giovedì 31 dicembre 2015

O MESSIAS DESARMADO


(Is 38-39; 9-11)

Paolo Cugini
Durante a sua missão Isaias tinha profetizado a permanência da casa de Davi, e o seu reinado sobre a terra. Na realidade Ezequias, que foi rei de Israel no período de Jeremias, não foi aquela coisa toda. È verdade que ele, apesar das conjunturas políticas do tempo, permaneceu ao poder. Não foi, porém aquele rei fiel a Lei de Deus que Isaias esperava. Ezequias foi uma figura contraditória. Para um lado ele foi de verdade um homem de fé, que realizou até atos proféticos[1]. Além disso, o livro das Crônicas nos falam de uma grande reforma do templo realizada na época de Ezequias. Ele foi um rei Jawista que lutou contra a idolatria.
Cap. 38: dos sofrimentos Ezequias aprende a ter fé. O salmo do capitulo 38 é uma linda expressão da fé Jawista. Ezequias adoece e reza Deus para que possa continuar a viver. A oração produz a mudança: da morte para a vida. Ezequias parece de verdade o resto que tem fé e, nesse sentido, permanece um sinal do messias vindouro.
Cap. 39: só que depois vem a decepção: a aliança com Babilônia (e também com o Egito[2]), a falta de fé, o pensar só em si mesmo, á própria vida. Isaias, como sabemos, era contrario a qualquer forma de aliança política, que pudesse deixar de lado YHWH. Estas palavras de Isaias são bem aparecidas àquelas que ele mesmo pronunciou contra Acaz por causa da aliança com a Assíria. Este capitulo 39 serve para entender aquilo que será expresso a partir do capitulo 40.
9-11: segundo vários autores, também estes capítulos são o fruto da ultima pregação de Isaias, remontando aos eventos do 701 a. C. e reflitam esta decepção sobre Ezequias. Por isso segundo Isaias o verdadeiro Messias deve ainda chegar, Deus ainda deve enviá-lo. Esta vinda do verdadeiro Messias é situada no fim dos dias, como a salvação de Sião[3]. Este processo poderá dizer-se definitivamente cumprido com o exílio babilonense, quando não terá mais um messianismo histórico, ou seja, Israel não terá mais um próprio rei e uma própria autonomia política. Já a partir de Isaias o verdadeiro Messias aparece já como uma figura sempre mais critica, comparada a todos os reis da dinastia de Davi.
As principais profecias messiânicas de Isaias devem ser datadas depois do 701 a.C. pelo fato que elas contemplam como sinal característico da vinda do Messias a libertação do jugo do assírios, que aconteceu naqueles anos.
Nos capítulos de 9 á 11 se encontram referências claríssimas á Assíria[4], que foi escolhido como instrumento pro YHWH para golpear Jerusalém e que ousou de se colocar no lugar dele: por isso será punido. A punição da Assíria, a libertação de Judá, o reino de Messias se colocam ao fim da obra divina e, por isso, também ao fim da pregação de Isaias.
9,1-6: é o oráculo da libertação por parte do Messias. Isso é ligado com quanto precede, ou seja, a libertação do reino do Norte, na Galileia[5]. Il povo de 9,1 é aquele di Judá e não Israel, pois é um povo que está realizando uma romaria rumo Jerusalém.  Três temas é importante destacar:
a.      A peregrinação noturna (9,1-2): Quando os peregrinos chegam a Jerusalém era madrugada. De fato pelo calor eram acostumados a viajar de noite. De repente aparece perante eles a cidade Santa. A alegria desta visão luminosa enche os corações dos peregrinos[6].
b.      A libertação da Assíria (9,3-4): Esta mesma alegria será quando haverá a libertação da Assíria. O jugo será quebrado[7]. É uma vitoria de Deus sobre a guerra.
c.       A vinda do Messias (9,5-6): a libertação será acompanhada da vinda do Messias. Este evento é narrado com o nascimento de um filho. Esta é uma profecia e não um sinal. Este filho é doado por Deus (passivo divino) e não nascido de mulher. Então é diferente do sinal do capitulo 7. O rei Messias se torna filho de Deus[8]. Não se trata de uma geração física, mas expressa o relacionamento de eleição do rei por parte de Deus.
 O messias que Isaias anuncia é um príncipe, e não um rei. Por isso ele não tem um reino mas sim um principado. O único rei é Deus e o reino é somente aquele de Deus. O messias será o instrumento com o qual Deus irá instaurar o seu reino. Os nomes a ele atribuídos são todos divinos. O messias participa de todas estas qualificações divinas.
Este príncipe da paz anunciado por Isaias inaugura a esperança messiânica[9]. A espera do messias é então bíblica, judaica, não é apenas um dado cristão. É errado afirmar que os judeus esperavam um messias guerreiro; pelo contrario a esperança é um príncipe da paz. Como em Isaias 2 também aqui o traço fundamental é da paz.
Isaias 11,1-9: é o tema do broto. Von Rad sustenta que aqui Isaias esteja apontando para outro ramo da família davidica: por isso o futuro messias nascerá em Belém e não em Jerusalém[10]. Para outro o broto aponta pelo resto. O broto é o novo nascimento, a ressurreição, o resto depois do julgamento. Esta imagem volta em Is 2,12 e 4,2ss. Esta imagem do resto se aplica antes de tudo ao povo, mas, pois de uma forma especial se aplica ao messias com chefe do povo. De uma forma velada é aberta a visão do messias que, para alcançar a gloria, deverá passar através do julgamento e da morte. Isaias fala disso também da casa de Davi: deverá ser abatida antes de renascer o broto.
O Espírito de YHWH: aquilo que confere ao Messias as qualidades características do seu Reino é a descida do Espírito. A descida do Espírito é um fenômeno mais profético que regal[11]. Trata-se, então de um rei profético, um novo Davi. O Espírito repousará sobre dele. Esta é a grande novidade, pois o Espírito profético é sempre ligado á missão[12]. Aqui pelo contrario, o Espírito toma demora estável, de uma forma permanente. Assim a missão do Messias aparece como a obra definitiva do Espírito: é o reino de Deus definitivo.
Este reino, como no capitulo 9, será um reino de Justiça e de paz. Só que neste contexto a paz alcança uma dimensão cósmica[13]. Talvez se trada da indicação do principio da nova criação. O Messias será o novo Adão, o homem inteiramente renascido pelo Espírito. Nos seus dias haverá um conhecimento de YHWH como era ante do pecado. Existe uma continuidade muito visível entre esta profecia, a unção do servo[14] e o batismo de Jesus[15].



[1] Cf. 2 Re 18,3-5.
[2] Cf. Is 30,1; Is 31,1).
[3] Cf. Is 2.
[4] Cf. 10,15.
[5] Por isso Mt viu o aparecimento do Messias na Galileia (Mt 4,13-16).
[6] Cf. Salmos da subida: 122-136.
[7] Cf. Juiz 7,15-25.
[8] Cf. Sal 2.
[9] Cf. Zc 9,9-10.
[10] Cf. Miq 5,1.
[11] Os juízes recebem o Espírito mas não os reis.
[12] Cf. Elias e Eliseu.
[13] Cf. 9,6-8.
[14] Cf. Is 42.
[15] Cf. Lc 3.

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