martedì 14 dicembre 2021

II DOMINGO DO TEMPO COMUM/C

 



(Is 62, 1-5; Sal 96; 1Cor 12,4-11; Jo 2,1-11)

 

 

Paolo Cugini

 

1. Buscamos a gloria dos homens: é isso que, deste a infância, se torna a nossa maior preocupação.  E é também por isso que ficamos angustiados. Buscamos a gloria dos homens como manifestação do desejo de viver. E depois chega um dia em que percebemos que, para o mundo, não somos nada e nunca valeremos algo.  Também porque, para ser alguma coisa no mundo, tem que pagar um preço que nem tudo mundo é disposto a pagar. Agora ai vem a pergunta: pra que viver? Por que vale a pena viver se, depois da nossa morte, ninguém lembrará mais de nós? Talvez os filhos, os amigos mas, com a andança dos tempos, não é fácil arrumar um filho ou um amigo no qual confiar. Do outro lado a gente percebe que apesar destas descobertas, a vida deve ser, de uma qualquer forma, preenchida: não dá pra ficar o tempo todo, a vida toda parados, sem fazer nada. Mas, então, fazer o que? Cantar: pra que e pra quem? Escrever? Mesma resposta. Qualquer atividade humana realizada por nós humanos, necessita de um fim, um objetivo: se não for assim, parece que não tem graça. Além disso, este objetivo, esta meta deve ser daquela bem pesada. Isso vale também pelos relacionamentos: porque buscamos alguém? Porque uma festa não é boa se não arrumamos alguém? Precisamos de aprovação, de alguém que goste de nós, diversamente ficamos tristes, abatidos, perdidos. O homem, a mulher, parece um bicho super complicado.

 

2. “ E manifestou a sua gloria” (Jo 2,11).

Jesus procurava a gloria de Deus. Por isso em tudo aquilo que ele fazia, Deus era glorificado. No milagre que acabamos de escutar, Deus foi glorificado. Só que o evangelista nos alerta para olharmos além do dato material do milagre. Transformando a água em vinho Jesus quis dizer algo que está escondido ao entendimento humano. Para descobrirmos o sentido profundo deste milagre, precisamos sair de uma mentalidade materialista, para entendermos o sentido espiritual. Se Cristo revelou para nós o sentido da vida humana, então é pra ele que devemos olhar para vivermos uma vida mais autentica. Na nossa vida, como na vida de Jesus, deve manifestar-se a gloria de Deus e isso acontece quando a nossa humanidade é atingida pela graça de Deus. Qual é, então, o sentido desta transformação apontada pelo milagre?

O primeiro é a vida sacramental. Se a água aponta para o Batismo e o vinho para a Eucaristia, então de uma certa forma o Evangelho de hoje nos sugere que o Batismo que recebemos deve transformar-se em Eucaristia, ou seja em vida de gratidão, em ação de graça. Por isso são Paulo na segunda leitura nos revela que o único Espírito que recebemos deve produzir uma diversidade de carismas, de dons. A verdade do batismo que recebemos está no descobrimento da nossa identidade, da nossa vocação. Ninguém merece um batizado paradão, que vai à Igreja só para sentar de braços cruzados. O Espírito que recebemos nos sacramentos tem como objetivo de transformar a nossa vida, mostrando o sentido autentico da nossa identidade, apontando o motivo autentico da nossa existência. É por isso que participamos da Igreja, não com a mentalidade mundana que nos leva a querer algo em troca, mas com a mentalidade e o pensamento de Cristo que se doou por amor, gratuitamente.

Um segundo sentido do milagre narrado do evangelho o encontramos observando com atenção aquilo que aconteceu. Se a água transformada em vinho é símbolo da vida e, então da nossa humanidade, isso quer dizer que nascemos para sermos transformados. A nossa humanidade deve ser transformada pela graça de Deus, para realizar e se tornar conforme aquilo que foi pensada deste a eternidade, ou seja imagem de Deus. Uma humanidade que não se abre á ação santificadora de Deus, é destinada a ficar estragada pela ação do pecado. De fato, não precisa de muita inteligência para observar o que acontece com as pessoas que não buscam a Deus.

 

3. O sentido mais profundo do sinal que Jesus realizou no Evangelho de hoje o encontramos na primeira leitura. As finais de contas poderiam nos perguntar: como podemos saber que estamos deixando a graça de Deus transformar a nossa humanidade?

Poderíamos responder que este marco de Deus em nós é a inteligência que se concretiza na capacidade projetar.

”Serás chamada com um nome novo, que a boca do Senhor há de designar” (Is 62, 2).

 Quando Deus quer uma coisa, não a realiza em cima da hora, mas planeja por tempo o processo para alcançar o objetivo. Isso é bem visível na profecia de Isaias da primeira leitura. De fato, Isaias revela o projeto de Deus de fazer de Israel, que estava passando por um período ruim da própria historia, algo de novo, estava até querendo mudar o seu nome para evidenciar este projeto de uma forma contundente. Esta maneira criativa e inteligente de Deus entrar na historia, deveria ser a característica dos cristãos. Uma humanidade renovada pela ação do Espírito Santo entra na historia com inteligência, com criatividade, não assume um compromisso para abrir de mão no momento da dificuldade. Um cristão que se abre á ação do Espírito Santo aprende a enfrentar os problemas não em cima da hora, mas organizando o seu tempo, planejando as estratégias para que a tarefa assumida saia do papel. Toda vez que não levamos enfrente uma tarefa da Igreja ou de qualquer outra instituição é porque não estamos acreditando naquilo que estamos fazendo. A transformação da água em vinho quer dizer que a nossa vida tem sabor quando conseguimos realizar as tarefas que assumimos.

 

4. Cantai ao Senhor Deus um canto novo” (Sal 96)

Se for verdade que cada Eucaristia é um encontro misterioso com Cristo, então rezemos para que neste encontro de hoje, a sua humanidade toque e transforme a nossa, para uma vida com mais sabor e sentido.

 

 

Tapiramutá, 14.1.2007                                                                                   Pe Paolo Cugini

 

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