, cuja historia escutamos na primeira leitura. Perante a sua queixa por aquilo que estava acontecendo com ele, Deus não prometeu de amenizar o sofrimento, mas de fortalecer a sua vida, para que sentindo a presença de Deus, não recuasse de um passo perante a maldade do mundo, ma avançasse sem medo.

 

4. É isso mesmo que pedimos a Deus como fruto desta Eucaristia: de ficar firmes na nossa caminhada, também perante as dificuldades e as criticas do mundo, para sermos sinal de uma vida diferente, mais autentica e verdadeira. Pedimos a Deus que faça de nós não pessoas medrosas, inconsistentes, incapazes de levar em frente a sua proposta de amor, mas, pelo contrario pedimos que esta Eucaristia nos transforme para conseguirmos ser como Jeremias, “cidades fortificadas”, que ninguém poderá derrubar.  Seja, então, o Senhor a nossa única força.

 

Pe Paolo Cugini- Tapiramutá-BA

 

 

 

 

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